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História If we were Just Married - Não como resposta


Escrita por: Kjunn

Capítulo 14 - Não como resposta


Fanfic / Fanfiction If we were Just Married - Não como resposta

Ino já estava parada há cerca de 15 segundos. Ambas estavam sentadas em uma cama do hospital de Konoha de pernas flexionadas como se fossem meditar de frente uma para a outra encarando-se estáticas. O coração de Sakura batia acelerado esperando que a amiga dissesse algo, mas ela apenas ficava do mesmo jeito de olhos arregalados.

- Ino… - Tentou chamar, mas a loira apenas respirou fundo e continuou em sua posição de perplexidade. - Está me assustando - Sakura desviou o olhar muito corada.

- I-sso é… Incrível - A loira também corada abaixou a cabeça pensativa. Ergueu apenas os olhos azuis - Você é uma mulher agora Sakura - Apesar de pensarem o que for de Ino, ela era apenas uma garota pura que tinha sonhos cor de rosa envolvendo um garoto romântico, carinhoso, surpresas bobas e etc. - Como está se sentindo? - Ino inclinou-se para pegar as mãos de Sakura.

- É estranho - Sorriu sem graça, não era exatamente essa a reação que achava que a amiga teria, estava surpresa - Eu não me sinto mais madura por isso. Posso dizer que eu tô muito feliz, como se estivesse andando nas nuvens… Dá pra acreditar?! - Os olhos verdes de Sakura se tornaram sonhadores - Sasuke-kun, a pessoa que eu amo, sempre amei veio até mim e tudo isso foi acontecendo e nossa! Nós fizemos aquilo - Disse com a voz trêmula - Ele estava tão envolvido, ele me desejava tanto, parece que ainda consigo sentir cada toque dele… É impossível fechar os olhos e não devanear sobre tudo isso!

- Isso é surreal Sakura! Eu sempre torci por você, mas admito que já nem esperava mais, agora saber que tudo isso está acontecendo entre vocês é… Uau! - Os olhos dela passearam pelo teto como se vissem um arco-íris, mas tornou sua face curiosa e voltou para Sakura - Doeu?

- Sim - Sakura fez uma careta, na verdade ainda havia alguma ardência - Bastante - Ino estremeceu com aquela informação - Mas sabe - Sorriu - Eu… Meio que quero tentar uma outra vez…

- Sua assanhada! - Ino deu uma tapa na perna da amiga rindo corada. Sakura deu uma gargalhada com vergonha, essa era o tipo de coisa que ela só conversaria com Ino mesmo. - Mas agora que você está ciente de que esse tipo de coisa pode acontecer vê se fica prevenida! - Ralhou - Ainda bem que tomou pílula do dia seguinte.

- Sim, sim. Você não sabe o pânico que me deu quando acordei no dia seguinte e parei pra pensar nisso - Concordou com seriedade… Suspirou  - Sabe Ino, não estou me sentindo uma mulher, estou me sentindo uma garotinha. Parece que tenho 15 anos de novo! Eu fico pensando em quanto tempo passou, como poderíamos ter aproveitado mais e vivido tanto juntos, mas as coisas tinham que ser tão complicadas… - Franziu a testa.

- Para de pensar nisso! Aproveita o que tá acontecendo isso sim! - Ino disse confiante cruzando os braços - Ai eu tô tão feliz por você ao mesmo tempo com uma explosão cor de rosa aqui na barriga misturada com curiosidade que eu não tô conseguindo nem te zuar! - Sakura riu da fala da amiga que chacoalhava a mãos no ar. Era zoação que ela achava que Ino faria, mas até mesmo para Sakura, mais uma vez ela provava que era apenas uma garota.

- Falando nisso Ino, você não acha que está na hora de parar de perder tempo também? - A cara de Ino ficou curiosa.

- Do que está falando?

- Eu sempre achei isso pra falar a verdade. Você é muito linda, sabe disso! - Ino fez um gesto de concordância descarado fazendo Sakura sorrir  - É divertida, inteligente, uma ótima amiga.

- Para, você tá me deixando sem graça - Levou a mão à boca fingindo constrangimento.

- Sério que você não tem nenhum pretendente a namorado? - Ver a cara de Ino parar com o ar de riso e se ajeitar respondeu totalmente o que Sakura já sabia.

- Sempre tem né, como você disse eu sou tudo isso, mas acho que… Ainda não apareceu a pessoa certa - Deixou os ombros caírem, mas logo abriu um sorriso - Vai acontecer em algum momento!

- Certo, eu sei, bem… Não é como se todo esse tempo ninguém tivesse falado comigo interessado em mim, mas eu sabia que minha cabeça só estava em Sasuke. Então, eu tenho certeza que muitos vem até você, mas não tem ninguém que mexe um pouco com esse coração? - Sakura parou fazendo suspense - Aquela batida diferente, um tipo de interesse especial… - Tentava cutucar.

- Já houveram, mas acho que só me interesso pelos caras errados... - Ino disse suspirando e fazendo cara de desgosto.

- Vai ver apenas foi do jeito errado… Vai por mim, de cara errado eu entendo - Ino balançou a cabeça positivamente - Mas, no fim, era o certo, apenas as coisas tinham que acontecer do jeito certo. Talvez não seja isso que falta? - É sério mesmo que estava tentando ajudar o Sai? Sakura pensou consigo mesma. Ele era esquisito DEMAIS, mas seu sexto sentido de cupido lhe alertava que deveria fazer algo com aqueles dois, parecia certo de um jeito estranhamente assustador. - O que você sonha Ino? O que procura como companheiro?

Ino fez um bico pensativa olhando para o lado.

- Acho que eu sou boba a ponto de querer um príncipe encantado. Um cara gatinho que reunisse qualidades que toda garota quer, que tentasse me agradar e me fizesse sentir uma rainha! - Olhou para Sakura como se segredasse algo - Sabe, esse novo negócio de dorama que tem passado na TV não tá fazendo bem pra mim nesse sentido. - Fazia um gesto de negação com a cabeça. - Mas, eu sou uma contradição, acabo gostando de cada coisa estranha… E mal educada!

Só faltava o nome de Sai aparecer na testa da loira.

- Mas, eu até cheguei a conhecer um príncipe encantado… - Deu um sorrisinho de canto sacana - Mágico, totalmente mágico, do tipo que você não tem reação e se sente a garota mais sortuda do mundo. Lindo de morrer, charmoso… - Suspirou sorrindo largamente - Aquele cara que você pensa que nem existe, mas no fim... - Os ombros dela caíram de novo - Depois de toda a euforia, eu não senti… - Gesticulou com as mãos como se tentasse pegar uma bola no ar - Sabe?

- O cara que a gente merece, nunca é o que a gente quer…

- Algo assim…

- E quem é esse? - Perguntou curiosa.

- Um carinha aí… - Morreria, mas guardaria esse segredinho doce até mesmo de Sakura. Era aquele fato que lhe fazia dar um sorrisinho sozinha, apesar de saber que ele não era O cara, aquela experiência lhe fazia bem - Ai eu sou deprimente... Mas se bem que você é uma contradição nesse papo de merecimento também, porque o Sasuke-kun é o tipo que ninguém merece e ao mesmo tempo todo mundo deveria ter um exemplar em casa.

- Ino!

- Só disse verdades, aceita testuda eu e meio mundo shinobi, se não mais, achamos o Sasuke terrivelmente gato! - Sakura revirou os olhos - Você sabe disso! Menina, desde que a esposa do Hokage-sama conheceu o Sasuke ela deixou bem claro para os quatro cantos que ele estava de parabéns. Todo mundo sabe.

- Kakashi-sensei não fica chateado? - Sakura sentia ciúmes de toda essa fama que perseguia Sasuke, mas ao mesmo tempo dava orgulhinho. Quem esteve fazendo aquilo ontem com ele?

“AI MEU DEUS ATÉ EU TO CORADA FEITO BOBA”

- Ele não liga, ela é louca e adorável. - Deu de ombros - Todo mundo gosta dela e sabe que ela fica de quatro pelo “maridão”… Figurativamente ou não… - Sakura corou arregalando os olhos - Falando nisso, você experimentou assim?

- Ino!

Kakashi juntou as mãos sobre a mesa entrelaçando os dedos, olhando sério para Sasuke.

- Eu nunca gostei de me meter nos seus assuntos, na verdade só quis fazer algo quando percebi que estava se jogando no lixo, mesmo quando percebi que não queria sair de lá eu não tentei me intrometer tanto em suas decisões, mas eu preciso dizer algo agora:

- Você está sendo um grande filho da puta - Naruto completo muito irritado sem avisar.

- Não era isso que eu ia dizer, mas serve.

- Vocês não podem entender. - Sasuke estava parado muito calmo com Naruto ao seu lado de braços cruzados.

- Ninguém nunca entende Sasuke! Porque só você consegue ser idiota assim! - Naruto jogou os braços pro ar - E olha que de ser idiota eu entendo muito bem! Caramba! Você está bem com a Sakura-chan! Está tudo extremamente bem! Por que você precisa arranjar uma desculpa pra estragar isso?!

- Naruto…

- Eu sei muito bem que as coisas não foram fáceis até aqui, está tão acostumado com o jeito difícil que não consegue ficar em paz?!

- Naruto tem razão Sasuke.

- Inferno! - O loiro gritou.

- Eu não consigo ver nenhuma razão para isso, é tudo devido a uma simples inquietação em seu coração provavelmente por achar errado estar bem depois de tudo o que Itachi fez não é?

Sasuke ficou em silêncio, era isso mesmo.

- Sasuke, como meu aluno, saiba que eu amo muito vocês três e quero vê-los bem. - Era surpreendente ver Kakashi falando assim, ele se recostou colocando as mãos sobre os apoios da cadeira - Eu sempre quis que vocês seguissem os caminhos que achavam que deveriam e agora não será diferente.

- Kakashi-sensei! - O Hokage fez sinal para que Naruto esperasse.

- Eu apenas posso falar, como tentei nas outras vezes. Sou contra essa decisão e digo que é sufocante ver você fazendo isso consigo mesmo. Só queria te ver bem garoto, Itachi muito mais do que eu, ele não teve as oportunidades que você tem e terá, mas se quer cumprir a vontade de seu irmão seja feliz, entendeu? Feliz.

- Obrigado Kakashi - O Uchiha agradeceu - Eu pretendo ser feliz, eu não vou me privar disso, sei que Itachi queria isso, mas eu preciso proteger o esforço dele.

- Apenas não esqueça de si mesmo.

- Não vou esquecer. - Olhou de esguelha para Naruto e viu sua face furiosa.

...

Quando terminou o expediente Ino e Sakura saíram juntas e resolveram que deviam ir até uma loja de bolos que ficava no caminho da casa da loira.

“Tudo certo?” - Sakura enviou uma mensagem de texto para Sasuke naquele momento. Havia saído de manhã cedo naquele dia e deixado ele dormindo em sua cama, uma bela visão diga-se de passagem. Haviam se passado três dias e não tinha tido a oportunidade de vê-lo, pois ocupou-se com um plantão, teve que dormir feito pedra depois disso e alguns assuntos urgentes de sua clínica surgiram para ocuparem um pouco mais o seu tempo. naquele dia, logo cedo, ele enviou uma mensagem perguntando se estava mesmo tudo bem com ela, Sakura adorou a demonstração de preocupação do namorado e entrou em pânico quando viu uma mensagem da mãe dizendo que esperaria os dois em três dias sem falta, pois já sabia que Sasuke estava em Konoha. Não teve alternativa a não ser avisá-lo daquele jeito mesmo…

Estranhou ele estar calado demais nesse período, isso quer dizer não enviando mensagens. Dava respostas curtas, somente o necessário. Ficou preocupada no primeiro dia, não parava de olhar para o celular, ainda mais depois do que havia acontecido entre os dois. Ficou com muito medo de ter sido tudo uma ilusão feita por ele, um mero teatro, ficou com medo de se machucar, mas não era possível! Ele tinha dito…! Fez um teste.

Chegou em casa após o plantão, mesmo morta de cansada ligou para ele, o pôr-do-sol estava no fim.

- “Oi, dia cansativo…”

- “Espera” - A voz dele não parecia muito próxima, aguardou alguns segundos - “Estava com essa porcaria de cabeça pra baixo, o que disse?”

Sakura deu uma risada, mas se conteve, ele ficaria chateado de parecer bobo.

- “Disse que meu dia foi cansativo, você não se acostuma mesmo com o celular não é?”

- “É uma droga, Naruto não para de me ligar.” - Ele não mencionou que para gritar e brigar muito sobre a possível saída dele da vila.

- “Hum… E-eu estou com saudade” - Sakura arriscou fazendo uma careta esperando pela resposta. Ouviu ele soltar o ar com força, estava enjoado daquele papo?

- “Eu também.”

Sorriu mordendo os lábios ao ouvir aquilo, um frio na barriga mais forte lhe assolava quando pensava nele ultimamente, fora isso uma certa sensação de excitação mais em baixo. Esse rapaz estava acabando com os seus sentidos! Aquela fala dele fez com que seu corpo relaxasse, pronto para hibernar após tantas horas de trabalho.

- “Não esquece do jantar com meus pais” - Bocejou sentindo que merecia o descanso dos anjos - “Amanhã a noite.” - Ai, aquilo seria uma dor de cabeça.

- “Não esqueci, irei para sua casa mais cedo antes disso.” - Precisava falar com ela.

- “Te vejo depois do trabalho então amanhã!” - Bocejou mais uma vez - “Boa noite Sasuke-kun”.

- “Ok”.

- “Boa noite… Amo você.”

- “Boa noite...”

A chamada acabou e ela se sentiu boba, ele não disse “também”, ok, não podia ficar exigindo esse tipo de coisa fofa de Sasuke o tempo todo. Aquele jeito reservado dele tinha lá seu charme…

Príí

Lembrava bem de descer o olhar para a tela e ler: “Você sabe.”

- Pirou Sakura? - Quando ouviu a voz de Ino se deu conta que estava rindo à toa na rua e as pessoas a olhavam com estranheza.

Limpou a garganta e fez um bico tentando conter o sorriso olhando para os lados, ia tentar falar sobre alguma outra coisa quando algumas pessoas mais a frente no meio do rua pareciam animadas com alguma coisa. - O que está acontecendo? - Passaram um pouco da loja de bolos para ver e foram surpreendidas por uma fera do tamanho de um cavalo em tons de preto e branco que na verdade era uma arte. - Sai deve estar por aqui! - Sakura disse sorrindo olhando ao redor sem parecer tendenciosa.

- Vamos logo comprar os bolos e ir embora - Disse Ino revirando os olhos tentando levar Sakura dali.

- Olha! - A rosada chamou a atenção.

As feras estavam fazendo um espécie de show para os moradores. Algumas crianças, quando aproximavam-se, ficavam com medo, mas logo em seguida já se metiam por entre os animais de tinta sem se importar com seus rugidos. Eles corriam pela rua, por entre as crianças numa espécie de pega-pega, mas em algum momento pararam e saltaram para cima dos detalhes solenemente. Todos parados em poses majestosas atraindo o olhar de todos para o alto, o pôr-do-sol dava os tons de cores que faltavam nas “peles” deles. As pessoas começaram a gritar batendo palmas e logo em seguida as feras começaram a pular de formas diferentes, às vezes explodiam no ar como fogos de artifício espirrando tinta nas crianças que ficavam loucas morrendo de rir e brincavam de correr sem ser atingidas, alguns colidiam, fazendo um espetáculo simples que movimentava o fim de tarde de quem estava por ali.

- Ele está fazendo uma sujeira - Ino cruzou os braços fazendo careta olhando pra cima - Será que vai limpar depois?

- Acho que não, veja... A tinta está sumindo em seguida - Sakura riu.

Atrás delas, as pessoas começaram a exclamar surpresas, ao olharem para trás uma ave de tinta vinha em voo rasante com velocidade. Deram um passo para o lado para desviar, mas ela ajustou a direção e com a cabeça jogou Ino para o ar aparando-a em seguida em seu dorso.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah… - Sakura ouviu ao longe o berro da amiga que se distanciava.

- Meu Deus Sai o que você tá fazendo? - Levou a mão à boca. Logo, pode ver uma outra ave voando em paralelo a que Ino estava, mas abaixo dela com Sai claramente ali. - Espero que não faça besteira.

Não dava, por mais que aquele encontro tivesse a intenção de ser breve apenas para que fossem juntos para a casa dos pais de Sakura, qualquer toque da pele dos dois causava um choque atrativo impossível de resistir. Ao mesmo tempo que toda hora pensava se estariam atrasados não conseguia simplesmente parar de beijar Sasuke quando estava tão bom estar com ele em uma posição nada convencional no sofá. Mais precisamente, com ele deitado sobre ela acariciando cada pedaço de seu corpo, as coisas estavam muito quentes, sua intimidade parecia clamar por ele, por tentar mais uma vez “aquela coisa” e ver se não poderia ser na verdade muito bom apesar do receio de que a dor se repetisse.

Ofegava enquanto ele explorava seu pescoço, os dedos de Sakura estavam cravados por entre os fios tão negros e malditamente charmosos dele. Puxou-os de leve controlando-se para não ser forte demais e arrancar o couro cabeludo dele fora, soltava o ar com gemidos pela tortura do caminho de fogo que a língua dele fazia em sua pele. Além disso a proximidade, até mesmo o peso de seu corpo sobre si era tentadora demais, lembrava muito bem das formas de Sasuke sem roupa e não havia o que pudesse ser reclamado. às vezes, inconscientemente, ou não, levantava seu corpo imprensando-se contra ele numa busca muda pelo prazer que tinha a esperança que poderia ser maior do que o amasso apaixonado que se davam agora.

Pensando bem, ela não queria parar… Poderiam agora não é? Droga, mas não tinha se prevenido para hoje… ah mas que se danasse! Poderia tomar outra pílula, tinha ficado com uma cartela depois da última vez, ficaria tudo bem.

- Sakura - Ele havia parado, deu um um último selinho na pele exposta - Tenho que sair da vila. - Acomodou-se na curva de seu pescoço sentindo-se um grande cara de pau.

- Ah… De novo? - Ela disse com tranquilidade - Eu ficarei com muitas saudades… - A voz dela ficou mais baixa - Acho que… Você poderia me deixar… Er… Com algumas lembranças… A-té você voltar - A mão dela desceu de seus cabelos para seu rosto fazendo carinho manhosa.

- Não sei quando irei voltar.

Ela ficou em silêncio, já tinha passado por isso vezes demais para que não entendesse o que ele estava querendo dizer.

- O que quer dizer Sasuke?! - Ela buscou se sentar e acabou fazendo ele sair de cima dela também. Sasuke ficou de joelhos de pernas abertas, uma em cada lado de Sakura olhando nos olhos verdes da garota com seriedade.

- Preciso voltar a viajar e proteger tudo o que Itachi fez. Nessa última missão eu percebi que existe algo muito errado, o qual eu preciso investigar. - Parou olhando para a face perplexa dela, mas não vacilava nem por um segundo - Eu não posso mais ficar aqui.

Ela ficou em silêncio de boca aberta e olhos arregalados. Olhou para baixo de cenho franzido, as mãos que lhe apoiavam sobre o sofá se fecharam com força, o fogo que antes era de desejo foi substituído pela raiva, decepção, traição. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo!

Sakura se moveu rapidamente, não o suficiente para que ele não conseguisse se desviar, mas ele apenas ficou parado, merecia aquilo. O soco foi forte a ponto de fazer o som surdo de pele contra pele, ossos contra ossos. Sasuke teve o rosto virado para o lado devido a força e logo uma dor conhecida lhe fez tomar conhecimento de que seu nariz iria sangrar em alguns segundos. Ele sabia que ela poderia bater com muito mais força do que aquilo e causar muito mais estrago, mas estava apenas descontando sua frustração, não queria matá-lo, afinal o amava, assim como, ele a amava. O ponto do soco doía, mas não mais do que seu interior passava a doer agora.

Voltou a olhar para ela lentamente, com as duas mãos sobre o rosto, de cabeça baixa com os fios rosas caindo um pouco em seu rosto sem emitir nenhum som. Não disse nada. Saiu da posição em que estava para sair mais de cima dela sem tirar os olhos de Sakura, ela continuava parada com as mãos no rosto, não havia som algum e isso perturbava Sasuke, imaginava que ela estava tentando segurar o choro para não fazer nem um “show”. Tudo bem que ele não precisava vê-la chorando, pensava enquanto sentava sobre a mesinha de centro para continuar olhando para ela, lágrimas caindo do rosto de Sakura era algo que ele já vira vezes demais, sempre com a terrível expressão de sofrimento que era a “melhor” forma de ter uma noção da dor que sempre lhe causara. Mais uma vez estava lhe enfiando uma espada invisível, mas agora as coisas eram diferentes, demais.

Na primeira vez que saiu de Konoha não esperava encontrar ninguém, não queria dificuldades no processo de arrancamento de esparadrapo, tinha que ser rápido e indolor. Mas, quando ela apareceu sabia que ela tentaria impedir e que aquilo seria mais difícil do que esperava, mesmo assim, era isso mesmo que ele queria, pedidos de “não me deixe”, “fique conosco”, “vai ser divertido”. Embora fosse um momento de partida gostou de se sentir querido. Na segunda vez, Ela repetiu o surpreendente pedido da primeira oportunidade: “Me deixe ir com você”, sendo franco, era isso mesmo que ele queria ouvir. Iria sim e sabia que ela não devia ir com ele, mas desde que as horas de despedida aos portões da vila com o time 7 se aproximavam, lá no fundo já esperava ouvir isso mais uma vez e, agora, era o que estava aguardando mais uma vez.

As coisas não eram mais as mesmas entre eles, aquele soco mostrou o tamanho da mudança que havia ocorrido, mas ainda assim, o sentimento dela não era o mesmo desde aquele tempo? Dessa vez… Dessa vez… Não deixaria ela para trás.

“Por favor Sakura, não desista de mim só mais essa vez” - Pensava se sentindo idiota, mas não conseguia dizer isso - “Venha comigo” - Mas não seria egoísta e cheio de si a esse ponto. Os pensamentos que ainda esperavam por ela mais uma vez pedir para ir junto eram muito autoconfiantes, mas com a razão sabia que Sakura tinha construído muita coisa enquanto ele estava fora e seria muita maldade chegar e simplesmente tirá-la de tudo isso. Apertou os olhos ao sentir a primeira pontada de dor de cabeça.

- Sakura…

- Vai embora.

Sasuke ficou em silêncio olhando para ela que permanecia naquela mesma posição. A voz dela não tremia.

- Vá embora - Ela ergueu a cabeça, não havia nenhum vestígio de lágrima em seu rosto e nem vermelhidão em seus olhos. Sakura não gritava, mas falava com autoridade. - Faça o que quiser.

Apesar da calma que ela falava que poderia levar uma pessoa que entende as coisas ao pé da letra a pensar que estava tudo bem, bastava viajar, pois ela o esperaria, também, estava claro o que aquele tom de voz queria dizer. Foi um pouco assustador, pois ele só via raiva nos olhos da rosada. Entendia muito bem o que estava acontecendo, era muito amor, amor demais, anos de amor incondicional, amor nunca antes correspondido no qual apesar de ansiar ela não depositava esperanças que agora se convertia em raiva…

Sasuke se levantou bem devagar, esperava que ela agarrasse algum pedaço de sua roupa e o impedisse. Deu um passo, outro passo… Colocou a mão na maçaneta e parou.

Que MERDA estava fazendo?

Apertou o metal da porta ao mesmo tempo que seus olhos, havia dito através de Naruto em uma conversa com ela que queria ficar… Queria mesmo! Queria desesperadamente, queria estar com ela construir uma família, sentir todo aquele calor, todo aquele conforto, carinho, companhia… Mas… Por que tinha algo lhe matando por dentro que não permitia que ele seguisse em frente dessa forma, apesar de ter mudado, ainda era aquela pessoa que fazia o que tinha que fazer. Antes era mais fácil, não dava a mínima para os sentimentos dos outros e nem para os próprios, agora tinha o peso dos dois em seu peito.

Uma última vez não daria a mínima e seria egoísta.

Assim que o som da porta se fechando soou e decretou o silêncio naquele apartamento o ar de Sakura praticamente sumiu. Ela prendia a respiração prometendo para si mesma que não choraria, na verdade já tinha feito essa promessa, não quebraria, não choraria por ele! Ele conseguia ser mais desgraçado do que ela poderia imaginar! Havia lhe usado, se satisfeito e agora iria sumir mais uma vez, ele ainda a via como uma garotinha idiota apaixonada por ele! Queria um pouco de conforto e falou uma cachoeira de falsidades…

Abriu a boca tentando conseguir algum ar enquanto sua cabeça latejava pelo choro contido.

A leve ardência em sua intimidade lhe lembrava de alguns dias atrás… Como ele podia dizer que iria se entregar totalmente? Deixar seus sentimentos lhe dominarem e de repente…

O corpo de Sakura desfalecia, não aguentava pensar, doía demais, mas se negava a chorar. Sua visão periférica estava escurecida, não tinha coragem de se levantar, sabia que poderia não ter forças e acabaria caindo. Massageou a testa sentindo sua mente vazia, estava em pane, estava tudo entrando em colapso. Franzia seu rosto de todas as formas possíveis nesse movimento, um certo calor em seu pescoço indicava que sua musculatura estava ficando cada vez mais endurecida devido ao abalo de seu emocional…

Depois de alguns minutos seus glúteos já doíam já que ela não vai se mexido um só centímetro de onde estava sentada. O endurecimento de seu pescoço iniciou um pequena dor que começava a subir para sua cabeça, somando-se a dor em seus olhos pela pressão do choro ainda sob controle. Estava parada com a mão na testa e os dedos entre seus cabelos segurando a franja para trás, o cotovelo apoiado no joelho erguido e olhos cansados sem uma direção exata. Estava tudo vazio, o apartamento, ela mesma, começou sentindo raiva, mas agora não conseguia sentir absolutamente nada. Esse seria o período que o corpo ainda não conseguiu entender uma grande decepção? Não seria possível, pois ela estava muito ciente de tudo aquilo, estava sendo muito clara a situação, não havia nenhuma confusão e nem mesmo ele havia dito algo que pudesse ser entendido com duplo sentido. Até mesmo aquela velha voz que lhe fazia ter os pensamentos mais loucos estava em silêncio.

Ótimo - Foi o que conseguiu pensar quando começou a ouvir os primeiros baques de gotas de chuva na varanda da sala. Não iria levantar para fechar janela alguma, que molhasse tudo, que se dane…

Uma presença esmagadora surgiu em sua varanda antes que a chuva passasse a cair efetivamente lá fora, aquele velho alerta interno soou fazendo com que erguesse a cabeça naquela direção com velocidade. O mundo girou de leve, mas nada que uns segundos parada e umas piscadas não resolvessem. Era impossível de confundir, mas ainda assim o surgimento repentino lhe fez tomar um susto logo de cara.

- O que está fazendo aqui? Eu disse pra ir embora - Falou muito fraco sem emoção alguma.

- Eu não posso te deixar mais uma vez.

A pressão sanguínea já subia novamente, o coração de Sakura batia forte demais, estava muito nervosa com a presença dele ali, em um misto de sentimentos de raiva e desespero. sua cabeça estava prestes a explodir. Fechou os olhos voltando a apoiar a testa na mão - Por favor - Falava muito fraco, muito baixo - Vá embora… Por favor, não me faça passar por isso mais uma vez, não seja tão desprezível assim… Apenas me deixe, apenas vá embora.

- Eu não posso.

Ela bufou rindo.

- Claro que pode.

- Dessa vez sou incapaz de deixar tudo para trás, eu não sou mais aquela pessoa.

Sakura passou a mão em seu rosto exausta e olhou para ele - Então vai ficar?

- Não.

Ela fechou a mão em punho apoiada sobre o joelho com ela sobre a boca o olhando entediada.

- Então o que pretende fazer Sasuke?

Sem o “kun” Sasuke notou - Temos um jantar com seus pais…

- Agora você quer ignorar os seus planos como tem feito todo esse tempo e “aproveitar o momento”? Eu não sou um brinquedo…

Sasuke se aproximou e flexionou o joelho ao seu lado para que ficasse da sua altura.

- Eu preciso ir, mas não posso te deixar, sabe qual a solução para isso? - Ela arrastou os olhos verdes até ele com um desprezo que ele não poderia suportar por muito tempo. - Nós vamos até a casa de seus pais agora - Começou pausadamente olhando fixamente para ela - Eu irei pedir a ele que permita que você se case comigo... - Disse sem alterar a voz, mas alterando completamente os sentidos da ouvinte - Prepararemos um pequeno casamento, sairemos da vila nós dois… - Aproximou-se um pouco mais ao ver brotar as pequenas gotas de lágrimas nos cantos dos olhos de Sakura e encostou a testa na dela pondo uma mecha de seus cabelos rosas para trás - E eu proíbo você de dizer que eu não perguntei se você quer, porque eu simplesmente não posso aguentar um não como resposta.


Notas Finais


Dá muito medo finalizar uma fic...

Espero que estejam gostando. (Acho que ainda haverão dois caps) qualquer coisa além dos comentários aqui já sabem onde me achar...

https://www.facebook.com/kjunn/


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