História Ignore. - Sábado à tarde.

É Sábado à tarde e sabe o que eu estou fazendo?
Isso mesmo, testes de facebook.
"Qual o significado do seu nome?"
"Qual será sua profissão?"
"Quão bocó você é por fazer esses testes?"
A única coisa que vem a minha mente é:
Eu podia estar fazendo qualquer coisa com você, mas não.
Eu podia estar simplesmente batendo um papo aleatório com você, eu podia estar te perguntando qual o número do teu calçado que eu sempre quis saber, mas nunca perguntei. Ou nós poderíamos estar aqui em casa, comendo salgadinho e tomando refrigerante e se beijando, mesmo tendo marcado de ver um filme, tomando café com bolacha. Poderíamos estar andando por aí na nossa cidade sem graça, pulando os quadrados vermelhos da calçada, ou brincando de quem pisar na linha morre. Poderíamos estar juntos abraçadinhos e dizendo o quanto odiamos a merda do frio, como fazíamos toda vez que era frio e estávamos juntos. Podíamos simplesmente sentar e nos encarar por tempo indeterminado porque era incrivelmente bom olhar os teus olhos lindos sem parar. Eu podia morder sua boca, e você ia sorrir, porque você sempre sorria quando eu fazia isso. Eu poderia estar te contando uma piada ruim e fazendo você rir só pra eu não morrer de vergonha. Poderia tanta coisa...
Mas não, eu estou aqui sentada, ora escrevendo sobre você, ora fazendo testes de facebook.
E eu queria um cigarro, o seu cigarro, aquele azul.
E eu queria sua mão sempre gelada. E sua chatice irremediável.
"Qual será a cor da sua alma?"
A minha é vermelha. E a sua? Aposto que é azul, assim como o cigarro, o céu, a mesmice, e a tristeza.