História Ignore. - Ingratidão.

Hoje foi um dia péssimo, como todos os outros. Eu fiquei sozinha a maior parte do tempo, e quando não estava sozinha eu estava me sentindo sozinha. Eu só queria minha vida normal de volta, só queria não me preocupar tanto em ser perfeita. Eu queria que as coisas não fossem tão difíceis e eu queria que meu pai não me chamasse de ingrata e gritasse comigo. E eu queria que a escola simplesmente desaparecesse por uns dias, e eu queria ser apenas normal de novo. Sem toda essa pressão, essa tristeza, essa porra dessa solidão. Eu queria que a vida parasse, que o relógio retrocedesse pra quando eu era uma idiota cuja única preocupação era sair no final de semana.
Porra... O que eu fiz comigo? O que eu estou fazendo?
Debaixo do cobertor, chorando, fingindo que o mundo lá fora não existe. Isso não vai me levar à lugar algum. Mas todos os caminhos agora não levam à lugar algum. E é tudo tão inútil e frágil, e falso. Tudo. Às vezes eu só quero morrer. Eu sei que passa, mas é tão doloroso essa merda toda.
Argh... Eu quero a minha mãe...
Eu sei, eu já sou bem grandinha, mas eu quero a minha mãe.
E eu quero sair daqui, sair de mim. Eu nem sei mais se sou eu. Depois de tudo o que aconteceu. Depois de tudo mudar drasticamente, da única família que eu tinha se desintegrar num passe de mágica, depois de todas as merdas que eu falei e ouvi, eu ainda tô aqui. Procurando alguém, alguma coisa concreta. E todo mundo é tão sozinho...
Tão sozinho. E parece que nunca vai ter fim.