História Ignore. - Gosto de nós dois.

Eu gosto da gente, sabe?

Gosto da ideia de nós dois.

Gosto de nós dois no ato, na prática.

Gosto de nósdois assim, juntinhos.

E se for errado, que se dane. É pra ser assim mesmo. Dá um charme. Uma humanidade.

Gosto de nós dois deitados, enrolados, uma confusão de braços e pernas, e mãos e dedos, e cabelos, e nariz encostado um no outro. Você fecha os olhos, e eu abro os meus, porque gosto de aproveitar o momento, aproveitar a gente.

Gosto de nós dois rindo, andando, parados, rindo um da cara do outro, rindo da gente, gosto disso, essa coisa de misturar as risadas, misturar tanto que não dá mais pra saber de quem é quem.

Gosto dos carinhos de nós dois, dos dedinhos enroscando nos cachos, dos meus que escorregam pelas ondas dos seus como a luz do sol escorrega pelos furinhos da peneira.

Gosto dos dois pares de meia.

Gosto dos sorrisos espontâneos, gosto das vozes. Dos sussurros que me dão arrepios, no corpo, na alma.

Gosto das músicas, cantadas desafinadas por você.

Gosto da calmaria, da tensão, do não-saber, da certeza, dos olhos, dos braços, da barriga, do pescoço marcado. Dos corações marcados.

Gosto dos jogos, das brincadeiras, dos xingamentos carinhosos, dos elogios, do afeto, da paciência.

Dos diálogos ridículos, dos sérios, dos banais.

Dos abraços. De juntar os corpos, de ficar ali. De ouvir seu coração, de saber que você pode escutar o meu.

Que pula, dança, grita "eu gosto daqui, eu gosto de nós dois".

Eu gosto de você.