História Ignore. - Fervente.

"Tu é quente" você repete pra mim "fervente, eu amo isso em você". Eu amo tudo em você, quero responder. Quero responder com um beijo, quero responder ficando ali, contigo, pra sempre. Não era um lugar bonito, poético, digno de ser lembrado e visitado. Era patrimônio público, estava cheio, as pessoas olhavam e tenho certeza que em suas mentes diziam "anda, que estão esperando? Se beijem logo" porque estávamos perto, tão perto um do outro, não só fisicamente. Eu te fiz prometer que tentaria permanecer. Você não cansa de repetir que na sua vida a morte é a melhor opção. Mas não, você me prometeu que tentaria, naquele dia, que estava meio frio e eu andava de shorts ao seu lado. Você beijou meu ombro e minha bochecha repetidas vezes, não sei bem porquê, talvez porquê esperasse que quando abrisse os olhos no meu lugar, ela estaria. Mas eu não sou ela, me perdoe, me perdoe por favor por não poder ser mais do que eu mesma. Seus olhos estavam tristes e eu queria poder me fundir à você e só te dar bons pensamentos naquela hora. Você é tão incrível e não vê isso. Simplesmente não aceita, "eu sou um lixo" repete. Não, você não é. É tudo o que eu consigo dizer de volta, porque minhas mãos tremem e meu rosto está todo vermelho. Você comenta sobre isso, e ri. Mas por tudo que é mais sagrado no mundo, o seu sorriso me salva de tanto escuro e você nem faz ideia. Quando eu precisei me separar de você, ficou repentinamente frio, é o que acontece. Era nosso calor dando a impressão errada sobre o clima. Você me agradeceu, eu queria te dar um tapa e dizer "não há porquê agradecer", mas você continuou a crer nisso, e disse que nada que eu dissesse te faria mudar de ideia. Eu entrei no ônibus e você continuou lá sentado, esperando sabe Deus o quê. Mandou mensagem, e eu respondi que te amava. Te olhei através do vidro e algo em mim se esticou, e repeliu se rebelando contra a ordem natural da despedida. Não sei se foi assim em você também, mas seus olhos estavam pregados nos meus. Sua mão tímida acenou um "até logo". Alguns dias depois você ainda me diz "preciso do seu calor, preciso do calor da minha Mabel". E eu preciso do teu abraço, garoto, como preciso. Me lembro que havia te perguntado, enquanto respirava o seu perfume, se o veria novamente logo, você disse que sim, era o que esperava. E eu estou esperando até agora ansiosamente.