História I'll Find You - I'll Find You.

    Maggie observava seus dois meninos murmurando palavras que ela não conseguia compreender. Tudo o que escutava era o som não nítido dos murmúrios em meio a risadas abafadas do pequenino e do mais velho, que, de repente, apontou para ela e ambos puseram-se a gargalhar.

    Vendo a cena, ela ergueu as sobrancelhas de maneira curiosa. Não sabia exatamente o por que deles estarem rindo, mas, naquele momento, teve certeza de que ela era o motivo das gargalhadas incompreendidas.

    Ameaçou falar algo, entreabrindo os lábios por vez ou outra, mas não fazia ideia do motivo principal das risadas. Ao voltar o seu olhar para o mais novo, ela fez uma careta, fazendo com que o pequenino, que a pouco havia se recuperado da crise de risos, caísse na gargalhada novamente.

    Glenn, observando a reação da esposa, pôs-se a rir junto do filho, de modo que os três continuaram a dar risadas juntos, de forma descontraída.

    Ela tinha certeza de que não se sentia assim há um bom tempo, como se um peso excessivo tivesse saído de seus ombros, junto com uma grande responsabilidade. Então, ela suspirou, aliviando-se de todas aquelas sensações e tensões. E, depois, todos ficaram em silêncio novamente, encarando uns aos outros em meio àquela quietude tão relaxante.

    De repente, Glenn deu uma piscadela. Maggie, por sua vez, adotou uma feição confusa, como se buscasse entender o que ele estava querendo dizer com aquele sinal. Repentinamente, ele começou a fazer cócegas na pequenina criança sentada em seu colo e, tanto ele, quanto seu pequenino, começaram a rir novamente.

    Maggie amava ouvir aquelas risadas tão carinhosas e espontâneas, fruto de um momento simples, mas, ao mesmo tempo, significativo. Aquilo a encantava e a fazia se sentir feliz envolta a própria família que construíra. Mas, então, ela se deu conta. Onde estava seu pai? E sua irmã? Eles gostariam de estar ali com eles, compartilhando daquele momento caloroso e repleto da mais pura alegria.

    Seu coração, subitamente, se apertou. Lembrou-se do mundo caótico no qual estava vivendo, em que cada dia de vida era um verdadeiro milagre.

    Desesperadamente, como se toda a realidade pesasse de uma só vez sobre si, ela voltou o seu olhar para Glenn, encarando-o. E, então, com um sorriso suave e ameno presente em seu rosto, acompanhado de um olhar sereno, ele movimentou os lábios em busca de proferir algumas palavras. De fato, ele não emitiu nenhum som, mas ela compreendeu com perfeição e exatidão suas palavras.

    "Eu amo vocês."

    Repentinamente, ela acordou e, em questão de segundos, lembrou-se da realidade cruel que a cercava. Estava sozinha novamente. Ou quase isso. Tudo o que lhe restava naquele mundo era o seu filho, que nem sequer tinha nascido ainda, mas pelo qual já nutria um grande amor.

    Enquanto reorganizava os próprios pensamentos, sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Era apenas um sonho, que, momentaneamente, lhe pareceu a mais feliz das realidades. Mais uma vez, sentiu o peso sobre seus ombros, vindo daquela realidade brutal. Contudo, de alguma forma, se sentiu acolhida por aquela imagem idealizada que lhe ocorrera. Ela preferia acreditar que aquela era a forma dele de estar com ela. Talvez aquele sonho tenha sido mais do que sua imaginação lhe pregando peças. Talvez aquela tenha sido a forma que ele achou de encontrá-la.