História I'll hold your hand II - Encontro

[…]

TaeJoon revirou os olhos e rapidamente tirou o celular do bolso, ao senti-lo vibrar. 
“–Appa?–”
“–Estou ligando pra avisar que busquei JiMin na escolinha, me ligaram para dizer que a febre tinha voltado. Estou indo com ela pra casa, não se preocupe que cuidarei dela.–”
“–Tá bem, qualquer coisa me liga de novo.–”

E então Oh SeHun preencheu a mente do garoto, a ficha do convite ainda estava caindo. Por que alguém como Oh SeHun teria interesse em alguém como ele? E esse interesse ainda se seguiria mesmo depois de saber da existência de JiMin? Era muito improvável..quase impossível.

[…]

–O que acha disso, Shin?– Estavam os dois conversando no quarto de TaeJoon, era fim da tarde, era seu dia de folga, JiMin estava brincando sentada no meio deles. 
–Não sei..– O amigo apoiou o queixo em uma das mãos.–Você quer ir?–
–Não estou com muita cabeça pra relacionamentos..–
–Não foi isso o que eu perguntei.–
–Mesmo que eu quisesse, não teria como deixar JiMin.–
–Eu cuido dela se você quiser ir.– ShinWoo sorriu amarelo, acariciando os fios negros da pequena. 
–Por que está incentivando isso?–
–Porque é novidade, oras. Talvez possam acontecer coisas boas.–
–Ah, Shin…– TaeJoon suspirou apertando o próprio cenho.
–Yah! Para de ficar se lamentando, está pior que eu.–
–Então façamos assim, se eu for me encontrar com SeHun, você se confessa para DongHae quando ele voltar.– O moreninho sorriu amarelo ao lançar a proposta ao amigo, sabia que Shin recusaria.
–Epa, epa, epa. Como eu fui parar nessa história?–
–É pegar ou largar.–
–M-mas..–
–É pegar ou largar, ShinWoo!–
–Aish! Ta bem..– Murmurou. 
–SÉRIO??–
–Sim.–
–Uau…estou pasmo. Acredita no que o tio Shin disse, JiMinnie?– Perguntou retórico, já que a pequena não poderia responder.

[…] ~sábado - 18:30

JongHyun e TaeMin também sairiam naquela noite, como JongHyun ainda não sabia desse encontro, TaeMin deu um jeito de tirá-lo de casa, matando dois coelhos numa paulada só, JongTae não tinham um encontro há algum tempo. 

TaeJoon estava começando a se arrepender de ter cogitado ir à esse encontro, aquilo certamente era errado, ele não estava interessado, não seria justo com SeHun. Além disso, a pequena ainda estava doente, o que o deixava preocupado, mesmo que Shin fosse tomar conta dela. 
–Shin, pelo amor de Kami, me liga se acontecer alguma coisa.–
–Tá.–
–Eu deixei duas mamadeiras prontas.–
–Tá.–
–O pijama está separado em cima da cama.–
–Tá…–
–Se ela chorar, só coloca um desenho pra ela assistir. E se ela fizer cocô, tem tudo na porta direita do guarda-roupas.–
–Araseooo.– ShinWoo revirou os olhos, entediado. 

TaeJoon pegou a pequena no colo, tocando o nariz no dela e envolvendo seu corpo num abraço carinhoso. Era uma cena digna de lágrimas. O afeto claramente dominava a energia presente ali. 
–O umma volta logo, ouviu? Neomu sarangae.– Beijou-lhe a testa.

O táxi deixou o garoto em frente ao restaurante fino, o que fez TaeJoon hesitar novamente se deveria ir ou não, aquilo não era lugar para ele, algo com certeza estava errado.
Olhou para si mesmo dos pés à cabeça, não estava mal arrumado, pelo contrário, mas tudo o que conseguia pensar é: Isso não é lugar pra mim.
–Aish…por que eu fui concordar com isso?– Murmurou para si mesmo.

Só vinte minutos depois, TaeJoon decidiu ir logo. Chegou à recepção e uma moça bem vestida de terninho sorriu para ele de trás do balcão de madeira marrom e bem vernizada. 
–Boa noite, nome por favor.–
–Boa noite, meu nome é Kim TaeJoon… A mesa está em nome de Oh SeHun.–
–Por aqui, senhor Kim.–

TaeJoon assentiu e seguiu a moça até que ela parou ao lado de uma mesa, na qual SeHun já esperava, mas de costas para ele, bem vestido como sempre. 
Ele sorriu e se levantou, indicando a cadeira a frente, para que TaeJoon se sentasse. 
A moça fez uma reverência e se foi, quando um garçom tomou seu lugar. 

–Boa noite, sejam bem vindos. Posso trazer algo para vocês beberem?– 
–Você bebe, TaeJoon?– SeHun sorriu analisando o menu de bebidas. 
–Só água.– Disse seco. Mesmo que quisesse, TaeJoon não poderia beber, por causa de JiMin. 
–Só água? Não prefere ao menos suco ou refrigerante? Pode me trazer uma taça de vinho tinto, por favor, sem álcool, estou dirigindo.–
–Água está bom, obrigado.–

–Então com licença.–

–Você está muito bonito, TaeJoon.– SeHun sorriu tímido.–Fico feliz que tenha vindo. Gostou das flores?–
–São muito bonitas, senhor. Obrigado.–
–Yah, senhor não, por favor. Eu só tenho 24.–
–Oh, desculpe.– TaeJoon abaixou a cabeça, encarando as próprias mãos. 

O garçom voltou, deixando as bebidas sob a mesa, juntamente ao menu de refeições. 
–Está tudo bem, TaeJoon? Você parece desconfortável.– SeHun perguntou preocupado. 
–Sim, está tudo bem.–
–Pois então, conte-me como estão as coisas..na faculdade e tudo mais.–
–Um pouco exaustivo, entende?–
–Posso ver em seus olhos fundos…mas por que tão cansado? Seu curso é matutino, não? Key está explorando seu trabalho?– Ele sorriu em tom brincalhão. 
–Não, o tio Key é muito bom pra mim, bem mais do que mereço, inclusive acho que tenho muito mais privilégio comparado aos outros vendedores..– O garoto sorriu forçado ao se lembrar das vezes em que KiBum o dispensou mais cedo para que ele pudesse buscar JiMin na hora e não chegarem em casa tão tarde. 
–O Key é realmente incrível, eu o conheço há alguns anos. O que gostaria de comer?– SeHun acenou com a mão e o garçom se aproximou. 
–E-eu não sei.–
–Pode pedir o que quiser.– SeHun sorriu simpático. 
–Hum..pode ser Kimbap.–
–Traga uma porção para dois, por favor.–

–Sim, senhor. Com licença.–

–Senhor..– TaeJoon pigarreou e se ajeitou no lugar.–Se me permite perguntar…com o quê você trabalha?–
–Eu sou produtor, gerencio modelos.–
–Legal..deve ter muita gente interessante.–
–Sim, como já disse, tenho vários eventos.–
–E então por que o interesse em mim? Tem fetiche por vendedores?– TaeJoon soou grosso. Aquilo não fazia sentido algum! Ele não tinha tempo para ser feito de brinquedo, aquilo soava como um passatempo. 
–Não, não tenho fetiche por vendedores. Sabe, a gente não escolhe esse tipo de coisa.–
–É meio suspeito.–
–Se é assim, então por que veio?–
–Não sei..– 
–Talvez queira me dar a oportunidade de te conhecer melhor.–
TaeJoon apenas deu de ombros. O olhar de SeHun era enigmático e intenso, era quase impossível se desviar deles. 
–Quantos anos tem?–
–Tenho 18.–
–Ah, então que tal me chamar de “hyung”? Soa melhor que “senhor”.–
–Não acho que temos intimidade suficiente pra isso.– TaeJoon desviou a atenção para o celular, que começou a vibrar no bolso, era ShinWoo quem estava ligando.–Com licença, preciso atender.–
–Fique a vontade, TaeJoon.–
–Yeobosaeyo?– O garoto se levantou e foi na direção do banheiro, seria menos incômodo se usasse o celular por lá. 

SeHun suspirou longamente e apertou o cenho, achou que seria mais fácil ter algum avanço, mas aparentemente TaeJoon não queria nada, estava lá por pura curiosidade. 
Logo a comida chegou e pouco depois o garoto voltou a mesa. 
Durante o jantar, os ânimos ficaram mais calmos, TaeJoon não agia mais na defensiva tantas vezes, não que tivesse baixado a guarda. Mas ao menos daria uma chance ao que SeHun tinha a dizer, o mais velho não parecia querer desistir tão rapidamente.

[…]

–Posso te deixar em casa..–
–Não precisa.–
–Mas está tarde, vamos, eu insisto.– Disse já se levantando. E então TaeJoon cedeu, realmente estava tarde e ShinWoo estava sozinho com Jimin.

[…]

–É aqui.– O carro parou em frente ao portão do condomínio.–Muito obrigado pelo jantar e por me trazer aqui.–
–Talvez possamos sair outra vez qualquer dia.–
–Talvez.– O garoto respondeu relativamente frio. SeHun fora divertido e tudo mais, mas eram mundos muito distantes, ele certamente se afastaria ao ver que TaeJoon vinha acompanhado de um brinde. Aquele “talvez” não passava de um “não” disfarçado.

O garoto se aproximava do portão de entrada, quando ouviu o baque e então se virou para trás outra vez. Logo pôde ver SeHun descer do carro e então TaeJoon voltou para onde estava. 
–O que houve?–
–Aish, um buraco de não sei onde.. Aigoo…furou o pneu.–
–Você consegue trocar?–
–Conseguiria…mas estou sem minha chave de roda.– SeHun coçou a cabeça preocupado. 
–E agora?–
–Bom, está tarde para chamar um mecânico..acho que vou deixar o carro aqui e pedir um táxi.– SeHun tirou o celular do bolso e o levou ao ouvido. 
(…)
–E então?–
–Vai demorar uns 40 minutos..aish.–
–Acho que é perigoso ficar aqui fora..quer esperar lá em cima?–