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História I'll Protect You - I love you


Escrita por: KaDi

Notas do Autor


Na fanfic Baekhyun tem transtorno de ansiedade generalizada. Posso não ter abordado o assunto tão profundamente ou da melhor forma, mas é pela visão de alguém de fora (Ksoo) e refleti algumas poucas coisas que pessoas com essa doença têm em Baekhyun. Se escrevi algo errado, desculpa.

Capítulo 1 - I love you


 

Ele sempre era o que mais brilhava no palco e em frente às câmeras. Entre os membros, era o mais barulhento, mais bagunceiro, mas ao mesmo tempo era o que colocava todos para cima. Sempre que o ânimo de todos estava abalado, ele fazia questão de fazer uma piada ou uma palhaçada típica dele. Chegando até a ser inconveniente quando resolvia cantar alto em plenas sete horas da manhã. Tudo bem que ele chorava fácil quando estava irritado, quando perdia no videogame ou quando via alguma coisa mais sentimental na televisão, porém eram poucas lágrimas, quase nada e logo já estava falando suas besteira novamente.

Então a primeira vez que eu o encontrei daquela forma foi assustador. De início achei que era algum tipo de brincadeira ou algo assim, mas então percebi o modo envergonhado em que me olhou, tentando limpar as lágrimas e fingir que estava bem. Ele abriu um sorriso enorme e tremido – principalmente falso – e disse que tinha visto um filme triste. Engoli a resposta, entretanto não acreditei e, apesar de ser quase dez horas da noite, convidei-o para comer comida japonesa, uma de suas preferidas. Tinha certeza que isso o deixaria feliz. Pensei que fosse apenas uma recaída por causa da pressão.

Isso foi em junho de 2014. Logo após seu namoro ter sido revelado.


 

A segunda vez em que encontrei-o chorando desesperado, foi por volta de maio de 2015. Era tarde da noite e todos já estavam dormindo. Exceto eu, é claro, que estava assistindo um filme qualquer quando tive que ir ao banheiro. Assim que saí para o corredor pude escutar ele fungando. As cortinas de seu suposto quarto estavam abertas, permitindo-me ver ele todo encolhido na cama que havia insistido em colocar na sala pois não aguentava mais conviver no mesmo quarto que Junmyeon e Sehun.

No mesmo instante percebi que tudo isso era apenas para ele ficar sozinho. Seu corpo tremia e parecia estar se controlando para não deixar nenhum som mais alto sair por seus lábios.

- Baekhyun... – Chamei-o baixinho. Não consegui ficar quieto. Ele congelou ao ouvir minha voz. Aproximei-me lentamente.

- Estava vendo algum filme triste? – Perguntei tentando quebrar o clima tenso que o envolvia. Ele sentou-se e me olhou, seus lábios estavam comprimidos em uma linha fina. Nenhum sorriso. Sentei-me ao seu lado. Podia ver que ele tentava não desmoronar.

- Kyungsoo. – Falou fracamente abrindo os braços. Puxei-o para perto e o apertei contra meu tórax. Ele voltou a chorar. Meu peito apertou.

Nossa relação havia se tornado mais próxima depois do ano anterior, não éramos melhores amigos, porém ainda assim fazíamos muitas coisas juntos. Íamos em restaurantes, comecei a jogar aqueles jogos de computador com ele. Baekhyun às vezes me ajudava com minhas linhas para as gravações. Ele ainda não tinha se aberto para mim, mas era simplesmente impossível ignorar quando ele estava tão arrasado. Eu nutria carinho por todos os membros, me importava com eles, não poderia deixar ninguém se quebrar de forma alguma. Tínhamos que nos manter inteiros depois de todos os acontecimentos do último ano.

- Está tudo bem, Baekhyun. Eu estou aqui. – Falei suave enquanto acariciava suas costas. Ficamos bons minutos abraçados, suas mãos apertavam minha camisa com força. Fiz menção de levantar e ele se espremeu ainda mais contra mim, desesperado.

- Não me abandona. Por favor. – Falou angustiado. Ajeitei-me novamente e o trouxe para o meu colo. Era horrível vê-lo assim. Doía ver aquele rosto que era sempre feliz molhado de lágrimas tão tristes.  

- Tudo bem, eu só ia pegar água para você. Eu não vou te abandonar. Não vou embora. Vou ficar aqui. – Murmurei contra seu cabelo, tentando assegurá-lo de que estava protegido.

- Me desculpa, me desculpa. Eu sou inútil, eu sou tão fraco. – Ele se lamuriava, sua voz entrecortada pelos soluços. Parecia estar mais falando consigo mesmo do que comigo.

- Você é incrível, ‘tá bom? E ninguém pode dizer ao contrário.

Naquela noite fiquei em sua cama até ele se acalmar e dormir. Tendo certeza que ele descansaria corretamente. Fiquei o resto da madrugada inteira no sofá o observando. Baekhyun parecia tão mais tranquilo adormecido. Logo começou a fazer aqueles barulhos de cachorrinho, não evitei deixar uma leve risada escapar, um tanto aliviado.

Seu rosto era tão bonito, principalmente quando estava sorrindo. É estranho para um homem falar isso de outro, mas às vezes sentia meu coração bater mais rápido quando ele estava perto ou quando encostava em mim de uma forma mais íntima que o normal. Podiam até achar que eu não o suportava pois estava sempre batendo nele, mas era tudo brincadeira e ele fazia aquilo só para provocar e ver os outros felizes. Nunca havíamos discutido por causa dessas coisas, ele sabia quando parar.

Não consegui pregar os olhos e quando vi, já era hora de ir para o local de filmagem. Tentando não fazer muito barulho, me arrumei rapidamente e fui com o manager para o carro. A preocupação ficou pelo resto do dia entalada na garganta e não tive tempo de ligar ou até mesmo mandar uma mensagem de texto.

Quando cheguei de noite ele evitou me olhar.

Demorou um tempo para que voltássemos a nos falar, por mais que tentasse ele não deixava eu me aproximar. Quando tudo voltou ao normal, ele despejou tudo para cima de mim, enquanto eu acariciava seus cabelos. Então me acostumei a ajudá-lo em suas crises sempre que podia. Ninguém mais sabia sobre isso, Baekhyun tinha vergonha de se mostrar frágil para qualquer outra pessoa.


 

Eles haviam finalmente voltado para o dormitório depois da viagem para o Havaí. Mal podia esperar para conversar com Baekhyun sobre o drama dele. Estava fazendo um trabalho tão bom. Ele tinha superado tantas coisas só indo lá gravar e decorando as falas.

Eles começaram a entrar fazendo o estardalhaço de sempre. Estavam todos felizes por terem tirado férias, mesmo que curtas, naquela ilha tão famosa. Sehun veio imediatamente em minha direção falando o quanto tinha sentido minha falta e que queria me levar para passear também. Começou a me bombardear com todos os acontecimentos que achava interessante, mas não consegui me concentrar pois procurava Baekhyun. Ele não havia entrado.

- Onde ele está? – Perguntei baixinho.

- Ele quem? – Sehun ficou confuso por eu tê-lo interrompido.

- Baekhyun.

- Ele foi direto pro quarto, falou que ‘tava cansado ou alguma coisa assim. – Olhei para o mais novo franzindo. – Tudo bem, hyung?

- Obrigado. Eu já volto, Sehunnie. – Ofereci-o um sorriso. Saí do dormitório tentando não fazer muito alarde e fui para o andar de cima, onde os outros membros moravam. Digitei a senha do apartamento rapidamente. Tirei os sapatos um pouco desajeitado e disparei para o quarto do Byun.

Ele se assustou com a forma brusca em que abri a porta. Lágrimas já escorriam de seus olhos. Estava encolhido na cama abraçado no travesseiro. Quando me aproximei percebi que seu celular estava na ponta da cama em um site inútil qualquer sobre comentários negativos dirigidos a ele.

- Todos odiaram, Kyungsoo... – Ele murmurou. Suspirei pesado e sentei na cama, encostando-me na cabeceira. Baekhyun imediatamente se pôs de lado entre minhas pernas e apoiou a cabeça em meu ombro. Coloquei um braço em volta de sua cintura enquanto a mão livre acariciava suas costas.

- Ninguém gostou de mim naquele maldito drama, eu fui horrível. Eu não deveria... Eu não deveria... – Ele não conseguia falar direito. Seu corpo tremia e ele soluçava compulsivamente.

- Baekhyun, primeiro vamos contar até dez, tudo bem? Você precisa respirar. – Tinha que fazê-lo se acalmar, eu sabia que doía. Contei baixinho, o ajudando e o acompanhando na respiração até ele parar de chorar. Seu corpo começando a relaxar.

- Esses sujeitos são apenas uns desocupados que ficam tentando degradar a imagem dos ídolos. Não preste atenção no que eles falam. – Eu odiava aquele tipo de gente, principalmente por tentarem machucar e arruinar pessoas como Baekhyun, que nunca fizeram mal a ninguém. Ele sempre se esforçava para dar o melhor de si na frente de todos e mesmo em seus piores dias ele sorria e tentava de todas as formas alegrava os outros.

- Cadê teu remédio? – Essa era a solução mais rápida para ele se recuperar. Eu odiava vê-lo tão estressado e depois de um tempo o ajudando com as crises o forcei a ir ver um médico, não era o certo obrigá-lo, mas pelo menos ajudou um pouco.

- Não sei, não quero.... Fica aqui. – Ele resmungou fazendo beicinho. Ele já estava melhor, tinha até começado a fazer manha.

- Tudo bem, eu fico. Eu sempre fico, porque sou demais. – Ele soltou uma risada e fungou. Normalmente ele era o que mais tagarelava entre nós dois, mas nesses momentos em particular eu que tinha que falar, porém não me importava. Se eu tivesse que fazer esse esforço para vê-lo bem, eu falaria por horas e horas até ele estar confortável.

- Cala a boca.

- Baekhyun, olhe para mim. – Pedi e ele se afastou um pouco apenas para me olhar nos olhos. Estávamos tão próximos.

- Você foi maravilhoso. Eu adorei seu trabalho. – Falei sincero. Tinha sido fascinante assisti-lo na televisão. Eu tinha orgulho dos membros conseguindo oportunidades tão valiosas como essa. Ver o grupo crescendo tanto era fantástico. Tenho que admitir que talvez, só talvez, ver Baekhyun me fazia um pouquinho mais – bem pouco – alegre do que ver os outros.

- De verdade? – Ele sussurrou fraco, inseguro. Era recém seu primeiro trabalho como ator, tirando EXO NEXT DOOR, claro que tinha muito o que aprender, porém não havia motivos para desmerecê-lo.

- Mas é claro! Você sabe que eu não minto. Foi tão fofo quando... – Arrependi-me assim que as palavras saíram de minha boca. Eu nunca elogiava sua aparência.

- Fofo? – Corei, ele deve ter percebido pois riu alto de mim.

- Pare. – Ameacei dar um tapa nele.

- Yah! Não me bata, Kyungsoo. Eu sei que você me ama. – Baekhyun reclamou se remexendo. Fiquei quieto, estático, não sabia o que falar. Era como se uma luz tivesse acendido em minha cabeça e tudo tivesse clareado.

Eu amava Baekhyun?

Tudo o que eu sentia perto dele, quando meu coração acelerava era amor? Eu era apenas seu amigo. Claro que eu cuidava de Baekhyun e era mais próximo dele do que dos outros, mas isso era natural depois que nossa relação se tornou mais forte.

Senti seus lábios em minha bochecha, fazendo com que eu acordasse de meus pensamentos. Uma coisa comum que ele fazia apenas para me irritar.

- Obrigado. Eu não saberia o que fazer sem você. – Ele se ajeitou e ficou de frente para mim, com as pernas por cima de minhas coxas. As mãos segurando minha camisa que estava molhada com suas lágrimas, mas não era como se eu me importasse.

- Eu sei que não falo muito isso, mas você é realmente muito importante pra mim, Kyungsoo. Não sei como você me aguentou por tanto tempo. E obrigado por ficar comigo depois de tudo o que aconteceu. – Ele me olhava firme enquanto falava isso, seu olhar era determinado.

- Você sabe que eu me importo, e não gosto de te ver triste. – Murmurei. Senti sua mão percorrer meu peito até chegar em minha nuca. Ele acariciou o local fazendo com que um arrepio percorresse minha coluna. Eu não sabia como reagir. Seus toques queimavam minha pele.

Seus lábios encontraram os meus suavemente, eram tão macios, tão finos e delicados. Apenas um longo selo. Ninguém aprofundou o beijo. Afastamo-nos apenas alguns centímetros. Ainda podia sentir sua respiração contra a minha.

Baekhyun sussurrou um “obrigado” enquanto se afundava em meus braços, seu rosto contra meu pescoço. No mesmo instante todas as consequências desse ato vieram como uma avalanche em minha mente.

- Baekhyun, não acho que deveríamos-

- Por favor, não fala nada. – Saiu de cima de mim e se deitou na cama, me puxando junto com ele. Baekhyun apoiou o rosto em meu peito e eu o abracei. Tentando acalmar meu coração. Ele já começava a ressonar baixinho, se arrumando confortavelmente contra meu corpo. Se ele não queria falar sobre isso agora tudo bem. Se ele não tem problema beijar um homem tudo bem. O que importava era que ele estivesse feliz, pois eu iria sempre protegê-lo.


Notas Finais


Obrigada por terem lido, até mais.


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