História I'll save you (Yoonmin) - E ai, o que vai ser Jimin?

-Eu aceito o desafio. –Jimin respondeu. Jungkook encarou-o espantado. Os outros dois também pareciam meio surpresos. Acho que esperavam certa relutância da parte dele.

Todos ficaram em silêncio esperando. Jimin continuava evitando contato visual, e aquilo me enlouquecia. Jimin estava ao lado de Jungkook, então eles apenas se viraram de modo que ficassem de frente um para o outro. O mais novo ainda parecia ter dúvida sobre aquilo, o que era um tanto curioso, já que eu tinha certeza que o mesmo gostava de Jimin.

Eu realmente não queria ver aquela cena. Tá, era só um beijo. Mas meu cérebro não parecia encarar isso de forma tão inocente. Eu estava começando a ficar inquieto, e a vontade de arrastar Jimin para fora dali só aumentava. Pensei em inúmeras formas de atrapalhar o que estava prestes a acontecer, mas todas pareciam no mínimo ridículas.

A razão de todo aquele incomodo era mais do que clara: Ciúme. Muito ciúme. Eu estava possesso. Com vontade de voar no pescoço daquele garoto. Ele, nem ninguém, tinha o direito de encostar no Jimin!

E eu até pensei em armar barraco, gritar isso e sair puxando Jimin pelos cabelos até em casa, mas a única coisa que eu fiz foi assistir. E vez ou outra, desejar a morte de Jungkook.

Quando vi Jimin encostar a boca nos lábios de Jungkook, meu estômago embrulhou. Levantei de súbito dizendo:

-Eu tenho que ir ao banheiro... –Dei a desculpa mais esfarrapada que me ocorreu e sai do cômodo. Eu não ia aguentar ver aquilo sem fazer nada. Fui andando sem rumo pelo corredor com a cabeça à mil.

Eu devia ter impedido. E se Jimin tiver mudado de ideia sobre gostar de Jungkook?

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-Hyung? –Ouvi a voz de Hoseok vinda da entrada do corredor. Eu estava apoiando minha cabeça contra parede e virei-a para poder vê-lo. - Você foi na direção errada. –Avisou se aproximando. Desencostei da parede tentando fazer uma expressão convincente de surpresa.

-Ah, sim. Eu ainda fico meio perdido nesse lugar... –Falei com um risinho forçado.

-O banheiro fica na direção oposta à dos quartos. –Falou apontando para trás- Se é que você queria mesmo ir ao banheiro... –Disse levantando uma das sobrancelhas como quem sabe o que está se passando.

-Claro que queria. –Menti com um ar inexpressivo- Estou me sentindo enjoado desde o almoço.

-Tem certeza que foi o almoço? –Ele levantou o canto da boca em um meio sorriso irônico- Ou será que não foi por causa do que acabou de acontecer?

-Aonde quer chegar com isso, Hoseok?

-Oh, lugar algum... –Deixou a frase no ar.

-Então me dê licença. –Disse passando por ele rumo ao banheiro. Minha intenção era voltar para o quarto, mas isso só confirmaria mais ainda sua insinuação.

-Só que saindo daquele jeito, deixou meio óbvio que havia ficado incomodado com a cena. –Falou enquanto eu passava ao seu lado. Parei e encarei-o – Ou eu diria até com ciúmes. –Completou parecendo se divertir com a expressão de irritação que se formava em minha face. Decidi ignorar seu comentário e passei por ele trombando nossos ombros de propósito. –Ou vai me dizer que não? –Perguntou olhando-me por sobre os ombros. Eu já estava no final do corredor. –Admita: Você sentiu ódio do Jungkook por encostar no que é seu.

-Jimin não é meu nem de ninguém. Ele pode fazer o que quiser com quem ele quiser. Eu não tenho nada a ver com isso. –Respondi não querendo dar o braço a torcer. Aquele cara estava se achando demais. O que ele sabia sobre mim? Idai se eu estivesse com ciúmes? Não era da conta dele.

-Sim, tem razão. Ele não é nada seu. –Concordou tentando me provocar. Agora eu estava me sentindo contrariado. Hoseok veio andando em minha direção, com intenção de voltar até a sala de estar. –Então não tem problema se eu quiser ele para mim, não é? –Perguntou baixo em tom áspero. Ele colocou a mão no meu ombro e se abaixou perto do meu ouvido. Eu estava de costas para ele. –Já que Jimin não tem “dono”, eu posso fazer o que eu quiser com ele, certo? –Meu sangue ferveu.

-Claro. Se você quiser que eu enfeite essa sua linda cara com um olho roxo. –Ameacei trincando os dentes. Desvencilhei meu ombro de sua mão e lancei um último olhar frio, com intenção de amedrontá-lo, mas o mesmo sorriu com escárnio antes de voltar para a sala.

“Tomara que morra de intoxicação alimentar com aquela pizza” pensei ao deixar o corredor.

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P.O.V Jungkook ON:

O beijo, se é que posso chamá-lo assim, durou apenas alguns segundos. O esperado seria Jimin ter se arrependido de aceitar o desafio e se desvencilhado do beijo. Mas não, ele parecia ter a intenção de ir até o fim com isso.

No fim das contas, fui eu quem parou de beijá-lo. Há algum tempo atrás, eu estaria explodindo de felicidade, mesmo envergonhado. Afinal, eu tinha plena certeza de que gostava do Jimin, então beijá-lo seria como um sonho se realizando. Mas quando senti sua respiração se aproximando e o espaço entre nós sendo preenchido, a voz de outra pessoa veio a minha mente... E meu corpo agiu de forma reflexiva afastando-se.

Jimin continuava com as bochechas rosadas, mas conseguiu lançar um olhar preocupado em minha direção. O típico olhar que queria dizer “Está tudo bem?”, só que sua atenção logo foi voltada para Hoseok que havia se levantado. Franzi o cenho ao constatar que o sem-teto não estava mais sentado na roda também.

-O que Hoseok hyung foi fazer? –Perguntei o vendo ir para o corredor.

-Onde está o Yoongi? –Quis saber Jimin.

-Yoongi disse que tinha de ir ao banheiro, e Hobi foi atrás avisar que ele está indo na direção errada. –Explicou Jin alternando o olhar entre Jimin e eu. Jin me encarou como se quisesse dizer algo, mas ficou calado, talvez pela presença de Jimin.

-E então? Vamos continuar? –Perguntou Hoseok hyung voltando do corredor.

-Não, estou cansado e com fome. –Dispensou Jin que havia acabado de comer três pedaços de pizza. Nós podíamos até possuir os mesmos genes, mas se eu comesse o mesmo tanto que ele, teria que ser puxado por um guindaste para levantar da cama.

-Mas acabamos de comer. –Hobi franziu as sobrancelhas.

-E já são mais de onze da noite. -Completou Jimin olhando para o relógio na parede.

-E lá existe hora pra ter fome? –Rebateu Jin como se ele tivesse dito o maior absurdo do mundo. – Não é fácil manter tudo isso, sabe? - Meu irmão se vangloriou apontando para o próprio corpo. Revirei os olhos. Yoongi passou rapidamente por nós, ignorando totalmente nossa existência. Vi Hoseok esconder um sorrisinho. O que estava acontecendo ali?

Resolvi deixar a pergunta de lado e ir para o quarto. Todos acabaram fazendo o mesmo. Eu já havia tomado banho, então apenas me joguei na cama. O quarto era de uma mulher, constatei ao observar que a colcha era rosa -Não preciso nem dizer que Jin ficou maravilhado com ela- e a decoração escassa era afeminada.

Achei que por conta do cansaço logo pegaria no sono, mas mesmo depois que Jin terminou seu “lanchinho da meia-noite” e apagou a luz, eu continuei me revirando na cama sem conseguir dormir. Ficava tentando evitar pensar no que tinha acontecido, mas era inevitável.

Naquela hora, a voz de Taehyung soou no fundo da minha mente. Por isso me afastei.

Era tudo tão confuso. Pensar que Taehyung poderia ficar magoado ao ver aquela cena fazia com que eu sentisse culpa. Mas eu não podia deixar de pensar em como seria se o beijo continuasse. Seria desconfortável, doce ou mais intenso? Causaria-me as mesmas reações que o do Tae?

Talvez eu não devesse ficar comparando os dois, mas era quase impossível não fazê-lo. Eu estava sentindo algo pelo Tae, isso era fato. Só que eu parecia não querer “desapegar” do velho sentimento por Jimin. Gostei dele por dois anos, e não sentir mais tanta atração pelo mesmo era esquisito.

-Eu sou um esquisito... –Grunhi farto das minhas próprias dúvidas. A falta de barulho da cidade só me deixava mais inquieto. Eu já estava acostumado com toda a poluição sonora de Seul, e o silêncio daquele lugar fazia com que meus pensamentos idiotas soassem ainda mais altos.

Tive vontade de acordar Jin para poder desabafar. Mas ao invés de conselhos, ele me daria um soco se eu ousasse interromper seus preciosos sonhos pervertidos com Namjoon.

Omma sempre disse que eu não deveria guardar tudo para mim, que podia conversar com eles sobre os meus problemas. Mas nada nunca é tão simples. Se nem eu que estava passando pela situação conseguia chegar a uma conclusão, quem dirá as pessoas fora dela.

Suspirei saindo da cama. Peguei minha mochila e tirei meus fones. Eu não estava com muita vontade de ouvir música, mas qualquer coisa seria melhor do que continuar aquela discussão incessante com meu próprio cérebro.

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P.O.V Hoseok ON:

Desde a conversa no corredor, Yoongi estava sendo mais seco que o normal. Ele realmente havia acreditado nas coisas que eu disse. Minha intenção era apenas provocá-lo, mas a reação dele só confirmou o que todo mundo já estava sacando... Que Min Yoongi queria o corpo de Park Jimin nu! Ou algo do tipo.

-Não quero nem saber em que tipo de coisas está pensando para estar sorrindo desse jeito. –Comentou Jin enquanto levava minha xícara dos minions à boca.

-Eu disse que não era para beber nessa xícara! –Reclamei.

-Ah, tanto faz, Hoseok! É só uma xícara. –Revirou os olhos.

-Não é só uma xícara, é a xícara!

-Só porque tem bichos amarelos esquisitos nela, não deixa de ser um pedaço de porcelana.

-Só não te expulso da minha casa neste exato momento, porque estou seco para saber das tuas tretas. –Jin suspirou deixando a bebida de lado. Seu rosto tomou uma expressão mais séria. – Você disse que queria conversar sobre o Namjoon, né? –Perguntei tentando iniciar o assunto.

-É... Mas não é só sobre ele. Minha vida toda está uma bagunça.

-Por quê?

-Bem... –Ele coçou a cabeça meio sem saber por onde começar- Primeiramente, eu odeio medicina. –Admitiu- Meu deus, como é bom poder dizer isso em voz alta! –Para ele parecia realmente libertador poder dizer isso, mas eu não diria que estava surpreso. Jin podia até não notar, só que estava sempre reclamando e reforçando como medicina era um porre. Ele só falava em formar logo, e diferente de outros universitários, Jin não parecia querer se formar para exercer a profissão, e sim para se ver livre de uma vez.

-Mas então por que está cursando essa área? –Quis saber.

-Não é óbvio? Por um dos motivos mais clichês existentes: Agradar meus pais. Fazer com que tenham orgulho de mim. –Eu esperaria aquilo de qualquer um, menos de Seokjin. Claro, ele ama os pais, mas nunca foi do tipo que desiste dos próprios sonhos por capricho dos outros.

-Jin, eles são seus pais. Mesmo que não concordassem com sua escolha de carreira, o fato de que te amam não iria mudar. E com o tempo acabariam aceitando. –Jin olhou para mim parecendo não muito convencido disso. – Sério, falo por experiência própria. Você acha que o sonho do meu appa era que eu estudasse dança? Não. Se dependesse dele, eu me formaria em contabilidade para trabalhar engravatado em algum cubículo por ai. –Falei lembrando da luta que fora para conseguir convencê-lo- Mas eu me mantive firme, e de um jeito ou de outro, ele teve que aceitar. –Jin concordou com a cabeça.

-Eu entendo o que você quer dizer com isso. Mas Hoseok, estamos falando do meu appa!  –Exclamou como se o Sr. Jeon fosse um monstro.

-Olha, eu sei que ele pode se meio cabeça dura às vezes... Mas que mal teria em deixar você seguir a profissão que gosta? Ele não pode ceder nem isso?

- Realmente queria que meu appa pensasse da mesma forma que você, só que não é tão simples. Se eu dissesse que queria me formar em Artes cênicas, ele me forçaria a assumir os negócios da família. Não ia me deixar trabalhar com o que gosto.

-Mas ele não tem o direito de mandar em você assim. –Franzi a testa. Jin não era mais um menino, podia muito bem decidir o rumo da própria vida.

-Infelizmente, tem direito sim. Eu não tenho instabilidade financeira, Hoseok, moro na casa deles. Se meu appa decidisse dar a louca e me expulsar por conta da minha decisão, hoje provavelmente eu seria mímico de rua. –Rebateu Jin.

-Ele iria mesmo tão longe? Digo, só por causa disso?

-Claro. Não lembra o porquê de Jungkook não poder levar amigos em casa?

-Mas isso é diferente... –Respondi já não tão convicto sobre a tolerância do Sr. Jeon.

-Pois é. “Diferente” porque no meu caso, haveria dois motivos mais que suficientes para ele me por na rua.

-Dois? –Jin suspirou e fez uma careta que eu não soube interpretar muito bem.

-É ai que Namjoon entra.

-Sinto que isso vai ser interessante. –Comentei abrindo um sorrisinho provocativo. Jin apenas ignorou minha fala e prosseguiu. Ele não parecia muito à vontade contando  sobre tudo que havia acontecido, e o lado frágil de Seokjin transpareceu. Era algo raro. Sempre se escondendo por trás de piadas bobas, risos exagerados e respostas carregadas de sarcasmo, Jin poderia ser visto como uma pessoa sem muitos problemas na vida. Eu sabia que a vida dele não era perfeita como outros supunham que fosse, mas também não imaginaria que ele vivia uma mentira. Uma mentira que parecia só aumentar com o passar dos anos.

-Então... É isso. –Concluiu com um olhar envergonhado.

-Olha, a situação não parece assim tão complicada... Quero dizer, a parte sobre contar a verdade pro Namjoon e largar a faculdade de medicina.

-Claro, super fácil mesmo. –Riu com ironia- “Eu te amo, Namjoon. Vamos casar e ter trinta filhos” “Appa, eu desprezo medicina. Vou fazer Artes cênicas. Não tem problema me sustentar por mais quatro anos, né? Ah, e eu sou um gay encubado.” E ai depois de levar um pé na bunda, eu vou morar debaixo da ponte. Parece mesmo incrível! –Revirei os olhos.

-Tudo se trata de diálogo. –Expliquei ignorando a fala irônica do mesmo- Cedo ou tarde, vai ter que conversar com Namjoon. Você é adulto agora, não pode ficar fugindo dos problemas. –Jin concordou com a cabeça- Sei que está com medo, mas se continuar assim, que tipo de rumo sua vida vai tomar? Você não quer ser verdadeiramente feliz?

-Quero. Claro que quero... –Ele suspirou parecendo refletir sobre minhas palavras- Vê-lo se afastar de mim seria doloroso, mas é melhor do que ser usado.

-Exato. –Sorri tentando confortá-lo- Mas não fique apreensivo. Eu duvido que o Nam te considere só um “brinquedo”. –Ele assentiu com o olhar distante- E sobre a faculdade... Sente e converse com calma com seu pai. Argumente como um adulto, e não ceda. Diga que vai ajudar a pagar a mensalidade. Mostre que pensou em tudo com muita cautela, e que se sente mal por não se formar no que ele queria.

-Ajudar a pagar como?

-Arrume um emprego oras!

-Mas eu não tenho tempo nem pra respirar! Como vou conciliar faculdade e trabalho? –Perguntou como se eu tivesse dito algo realmente impossível de se fazer.

-Do mesmo jeito que eu e metade da nação fazemos. - Jin calou-se. Acho que às vezes ele esquecia que eu dava aula de dança e ainda fazia faculdade. Obviamente é cansativo, mas não impossível. – Nem todo mundo tem boa condição financeira, hyung. Mesmo que meus pais me deem uma força, o dinheiro que mandam não cobre tudo.

-Tá, eu exagerei. Acho que fui mal acostumado pelos meus pais... –Ele sorriu amarelo. Eu até entendia o que ele queria dizer. Os pais de Jin sempre deram tudo de mão beijada para os filhos, contanto que se esforçassem na escola e obtivessem bons resultados, teriam tudo que quisessem. Os Jeon não eram ricos, mas com certeza tinham uma renda bem acima da média.

-Certo. Essas eram as partes fáceis do processo... –Cocei a cabeça e Jin arqueou a sobrancelha em sinal de dúvida.

-E qual é a parte difícil?

-Contar sobre sua sexualidade... Para ser mais exato, obter aceitação por parte do seu pai. –Jin fez uma careta.

-Agora entendi porque disse que as outras duas partes eram fáceis.

-Eu não tenho nada muito útil para dizer sobre isso, porque a aceitação dos meus pais foi bem pacífica. –Admiti- Mas tente ser o mais sincero possível. Não perca a razão, converse calmamente com ele.

-Acho que vou ter que contar primeiro para a omma. Dai ela me ajuda a conversar com ele... –Concordei oferecendo um abraço apertado para ele- Obrigado, Hobi. –Agradeceu me fazendo sorrir. Eu sabia que aquele “obrigado” continha muitos outros sentimentos, mas depois de anos de amizade, não era mais necessário dizê-las para que eu capitasse a mensagem.

-Eu também te amo, hyung. –Respondi afagando sua cabeça.

-Não me faça chorar seu idiota. –Eu apenas ri. Mas fiquei meio melancólico ao pensar que no dia seguinte não só Jin, mas todos iriam embora.

Não é nada fácil morar longe de quem amamos.

-SHIPPEI. –Ouvi Jimin gritar da porta.

-E eu vou shippar minha mão na tua cara. –Rebateu Jin desvencilhando-se de mim.

-Antes de fazer isso, você poderia, por favor, preparar o almoço? Seu irmão não para de encher meu saco falando que está com fome.

-Você tem mãos, Jimin. Por você mesmo não faz? –Jin bufou, levantando à contra gosto. Jimin deu de ombros e os dois saíram discutindo pelo corredor.

                       Continua...