Pov’s Camila Cabello
— Obrigada por me trazer — digo entregando o capacete a Lauren que sorri se encostando em sua moto
Não estávamos exatamente em frente a minha casa, pedi para ela estacionar um pouco antes. Não queria chamar atenção.
— Foi o mínimo que eu poderia depois de ter feito você perder aula
— Obrigada mesmo assim
Ficamos em silencio nos encarando até ela se aproximar e enlaçar minha cintura me trazendo para mais perto, colando nossos corpos e unindo nossas bocas. Descanso minhas mãos em seus ombros e retribuo o beijo sem pensar duas vezes.
O beijo de Lauren Jauregui é, para mim, sem dúvidas o melhor de todo o mundo...tudo bem que eu só “beijei” duas pessoas em toda a minha vida, mas a segurança que ela me traz me segurando em seus braços e acariciando o meu rosto ou algumas outras partes do meu corpo sem maldade é a melhor sensação do mundo!
Nos separamos e ficamos com as testas grudadas e os olhos fechados até começarmos a rir em sincronia e nossos risos iam aumentando gradativamente, sem nenhum motivo, apenas...estávamos rindo!
— Por que estamos rindo? — ela perguntando ainda rindo e eu nego com a cabeça sem condições de responder com palavras
— Ok... — recupero o fôlego ainda soltando alguns risos fracos e ela fazia o mesmo — Eu tenho que entrar, está esfriando e minha rua não é muito segura nesse horário
— Não quer que eu te leve na porta?
— Não! — ela franze a testa confusa com o meu quase grito repentino — Desculpa!Foi...desculpa, er...meus pais iriam me questionar e...
— Tá tudo bem Camz — ela me dá um selinho e beija a minha testa — Agora vai, nos vemos amanhã — concordo com a cabeça sorrindo a beijo mais uma vez dando um “tchau” baixinho antes de seguir para a minha casa
Olho para na direção em que estávamos estranhando ao não ouvir a moto dela roncando, ela continuava ali, montada na moto e me olhando pronta para acelerar. Eu sorrio e ela retribui acenando com a cabeça para a minha casa. Entro e só depois de fechar a porta ouço sua moto acelerando.
Respiro fundo sentindo meu coração acelerado e um friozinho passando na minha barriga. Vai ser sempre assim quando eu vê-la?
— Que sorrisinho é esse Camila?Posso saber?
Pov’s Lauren Jauregui
Depois de ter deixado Camila em casa, voltei para a minha e ao entrar encontrei meu pai sentado no sofá assistindo TV, assistindo um jogo de basquete.
— Oi
— Hey!Venha, Miami Heart está jogando hoje — franzo a testa e me aproximo me sentando ao lado dele — Quer? — me ofereceu uma bebida
— O senhor está bem?
— Sim ué!Você tem 18 anos e está em casa, então eu deixo você beber — ele ri
— Ah...valeu — pego a garrafa e bebo um gole — Então, não teve trabalho hoje?
— Tive
— E por que está em casa?
— Eu cancelei
— O que?!Ok!O que tá rolando?
— Nada filha
— Papai...
— Ok, eu quero...me desculpar com você pelas minhas últimas ações. Não foi certo da minha parte, como pai, não ter acreditado em suas palavras. Você é a minha filha e nunca me decepcionou — abaixo o olhar para os meus pulsos cobertos pelo moletom — Então, me perdoa?
— É claro Papai — sorrio antes de abraça-lo
— Eu amo muito você Laur, assim como amo seus irmãos
— Eu também amo muito você Papai
— Agora vamos assistir o jogo. Quero ver o Miami Heart humilhando os Laker — batemos um soquinho e nos viramos para a TV
Eu nunca tinha me dado conta do quanto me faz falta momento assim com ele. Quando eu era menor, nós tínhamos o costume de sempre nos sentarmos no sofá com pizza, refrigente para mim e cerveja para ele, e assistirmos os jogos de basquete ou futebol americano. Eu me sentia feliz apenas por estar com ele.
Depois do jogo ter terminado, eu fiquei mais um tempinho ali com o meu pai, mas logo subi para o quarto, onde fui direto para o banheiro tomar um banho. Depois de já estar vestida com o meu conjunto de moletom que eu sempre uso de pijama, me deito na cama e ligo a TV na Netflix pondo em um filme qualquer, já entediada, resolvo ligar o celular para jogar algum joguinho besta, mas sou surpreendida por 5 mensagens de Dinah.
DJ: Lauren! — 06:48PM
DJ: LAUREN ME RESPONDE! — 07:36PM
DJ: SUA VACA ALBINA COM PINGULIM PEQUENO — 07:58PM
DJ: O que aconteceu Lern?Me responde, por favor! — 08:15PM
DJ: OH SUA PIRANHA! — 07:20PM
Lauren: Oi Di — 07:39PM
Foi questão de instantes para a imagem mudar e ela me ligar, e assim que atendo...
— Vai tomar no cu!
— Ouch!Mas cê tá braba?
— Pensei que tivesse morrido sua vaca!
— Eu cheguei agora a pouco e ainda fiquei na sala assistindo um jogo de basquete com o meu pai
— O tio Mike vendo jogo de basquete?Mas você não disse que ele não parava mais em casa?
— Então, ele cancelou tudo o que tinha hoje para ficar em casa
— Wow!Paizão!
— É — sorrio pensativa lembrando de alguns minutos atrás — Mas então, o que que tú quer?
— Eu queria conversar com você sobre Austin
— Ah não Dinah!Eu não vou me afastar da Camila!
— Calma!Espera eu falar
— Hm
— Eu estava pensando e talvez nós podemos dar um pequeno...susto no Mahone
— Hm...conte-me mais — ela ri
— Lembra do Justin?
— O que que tem o loirinho?
— Eu ainda tenho o número dele. Nós podemos contatá-lo e pedir um pequeno serviço. O que me diz?
— E do que se trata esse pequeno serviço?
— Ainda tenho que pensar nisso. Queria conversar com você primeiro. Então, o que me diz?
— É óbvio que eu aceito, o Austin precisa de uma lição e eu já cansei de sujar minhas mãos com aquele sangue podre
— Ok, vou ligar para ele e pedir para nos encontrarmos na pista de skate, depois do fim do nosso treino
— Obrigada Di
— Não me agradeça. Eu quero te ver em paz com aquela latina gostosa — não consegui conter o riso — Mas então, me diz aí, transaram?
— Tchau Dinah
— Não, espera ai!Eu só quero saber onde sua língua se meteu — sinto minhas bochechas queimarem e desligo a chamada
“Minha melhor amiga é uma pervertida”
Deligo o celular e ponho ele no criado mudo, também desligo a TV e me deito na cama virada de barriga para cima. Provavelmente eu irei demorar a dormir, então...
“Boa noite Mundo”
Pov’s Camila Cabello
— Ahn?Er...nada Papa
— Tem certeza? — concordo com a cabeça freneticamente sentindo um medo começar a tomar conta de mim já que sua fala embolada denunciava seu estado alcoolizado — Então está dizendo que aquela garota que te beijava não é o motivo de você estar sorrindo dessa forma Karla?!
Fico calada vendo um brilho diferente no olhar dele, sua mandibula estava trincada e seus punhos fechados.
— Papa...
— Cala a boca sua lésbica nojenta! — arregalo os olhos com seu grito. Ouço o choro de Sofia no andar de cima
— Papa, por favor, a Sofia...
— Aquele imbecil do seu namorado está te comendo tão errado ao ponto de você ir procurar uma mulher?!É um idiota mesmo! — começo a chorar silenciosamente — Mas me escute bem Camila! — ele se aproxima de mim me fazendo chorar ainda mais e segura com muita força em meus braços — Você vai continuar com ele!Ele quem vai nos garantir uma saída dessa vida miserável!Então você vai continuar com ele, você vai tirar dinheiro dele e nos tirar dessa vida, sim?
— Alejandro... — ouço minha mãe chamá-lo e logo ele se vira me soltando e eu caio no chão com tudo — Hija...
— Está tudo bem Mama, vamos subir e dor...
— Sinuhe fica
— Papa...
— Suba para o seu quarto Camila. Agora!
Mordo o lábio segurando o soluço e me levanto, vou até a minha mãe e a abraço com força.
— Me perdoe, eu queria te proteger desse monstro, mas eu não consigo — digo soluçando enquanto ela me abraça
— Não se culpe mi hija, vai ficar tudo bem — ela beija a minha testa e me abraça mais forte
Foi aí que ele me puxou e empurrou minha mãe. Me segurando pela gola da camisa ele me empurrou em direção a escada, acabei tropeçando no degrau e batendo com minha cabeça na parede. Olho a última vez para a minha mãe sentindo uma lágrima cair quando vejo ele deferir um tapa em sua face. Me levanto e saio correndo para o quarto de Sofia, não a encontrando lá corro para o meu quarto e vejo uma elevação no cobertor da minha cama.
Me aproximo com cuidado e puxo o cobertor devagar.
— Não Papa, não machuca eu, por favor, Sofi não fez nada!
— Sou eu meu bebê, é a Kaki, eu estou aqui
— Kaki! — ela me puxa e sem pensar duas vezes eu me deito ao seu lado e a abraço, ela se afasta um pouco e me olha com o seu rostinho todo molhado — Sua testa
— O que que tem? — ela ergue a mão e passa na minha testa, resmungo sentindo uma dor fina
— Tá dodói, igual ficou quando eu caí da escada da escola. Tem que fazer curativo, mas a caixinha está na cozinha e...
— Está tudo bem Sofi, nem está doendo
Está sim
— Tem certeza Kaki?Eu posso ir lá correndo e eles não vão me perceber passando — ri concordando com a cabeça
— Tenho Sofi. Como foi seu dia?
É, eu fiz essa pergunta. Normalmente, é isso o que eu faço quando eles brigam para fazê-la esquecer momentaneamente do inferno em que vivemos dentro de casa. Quando ela dorme, eu fico a olhando enquanto fazia carinho em seus cabelos lisinhos e macios. Sofia não merece viver em um lugar assim, com uma família tão desestruturada. Se eu pudesse já estaria bem longe dele vivendo em outro lugar com minha mãe e minha irmã.
Me levanto com cuidado da cama e vou até a porta a trancando. Vou até a janela e pego meu celular no bolso abrindo no aplicativo de mensagens indo direto para o chat de Lauren, meio hesitante mando mensagem.
Eu: Acordada? — 01:24PM
Lauren: Desejando estar dormindo — 01:25PM
Lauren: E surpresa por você ainda estar com seus lindos olhinhos despertos — 01:25PM
Eu: A noite não está sendo boa — 01:26PM
Lauren: Quer conversar? — 01:28PM
Eu: Não sei como iniciar essa conversa — 01:29PM
Lauren: Eu até poderia ir aí e te levar para o meu cantinho, mas eu estou bem cansada — 01:29PM
Eu: Pode ir dormir, não quero te atrapalhar — 01:30PM
Lauren: Posso fazer melhor — 01:31PM
Lauren: Pega seu celular, seus fones e deita na sua cama — 01:31PM
Eu: Lauren! (emoji envergonhado) — 01:32PM
Lauren: MEU DEUS CAMILA!Não pensa besteira! — 01:34PM
Lauren: Só queria ficar em chamada com você até dormirmos, ou você dormir — 01:34PM
Eu: Perdão (emoji envergonhado) — 01:35PM
Lauren: Tudo bem, já posso ligar? — 01:35PM
Vou pegar o meu fone e me deito de barriga para baixo na cama ao lado de Sofi deixando o celular apoiado na cabeceira da cama. Conecto os fones e os coloco no ouvido, pressiono no ícone da chamada de vídeo e espero ela me atender. O abajur está ligando, então meu rosto fica bem amostra na tela.
— Hey — ela sorri
— Hey — sorrio fraco
— Quer me contar o que aconteceu?
— Ah, é complicado, meus pais andam brigando
— Oh, entendo...Mas está tudo bem agora, né?
— É, no momento sim. E você?
— Hoje aconteceu uma coisa bem doida. Meu pai é muito ausência para mim e os meus irmãos. Ele está sempre trabalhando, mas hoje ele cancelou todos os seus compromissos para me fazer companhia!
— Imagino que esteja muito feliz
— Não tem noção do quanto
— Talvez eu tenha, creio que senti uma felicidade assim quando estava com você hoje mais cedo
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