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História Illusion - Quarto


Escrita por: gyeomixx

Capítulo 4 - Quarto


Fanfic / Fanfiction Illusion - Quarto

      Duas semanas depois

Suho e os idiotas o chutavam e socavam, sem o mínimo de misericórdia. Jimin apenas soltava gemidos de dor e soluços. Tirando o sangue, o que mais saía de seu corpo eram lágrimas. Ele apenas queria um pouco de descanso, uma folga, um tempo para ver se seu nariz não estava quebrado. Ele tinha sérias dúvidas  disso, já que seu nariz doía como o inferno. Mas o jeito foi proteger a cabeça para se prevenir  de uma concussão ou algo do gênero, e rezar para qualquer divindade que estivesse ouvindo.

- Chega, cara... - Yoongi tentou afastar Suho do quase cadáver no chão.

- Cala a boca, você ouviu o que ele me disse, não ouviu?! - Ele soltou um suspiro e passou a mão pelos cabelos.

- Mas...

- Será que essa bicha tá corajosa o suficiente pra repetir?! Hein, Park?! - Deu mais um chute no estômago do menor, que soltou outro gemido. "Eu e minha maldita língua..." pensou, sentindo as lágrimas caindo por todo seu rosto. - Vai chorar agora, vai?! - Suho o pegou pelo colarinho da camiseta, e deu um soco em seu olho. O soco foi tão forte que Jimin caiu no chão, e Suho teve que massagear seu punho para que parasse de doer. O corpo do menor chamava por descanso. Ele apenas queria parar. Queria que tudo chegasse ao final, queria que todos eles fossem embora, e lhe desse uma folga.

- Suho... - Um dos idiotas disse, receoso. Todos temiam o dono da escola; com seus amigos não seria diferente. - temos aquela palestra sobre administração... se lembra? Se chegarmos atrasados, a diretora não vai gostar nada e...

- Falou. Vamos sair fora, a gente acabou por aqui. - Jimin soltou um suspiro de alívio, que saiu mais alto do que deveria. Suho  cuspiu em seu rosto, e saiu do banheiro seguido por todos.
Ao se ver sozinho, o ruivo se sentiu livre para chorar mais alto, e soltar vários palavrões. Aquilo, de alguma forma, o aliviava. Não da dor, mas do peso. Apanhar diariamente, ser chamado de "viado" ou "bichinha"... pesava muito. Como se uma tonelada de ferro estivesse em suas costas.
Claro, xingar e chorar não tirava o peso, mas o aliviava de uma certa maneira.
Após alguns minutos, se levantou devagar, apoiando-se na parede e foi  mancando até as pias. Ao se olhar no espelho, sentiu-se aliviado; Seu nariz  não parecia estar quebrado.
Estava  no mesmo lugar, apenas escorria muito sangue. Um de seus olhos estavam bem roxo, e havia um corte relativamente grande embaixo do mesmo. Sua boca também escorria sangue, e isso o preocupava imensamente.  Ele gostava de seu sorriso, era uma das poucas coisas que gostava em si mesmo, e vê-lo estragado, não o deixava contente. Abaixou-se ao nível da pia, abriu-a e encheu sua mão com água, jogando o líquido cristalino dentro de sua boca e enxaguando-a.
Ardia? Ardia, mas um ardor não o impediria de verificar seu sorriso.
Após repetir este processo duas vezes, olhou-se no espelho e mostrou seus dentes. Intactos, tirando o primeiro pré-molar, que estava lascado na ponta, mas ele não fazia muita diferença, já que havia lascado pouco. O problema era o interior de sua boca. Ele havia levado incontáveis socos na bochecha e no queixo (que também tinham alguns cortes, roxos e até vermelhos) o que o fez morder o interior da boca inúmeras vezes.
Levaria tempo até que ele pudesse comer sem sentir dor. Tirando todos os intens acima citados, seu rosto estava até que bem. O problema era seu estômago. Doía como o caralho, e suas pernas também. Não tiraria as calças lá e examinaria as pernas, qualquer um podia entrar a qualquer momento. Mas como seu colega de baixo doía e dava leves pontadas de dor, ele resolveu examiná-lo rapidamente.  Felizmente,  o cara lá de baixo estava em perfeitas condições, o que deixou o ruivo aliviado.

  Após  lavar o rosto com água e sabão, massagear suas coxas e panturrilhas, saiu correndo pro auditório. A palestra já devia ter começado e ele estava atrasado. O ruim é que teria que escrever uma redação sobre a palestra dada, o que não era nada legal. Ele tinha um sério problema de concentração quando se tratava de palestras; Ele dormia na maioria das vezes e naquela, em especial, até o nome do palestrante dava sono: Jeongguk.
Soava chato. Imponente, elegante, mas chato. Ao chegar no auditório,  entrou devagar, no intuito de não ser notado. Infelizmente, um professor o notou e o encarou com desaprovação.
Park andou na ponta dos pés e sentou-se na última fileira, para não ser mais notado do que queria ser. Pegou a mochila e a pôs no colo, abrindo-a em seguida, pegou seu velho caderno, uma caneta e fechou a mochila. Abriu o caderno e foi para uma página vazia aleatória, já que tudo aquilo estava completamente desorganizado. Pôs-se a desenhar e decidiu que queria fazer uma raposa machucada, por motivos psicológicos e pessoais. Após desenhar por alguns segundos,ele olhou de relance para o "palco" do auditório e voltou a desenhar. "Espera um pouco..." . Olhou para o palco de novo, desta vez olhando o palestrante com mais atenção. O cabelo castanho escuro com mechas mais claras, as pernas desumanamente grandes.... "Jungkook?" sussurou para si mesmo e fez que não com a cabeça, rejeitando aquilo. Mas até que fazia sentido. Aquele podia ser seu nome de negócios ou coisa do tipo e Jungkook o apelido, era completamente compreensível. Ele se afundou na cadeira e voltou a desenhar. Talvez Jungkook não percebesse. E foi nisso que ele acreditou por dez minutos.
No décimo primeiro, ele percebeu um movimento ao seu lado, e se virou para ver o que estava ocorrendo. Jin estava trocando de lugar com Sooyon. Ao final da troca, Jin estava ao seu lado, encarando-o afinco.

- Posso ajudá-lo? - Jimin sussurou.

- Só vim perguntar se você está bem. - O ruivo olhou pra ele com uma sobrancelha levantada. O olhar dele estava gritando: "O que você acha, Einstein?" E isso era exatamente o que ele queria estar gritando. - Acho que não. Como é que tá o olho?

- Ainda está aqui. Fodido, mas aqui.

- Seu pau tá legal? O Suho deu uns três chutes.

- Não se preocupe com meu órgão sexual, eu tomo conta dele. Só isso?

- Aqui. - Jin tirou uma caixinha pequena de band-aids do bolso e entregou ao outro. - Roubei da enfermaria. Também roubei isso aqui. - O deu uma outra caixinha. Mertiolate. - Não é muito, mas é o que dá pra fazer.

- Com licença, senhores! - Jungkook disse do palco, rígido. Todos começaram a procurar pelos senhores, e Jungkook completou. - Última fileira, quarto e quinto lugar da esquerda pra direita. - Jin apontou para si mesmo e para Jimin, talvez porque aquela fosse a exata localização deles. - Isso. Vocês dois, se levantem e digam seus nomes, por favor. - Park sentiu vontade de morrer. Queria morrer, desaparecer numa bomba de fumaça ou virar um avestruz e meter a cabeça no chão. Jin se levantou, e puxou o outro com ele.

      - Kim Taehyung. -Jimin estava vermelho como um pimentão, e a expressão um tanto quanto surpresa (mas ainda metida) de Jungkook o fazia se sentir pior.

- E o outro, como se chama?

- Park.... Park Jimin.

- Hm.. creio que a conversa de ambos estava mais interessante que a palestra.

- Não, claro que não. - Jin disse, seguro de si. Jimin o admirava por sua lábia, e a sua habilidade de criação de desculpas.

- Então me pergunto qual é a dificuldade  de manterem-se quietos, para evitar que percamos nosso preciso e limitado tempo.

- Pedimos desculpas, isso não irá se repetir.

- Espero que não. Porém,  após o término da palestra, eu gostaria de ter uma palavrinha com o Senhor Park.
Sentem-se em silêncio e permaneçam assim, por favor. -Jin e Jimin se sentaram, e o menor sentiu a mais imensa vontade de sair correndo do auditório como se não houvesse nada a ser deixado para trás. "Merda, merda, merda....." repetia para si mesmo.

       *********

No final da palestra, Jimin tentou fugir de Jungkook, para evitar aquela conversa, mas não funcionou. A porta ficava  do outro lado do auditório, e ele teria que passar perto do palco. Tentou fazer isso de maneira furtiva, mas o maior o notou rapidamente  e o chamou.

- Jimin! Ainda quero falar com você! - Park, ao ouvir isso, revirou os olhos e se arrastou em direção ao palco no qual o outro estava. O moreno desceu às escadas e chegou perto dele, Jimin  notou seus lábios, que segundo ele eram bonitos e...
Se interrompeu ao ver que estava encarando os lábios do outro, era estranho.

- O que você quer? - Ele perguntou.

- Eu disse que voltaria... pro orfanato, se lembra? Não voltei, e sinto muito por isso. Minha agenda esteve cheia demais, eu não achei tempo.

- Acabou?

- Não. Acho bom que saiba que eu quero te adotar. - Jimin se engasgou com o oxigênio, e começou a tossir sem parar. Ao terminar seu acesso de tosse, suas bochechas estavam quentes e vermelhas, seus pulmões doíam, e ele estava indignado com a revelação de Jungkook. - Você está bem?

- O quê?! Por quê?! Por que você quer me adotar?!

- Fale mais baixo, por obséquio. E eu quero te adotar porque gostei de você.  Não é assim que funcionar? Você visita o orfanato, gosta de uma criança e adota.

- Quem disse que eu queto ser adotado por você?

- Ninguém. Mas eu vou visitar o orfanato de novo amanhã, fazer a entrevista com você e... bom, o resto você já sabe.

- Tenho mais de doze anos. Sabe o que isso significa? Que você não pode me adotar a menos que eu queira.

- Vamos resolver essa parte, confie em mim.

- Vai se foder! Eu nunca vou querer  ser adotado por você, ouviu? Nunca.

- Jimin, por favor. Eu quero te ajudar. Sei que você  não está feliz aqui, você não  esta feliz naquele orfanato e você não está felizna sua condição atual! Você sabe disso melhor do que ninguém! Quando eu entrei naquela biblioteca, eu vi  como você estava infeliz. Como você estava muito, muito infeliz. Teimar não vai adiantar, você sabe que é verdade. Me dê uma, apenas uma chance de tentar te fazer feliz.

- Vai. Tomar. No. Cu. - Ele arrumou a mochila no ombro e saiu andando.

- Te vejo amanhã! - Jungkook gritou, e chamou a atenção de todos com isso.
Jimin levantou o dedo do meio e começou a andar rápido, no intuito de fugir daquele lugar. Jungkook não podia fazer isso, podia? Quer dizer, ele não tentaria adotar Park de verdade. "É óbvio que não...." disse para si mesmo, rumando para a sala de aula. "Eu espero que não..." concluiu.























   



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