1. Spirit Fanfics >
  2. Illusion >
  3. Nono

História Illusion - Nono


Escrita por: gyeomixx

Notas do Autor


EU SÓ POSTEI PORQUE VOCÊS INSISTIRAM TANTO E ME APOIARAM MUITO ENTÃO EU VIM AQUI COM UM CAP DE 4.057 PALAVRAS, LEIAM E GOSTEM E SE NÃO GOSTAREM ME PERDOEM, KISEU.

Capítulo 9 - Nono


Felizmente, a consulta havia sido rápida rápida e muito eficiente. O doutor fora muito amigável, compreensivo e prestativo. A única coisa da qual Jimin não havia gostado foi a quantidade de remédios que teria que tomar antes de dormir. Quatro: dois para dormir e dois antidepressivos. Jungkook também não havia gostado da quantidade de remédios, tanto que perguntou se não tinha uma alternativa com menos medicamentos. 

Infelizmente, não havia. Jimin estava com medo de tantos comprimidos; ele tinha uma certeza quase absoluta que engasgaria muito. Aquilo não o deixava feliz, mas o que lhe reconfortava era o fato de que ele poderia dormir e descansar, quando precisasse. Jungkook também tinha algumas coisas à fazer, como "responsável" por Jimin, nas palavras do doutor. Os eletrônicos do ruivo teriam que ser confiscados uma hora antes de ele dormir, e Jungkook também teria que verificar se ele estava tomando os remédios meia hora antes de ir deitar. Outra coisa era: Jimin, duas horas antes de dormir, não poderia  ficar em lugares com muita luz, ou barulho. Aquelas regras enchiam o saco dele, mas ele sabia que tudo aquilo era necessário para a melhora da sua saúde. Outra coisa era que seis meses depois de tomar os medicamentos, eles voltariam para fazer uma consulta e ver se Jimin ainda precisava de tantos medicamentos. No momento, aquilo parecia muito distante, mas se manteve otimista, principalmente por causa do conforto que sentia no momento. Ele estava encolhido no banco do carro, que estava inclinado para trás, usando o casaco de Jungkook como cobertor. A música que tocava no rádio era muito boa também. Fools, do Troye Sivan tocava baixinho, mas numa altura boa o suficiente para que Jimin pudesse escutar. O que mais o deixava confortável era o casaco de Jungkook. Era bem quentinho, macio e tinha um cheiro gostoso de baunilha e chiclete de morango. Aquele casaco gerou uma discussão de pelo menos vinte minutos, que Jungkook acabou vencendo, simplesmente por ser mais teimoso e ter mais paciência.


Only fools fall for you, only fools

Only fools do what i do, only fools fall... — Jungkook cantou junto ao rádio, e Jimin se sentiu obrigado a dizer:


— Você canta muito bem...


— Isso foi um elogio?


— Não fique empolgado, nem se sinta especial. Eu apenas achei sua voz bonita. — O moreno abriu um sorriso e soltou um suspiro, passando os dedos pelo cabelo que agora estava desarrumado. 


— Jimin, você deveria tentar dormir. — Ele disse, ao ajeitar seu casaco no ruivo. 


— Só vou comseguir dormir se você mantiver as suas duas mãos no volante. — Jimin respondeu, inseguro.

Outra discussão que ele é o outro tiveram foi sobre Jungkook dirigir cansado, de noite. Jimin teimou para que eles dormissem no carro, para evitar acidentes, mas novamente, Jungkook ganhou a discussão. Ele não estava nem um pouco confiante ou seguro sobre aquela viagem: Jungkook  estava aparentemente cansado e dirigir cansado não era uma boa ideia no ponto de vista de Jimin, além do fato de ele achar que Jungkook dirigia perigosamente. 


— Ok, ok. Mas dorme, tá? 


— Tá. — Respondeu baixinho, com o sono evidente em sua voz.


— Boa noite. — Ouviu o outro dizer, o cansaço já lhe dominava.


— Boa noite. 



                 ¤¤¤¤¤¤¤



      Jimin sentiu um estranho, porém confortável balançar, vindo de algum lugar. Era gostoso, cômodo e aconchegante. Ele abriu um dos olhos, apenas para saber o que estava acontecendo e se viu numa posição quase constrangedora. A primeira coisa que viu foi o rosto de Jungkook, com uma expressão exausta.


— Jeongguk?


— Ei, Jiminnie... — Jungkook sorriu ao olhar para Jimin. — pode dormir, tá tudo bem. — Jimin olhou para baixo, e percebeu que seus pés não tocavam o chão. Também percebeu que os braços de Jungkook estavam em volta de sua cintura e tronco.


— Você está me carregando? — Ele perguntou, sua voz estava transmitindo sonolência. 


— Sim, estou. — Jungkook respondeu, calmo. — Já estamos chegando no seu quarto, relaxa. — Ele continuou. Talvez fosse o sono, mas Jimin resolveu apenas se deixar  ser carregado, apesar de sua vontade de ir andando. Por algum motivo  Jungkook o dava segurança. 

A questão não era nem a posição, e sim Jungkook. Seus braços em volta da cintura do ruivo, seu cheiro, sua voz... tudo se misturou, e formou uma imensa fortaleza de conforto e segurança. Jimin apenas se encolheu nos braços alheios, e fechou os olhos.

Porém, após alguns segundos, Jungkook o soltou e o colocou em sua cama devagar. Se sentiu um pouco desapontado, já que havia gostado de tudo aquilo.


— Boa noite, meu doce. — Jungkook disse e deu-lhe um beijo na cabeça, acariciando-a por alguns segundos.


— Boa noite... — Ele respondeu, se enrolando em sua coberta. O maior saiu do quarto, e fechou a porta atrás de si.

Jimin bocejou e se aconchegou em sua cama, tentando recriar o mento que havia acabado de viver.



                    ¤¤¤¤¤¤¤



       Jimin sentia como se estivesse dentro de um marshmallow que estava sendo assado. Ele abriu os olhos devagar, e soltou um bocejo silencioso. Olhou em volta e ficou feliz com a familiaridade do cômodo. Seu quarto estava sendo banhado com a bonita luz alaranjada do Sol, cuja a aparência era reconfortante e familiar.

Se virou na cama, e se encolheu debaixo de sua coberta quentinha. Aquele imenso baluarte de calor e comodidade não podia ficar melhor, queria poder ficar lá para sempre. Ele havia esquecido como era sentir aquela preguiça matinal, misturada com descanso e disposição. Sentia-se pronto para o dia que viria, muito embora soubesse que não faria muita coisa naquele dia. Jimin se espreguiçou e tirou a coberta de cima do corpo, sentando-se em seguida. Passou a mão pelos cabelos bagunçados e soltou outro bocejo, que desta vez saiu bem alto e barulhento. Soltou um suspiro e se levantou da cama, saindo de seu quarto sem se importar com sua aparência bagunçada. A primeira coisa que viu foi Jeongguk sentado na mesa, de óculos, lendo um livro.


— Bom dia, Jiminnie! — Jungkook tirou os olhos do livro, e olhou para o baixinho, sorrindo. — Como se sente?


— Bem.


— Relativamente? 


— Só bem. Onde está a Hyerin?


— Limpando os quartos, lá em cima. Senta aí, vem tomar café comigo. — Jimin, mesmo querendo tomar café da manhã em seu quarto, andou até a mesa e se sentou numa das cadeiras. 

Jungkook deu um gole em sua caneca, e ajeitou os óculos. — Sirva-se. — Ele disse, já que o outro estava apenas parado, encarando-o.


— Ok. — Disse, pegando um copo limpo e servindo-se de limonada.


— Olha só, houve uma mudança relâmpago de planos. — Jungkook disse, e fechou seu livro. Jimin deu uma espiada na capa e imaginou ser alguma obra de Shakespeare, estranhou. — Lembra que íamos sair no fim de semana 'pra te comprar roupas?


— Lembro.


— Nós vamos hoje.


— Por quê? 


— Eu ia ficar de folga, no sábado, na segunda e na terça. Mas como eu disse ontem, resolvi mudar. Basicamente, eu só tenho mais uma folga essa semana que é  na sexta, mas quero ir comprar suas coisas o mais rápido possível.


— Hm.... tá. — Jimin balançou a cabeça e pegou uma torrada da cestinha em sua frente, mordendo-a em seguida.


— Ah, e amanhã vamos visitar sua escola nova, só para você chegar lá sabendo das coisas. Você já experimentou seu uniforme? 


— Não. Você ficou de me dar, se lembra? — Jungkook deu um tapa em sua própria testa e suspirou.


— Essa minha memória de merda também não ajuda... mas tudo bem. Quando você terminar o café, vá ao meu quarto, vista o uniforme e vemos se está bom. Se estiver, lembre-me de comprar mais alguns quando sairmos. Se não estiver, trocamos.


— Tudo bem.


— Vamos daqui à uma hora. Tudo bem por você? 


— Claro. — Deu mais uma mordida na torrada e a pôs de lado, apenas para que pudesse beber a limonada.


— Jimin, posso te fazer uma pergunta?


— Faça.


— Como era na sua antiga escola?


— Como assim?


— Como era lá? Seus amigos, professores, colegas... como era? 


— Hmm... bem... como eu posso dizer... legal, eu acho. — Jimin não se sentia muito bem mentindo, talvez porque ele fosse um péssimo mentiroso. Mas o quê ele poderia fazer? Contar à Jungkook que ele sofria bullying desde que se entendia por gente, e que tudo havia piorado terrivelmente depois que seu melhor amigo foi embora? Não. Simplesmente não.


— Jura?


— É. Eu não era o mais popular, mas...


— Mas?


— Eu até tinha alguns... amigos.


— Quantos, em média?


— Alguns.


— Quantos?


— Não sei! Eu nunca parei e contei!


— Mais ou menos, quantas pessoas haviam no seu grupo de amigos? — Jimin ficou com um pouco mais de raiva, já que odiava ser pressionado.


— Por que você quer tanto saber? — Disse mais alto do que normalmente diria. — Não é da sua conta, você deveria estar muito feliz por eu te dar a informação que eu te dei!


— Doce, você não tinha amigos, não é? — Aquilo foi o fim. Tudo junto. O apelido idiota, o rostinho de pena, a frase, o fato de Jungkook acreditar que Jimin não tinha ninguém, a intromissão.... tudo se transformou num imenso peso, afundando no peito do ruivo, que levantou da mesa num estrondo e saiu correndo para seu quarto, batendo a porta atrás de si. Ele se sentiu uma criancinha mimada fazendo aquilo,  mas não queria continuar naquela mesa. Odiava quando as pessoas sentiam pena dele. Ele não havia sofrido o suficiente para ser merecedor de pena e aquilo o deixava de cabelos em pé. Se jogou na cama, e cobriu a cabeça com os cobertores, numa tentativa falha de fugir daquele mundo que dividia com Jeongguk. Algumas lágrimas saíam de seu rosto, o que lhe deixou intrigado. Não fazia ideia do motivo de seu choro, e não queria chorar. Talvez o motivo fosse o fato de que Jungkook estava certo; ele não tinha amigos, ou talvez o fato de odiar que sentissem pena dele e o choro fosse de raiva. Não fazia a menor ideia, mas resolveu deixar-se chorar, porque sentia como se precisasse. Após um ou dois minutos, Jeongguk bateu na porta de leve.


— Vá embora, seu palhaço! — Jimin gritou com a voz embargada, por conta do choro. Jungkook apenas bateu de novo, desta vez mais vezes e mais forte. — Vá embora, eu não te quero aqui! — Novamente, as batidas foram mais fortes e em maior quantidade. Nesse momento, Jimin se encheu e pulou da cama, indo até a porta. Ele à abriu e começou a gritar. — QUE PARTE DO "VÁ EMBORA" VOCÊ... ah. — A vergonha tomou conta do corpo do ruivo, quando ele se deu conta de que não era Jungkook ali, mas sim Hyerin. — Hye, me desculpe, eu achei que fosse.... ele.


—  Sim, eu sei. Bem, como ele sabia que o senhor não o escutaria e nem atenderia, ele me pediu para dizer que é para o senhor vestir isso aqui e ver se fica bom ou não. — Ela entregou algumas roupas à Jimin, que limpou uma lágrima em sua bochecha com as costas da mão e deu um minúsculo sorriso.


— Tudo bem. Obrigado, Hyerin.


— De nada. —  Jimin fechou a porta devagar e colocou as roupas em cima da cadeira que compunha a escrivaninha. Tirou suas roupas e vestiu o uniforme, sem perder tempo. Depois, abriu seu guarda-roupa e olhou-se no espelho que havia em uma das portas dali. Ele descobriu o espelho na primeira noite que passou na casa de Jungkook, mas já o odiava. Na moldura do espelho haviam pequenos pirulitos de gesso, todos em alto-relevo. O moreno devia adorar ver Jimin odiando as coisas que ele comprava, não havia outra explicação. A blusa do uniforme estava boa, do jeito que o menor gostava. As mangas estavam um pouco compridas, o que o daria uma bela ideia de rasgar pequenos círculos nos quais poderia passar os dedões. O problema era a calça. Sentia que se ele caísse de paraquedas, as calças serviriam perfeitamente como um. Estavam largas demais. Tirou o uniforme e colocou suas roupas normais de volta, dobrando as peças do uniforme em perfeitos quadrados. 

Ele as deixou em cima da escrivaninha, e se jogou na cama de volta. Não cobriu a cabeça daquela vez, porque não se sentia mais tão mal.

Retirou o que havia pensado quando alguém bateu na porta e a abriu em seguida, e esse suporto alguém se transformou em Jungkook. 


— O uniforme serviu?


— A blusa serviu, a calça não. Sai.


— Só saio se você me contar o por quê você mentiu.


— Vai tomar no meio do seu cu.


— Para de me ofender! Você estava tão legal na mesa, até que...


— Até que você começou a se intrometer na minha vida.

—  A maneira que você correu 'pro seu quarto, bateu a porta e etc... só mostra que a resposta é "não". Você não tinha amigos. 


— Que porra de fixação é essa com amigos?


— Você fala palavrões demais!


— E o foda-se? — Jungkook suspirou e descansou a cabeça na parede.


— O "foda-se" está quase se apoderando de mim, eu te juro. Olha, eu vou tomar um banho, se arrume para sair. Se quiser tomar banho, tem um banheiro com chuveiro aqui em baixo e um com banheira lá em cima. Há sabonetes fechados nos armários dos dois. — Virou as costas e saiu do quarto.

Jimin pensou sobre o assunto e decidiu que sim, tomaria um banho. Saiu à procura do banheiro de baixo, e o achou em dois minutos. Entrou e começou a tirar suas roupas, pegando um dos sabonetes no armário e ajustando a temperatura da água. Quando a temperatura da água ficou boa o bastante, entrou debaixo do chuveiro e abriu a caixinha do sabonete, revelando um sabonete infantil em forma de ursinho. "Você só pode estar brincando com a minha cara...", pensou ao ver aquilo.

Mais uma vez, se houvesse algum Deus,  ele teria que pedir sérias desculpas à Jimin. Mas o que mais ele poderia fazer além de tomar banho com aquela.... coisa? Nada. Então apenas ignorou o fato de estar se ensaboando com um urso de gravata. Ao terminar o banho, ele se sentiu relaxado, e até gostou do cheiro do sabonete. Percebeu que havia esquecido de pedir uma toalha, e isso o deixou em um leve estado de desespero. O que ele poderia fazer? Gritar por Hyerin e pedir uma toalha lhe parecia horrivelmente embaraçoso, gritar por Jeongguk e pedir uma toalha... simplesmente não. 

Jimin resolveu que sairia do banheiro do jeito que estava. Hyerin estava no andar de cima (sabia disso porque a viu subindo as escadas, antes de ele entrar no banheiro) e Jungkook estava tomando banho. Tirou o excesso de água em seu corpo e saiu do box de vidro. Pegou suas roupas usadas, respirou fundo e abriu uma fresta na porta do banheiro. Não havia ninguém ali, isso era bom. Ele saiu rapidamente, com um cuidado desnecessário e exagerado. Deu alguns passos e olhou para a cozinha, que pela graça de alguém, estava vazia. Ele engoliu seco e continuo andando devagar e com cuidado, até seu quarto. Sinceramente, havia morrido de medo.

Apenas pensar sobre Jungkook o vendo sem roupa era... assustador. Dava calafrios na espinha, era horrível.

Jimin andou até sua mala e a abriu, pegando algumas roupas aleatórias. Ele acabou com um jeans claro e apertado, que em sua opinião o deixava com pernas de menina, e uma camiseta vermelha com "DOPE" em letras pretas. Não gostou daquela roupa. Nem um pouquinho, mas decidiu que não trocaria, porque a preguiça falou mais alto. Colocou seus tênis nos pés, pegou o celular e os fones de ouvido e saiu do quarto novamente. Se jogou no sofá, pôsos fones e se retirou para o seu "mundinho particular", com uma trilha sonora que o agradava muito. Após alguns minutos, Jungkook desceu as escadas, com o cabelo mais arrumado e sem os óculos. Ele andou até perto do sofá e, ao chegar suficientementemente perto, pôs uma das mãos no cabelo de Jimin.


— Seu cabelo está úmido. —  Ele disse, mexendo os dedos entre os fios ruivos.


— Não, sério?! Cara, se você não tivesse me contado, não sei quanto tempo eu demoraria 'pra descobrir! — Ele respondeu, com o sarcasmo afiado enchendo sua voz. — Tira a mão do meu cabelo, gênio. — A frase saiu rude, mal-educada e ranzinza. Exatamente como ele agia perto de Jungkook. 


— É muito macio... é gostoso.


— Tira a mão. — Jungkook tirou as mãos do cabelo de Jimin e se sentou perto dele.


— Você está bem?


— Agora, tendo esta conversa? Não. Se você não existisse, eu estaria.


— Se eu não existisse, você estaria apanhando de quem quer que você apanhava lá.


— Por que você acha que sabe tudo sobre a minha vida? 


— Porque eu sei como é se sentir assim.


— Assim como?


— Como se todo mundo estivesse pronto e disposto para te machucar e te pôr 'pra baixo. Sei como é isso.


— Claro que sabe, você sabe de tudo, não é?


— Eu nunca disse. Mas já que nada vai funcionar, eu quero pedir desculpas. — Jimin levantou a sobrancelha. 


— Por quê? 


— Por ficar me intrometendo. Desculpa. Podemos voltar à conversar daquela maneira amigável?


— Não se intrometa mais.


— Entendi. — Jungkook balançou a cabeça.


— Então acho que.... tudo bem. — Deu o menor sorriso que havia dado em toda sua vida e estendeu uma das mãos. — Colegas.


— Amigos? — Jungkook disse, apertando e chacoalhando a mão de Jimin.


— Conhecidos. Não abuse do meu bom-humor. — O maior deu uma risadinha e se levantou do sofá em um pulo.


— Bem... o que estamos esperando?! Às compras! — Jimin riu baixinho e se levantou do sofá. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Jungkook o pegou pela mão e saiu pulando pela casa, em direção à porta, o arrastando junto. Quando ele terminasse seu ataque de alegria, Jimin conversaria sobre o contato físico. — Estou tão animado, irei sair com você! 


— É... eu também.... eu acho.




                      ¤¤¤¤¤¤




          Ok, comecemos dizendo que Jimin nunca havia carregado tanto peso em toda sua vida como hoje. Tinha, no mínimo,  vinte sacolas só 'pra ele carregar. E Jungkook tinha mais, muito mais sacolas. Ele achava um exagero, mas tudo o que Jungkook via e achava que ficaria "bonitinho", "fofo", ou "lindo demais" em Jimin, ele comprava. Mesmo que o ruivo não gostasse, como uma regata amarela feminina. Ele daria um jeito de jogar aquilo fora, disso ele tinha certeza. Mas eles haviam passado por, pelo menos, treze lojas, e eles levavam metade do estoque de cada uma. E Jungkook, impressionadamente, nunca parecia satisfeito com o número de coisas que compravam. Sapatos, acessórios, roupas... Jimin tinha uns cinco óculos de sol, e um deles era feminino. Por algum motivo, Jungkook tinha uma certa fixação por coisas de menina em Jimin, que decidiu conversar com ele sobre aquilo quando chegassem em casa. Até roupa íntima feminina Jungkook havia tentado comprar, mas Jimin quase chutou a cara dele quando ele veio com aquela conversa: "Vamos passar na Victoria's Secret, lá tem roupas íntimas que ficariam muito fofas em você!". Jeongguk tinha sérios problemas emocionais e mentais, disso Jimin tinha certa afirmação, mas ele não podia negar que o outro estava sendo até meio que fofo. Sempre perguntando se ele estava se divertindo, fazendo o máximo para que Jimin se sentisse bem... era uma coisa pela qual era muito grato, com certeza. Ele teria que se lembrar de agradecer depois. 


       Após algumas horas, Jimin estava sentado perto da fonte, rodeado de sacolas e caixas, tomando um suco de maracujá. Jungkook precisou ir na loja da Apple Store, resolver uns problemas que ele estava tendo com seu IPad. Jimin escolheu ficar sentadinho no banco, tomando seu suco tranqüilamente, de pernas de índio.

Por algum motivo, o shopping estava muito vazio, o que permitia que ele agisse de maneira mais livre. Ele adorou o fato de poder se sentar do modo que queria, sem ter que se preocupar muito com ser educado.


— Ora, mas que surpresa, vejam quem está aqui! — Uma voz assustadoramente familiar disse.

Jimin, que estava olhando para o nada, levantou a cabeça e a virou em direção da voz. Quando fez isso, desejou que tudo aquilo fosse um pesadelo no qual ele acordaria sem ar. — Minnie! Eu não sabia que você frequentava esse shopping! Que coincidência incrível, não? — Jimin não respondeu. Ele abaixou a cabeça e sentiu o coração começar a bater mais rápido. — Eu estou... estupefato! — Ele achou um pouco curioso o fato de Suho muito provavelmente não saber o significado dessa palavra, mas mesmo assim usá-la. — O que veio fazer aqui? Compras, pelo visto.... vejamos. — Suho pegou uma das caixas e a abriu. Jimin se sentiu extremamente invadido no momento, mas não tinha muito mais o que fazer além de esperar. — Hmmm..... que legal! Gostei do sapato, toma de volta. — Ele estendeu a caixa para Jimin, deixando-a bem perto do garoto sentado. Jimin estendeu as mãos para pegá-la, mas Suho a afastou no momento que suas mãos tocaram a caixa. — Ei, você não quer mais? Pega! — Suho riu e seus dois "cachorrinhos" também. Não tinha jeito, ele estava encurralado. Respirou fundo, para encher os pulmões de ar e coragem. Ele se levantou, tomou a caixa da mão de Suho e a colocou de volta no banco. 


— Me dá uma surra logo, vamos perder menos tempo. — Ele disse, com a voz inalterada, mesmo que o medo estivesse tomando conta de cada parte de seu corpo. Suho deu uma risada em deboche, e cruzou os braços.


— Então é disso que você gosta? Apanhar?


— Só anda logo com isso. —  Jimin abaixou a cabeça novamente, esperando alguma ação do outro.


— Sabe, você me espanta, Jimin. É muito mais forte do que parece. — Suho sem dizer mais nada, deu um soco no olho de Jimin, que cambaleou para trás a acabou tropeçando nos cadarços, motivo de sua queda. A dor que ele sentia era horrível, ele apenas queria que ela parasse. Fazia tempo que não apanhava, ele havia se esquecido o  quanto doía. Suho se abaixou ao nível de Jimin, e o pegou pelo colarinho. — Só não é forte o suficiente. — Ele sussurrou em seu ouvido e o largou no chão. Foi se levantando e deu um chute no rosto do ruivo, esse que soltou um agudo gemido de dor.


— Ai.... — Disse, escondendo seu rosto para que os idiotas não o vissem chorar.


— Ora, vamos, Jimin. Você já levou umas surras muito piores do que essa e...


— EI! — "Merda.", Jimin pensouao ouvir a voz de Jungkook vindo de longe. — O que caralhos vocês pensam que estão fazendo?!


— Fodeu, corre! — Suho gritou, e saiu correndo com os outros atrás. Jimin se surpreendeu com aquele imenso ato de covardia, principalmente porque vinha de Suho. Mas, no momento, seu olho doía demais para ele demonstrar surpresa.


— Jiminnie, você está bem?


— Estou legal. — Disse, se levantando do chão e limpando as roupas que ficaram um pouco sujas. — Chega de compras, quero ir 'pra casa. — Ele disse, com a voz um pouco falha, mas sem alterações no tom. 

Pegou o máximo de sacolas que pôde e as arrumou em seus braços, da maneira que estavam antes.


— Primeiro: Seu olho está muito feio.

Segundo: Quem eram aqueles.... caras?


— Ninguém. Vamos 'pra casa. — Jimin disse, virando as costas e tentando ir embora, mas Jungkook o puxou pela camiseta, no intuito de pará-lo.


— Eles fizeram isso com você, não é?


— Vamos. 'Pra. Casa. — Repetiu e tentou ir embora novamente, mas desta vez com mais determinação. 


— Jimin...


— Fica quieto! Não quero escutar nada do que você tem a dizer! Se você não me levar, eu vou andando! — A voz de Jimin saiu muito alta, mas não ao ponto dele gritar. Ele virou as costas, e começou a andar, em direção a escada rolante.

Jungkook soltou um suspiro, pegou o que havia sobrado de sacolas e caixas e foi seguindo o ruivo, já que eles precisavam pegar a escada para ir ao estacionamento. Jimin queria muito chorar, já que seu olho doía como se Lúcifer o estivesse tocando, mas ele não podia. Não na frente de Jungkook. 


— Só vou perguntar uma coisa: Você está bem?



              — Estou ótimo.






















































Notas Finais


até o próximo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...