1. Spirit Fanfics >
  2. Illusion >
  3. Capítulo Único

História Illusion - Capítulo Único


Escrita por: Proud

Notas do Autor


Olá pessoas lindas! Trago mais uma Wontaek para vocês. Já peço perdão por qualquer possível choro/bad que o enredo possa causar e peço para que não me matem.

Agradecimentos a Priscilla pela capa e a Jessica pela betagem.

Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Jamais imaginaria que, a partir daquele dia, minha vida mudaria para sempre.

Eu era apenas um soldado comum, pertencente às forças armadas do exército coreano. Minha família sempre fez parte da organização, era quase como uma herança, passado de pai para filho.

Meu pai foi o que chegou ao cargo mais alto na família, sendo um General. Ele sempre foi rígido comigo, até porque eu era o filho mais velho e o único homem. Eu não queria seguir essa carreira, meu sonho era ser compositor ou cantor, mas nem sempre na vida temos o que queremos.

Minha vida seria mais fácil se eu tivesse seguido o meu coração e não ter ouvido as súplicas da minha mãe para desistir daquela ideia – perante ela e meu pai, estúpida e sem futuro –, mas eu fui covarde e, ao terminar o período de prestação de serviço obrigatório, me inscrevi para me tornar um oficial.

Logo nas primeiras semanas, senti o peso de como era ser militar. Minha sorte foi que Hongbin, um amigo que fiz quando estava no exército, seguiu a carreira também, seria um peso a menos para encarar.

Quando conheci o capitão responsável pela base onde eu servia, Jung Taekwoon, senti que meu mundo desmoronou.

Sabia que gostava de garotos desde a minha adolescência, por mais que tentasse reprimir ao máximo aquele fato. Namorei algumas garotas só para meu pai não desconfiar, já que ele era um homem muito conservador, assim como o resto da minha família. Eu evitava pensar nesse tipo de coisa, mas foi impossível quando o homem sério se apresentou.

Ele parecia jovem demais para alguém que ocupava um cargo como aquele, mas logo eu soube que ele era uma espécie de gênio estrategista, sua força de fogo era similar a um leão e conseguiu o primeiro cargo de alguma importância aos vinte e dois anos. Atualmente, com trinta e três, era um dos homens de mais confiança dali – e um dos subordinados mais próximos de meu pai –, era um líder nato.

Não sabia se era a força que ele emanava, o olhar feroz e atraente, a postura elegante e firme ou a beleza estonteante daquele homem que me fez reparar nele ou tudo isso reunido.

Conforme os dias passavam, conhecia mais da sua personalidade. Taekwoon era um homem muito habilidoso, ótimo com palavras mesmo sendo alguém predominantemente quieto. Era preocupado com as pessoas ao seu redor, parecia mais um irmão mais velho para nós, soldados, do que um superior. Todos admiravam o lado humano que ele tinha.

A única vantagem que eu vi em ser o filho do General, foi que meu pai pediu para o capitão tomar conta de mim diretamente, então ele conversava um pouco a mais comigo sempre, me dando dicas, me instruía e me indicava diversas coisas relacionadas ao nosso trabalho.

Me apaixonar foi inevitável e eu não fiz nada que impedisse isso.

Depois de um ano, tornei-me bastante amigo dele. Ele me tratava como um irmão mais novo e até mesmo me apoiava, sorria de forma rápida e me abraçava quando eu me destacava em alguma coisa.

Em uma ocasião em que precisamos sair da base e ficarmos alguns dias longe de casa, os superiores dividiram os quartos improvisados para os soldados nos quartéis. Eu acabei sobrando na escolha e Taekwoon não se importou de dividir o quarto dele. Aquilo me deixou deveras nervoso e admito que mal dormi aquela noite, tendo a oportunidade de olhá-lo dormir na cama ao lado. Foi difícil de segurar o ímpeto de tocá-lo, ele era extremamente adorável e suas bochechas salientadas estavam avermelhadas, provavelmente pelo frio extremo que fazia naquela época do ano.

Foi como viver em um sonho. Por mais platônico que fosse, amá-lo em silêncio me fortalecia e me fazia ter uma pitada de esperança naquele meio nada favorável. Conseguia encarar a minha vida com mais facilidade e até mesmo conseguia sorrir a cada dia que abria os olhos para mais um dia de trabalho.

Tudo aquilo durou até ele ser convocado a ir para outro país junto dos superiores, resolver questões de planejamento e acordo com os líderes japoneses. Duraria semanas ou meses, não era definido ainda e não nego a minha tristeza quando ele se despediu naquela quarta-feira a noite.

A vida parecia não colaborar para o meu lado. Assim como Taekwoon, meu pai havia ido juntamente e minha mãe fazia questão de dizer que sentia sua falta diariamente para mim e aquilo me incomodava. A saudade do mais velho me corroía por dentro, nem mesmo Hongbin conseguiu me divertir ou qualquer um de meus colegas.

Fazia semanas que os superiores estavam fora dos países e comentários sobre a vida dos mesmos começaram a serem especulados, principalmente sobre “o grandioso e calculista frio Jung Taekwoon foi fisgado por uma moça japonesa muito bonita” e “eles estão se conhecendo cada vez melhor”.

Aquilo intrigou-me profundamente. O próprio já havia me dito que nunca tinha se apaixonado verdadeiramente na vida e pensar na possibilidade de vê-lo concretamente com alguma namorada começou a me desesperar.

Passou uma semana e eles voltaram. Eu não tinha coragem de perguntar diretamente para meu amigo o que havia acontecido lá, mas pela expressão suave dele e até mesmo mais alegre, comecei a possibilitar que tudo aquilo poderia ter acontecido.

Antes de eu ir embora para casa, ele me chamou e me convidou para ir até um café perto. Ele estava sorridente demais, ao contrário do meu estado claro de ansiedade. Começou a contar das novidades, que teve tempo para conhecer alguns arredores do lugar e que havia conhecido uma moça muito gentil chamada Daisy, que era mestiça e pelo fato do pai dela ser coreano, eles conseguiram conversar sem o empecilho da língua e várias inúmeras coisas que eu não consegui absorver.

Os boatos, de fato, eram verdadeiros.

Não nego que me senti muito magoado, ainda mais pelo motivo que ela iria passar uma temporada na Coreia junto com o pai dela, que também era militar.

Após nos despedirmos, resolvi voltar para a casa o mais rápido que poderia. Eu estava atordoado e o sorriso sincero dele, que ele mostrava raramente, parecia perfurar meu coração.

Chorei enquanto me banhava naquele dia.

**

Os meses passaram-se rapidamente demais para a minha falta de contentamento. Minha vida ia de mal a pior, os sentimentos que eu tinha pelo meu amigo eram tóxicos e de maneira indireta ele me machucava a cada desabafo ou novidade que ele tinha.

Mas nada foi pior do que aquela notícia: Taekwoon estava noivo.

A ficha não caiu a princípio. O anel que antes era prateado se tornou dourado, os assuntos além do trabalho que ele mais comentava era o quanto sua família e a da garota havia se dado bem e que os dois começaram a preparar todas as necessidades da cerimônia do casamento.

Eu tentava sorrir e concordar com ele, mas eu simplesmente não conseguia. Fugia desse assunto, muitas vezes preferia ficar longe de Taekwoon e sentia-me incomodado com os raros toques dele. Era como se eu me afogasse cada vez em um mar de tristeza, a bebida se tornou minha melhor amiga nos piores dias, sai alguns dias escondido para ir em ambientes especializados para pessoas como eu e passei a me relacionar com a maior quantidade de rapazes que eu conseguiria, tendo algumas horas de prazer e algumas horas para esquecer aqueles olhos profundos que me sugava para uma dimensão desconhecida.

Minha vida sempre foi uma mentira. Eu colocava uma máscara sob meu rosto e tentava me manter imparcial às diversas situações que eu era submetido. Escondia o verdadeiro Kim Wonshik, para não machucar e envergonhar as pessoas que deveriam ser tudo na minha vida. Por um momento achei que poderia apenas ser eu mesmo, conseguiria me declarar para o homem que eu amo e ele me corresponder. Nos beijaríamos em lugares reservados, assim como andaríamos de mãos dadas, falaríamos para nossas famílias que somos melhores amigos enquanto nos quartos, quando fôssemos para nossas casas, nos entregaríamos de corpo e alma enquanto nossos sentimentos fossem repelidos de nossas peles e nossos gemidos declarassem nosso amor as quatro paredes, que nos assistiríam.

Aquilo nunca iria acontecer.

Não neguei quando Taekwoon pediu para eu ser seu padrinho principal, junto com sua irmã mais velha. Não fui mal educado quando conheci Daisy e percebi o quanto ela e Taekwoon realmente se gostavam e que de fato ela era uma boa moça, não neguei seu pedido para cuidar do mais velho em seu trabalho em um momento que ficamos sozinhos quando Taekwoon foi pegar alguma bebida para nós três.

O tempo é traiçoeiro. Quando eu menos esperei, chegou a cerimônia do casamento. Me senti melancólico e bobo, por não conseguir me desapegar àquele sentimento triste e maligno que estava impregnado em mim como um tumor; me senti destruído quando acompanhei Taekwoon na sua prova do terno e ainda mais quando o vi vestido daquela maneira no dia do casamento, com seus cabelos escuros penteados em um charmoso topete e seu rosto pálido e bonito estava realçado pelo terno preto típico daquela ocasião.

Me permiti imaginar como seria se ele estivesse vestido assim para o nosso casamento, o quanto eu o abraçaria forte e diria para ele não tirar o terno quando fôssemos aproveitar nossa noite de núpcias, pois ele estava sexy naquela roupa. Dei um sorriso triste quando ele perguntou se estava bem vestido daquele jeito e eu apenas concordei com a cabeça, dizendo que ele não precisava se preocupar.

Como um bom melhor amigo, o levei até o altar e fiquei no lado destinado aos padrinhos, enquanto ele estava no lugar posto, nervoso e ansioso. Taekwoon tinha a mania de ficar inquieto no lugar e se tocar quando era submetido a esse tipo de situação e ele estava exatamente assim.

Eu sabia de cada mania dele com exatidão.

Os pais dele, os convidados que já estavam em seus lugares, a marcha tocava anunciando que a noiva havia chegado e todos comemoravam. Eu me segurava ao máximo para não chorar, não parava de encarar Taekwoon que se encontrava radiante apesar da ansiedade, olhei com pesar o seu sobrinho e sobrinha entrarem na igreja como “noivinhos” enquanto carregava as flores e as alianças daquela união perfeita – aos olhos de todos.

Daisy estava linda, sua aparência inocente e gentil realçava com o belo vestido branco rendado. O pai dela claramente mostrava orgulho daquela situação e entregou a mão de sua filha ao genro. Taekwoon sorriu apaixonado, assim como sua esposa e as perguntas que o padre perguntava eram respondidas de forma sincera e rápida, sem nenhuma culpa.

Meu coração partiu a cada palavra repetida por ele, principalmente no “eu vos declaro, marido e mulher”. Estava acabado, eu realmente não teria oportunidade nenhuma de ficar ao lado do homem que eu amo e infelizmente, teria que vê-lo feliz ao lado de outra pessoa.

Foi um martírio o resto da cerimônia e os próximos dias que ele esteve afastado para a Lua de Mel. Todos ao meu redor perceberam que eu estava triste e pensativo, mas ninguém sabia o real motivo.

Minha mãe presumiu que eu estaria com inveja de Taekwoon por ter casado com uma bela mulher e disse que estava estudando algumas possibilidades para um encontro arranjado. Eu apenas dei de ombros quando ela disse que teríamos um jantar com um velho amigo da área de trabalho de meu pai, que tinha uma filha um pouco mais nova que eu que havia gostado muito de mim na festa de casamento de Taekwoon.

Seu nome era Jessica, ela tinha descendência francesa e coreana e era uma bela mulher. Eu já havia aceitado meu destino, eu nunca viveria da maneira que eu queria e teria que usar a fantasia que cobria meu ser até o fim de minha vida.

Eu não pensei duas vezes quando tive a oportunidade de pedí-la em namoro, nem de pedí-la em casamento dois anos depois deste fato. Taekwoon se alegrava por eu ter ser o próximo a casar e comemorava o nascimento de seu primeiro filho, Jaehyun.

Taekwoon foi a mais bela ilusão que eu pensei em ter no meio de uma vida de mentiras.


Notas Finais


Agradeço quem leu até aqui e novamente, perdão por qualquer coisa.

Beijos e até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...