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História Ilusão - Capítulo Único


Escrita por: Yubaba-chan

Notas do Autor


Se vocês acompanhavam Sakura Harem, é, eu não fazia ideia que coleção de oneshots era proibido. Bem, cá estou eu.
Vou postar todas as ones separadamente. Aos novos leitores, bem-vindes!

Capítulo 1 - Capítulo Único


— Me tirem daqui! — berrou mais uma vez. O som da sua voz reverberou pelo cubículo úmido deixando em sua ausência um gotejar incessante de água vazando por alguma rachadura das paredes de pedra.

Pling. Pling.

Mais uma vez forçou os pulsos no sentido oposto dos grossos grilhões que a prendiam no canto mais escuro do cômodo. Gemeu com o esforço. Seu pescoço pulsava, sua cabeça doía. Seu chakra estava tão fraco. Oscilando. E ela sentiu a visão se turvar mais uma vez. Não. Não podia desmaiar agora. Não ali.

Pling. Pling.

Apenas as pontas de seus pés tocavam o chão. Apenas seu polegar. Seus braços doeram tanto, mas agora não os sentia. Podia sentir que a ponta dos dedos das mãos estavam inchadas. Deviam estar roxas. Ignore a dor. Cerrou os olhos.

Pling. Pling.

Ela não era fraca. Não, não. Tinha que se soltar. Ela precisava tentar, continuar tentando. Precisava impedir Naruto, precisava estar ao lado dele quando… Precisava de…

Pling. Pling.

— Sasuke-kun…

Crac. O som áspero de pedra contra pedra arranhou seus tímpanos. O escuro repentinamente foi se tornando cinza e, gradualmente, virou um banho de luz branca. Cegou-a e atordoou-a. Uma silhueta alta foi a única coisa que distinguiu. De repente sua respiração parecia-lhe alta demais. Fechou as pálpebras com a súbita claridade ferindo-a, mas tão lentamente esta se dissipou e o cômodo tornou a ficar negro, exceto pelo fio de luz que escapava da fresta do portão de pedra e coloria justamente o chão a sua frente. Algo gelado estava molhando seu rosto.

Pling. Plin... O som da água cessou.

Dedos rudes seguraram seu maxilar e o ergueram contra sua vontade. Negou-se a abrir os olhos. Não podiam obrigá-la! Desvencilhou-se da maneira mais corajosa possível, ainda de olhos cerrados, mas as mãos eram seguras e firmes e puxavam-na cada vez mais obstinadas. Tentou mordê-las, mas os dedos se afastaram, mas logo retornaram descansando em seu lábio inferior e, como numa provocação, enfiaram-se de maneira fugaz para dentro de sua boca. Tentou cerrar o maxilar, mas os dedos se apertaram contra o céu de sua boca e giraram rapidamente, surrupiando a umidade habitual dali e deslizaram-na pela pele rosada de seus lábios. Lentamente. Ouviu um único passo. Ele estava próximo da luz, mas ainda invisível. 

— Para! — gritou ela finalmente e olhou para a forma no escuro. Um grunhido baixo foi a resposta que obteve. Os passos não foram ouvidos dessa vez, mas sentiu-o chegar mais perto. Agora podia ver silhuetas de nuvens na capa tão negra quanto o cenário atrás dele. E quando fixou os olhos no rosto do invasor, engasgou-se com a própria saliva.

Aquelas íris brilhavam. Cor de sangue. Vivas como fogo.

— S-Sasuk...? — sua voz saiu esganiçada.

Mais um grunhido, mas dessa vez soou mais emocionante, quase divertido. Mais um passo. Os pés, antes cinza, adquiriram o tom pálido quando alcançaram a luz. As nuvens tornaram-se carmim vívido na capa grossa que o cobria. Mas seu rosto estava alto demais, longe da luz. Nas trevas.

Até que ele se curvou lentamente.

Ela arquejou. Aquele era Sasuke!

...Mas os cabelos negros estavam longos demais — tombaram de um dos ombros largos, presos por uma fina fita tão vermelha quanto os olhos. Havia duas marcas na pele que se iniciavam nos olhos e desciam até o meio da bochecha, maculando a tez pálida como a lua. O rosto era mais longo, as sobrancelhas negras arquearam-se com indiferença, os lábios finos e pálidos permaneciam inexpressivos de um jeito familiar enquanto os olhos brilhantes a miravam. Era estranho, porque tudo era familiar, contudo aquele homem… aquele homem não era Sasuke.

— Acho que me confundiu com alguém...

Os dedos compridos libertaram seu maxilar e capturaram uma mecha do cabelo cor-de-rosa desgrenhado com cuidado. Ele pareceu apreciar a textura. Um sorriso estranho — meio doce, meio sádico — pintou os lábios daquele estranho antes que ele suspirasse:

— Sakura.

A mão que acariciava sua cabeça delicadamente desceu de súbito e se fechou em seu pescoço. Com força.

Repentinamente a luz se apagou.

 

 

Alguém apertou lentamente algo em seus lábios. Era duro, feito de vidro. Repentinamente algo escorreu-lhe pelo canto dos lábios e garganta abaixo. Engasgou-se e tossiu, mas retomou a respiração às pressas e engoliu o líquido. Sentiu os lábios ressecados e doloridos se desmancharem e deleitarem-se na água. Seus olhos mantinham-se fechados e não propositalmente, apenas já não tinha forças para abri-los. Mas entre as pálpebras cerradas, viu de relance um rosto próximo ao seu, sentiu algo afagando sua bochecha... mas tudo se tornou embaçado demais… complicado demais pra entender… Ainda assim... Havia dedos brincando com o zíper de sua blusa.

Oh, não.

Retiraram suas sandálias... Kami-sama, não.

Logo depois, os shorts.

— N-não toque em mim… — gaguejou com a maior força que um sussurro fraco poderia ter.

Seus braços estavam pesados demais para tentar lutar com as mãos leves que despiam o que restava das suas roupas. Sentiu a frieza do ar, mas a pele que roçava na sua era tão delicada que a fez estremecer mais que a brisa. Sentiu algo quente tocando seu corpo todo de uma vez só. E era úmido. Não, molhado, bem molhado. Ela estava flutuando naquela quentura. Escorria pelo seu corpo. Pelo cabelo. Tinha um cheiro bom. Lavanda, mel.  Lembrou-se de casa e… Oh, estavam esfregando seu pescoço, limpando... E o escuro ameaçou voltar.

Não, não me deixe dormir agora, por favor, por favor...

Tarde demais.

Droga.

 

 

 

A primeira coisa que fez quando seus olhos se abriram foi agarrar firmemente a mão que deslizava pela sua bochecha. Apertou com toda sua força. Seu chakra ainda estava instável, frouxo, mas era tudo que podia fazer. Depois daquela luta tão terrível, era incrível que ainda conseguisse se mover… Contudo, mesmo estando debilitada, ouviu um esgar de dor. A mão esquivou-se da sua com rapidez e, antes que percebesse, seu pulso estava preso no mesmo aperto. Devolveram-lhe a agressão com mais força, sem dó. Sakura gemeu, mas tentou não esboçar reação externamente. Ouviu uma risada baixa que lhe trouxe a constatação que sua atuação não era efetiva. Seu outro pulso foi fisgado também e agora os dois se encontravam acima de sua cabeça. Arfou e debateu-se, tentou erguer os ombros. Mais uma risada ecoou, zombando de seus esforços.

— Eu vou matá-lo! — prometeu com ódio enquanto tentava se livrar das mãos firmes. Os olhos vermelhos a fitavam com uma intensidade perfurante, não gostava daquilo. Aquele homem parecia estar feliz com sua atitude.

— Hn — resmungou ele de uma maneira tão familiar que doeu. — Seria interessante vê-la tentando.

Dizendo isso, ele a soltou abruptamente. Virou as costas para ela, como se esta garota não lhe representasse perigo algum, e se afastou. Ele estava de pé agora, próximo a parede, então lentamente se virou e cruzou os braços, indiferente. Aguardando seu ataque com uma expressão apática.

Não por muito tempo.

Reunindo toda a força que tinha — não era muita, droga —, Sakura ergueu-se da cama num salto e fechou o punho, ganhando velocidade, impulso. Apertou os olhos quando todos os seus ossos doeram com o movimento, mas não desistiu. Ele se manteve parado até que ela estivesse o mais próxima possível. E então, simplesmente desviou. A mão da kunoichi atravessou o concreto liso — não estava mais na cela? — e abalou significativamente as estruturas daquele cômodo. Uma risada rouca soou atrás de si.

— Não poderia esperar mais de alguém apaixonada pelo meu otouto — a voz soou impressionada por baixo de todo aquele quê cínico.

Sakura prendeu a respiração. Precisou de mais força que não tinha para tirar a mão do buraco recém-aberto. Seu corpo parecia ter sido esmagado, mastigado e digerido. Estava tão exausta que seus joelhos tremiam. E agora a frase daquele… daquele homem a pegara desprevenida. Virou-se lentamente para ele, apenas para encontrar os olhos sérios observando-a com certa curiosidade.

— Você é... Uchiha — o som do sobrenome deu-lhe borboletas no estômago, mas o nome que o precedeu causou-lhe ânsia: — Itachi?

Ele não respondeu, mas não precisava. Na verdade ela já sabia, no fundo do âmago. Aquele era o irmão de Sasuke, afinal.

 Avançou na direção dele. Repentinamente. Precisava matá-lo. Por Konoha. Por…

Ele nem se deu o trabalho de desviar desta vez. Segurou os braços delgados da garota e não os soltou.

— Eu vou matar você!

— Este tipo de coisa… — ele suspirou calmamente — não combina com você.

Shannaroo! Eu realmente o matarei!

— Irritante — grunhiu. Aquilo causou um colapso no coração da kunoichi. Como ele tinha a audácia de chamá-la assim?! Moveu-se bruscamente tentando sair do aperto dele.

— Assassino! — rosnou com todo o ódio que amargava sua língua e se mexeu com força, mas Itachi era feito de pedra, sequer balançou com seu impulso. — Você é um maldito assassino que matou a própria família! — Os olhos dele fixaram-se nos dela, repentinamente mais vermelhos. — Você abandonou seu irmão! Agora eu devo matá-lo para Sasuk-

O som chegou mais rápido que a dor, alastrou-se por seu rosto e queimou. Podia sentir a marca de cada dedo dele em sua bochecha. Talvez eles estivessem em sua face, talvez até aquele maldito anel que ele usava estivesse, agora, desenhado em sua pele.

Rodopiou com a força do tapa e caiu, inusitadamente, em algo macio. No futon que estivera deitada inicialmente.

— Se sequer pensar em dizer isso mais uma vez — ele sussurrou baixo, com aquela expressão calma que a fazia estremecer de pavor — eu a matarei.

E saiu, a capa esvoaçando atrás de si.

 

A Haruno não se deu o trabalho de fugir. Estava cercada pela Akatsuki, afinal, não? Qualquer atitude impensada e estaria morta antes que pudesse pronunciar seu nome. Tentou não se mover muito e descansar. Agora realmente seu chakra era apenas o suficiente para que seu corpo se sustentasse como estava.

Ela jazia inerte no futon desde que caíra lá, sentindo, gradualmente, a ardência do tapa em seu rosto ir cedendo e cedendo...

Sentia-se tão inútil. Tão… tão…

Apertou o rosto contra o futon para enxugar uma lágrima, mas não conseguiu ocultar o soluço que alçou em sua garganta.

— Você está sempre chorando.

Virou-se lentamente, pronta para mandar quem quer que fosse embora, mas engoliu a voz. Engoliu o choro quando notou quem replicara de maneira tão rude.

— S-Sasuke-kun! — levantou-se lentamente, ignorando os protestos de seu corpo e deixou-se literalmente cair sobre o corpo masculino. O abraçou forte, pendurando-se nos ombros tensos. O rapaz grunhiu. Céus! Era ele desta vez, tinha certeza que apenas ele resmungaria daquele jeito tão dele! — É você... Você realmente está aqui! — Suas certezas se solidificaram quando o corpo do shinobi ficou estático e os braços largados ao lado do corpo. Só ele poderia ficar tão indolente com tamanha demonstração de afeto.

— Te levarei de volta — respondeu simplesmente, parecia um pouco irritado com algo.

— Sasuke-kun — repreendeu-o e segurou-o pelos ombros. — V-você não devia estar aqui… O seu, a-aquele… A Akatsuki… Itachi…

— Shh… — ele sussurrou e segurou seu braço. — Acalme-se. Vamos sair daqui primeiro.

— Estou com medo, Sasuke-kun. — lamentou-se fracamente.

O Uchiha suspirou exasperado, mas um braço envolveu a cintura da kunoichi com cuidado e depois o outro. Um abraço! Sakura mostrou-se estupefata. As mãos dele acariciaram a base de suas costas devagar e a apertaram contra si. Repentinamente havia lágrimas nos olhos verdes novamente. A menina de cabelos cor-de-rosa secou o rosto emocionada e retribuiu o abraço com força. Céus, ele estava a abraçando. Seriamente! Sentiu a respiração dele contra seu pescoço e repentinamente não queria sair dali nunca.

— Confie em mim — ele sussurrou com calma e o hálito quente serpenteou por sua orelha —, Sakura-chan.

O corpo feminino paralisou e ela notou que ele sentiu. Desfez o abraço, mas os braços dele não soltaram sua cintura, nem o rosto afastou-se da curva de seu pescoço. Sakura empurrou o peito duro exposto pela camiseta larga e semiaberta, sentindo a rigidez da pele contra seus dedos. O rosto de Sasuke se afastou e ele estava a olhando confusamente, algo parecia deslocado ali. Aqueles olhos... tão… vermelhos.

Desferiu uma cotovelada com toda a potência que poderia tirar de seu corpo naquele rosto e Sasuke se desfez em milhares de coisas negras, a rosada soltou um guincho assustado e protegeu os olhos da súbita revoada de corvos que surgiu com um som de poof e logo agitou-se em um som mais agourento até sumir por completo. Uma risada baixa ecoou logo em seguida, ela virou-se para trás com rapidez, mas suas pernas fraquejaram. Sasuke estava deitado no futon, com os braços atrás da cabeça e as pernas cruzadas, uma balançava no ar tranquilamente numa posição de extremo conforto.

Sakura tropeçou, mas atirou-se contra ele, alcançando o pescoço alvo do garoto para, inutilmente, perceber que suas mãos agarravam-se ao cobertor grosso do colchão. Sentiu a presença poderosa queimar atrás de si, mas não foi rápida o suficiente para se virar. Um peso se chocou contra seu pescoço fazendo-a gritar e então sua cabeça estava grudada ao futon.

— Você é extremamente agressiva para uma garotinha — O timbre rouco ricocheteou a pele de suas costas. Lábios tocaram sua nuca num sugestivo roce, os dentes úmidos fizeram sua pele se arrepiar. Droga.

— Me solte! — grunhiu abafadamente contra o colchão macio. Gentilmente, ele virou-a para cima. Desta vez, era o rosto original que via, não de Sasuke. O sorriso de escárnio de Itachi fez Sakura querer esmurrá-lo com vontade, mas ele ainda a segurava com firmeza. Prendendo-a com o próprio corpo. Ele era forte e quente e muito pesado. — Maldito covarde, me solte!

O sorriso dele esmaeceu lentamente. O Uchiha mais velho segurou novamente o maxilar feminino. Sakura notou-o se aproximar, os olhos carmim estavam fixos em seus lábios. Não! Oh, céus! Não! Ela virou o rosto para o lado e arranhou a palma das mãos em puro nervosismo. A boca tocou sua bochecha e ela sentiu o ar da risada dele banhar sua pele, causando-lhe cócegas.

— Uma garotinha agressiva e arisca — concluiu ele e se ergueu, ainda sem soltá-la. Sakura permaneceu com os olhos cerrados e o rosto escondido entre os tecidos. Ele não ousaria fazer isso! — Mas já entendi suas preferências. — Uma estranha sensação a tomou quando sentiu o corpo acima do seu se afastar. Abriu os olhos, mas arrependeu-se, pois deu de cara com aquele rosto que fazia seu coração palpitar. Um sorriso torpe tomou a face benevolente. — Que tal agora?

Até a voz era a mesma!

Itachi novamente era Sasuke. O seu Sasuke-kun. Mas os olhos não estavam entediados, nem enraivecidos. Eram negros e frescos como a noite. E ele sorria como ela nunca havia visto. Os cabelos pareciam levemente mais longos, mas ainda pareciam perfeitos aos seus olhos. Sabia que eram sedosos, mas não resistiu ao desejo de tocá-los mais uma vez. Já fazia tanto tempo... Sakura gaguejou baixinho quando o moreno deitou o rosto contra sua mão e lhe presenteou com um sorriso mais largo. Um sorriso que Sasuke nunca lhe dirigiria, porque ele nunca sorria assim. Fechou os olhos devagar quando aquele rapaz se aproximou com cuidado. Seus narizes se tocaram, as respirações se misturaram e então…

— Você não é real — sussurrou ela contra os lábios dele.

— Hn? — ele indagou com o rosto a centímetros dos seus, podia sentir o gosto dele só pela respiração ricocheteando dentro de sua boca...

— É um genjutsu, certo? — concluiu sentindo a garganta se apertar. — É só uma ilusão. Você não é o Sasuke-kun.

Ele sorriu de novo, mas dessa vez era um sorriso mau. O rosto afastou-se um pouco, a luz refletiu nos olhos. Agora tornaram a brilhar com o Sharingan, este nem tinha o formato correto. Eram Sharingans diferentes, mais brilhantes, mais injetados e experientes.

— Não? — indagou “Sasuke” com falsa confusão. Sakura acompanhou a língua se projetando para umedecer os lábios masculinos. — Um genjutsu, hn? Então por que não o dissipa?

A kunoichi abriu a boca para se explicar. Não havia chakra, não havia forças em seu corpo. Mas, acima de tudo, não havia vontade. Seu coração se perdia em batidas erráticas, porque, no fundo da alma, desejava que aquela ilusão fosse real.

 — A resposta é fácil — ele disse  zombeteiro. Sakura cerrou os olhos com força e tombou o rosto quando Itachi voltou a se aproximar, ainda transformado em Sasuke. — Você não dissipa porque — os lábios roçando em sua pele a cada sílaba proferida —... o sentimento é real.

A kunoichi meneou a cabeça em plena negação, mas realmente não lutou contra a boca dele quando avançou sobre a sua. Era tão macio e quente. A língua receptiva e exigente, atacando a sua como se vidas dependessem daquilo. A rosada protestou com um gemido, mas os dentes de Itachi arranharam seus lábios numa tortura terrivelmente sensual. As lágrimas dela derramaram-se agora, mas o nukenin não se importou com o sabor. Na verdade, apreciou-o. As mãos largaram os braços dela e subiram pelos ombros, acariciando, até chegar ao pescoço delicado. Segurou-o com firmeza, pressionando o polegar na pequena garganta, impedindo-a de fugir, roubando o fôlego dela. O som molhado dos lábios se unindo fez com que o corpo do Uchiha se retesasse e a Haruno suspirou derrotada ao segurar-lhe os ombros. Os cabelos longos fizeram cócegas em seu rosto.

Ele sentou-se no futon e trouxe a kunoichi junto, fazendo-a envolver sua cintura com as pernas delgadas.

Sakura não havia percebido o tipo de roupa que usava até Sasuke — ele não é o Sasuke, não é Sasuke — começar a puxá-la com gana para baixo, para longe de sua pele. Uma única peça cobria seu corpo. Uma camiseta longa e larga. Pensar nisso a fez se questionar onde estavam os farrapos que havia se tornado suas roupas, mas era um pensamento em segundo plano, pois ao erguer os olhos para os dele e notar que a forma ainda era a de Sasuke deixou-a tremendo de calor, pesar e desejo.

Ela sabia que não era seu Uchiha, mas... mas... Oh, era tão bom. Apertou os cabelos que, aos olhos, pareciam curtos, mas eram fios longos que se emaranhavam em seus dedos. A médica franziu a testa, confusa, mas havia uma língua quente e úmida traçando arabescos em seu pescoço. Não dava pra raciocinar. Apertou os dedos nos ombros largos — largos demais, Sakura, largos demais... —, e sua respiração suspendeu-se quando sentiu a boca alcançar seu seio esquerdo.

— Ahn! — exclamou ela quando os dentes afiados mordiscaram sua pele sensível.

As mãos de Itachi trouxeram-na para mais perto, agarrando a base das costas magras e apertando-a contra seu colo. O seio pequeno encheu sua boca e ele deleitou-se da sensação de tê-la gemendo para si tão timidamente. Puxando os cabelos róseos e curtos para trás, fê-la arquear a cabeça, quase deitando-a. E então mordeu com súbita rispidez o pescoço delicado. Sakura fez um som engasgado. Ele beijou lentamente a área e mordeu de novo, fazendo-a se contrair, beijou mais uma vez, com calma e logo passou a língua, concluindo com um leve sugar. A garota revirou-se em seu colo, em prazer e dor.

— O-oh, Sasuk— ela se interrompeu engolindo o gemido com um arrependimento amargo, mordeu a ponta dos próprios dedos como penitência.

Itachi afastou o rosto, percebendo seu deslize e rubor, mas limitou-se a sorrir levemente com um rosto que não era seu. Sakura fitou a face juvenil demais para aquele sorriso perito e maldoso e estremeceu.

— Não importa a quem clame, Sakura-chan — ele disse com suavidade e enfiou a mão entre as pernas da kunoichi que se encolheu com a súbita invasão íntima. Moveu os dedos duas vezes sobre a carne sensível dela, com força. A garota soluçou e tremeu. Itachi esfregou-a num ritmo constante e circular até as pernas macias se contraírem sobre seu colo. — Porque quem vai estar te fodendo sou eu.

Empurrou a pequena iryou-nin contra o futon e rapidamente cobriu-a com o próprio corpo. Sakura reprimiu um gemido baixo quando o Uchiha mais velho voltou a abocanhar seus seios com mais voracidade. As mãos femininas agarraram-se aos tecidos, recusando-se a tocá-lo mesmo que ele o fizesse com deliberada intensidade. Quando o nukenin levantou o tronco e tirou as roupas rapidamente, ela tentou inutilmente evitá-lo.

Era inútil porque ela o queria. Foi inútil porque, ao invés de empurrá-lo, as mãos pequenas o puxaram para mais perto. Ele beijou sua boca, ora com delicadeza ora como se quisesse machucá-la seriamente, e conseguia. Itachi simplesmente não conseguia manter um ritmo linear.

Ele desprendeu-se dos lábios rosados rudemente. Segurou os cabelos róseos do alto da cabeça e apertou-a contra o colchão, deixando dois dedos de sua mão livre descansarem dentro da boca dela. Afundou-os naquela umidade espessa, acariciando a língua quente. E quando os lábios pequenos se fecharam em seus dedos, chupando-os com hesitação, as feições masculinas transformaram-se. Sakura percebia a ilusão cedendo pelo o descontrole. Itachi era uma mistura dele mesmo com seu irmão agora, a expressão em seu rosto severa, quase bestial.

Nmn... Ah! — arfou e gritou quando a mão apertou seu seio com força. — D-devagar! — implorou num ofego. Ele não lhe deu ouvidos e desceu pela barriga lisa e, trocando as mãos pela boca, lambeu-lhe o umbigo, mordeu a carne macia da barriga e a parte interna da coxa. — O-oh, não aí… — sussurrou ela novamente quando as mãos dele separaram suas pernas numa posição indecente. Ela tentou ajuntá-las, mas o nukenin forçou-as uma vez, fazendo seus ossos fisgarem. Antes mesmo que Sakura protestasse com a dor, a boca dele afundou-se em seu sexo. — Oh!

Seu tronco se curvou inconscientemente, mas não impediu o Uchiha de continuar. Itachi lambeu com força, como este sentisse fome e planejasse realmente comê-la a partir dali. Chupou os pequenos lábios inicialmente e beijou o montículo rosado. Sakura tentou desvencilhar os quadris, mas ele a puniu desferindo um tapa preciso sobre seu clitóris.

Ela gritou. Ele riu.

Voltou a sugá-la nas partes mais sensíveis, mordiscou a dobra das coxas macias vez e outra. Em dado momento deixou a língua vagar para dentro da pequena fenda afundando-se algumas vezes, provando do aperto lento, mas logo subiu, subiu, subiu, focando no pequeno clitóris, sugou a carne inchada, fazendo a iryou-nin literalmente tremer da cabeça aos pés. Ela agarrou os cabelos longos com as duas mãos e tentou puxá-lo dali antes que morresse com aquilo. Mas Itachi não cedeu. Com o polegar, ele separou a pele molhada que cobria a área mais sensível da feminilidade, revelando uma minúscula pérola rósea, acetinada, pulsante... Sorriu lentamente... e chupou-a.

— A-ah, onegai! — gritou a kunoichi, as pernas se encolheram em transe com o nó apertado que se formou com aquela carícia. — O-onegai, isso n... onegai, Itachi... Oh! — Sakura sentiu seu corpo inteiro se enrijecendo e contraindo. Desmanchando-se naquela sensação terrivelmente deliciosa e insana. — K-kami-sama!

Aquilo ficou insuportável, fazendo-a explodir e estremecer intensamente. Itachi soltou a pele sensível, mas continuou apertando a boca por cima, circulando a língua pela delicada carne molhada, sugando lentamente vez ou outra, até que a garota amolecesse sob seus lábios.

De fato, ela amoleceu. O corpo, antes tenso, agora estava lânguido e leve, como se ela fosse feita de névoa. Sentia-se um pouco trêmula, mas tão intensamente plena que realmente podia sentir que flutuaria...

Mas as mãos do Uchiha ancoraram-na de volta para o plano terrestre.

A Haruno prendeu os lábios em uma linha firme. Já não havia mais nada de Sasuke no rosto, só era Itachi e aqueles olhos escuros brilhando tão intensamente num desejo diabólico e urgente. Ela estremeceu quando as mãos largas apertaram sua cintura, seios e coxas. Devia pará-lo e pedir para continuar com a ilusão?

Ah, mas a expressão que ele fazia...

Mordeu os lábios quando a boca macia apertou-se em seu pescoço. A respiração ofegante em sua pele causou arrepios. Itachi parecia ansioso, quase desvairado. O corpo masculino tremeu uma vez que entrou em completo contato com o da menina.

Sakura arfou, sentindo-o duro e quente contra sua intimidade. Apoiou as mãos no peito marmóreo, as pulsações estavam intensas ali. Gemeu quando o pênis dele pairou sobre sua abertura. Meneou a cabeça, mas era tarde demais. Em um golpe lento, Sakura recebeu-o todo dentro de si. Uma onda dolorida afogando-a, mais intensa justamente onde há segundos atrás ela sentiu o mais maldito prazer. Cravou as unhas curtas nas costas dele, fazendo-o grunhir baixo e apertar os quadris nos seus, causando outra onda tortuosa.

— Itai — murmurou baixinho, mas sabia que ele podia ouvir.

O nukenin encaixou o rosto no pescoço delicado e terrivelmente marcado da garota e, ignorando o pequeno protesto, moveu-se. Sakura gemeu alto e as unhas afundaram-se mais.

— Shh, vai passar — aquietou-a com impaciência. Suor escorria de sua testa e costas pelo esforço de se manter parado.

Lentamente, saiu dela e afundou-se mais uma vez. Devagar, apreciando as contrações rígidas ordenhando seu membro. O moreno arfou e a garota apenas resmungou apertando as mãos em punhos contra pele dele. Outra estocada, desta vez mais rápida. Ela choramingou.

O corpo de Itachi pulsava tanto que ele sentia que a explosão estava assustadoramente próxima, mesmo pouco tendo se estimulado. O cerco a sua volta era intenso demais. Sentiu as mãos agarradas em suas costas escorregarem para sua barriga e empurrarem. Então, puxou um dos pulsos delgados e fez com que ela colocasse o braço atrás do próprio pescoço. Segurou-o ali. A outra mão ainda fazia uma leve pressão em seu peito, mas por pouco tempo. Logo emaranhou-se em seu cabelo. A rosada mantinha a boca cerrada, mas o Uchiha fez questão de beijá-la com ardor, mordendo e enfiando a língua pela abertura apertada até que ela cedesse.

A expressão da rosada tornou-se mais tranquila, mas novamente se crispou quando ele começou a se mover dentro dela. Só que dessa vez ele não parou. Decidiu acabar com sua aflição. Largou os braços dela, ajoelhou-se sobre o futon e segurou-a com força pelos quadris, erguendo-a levemente. Seria rápido. Escorregou para fora do pequeno centro úmido e enfiou-se numa estocada dura.

— Itachi! — ela gemeu alto e apertou os travesseiros com força.

— Relaxe — instruiu entredentes e impulsionou mais uma vez.

Mais um movimento do quadril fê-la se retorcer. O moreno grunhiu e empurrou mais, mais forte, até que sua pele estalasse audivelmente ao se chocar com a dela. O som molhado e violento o fez ficar zonzo. Os seios pequenos movendo-se para cima e para baixo a cada investida obrigaram-no a tombar para frente a fim de capturar um entre os dentes. Tão tentador. Tão delicioso.

Tão errado.

Sakura puxou o cabelo dele para si e Itachi apertou-se nela desesperadamente quando os movimentos rudes foram se tornando cada vez mais agressivos, mais erráticos. Grunhiu e praguejou quando suas pernas ameaçaram fraquejar. Sentiu seu membro se retesar e o corpo da garota começar a se fechar sobre o seu, quase impedindo-o de se mover.

Ela arfou desesperada quando sentiu-o crescer dentro de si, apertando seu corpo, transformando o desconforto em algo mais dolorido, no entanto irresistível. Ele pronunciou o nome dela uma vez e então a kunoichi sentiu o prazer de Itachi escorrer quente por sua intimidade enquanto a pressão que o membro rígido fazia dentro de seu sexo parecia expandi-la lentamente, pulsando no ritmo de seu coração, se não mais rápido e forte. Aquilo era enervante, quente... delicioso.

Mas tão logo ele retirou-se dela, e toda aquela sensação estava se anuviando, dissipando-se... Sakura observou o rosto acima do seu e a realidade começou a assaltá-la. Sufocá-la.

O que eu fiz...

O nukenin da Folha respirou fundo uma vez e deitou-se, puxando o pequeno corpo feminino até ele. Abraçou-a com calma, arriscou até afagar os curtos cabelos rosados. Os dedos longos não largaram os fios sedosos sequer uma vez. Nem mesmo quando a garota soluçou baixinho.

Ainda arfante, a iryou-nin não conseguia acreditar que havia permitido que o assassino da família — e irmão mais velho — do rapaz que acreditava amar a tocasse. Os dedos dele faziam círculos em sua cabeça e sentia a respiração bater levemente em seu rosto.

E o pior de tudo, é que eu gostei.


Notas Finais


Um dos hentais mais hardcore da coleção. Amo Itasaku, apesar de achar que o casal seria mais do tipo fofo. O Itachi é amorzinho, diferente do Sasuke. (mas eu adoro fazê-lo mau, muhahaha)

Obrigada por ler!


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