História Ilusionist- Norminah - Twenty Six

Normani POV

Acordei determinada aquela manhã, meu primeiro dia de trabalho na MUP, confesso que estava nervosa, mas a felicidade de tudo estar dando certo era maior que todo aquele medo. Sentei na cama e olhei a hora, ainda estava cedo. Resolvi ir para o banho, fiquei um bom tempo ali, sentindo a água quente cair sobre meu corpo, por alguns segundos meus pensamentos foram para Dinah, lembrei do toque da loira em meu corpo, mas logo tratei de ignorar. Não poderia pensar nela, não agora. Coloquei um vestido preto, não era muito justo, um salto, uma maquiagem leve e os cabelos soltos, meu coração acelerava só de pensar que teria de aturar Amber o dia inteiro hoje, a mulher passaria o tempo inteiro comigo para me orientar no primeiro dia. Espero que ela seja mais educada e um pouco mais querida hoje, se não, eu não vou suportar.

Meu celular vibrou, era uma mensagem de Johnn avisando que já estava me esperando lá embaixo. Nós iríamos para a empresa juntos, e depois do trabalho iríamos procurar um apartamento para eu morar.

- Bom dia. – Falei entrando em seu carro.

- Bom dia... – O homem me fitou por alguns segundos. – Você está ainda mais linda hoje.

- Para com isso. – Sorri um pouco envergonhada. – Estou com fome.

- Você sabe mesmo como acabar com um clima. – Johnn falou sorrindo e dando partida com o carro.

- É... – Gargalhei. – Mas é sério, estou com fome.

- Você acabou de sair de casa. – Ele revirou os olhos. – Mas... Como sou uma pessoa boa, vamos parar para tomar café, ainda temos tempo.

- Por isso que eu gosto de você. – Eu falei batendo palmas.

Quando chegamos à empresa Amber estava me esperando na entrada, quando me avistou levantou as mãos para o céu.

- Bom dia. – Eu sorri fraco.

- Bom dia menina. – Ela disse retribuindo o sorriso. – Pensei que não viria, já estava apavorada.

- Mas ainda faltam alguns minutos para o meu horário. – Eu falei enquanto entrávamos no local.

- Eu sei... Mas estava ansiosa. – Ela colocou as mãos nos bolsos da calça. – Meu último dia sabe...

- Sei... Eu entendo.

Meu dia passou rápido e diferente do que eu pensava, Amber é uma mulher muito querida, ela me contou um pouco sobre sua vida, dos problemas que já havia passado, fiquei sensibilizada em alguns momentos, ela merecia um pouco de descanso mesmo, depois de se dedicar tanto a uma empresa. Encontrei com Johnn no estacionamento, ele me recebeu com um sorriso, falando que havia conseguido um apartamento ótimo, barato e perto do dele, eu achei ótimo, então fomos dar uma olhada.

Nick POV

Hoje ira começar as investigações sobre a morte de meu pai. Eu sabia que tinha algo errado com a morte repentina, eu pressentia como filho. O dia estava chuvoso e frio, mas por incrível que pareça, as ruas de Miami estavam cheias e movimentadas. O caminho todo fiquei pensativo, achei estranho Dinah estar interessada em descobrir quem matou meu pai e o mais incrível é que ela acredita que isso possa ser verdade, depois de tudo que aconteceu ela ainda acredita em mim isso é bom, quer dizer, bom não, ótimo. Sem contar que ela está super sensível e sentindo falta de Normani, que foi viajar para algum lugar e nem avisou a mesma, o que me dá mais chances de conquistar Dinah. Saí dos meus devaneios quando ouvi um som de buzina ecoar em meus ouvidos.

- Espera idiota, esta com pressa passa por cima. – Gritei extremamente alto para o ser que estava buzinando. Ouvi barulhos de pneus cantando e vi que era o cara que buzinou para mim

“Filho da puta”

Minha vontade era de sair desse carro e ir dar uma bela de uma surra nesse babaca.   

                                                            [...]                

- Bom, nós vamos começar as investigações sobre a morte do pai do agente Copper hoje, todos sabem que não temos provas então não se animem em querer prender alguém que não existe. – Um dos chefes do departamento de investigação disse.

- Pode ter certeza que vamos sair desse caso com alguém atrás das grades. – Eu disse,  convencendo mais a mim do que o pessoal a minha frente.

 - Qual o primeiro local que vamos investigar? – Larson, outro agente, perguntou.

- Hospital, óbvio... Iremos ver as câmeras e as filmagens do primeiro e segundo andar do local, também vamos conversar com os funcionários presentes na hora do acontecimento e falar com a Srta.Cooper, isso é o necessário por enquanto.  – Ele disse encarando todos presentes.

 - Tudo bem, iremos nos dividir em dois grupos, o primeiro irá ficar responsável pelas filmagens. Os integrantes são: Agente Hansen, Copper, Robert e Larson. O segundo será responsável pelo interrogatório. Os integrantes são: Agente Staly, Lopez, Woder e Clyvan. Estamos entendidos? – Nosso chefe perguntou se ajeitando em sua cadeira.

Todos nós respondemos menos Dinah, ela parecia aérea, pensativa e... Nervosa? Porque ela estaria nervosa?

Dinah POV

Naquela manhã tudo parecia péssimo. Estava chovendo... Eu não gosto muito de dias assim, tão cinzas. Eu não conseguia tirar Normani da cabeça e ainda pra piorar hoje começou as investigações sobre a morte do pai do Nick, eu queria muito resolver esse caso, se há alguém culpado, deve ser preso, mas algo dentro de mim esta gritando para eu não fazer isso, eu não sei o que eu estou sentindo. Pensei muito sobre esse assunto, conversei com Nick e com a mãe dele, os dois parecem ter certeza de que alguém matou o homem. Parece até engraçado que durante todo meu relacionamento com o Nick, eu fui conhecer a mãe dele só agora... Que não estamos mais juntos. Ou pode ser estranho. A senhora disse que tinha certeza que o marido iria sair bem daquele hospital, assim como os médicos...

Faz algum tempo, que eu comecei a juntar as peças desse quebra-cabeça, a aparição de três agentes do nada, sendo que nem estávamos esperando uma transferência, a aproximação de Normani, as atitudes estranhas, o ódio gratuito pelo pai do Nick, seu ódio até mesmo pelo próprio Nick, ás vezes durante nossas conversas ela deixava escapar algo, que demonstrava que ela já conhecia o pai de Nick. Então tudo me leva a crer que... NÃO! Bati fortemente com a mão na mesa, assustando Robert e Nick que estavam a minha frente.

- Aconteceu algo? – Robert perguntou com os olhos arregalados.

- Chega de reuniões, vamos resolver isso logo. – Falei pegando minha bolsa.

- Aonde você vai? – Foi a vez de Nick perguntar.

- Vamos até o hospital, quero ver logo essas filmagens.

Saí daquela delegacia decidida, eu precisava tirar essa dúvida logo, apesar de tudo indicar que Normani matou o homem, eu não queria acreditar, eu a conhecia, eu tinha esperanças de que ela não era esse monstro, até porque a mulher sempre foi carinhosa e uma ótima pessoa comigo, apesar dos segredos e... Merda. Eu não a conheço tão bem quanto imaginava.

Normani POV

O local que Jhonn havia escolhido era ótimo, perfeito pra falar a verdade. Percorri os meus olhos pelo lugar, admirada com tamanha beleza, e por um bom preço.

- Mani seu celular esta tocando. – Jhonn gritou lá do outro cômodo me assustando.

- Atende para mim, por favor? – Gritei na mesma intensidade, pois estávamos longe um do outro.

Não sei o que foi que deu em mim... Nunca deixei alguém tocar no meu celular, tenho medo que descubram algo. Me arrependi no mesmo momento, logo em seguida perguntei ao homem quem era.

- Johnn espera, quem é? – Perguntei indo ao seu encontro.

 -Uma tal de, Diana, Dinah... Sei lá, vai atender ou não? – Ele me encarou com tédio.

- NÃO! – Eu gritei fazendo o mesmo me olhar com os olhos arregalados. – Me devolve o celular, por favor.

- Tudo bem... – Ele jogou o celular em minha direção franzindo o cenho.

-Eu preciso tomar um ar, não estou me sentindo bem. – Eu falei já indo em direção a porta.

- Eu vou com você.

- Não. – Eu fitei o homem que parecia confuso. – Não precisa, fique aqui é rápido ok? – Esperei sua resposta.

 - Ok.

Assim que Jhonn respondeu, eu saí imediatamente do apartamento. Caminhei rapidamente até a calçada, levantei a cabeça e respirei fundo, eu precisava ligar para as meninas.

“- Ally? – Falei assim que ouvi a risada da mulher do outro lado da linha.”

"- Mani? Está tudo bem? – A baixinha parecia preocupada."

"- Não!" – Eu falei quase chorando.

"- O que aconteceu? Fala logo..."

"- A Dinah...  Ally ela me ligou. – Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto."

"- Me diz que você não atendeu, por favor. – Ally mudou o tom de voz, parecia mais séria agora.

“- Não, eu não atendi, mas vontade não faltou.

 "- Normani você não pode atender nenhuma ligação dela ouviu bem?" – A baixinha falou me repreendendo. – Pode ser para nos rastrear”

"- Ally eu estou com um pressentimento ruim e se for importante? E se aconteceu algo com Ane ou com ela? Eu não me perdoaria"

"- Hey, calma, ela já ligou antes não foi? É normal ela deve estar com saudades e preocupada com você"

"- Não sei não, tem dias que ela não me liga e me ligou hoje do nada... Deve ser algo importante."

"- Normani calma garota! – Ela fez uma pausa. – Onde exatamente você esta?”

“- Eu estou na rua, mais precisamente na calçada em frente ao apartamento que vou alugar"

"- Ok, esta sozinha?"

“- Bom... O Jhonn está lá no apartamento"

"- Então volta para lá, faz algo com ele para te distrair, está tudo bem, vai ficar tudo bem"

"- Tá bom..."

"- Agora eu preciso ir a biblioteca ler um pouco e mais tarde eu te ligo para saber como você esta.”

“- Ok tchau”

 Encerrei a ligação e voltei rapidamente para o apartamento, talvez Ally tenha razão, não aconteceu nada, está tudo bem...

Dinah POV

Estávamos a caminho do hospital, eu estava dirigindo, Nick ao meu lado e no outro carro estavam Robert e Larson. Ficar no mesmo local que o Nick era um pouco estranho ainda, nos últimos dias nós nos aproximamos, mas ainda tem um clima estranho. Meu coração estava acelerado… Eu não estava preparada para ver essas imagens, e se Normani esteve lá? Não, não, não… Ela não faria isso. Resolvi ligar para a mesma, precisava falar com ela, estava a ponto de enlouquecer, mas ela não atendeu. Chegamos ao hospital e Nick saiu praticamente correndo do carro, entrou no local com a cabeça baixa, parecia pensativo também, eu estava logo atrás com os outros agentes. Fomos falar com a equipe de segurança, precisamos mostrar nossos distintivos para podermos ter acesso a todas as imagens.

- Não me faça perder mais tempo, por favor. – Nick falou impaciente.

- Desculpa senhor. São as regras. – Um dos seguranças falou.

- Tudo bem… Temos o dia inteiro se for preciso. – Eu falei vendo o homem assentir.

- Bom, eu preciso da data e se possível horário das imagens que vocês querem. – O mesmo homem falou e Nick prontamente caminhou com ele até uma sala cheia de monitores.

Naquele momento eu gelei, estava a poucos minutos de saber se os pensamentos que estavam tirando meu sono a dias, eram verdade. Larson tocou meu ombro de leve.

- Você esta bem, Hansen?

- Sim… - Eu sorri fraco.

- Então vamos lá…

Eu não queria entrar lá, meu coração estava acelerado demais, minhas mãos estavam geladas, minhas pernas fracas, eu estava passando mal. Caminhei lentamente até uma cadeira que havia ali, precisava me recuperar. Fechei os olhos e respirei fundo, quando abri Nick estava parado a minha frente me fitando.

- Você esta grávida? – Ele perguntou com o cenho franzido.

- Que? – Perguntei confusa.

- É… Você esta passando mal, eu acho… Pensei que estivesse.

- Cala a boca Nick. – Não consegui conter o riso. – Não estou grávida.

- Bom, então podemos começar? – Ele estendeu a mão pra mim.

- Pode ir… Eu vou daqui a pouco. – Sorri fraco.

- Eu preciso de você comigo. – O homem passou a mão em meus cabelos.

- Ok… Vamos lá. – Suspirei e caminhei junto ao homem até a sala.

O segurança só estava nos esperando para dar play nas imagens, parecia tudo tranquilo, até que…

- Desculpem. – O homem falou quando as imagens travaram. Ele tentou mais uma vez e nada. – Eu acho que…

- Você acha o que? Dá play nessa merda de novo. – Nick estava ficando bravo.

- Calma... – Robert  falou repreendendo ele.

- As imagens foram alteradas. – O segurança nos fitou, claramente nervoso.

- EU SABIA. – Nick gritou. – Viram? Eu falei que alguém matou ele.

- Calma… Por favor. – Eu disse segurando sua mão.

- Fizeram o serviço completo. – Larson disse.

- Quem matou ele, certamente apagou as imagens. – Robert completou.