História Ilusionist- Norminah - Nine

Dinah POV

Depois de passar um dia inteiro deitada assistindo filmes e comendo, resolvi ir tomar um banho porque já passava das 19h e Normani iria chegar logo. Ela me ligou mais cedo e combinamos de comer pizza, eu aceitei, mas não estava com fome. Em 20 minutos eu estava pronta, vesti um short jeans, uma camiseta preta e deixei os cabelos soltos, afinal eu estava em casa. Meu rosto já estava melhor, mas ainda doía muito, os medicamentos aliviavam a dor, mas logo voltava, ouvi a campainha tocar e já sabia que era Normani.

- Oi – Eu disse assim que abri a porta

- Oi – Era Camila – Nossa, pensei que iria ficar feliz em me ver – Ela falou já entrando

- É que eu estava esperando a Normani – Dei de ombros

- Ah, ela já esta subindo, eu vim com ela – Camila sentou no sofá – Como você esta? Seu rosto esta bem melhor agora – Ela sorriu – Quando você mandou aquela foto eu fiquei apavorada

- Sim, esta melhor Mila – Eu sentei ao seu lado – Não esta tão inchado, mas ainda dói muito

 - Imagino – Camila sentou mais perto e me abraçou – Sinto muito por tudo, eu nunca imaginei que Nick fosse capaz de fazer isso – Ela beijou minha bochecha

- Eu também Mila – Senti uma vontade imensa de chorar – Eu fiquei com muito medo – Deitei em seu colo, enquanto eu chorava, ela fazia carinho nos meus cabelos

- Não chora Dj, ele não merece – Ela suspirou – Promete que não vai mais falar com ele?

- Não prometo, mas eu não quero mais ficar sozinha com ele

- Como assim não promete? – Camila deu um tapa leve em minha cabeça me fazendo rir

- Eu preciso resolver algumas coisas com ele ainda – Eu encarei seu rosto – Infelizmente

- Bom, então me chame sempre que precisar encontrar com ele – Ela olhou para a porta e sorriu

- A amizade de vocês é linda – Ouvi a voz de Normani e levantei no mesmo momento

- Obrigada, nós sabemos – Camila ajeitou os cabelos e sorriu

- Oi – Falei assim que os olhos da morena pousaram em mim, ela estava fodidamente sexy com aquela roupa, um short jeans super justo, uma regata branca com um decote generoso, os cabelos cacheados e soltos e uma maquiagem leve

- Oi – Ela respondeu mordendo o lábio

- Nossa, a tensão sexual entre vocês é gigante – Camila falou entrando na cozinha

Ficamos algumas horas conversando, Normani e Camila estavam se dando bem e isso me deixou feliz. Comemos pizza, na verdade Karla comeu praticamente tudo sozinha, eu estava sonolenta por causa dos remédios e já era tarde, mas as meninas não queriam ir embora, depois de muito insistir consegui convencer as duas de que eu ficaria bem, e que não havia perigo do Nick entrar no meio da noite, pois as chaves dele estavam comigo.

- Bom, antes de ir quero te fazer um convite – Normani disse pegando sua bolsa

- Faça – Fitei a mulher - Quer ir comigo em um abrigo amanhã? Visitar algumas crianças, sempre quis fazer isso, mas não quero ir sozinha

- Porque não convida Ally ou Jilly? – Franzi o cenho

- Desculpe, não quero te forçar a nada – Ela suspirou – Não quer ir, tudo bem

- Hey, me desculpa, eu quero ir sim, só não entendi porque me convidou

- Ah vai logo Dj, para de ser chata – Camila disse cruzando os braços

- Elas não irão aceitar, quer ir? – Normani pegou minha mão

- Sim, que horas? – Eu disse chegando mais perto dela

- Amanhã fico na delegacia até meio dia, depois estou livre, podemos almoçar juntas e depois ir lá, pode ser?

- Perfeito – Eu sorri – Estou ansiosa

 - Eu também Dinah – Ela fez um carinho leve na minha bochecha

- Até amanhã então – Ela virou as costas e saiu rebolando

- Até – Eu sorri analisando aquela mulher

- Cuidado com a baba aí – Camila disse se aproximando e beijando minha testa – Se cuida, qualquer coisa liga, amo você

- Te amo também

Normani POV

Hoje eu acordei bem mais cedo do que o normal, confesso que estou com os nervos a flor da pele, só por ir visitar as crianças e conhecer o abrigo, é muito importante para mim conhecê-las e ajudá-las com o que eu puder. Despertei dos meus pensamentos e fui procurar uma roupa no meu closet, fui direto para o banheiro, depois de 20 minutos terminei o banho e saí enrolada na toalha, fui direto colocar a roupa que eu havia separado, peguei minha bolsa e desci as escadas indo para cozinha. Encontrei Jilly tomando café.

- Bom dia – Eu disse empolgada, me sentando ao seu lado na mesa

- Bom dia boo, que empolgação é essa logo de manhã? – Levou a xícara de café até a boca

- É que hoje eu vou visitar o abrigo, estou muito feliz e um pouco nervosa também – Falei enquanto comia uma barra de cereal

- Calma vai dar tudo certo, eu estou muito feliz por você e sei o quanto isso significa também – Ela disse levantando e pegando as coisas da mesa

- Vou te esperar no carro lá em baixo na portaria – Eu disse pegando as minhas coisas

Esperei a resposta da mesma e desci até a portaria, fiquei esperando Jilly descer do nosso apartamento. Chegamos na delegacia e encontramos Ally na entrada, fomos falar com ela.

- Bom dia – Falamos eu e Jillly em uníssono

- Não sei por que vocês acordam tão felizes a essa hora da manhã, vocês são estranhas – A baixinha falou toda mal humorada entrando na delegacia

- Estranha é você que não fala bom dia para ninguém, sabe você precisa de um namorado ou de uma transa boa – Eu falei entrando na nossa sala com um copo de café

- Verdade Ally, já deve estar com teia de aranha ai em baixo – Jilly falou me fazendo rir, não aguentei e cuspi o café de tanto rir

- Vocês são ridículas e taradas, não sou obrigada a ouvir estas coisas – Ally disse jogando alguns papéis na gente.

E foi assim a manhã toda, conversamos enquanto trabalhávamos, confesso que hoje foi muito bom, fazia bastante tempo que eu não me divertia assim com as meninas. Olhei no relógio e faltavam 5 minutos para eu sair, então fui arrumando minhas coisas e me despedi das meninas, saí apressada e fui para casa me arrumar.

Entrei em casa correndo, pois estava um pouquinho atrasada, peguei meu celular e mandei uma mensagem para a Dinah avisando do meu atraso. Tomei um banho rápido e depois fui escolher uma roupa, o que eu julguei ser o mais difícil pois nenhuma roupa que eu colocava eu gostava, pensei até em ligar para Dinah para desmarcar o nosso compromisso, mas encontrei uma roupa que ficou ótima, coloquei uma blusa cinza de manga longa, um short jeans, um tênis e uma blusa xadrez vermelha atada na cintura. Me olhei no espelho e estava tudo em ordem, arrumei meu cabelo em um coque mal feito, com algumas mechas soltas, peguei meu óculos de grau, minha bolsa e desci correndo para a portaria, peguei meu carro e saí em disparada para a casa de Dinah. Mandei outra mensagem para a loira avisando que estava em frente ao seu prédio não deu nem 5 minutos e ela já estava entrando no carro.

- Hey – Lhe dei um selinho

- Oi... Você esta bem? – Ela disse me olhando

- Estou ótima e você? – Perguntei enquanto colocava o sinto de segurança – Bem... Então onde você quer almoçar?

- Ah eu conheço um lugar maravilhoso, entra aqui nessa rua

Ela disse me explicando o caminho, algumas quadras e já tínhamos chegado no restaurante que era lindo e simples, escolhemos uma mesa e fomos colocando o papo em dia até Dinah perguntar algo que eu não esperava.

- Sabe Mani – Fez uma pausa – Eu não entendo essa proteção e interesse nesse abrigo, digo, não que você não devesse se preocupar, mas ás vezes parece que você passou tudo o que essas crianças passaram... – Ela completou me fitando

- Eu apenas sei que eles sofrem e muito, pesquisei muito também sobre isso até porque, muitos agentes não tem consciência disso e acham que filho de bandido merece morrer e não é assim, temos que nos colocar no lugar do outro para entender melhor as coisas – Eu disse enquanto tomava um gole no meu suco

- Belas palavras Kordei – Dinah sorriu enquanto saboreava sua comida

- Eu sou bela por inteiro Hansen – Eu ri da sua cara ao ouvir o que eu havia dito

Ficamos alguns minutos sem falar nada, só saboreando nossas comidas e bebidas até ficarmos satisfeitas, pedi a conta e brigamos para ver quem iria pagar, mas com muito esforço consegui fazer a loira mudar de ideia e deixar eu pagar. Ela disse que o abrigo era perto e que dava par irmos andando até lá. O dia estava maravilhoso e Dinah também estava, naquela roupa, ela usava uma blusa amarela do rei leão uma calça preta e um salto.

- Dinah você esta muito linda nessa roupa sabia? – Perguntei entrelaçando nossas mãos

- Pensei que não iria me elogiar hoje – Ela falou fazendo biquinho e se aconchegando ao meu corpo

- Olha só... Você esta carente, sabe o que podemos fazer depois que nós voltarmos do abrigo? Você vai la para casa e nós assistimos um filme, comemos muita pipoca e dormimos de conchinha, super romântico não? – Fitei a mesma

- E depois fazemos sexo, eu topo – Dinah disse animada

- Mas o que? – Eu disse incrédula – Não da para ser romântica com você, meu Deus! – Eu disse fazendo drama enquanto caminhávamos

- Eu estou brincando idiota – Levei um tapa no braço – Que filme vamos assistir?

- De terror, é o clássico do romantismo – Fiz um gesto de coração com as mãos

- Você esta louca? Esses filmes cheios de sangue e coisas do “lá de baixo” são românticos? Não vou assistir isso não

- Ok – Eu gargalhei – Vamos assistir o que então? – Revirei os olhos

- Rei leão – Ela disse toda feliz

- Ah não, eu vou dormir com esse filme

- Se você assistir comigo prometo que ...- Terminou de cochichar no meu ouvido algo que me fez arregalar os olhos

- Eu amo rei leão, nossa até me emociono assistindo

A nossa conversa estava tão boa que nem percebemos que tínhamos chegado no abrigo. Entramos no abrigo e me deu um frio na barriga, estava tão nervosa que não parava de roer as unhas, acho que Dinah percebeu, pois ela segurou minha mão e me deu um sorriso tentando transmitir segurança, andamos até a recepção e encontramos uma senhora muito amigável.

- Olá senhoritas o que desejam? – Nos fitou

- Oi... É que nós queríamos conhecer o lugar e as crianças aqui do abrigo – Eu falei colocando as mãos no balcão

- Como uma visita? – A senhora perguntou incrédula

- Sim algum problema? – Franzi o cenho

- Não... Imagina, é que faz muito tempo que as crianças não recebem visitas, mas podem me seguir, vou mostrar tudo a vocês – Ela disse andando na nossa frente.

O lugar era normal, bem cuidado e grande, as crianças estavam em um tipo de mini teatro que havia lá, eu conversei com algumas crianças elas foram gentis apesar de que eu acho que algumas delas não foram muito com minha cara e eu entendo o medo delas, sofreram tanto, conversei com uma garotinha que disse que estava com saudades de sua família e isso me fez lembrar da minha.

Flashback on

Eu corri para a rua e gritei o máximo que eu podia para alguém me ajudar, eu estava tão desesperada, alguns vizinhos tentavam saber o que aconteceu, mas eu não conseguia raciocinar direito, eram muitas perguntas, barulhos de sirenes e o meu choro, realmente não havia caído a ficha que eu perdi todos da minha família, eu não tinha ninguém, eu estava sozinha, isso era real? E por que justo comigo? Eu não teria um pai para me dar broncas, minha mãe para fazer cafuné em mim ou os meus irmãos para uma simples briga eu realmente estava sozinha e não tinha ninguém. Eu precisava ser forte, mas eu apenas queria ter morrido com eles.

Flashback off

Limpei as lágrimas que teimaram em cair e continuei a conversa com a menina e com Dinah, essas lembranças me fizeram perceber que eu não posso deixar elas sozinhas aqui, eu entrei nesse mundo do crime por falta de apoio, quando era mais nova e isso não pode acontecer com elas, por mais que eu tenha um lado bom em mim o outro é sombrio e machucado e não vai curar enquanto eu não me vingar.