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História Ilusões - Capítulo XIX - Primeiro encontro


Escrita por: apxrodith

Notas do Autor


Capítulo revisado e reescrito.
Boa leitura <3

Capítulo 19 - Capítulo XIX - Primeiro encontro


Eu estava tão nervosa que podia sentir o bater de asas de cada borboleta dentro de mim. Era surreal, visto que esse tipo de coisa não mexia comigo dessa forma. Estava a duas horas do meu encontro com Zayn, mas já estava vestida e a postos, rodando pelo meu quarto enquanto esperava o relógio girar mais rapidamente cada ponteiro. Cento e vinte minutos podiam ser uma eternidade, no fim das contas.

Eu estava até começando a formar imagens de como seria, juntando todas as possibilidades maravilhosas e desastrosas que poderiam ocorrer no jantar. Quando a alternativa de cair a caminho da mesa me vem à mente, eu balanço a cabeça rapidamente, afastando tal imagem de meus pensamentos. Esse era o problema do meu intenso comprometimento com horários: eu acabava tendo tempo de sobra para arruinar todo o evento em si em apenas alguns poucos minutos.

Seria indelicado eu pedir para ele se apressar? Quer dizer, será que ele não estava tão adiantado quanto eu? Havia essa chance.

Mesmo assim, hesito em mandar a mensagem, percebendo que nossa última conversa foi há três dias atrás e que seria desnecessário chamá-lo apenas para perturbar com algo que eu mesma queria há tempos. Então desligo a tela, puxando uma mecha teimosa de meu cabelo para trás da orelha, tomando o cuidado para não prender no brinco. 

E aí, meu aparelho celular vibra. Uma única vez, mas posso ver o nome do contato antes que a tela se apague. Zayn.

No mesmo momento, posso sentir um frio me percorrendo a espinha. Ele precisou cancelar? Posso visualizar coisas horríveis em minha cabeça, como ele estando com outra pessoa. Sei que é errado julgá-lo por seu passado, principalmente por ele se mostrar tão disposto a algo mais duradouro comigo. Mesmo assim, eu não consigo dissipar a opção da mente. Ele sempre pareceu confortável com a falta de comprometimento, então não julgaria se quisesse retomar com isso. 

Só não esperava que essa ficha caísse a noventa minutos do nosso primeiro encontro!

Apenas abro a mensagem. Com seu jeito curto e objetivo, ele sugeria que adiantássemos o encontro, caso eu estivesse pronta.

Meu Deus! Eu podia sentir cada partícula do meu corpo se aliviar, respondendo rapidamente às suas palavras. 

Talvez eu realmente tivesse que cessar com esse preconceito todo quanto a sua reputação.

●●●

Zayn e eu éramos apreciadores do silêncio. É algo que sempre acreditei, desde que nossas conversas e relação passou a ser mais do que algo em torno de meu irmão ou Lucy. Mesmo assim, eu sentia que o silêncio torturante de todo o caminho até o restaurante não foi simplesmente pelo conforto de nossa própria companhia e a falta de necessidade de palavras. Em meu interior, eu conseguia ver um nervosismo constante crescendo, e toda vez que eu encarava Zayn, ele simplesmente sorria para mim, mas eu jurava ter visto ele engolindo em seco logo depois.

Mesmo assim, ambos pareciam determinados ao sairmos do seu carro, e eu me senti um pouco mais tranquila quando ele pegou em minha mão, enquanto caminhávamos para dentro do estabelecimento. Era um toque quente e suave, e eu sorri para ele, um tanto grata enquanto ele pedia por nossa reserva.

Enquanto caminhávamos até nossa mesa, eu pude perceber o quão marcante era a presença do Malik naquele lugar. Com o terno acinzentado, os ombros largos e postura ereta, as pessoas deixavam de saborear seus pratos apenas para vê-lo passar, como se fosse alguma espécie de rei. De fato, Zayn estava mais do que bonito, apesar de eu ter um carinho especial por suas jaquetas de couro preto. Eu estava perto o suficiente para sentir o aroma marcante de seu perfume, um cheiro amadeirado me entorpecendo cada sentido enquanto admirava a forma como ele se movia por entre as mesas, os músculos se enrijecendo dentro do tecido caro de seu terno…

Ó céus! Eu acho que realmente tinha virado uma verdadeira tarada com ele.

– Tudo bem? – Ele pergunta assim que nos sentamos, e eu sorrio para o garçom que nos traz os cardápios.

– Sim… – Digo encarando o delicado menu a minha frente, mas quando o abaixo para encarar Zayn, posso flagrar que ele ainda me olha. – Eu estou um pouco nervosa, okay? Não tire uma com isso.

– Eu jamais pensaria nisso. – Diz, mas posso ver um sorriso mínimo e divertido em sua face antes de finalmente pedir por nossas refeições. Quando estamos novamente sozinhos, o garçom distante de nossa mesa, ele me olha, os olhos mais tranquilos que antes. – Espero que não tenha sido rude quando pedi para adiantarmos o jantar.

– Na verdade, foi uma espécie de salvação você ter proposto isso. – Vejo ele erguer uma sobrancelha. – Eu estava pronta há um tempinho, mas pensei que poderia estar ocupado, então resolvi não sugerir.

Ele ri, de forma tão delicada e esbelta que é impossível não encará-lo. O casal ao nosso lado que o diga.

– Na próxima vez, é só falar. Não gostaria de pensar que se controla perto de mim. – Ele se aproxima, os lábios carnudos curvando-se com malícia enquanto encara minha boca. – De nenhum jeito.

Prendo todo o ar que estava a inalar. Eu com certeza me engasgava com meu prato se estivesse comendo agora, então agradeci a qualquer que fosse a divindade que contribuiu para que isso não acontecesse.

Zayn está rindo novamente, de uma maneira ainda mais encantadora que a anterior. Eu me perguntava se era possível alguém ficar tão belo enquanto ria de outra pessoa quando o garçom chegou, os nossos pedidos tão lindamente formados no prato que parte de mim ficou com pena de estragar toda aquela estética impecável.

– Bom apetite. – O garçom, com um sorriso educado, sai de nossas vistas com tranquilidade, e eu percebo o quão calmo aquele lugar é, apesar do movimento consideravelmente grande. Certamente um dos estabelecimentos mais requisitados e caros de nossa cidade, e mesmo assim, um adolescente de dezenove anos conseguiu uma reserva sem muito esforço.

Parando para pensar, Zayn marcou a presença de forma muito surpreendente quando chegamos…

– Vai esfriar. – Eu escuto ele dizer, e perco completamente minha linha de raciocínio.

A comida. O jantar. Certo, preciso voltar para o presente.

– Certo. – Respiro fundo, me preparando para saborear uma das famosas sopas de camarão daquele lugar. Eu podia sentir o cheiro forte da carne, e o tempero um pouco apimentado apenas realçava o maravilhoso sabor do prato. – Ei! – Exclamo, lembrando-me da semana de provas. – Você conseguiu recuperar suas notas? Não me lembro de ter te visto em alguma de nossas provas.

– Na verdade eu as fiz. Consegui realizá-las antes da semana oficial dos exames, pois tinha uma viagem.

– A empresa do seu pai? – Pergunto, e ele confirma. – Você tem idade para administrar isso?

No instante seguinte, um som nos distrai. Tratava-se apenas de uma mulher que se atrapalhou com seu pedido e sujou a própria roupa – um vestido tão brilhante que eu estremeci só de pensar o tanto de dinheiro que gastou nele apenas para sujá-lo com sopa de tomate.

– Sou o único apto para isso. O último Malik da linhagem com maioridade para tal, mesmo que eu não pareça preparado. Acho que minha vida toda foi simplesmente para seguir com isso. – Ele me encara e, de alguma forma, me sinto extremamente culpada por tocar no assunto.

O pai de Zayn tinha morrido, certo? Eu nunca soube como, nem quando, mas não iria perguntar aquilo agora.

Viro-me novamente com um gritinho, e de canto de olho, consigo ver Zayn fazendo o mesmo. Aquela mesma mulher desastrada brigava com o mesmo garçom que nos atendera, culpando-lhe pelo crime que ela cometeu e jogando na cara de todos no ambiente o preço do vestido. Era algo tão estrondoso que eu podia sentir meus ouvidos estourando a cada segundo que ela abria boca pintada de rosa.

Em um curto momento, breve e horroroso, eu desejei não estar ali, com todo aquele alvoroço em torno de um desvio cometido pela própria cliente. Mas balancei a cabeça, afastando aquilo da mente.

– Está tudo bem? – Zayn pergunta, e quando me viro, ele está muito mais próximo do fim de sua refeição do que eu. – Você não parece muito confortável…

Eu era tão transparente assim? De alguma forma, eu não podia saber se seu silêncio repentino se dava apenas por apreciar a comida ou pelo assunto embaraçoso o qual iniciei. Então não parecia ideal convencê-lo de ir para outro lugar. Mas a cada segundo que se passava, aquela mulher gritava mais e mais. Não sei como o próprio Malik não estava incomodado com toda aquela cena.

– Estou, é só que… Você vem sempre por aqui?

– Sophie… – Soou como um aviso. Pecaminosamente, sua voz ficou tão rouca que eu me calei.

Era irritante o poder que Zayn parecia ter, a ponto de me desarmar em um encontro que deveria ser casual. Eu apenas balancei a cabeça.

– Não quero ser rude.

– Então me fale o porquê de estar tão inquieta.

– Não acha que está barulhento demais?

Nesse momento, ele para. Apesar do alvoroço a poucas mesas da nossa, é como se não tivesse nenhum som. Zayn me olhava como se fosse me dar uma bronca, e eu me senti obrigada a pelo menos ajeitar minha postura na cadeira. E então, ele levanta a mão, não tardando nem um minuto até que algum funcionário viesse até nós.

– Posso ajudar, senhor Malik? – Ele pergunta, o semblante sério e sugestivo enquanto aguardava, e Zayn lhe encara sério, limpando os lábios com seu guardanapo.

– Coloque na conta, Taylor. – É tudo o que diz, se levantando logo depois e me estendendo a mão. – Vem.

Eu hesito, mas seguro em sua mão logo em seguida. Podia sentir que estava sendo exigente demais quanto ao jantar, que estava tocando nos assuntos errados e reclamando das coisas erradas. Ele estava tentando, pelo menos, e parando para pensar, mesmo tendo uma semana até esse evento, eu não lhe dei nenhuma dica.

Enquanto entrávamos no carro, eu resolvi me manter quieta. É claro que em algum momento eu precisaria falar, mas não me sentia confortável para tal agora. Fiquei criando tantas possibilidades de estragar tudo fisicamente, ou de ele ter um comportamento desnecessário que não me preocupei em restringir minha própria boca. Certo, eu precisava ao menos me desculpar.

– Zayn, eu sinto muito. Não queria estragar o momento.

– Aquilo estava insuportável. Só não xinguei aquela maluca pra não te constranger. – Ele diz, as mãos no volante enquanto me olhava. Quando ele sorriu, eu me senti melhor. – Eu deveria ter pedido alguma sugestão sobre o lugar, afinal. Sabemos que você não é tão refinada quanto eu. – Ele brinca, e eu lhe estapeio o braço.

– Engraçadinho. 

– Vamos deixar essa alternativa de encontro para depois. Vou ser um adolescente normal e te levar ao cinema.

– Você consegue ser clichê? Estou surpresa.

– Espero que não esteja sonhando em ver algum filme hoje, pois a última coisa que quero é que você preste atenção.

Eu o olho. De alguma forma, tomei com tanta malícia suas palavras que senti minhas bochechas esquentarem.

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!


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