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História Ilusões - Capítulo III - Escolha


Escrita por: apxrodith

Notas do Autor


Capítulo revisado e reescrito. Boa leitura.

Capítulo 3 - Capítulo III - Escolha


A noite anterior servira como um empurrão para as minhas lembranças e também para aumentar a minha aflição.

Não suporto a ideia de Zayn entrar na minha vida de um modo tão preocupante. Lembrar que eu gostei de seu toque e de seu cheiro faz com que eu queira estapear a mim mesma. Talvez eu devesse fazer isso. 

Naquela noite, quando pensei que poderia lidar com as consequências no dia seguinte, não imaginei que acabaria nisso. Parece que todos os caminhos me levam a ele, e essa possibilidade me consumia com puro nervosismo. Mas eu posso reverter isso. Tudo o que eu preciso é de uma distração, e uma colega da escola acabara de me proporcionar a oportunidade ideal. Não há nada como uma festa adolescente para esfriar a cabeça.

Converso com os meus pais a respeito de sair neste sábado de hoje, e com algumas condições, finalmente havíamos fechado um negócio.

A parte boa é que a companhia de Collin não foi uma das condições, o que significa que a probabilidade de Zayn aparecer na festa diminui uns noventa por cento.

Tomei um banho e, depois de secar os meus cabelos, mandei uma mensagem para Lucy, pedindo que me acompanhasse. Em momentos de embriaguez, uma ajudava a outra, mas sei que vou me controlar. Pelo menos tentarei. Ela confirma sua presença e companhia, mas alerta que não ficará por muito tempo. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

Visto um vestido vermelho de decote pequeno e um par de sandálias de saltinhos baixos. Prendo algumas mechas do meu cabelo e passo a maquiagem antes de ir. Agredeci mentalmente por papai não ter visto a minha roupa, pois, em seu ponto de vista, estaria muito vulgar para a sua garotinha.


A música estava alta quando cheguei, e avistei um garoto vomitando atrás de um arbusto antes de entrar. A casa tinha mais pessoas do que realmente podia aguentar, e mesmo assim, outras pessoas chegavam para curtir a noite.

As luzes vermelho e azul davam um clima descontraído ao lugar, e eu desisti de procurar Lucy depois de alguns minutos.

Estava conversando com Andréia — uma perfeita festeira da minha sala, e ótima amiga também — já fazia alguns bons minutos quando um garoto chegou, nos oferecendo uma bebida.

— Oh, não. Obri... — A loira me cortou com um sorriso no rosto.

— Qual é Soph. Estamos numa festa com inúmeros adolescentes bêbados ou jogando seus espermas longe, e você quer estar sóbria? Se você veio aqui, foi para aproveitar. — Ela sorri travessa, e sei muito bem que ela está doidinha para ficar bêbada e agarrar um cara. Talvez ela já tivesse encontrado seu troféu, pois o garoto que nos ofereceu bebidas estava, na verdade, tentando se aproximar dela, e a loira obviamente percebeu. Sorriu para ele e me entregou dois copinhos minúsculos com um líquido rosa, e saiu andando com ele para um quarto. A maldita acabara de me abandonar.

Bebo o conteúdo de uns dos copos antes de cheirar a bebida e rejeitá-la, e o líquido desce rasgando. Quando termino de beber o conteúdo do outro copo, uma silhueta masculina se senta ao meu lado.

— Você por aqui? — Reconheço a voz, mas o rosto me parece meio embaçado. Acho que aquele troço rosa não era só uma bebida, e sim várias.

— Olá, Zayn. — Sorrio, mas nem sei porquê.

Ele não respondeu depois, ou talvez o som alto da música eletrônica tenha abafado sua voz, e eu olhei para os jovens doidos dançando não muito longe de onde eu estava, perdidos no ritmo da música. 

Quando menos penso, sinto o cheiro forte de cigarro bem próximo a mim, e quando me viro, não me surpreendo ao ver Zayn fumando.

Zayn!

Agora a ficha tinha caído, e ele realmente estava aqui, ao meu lado, fumando de forma tão natural que parecia estar bebendo água, e eu percebi que os dez por cento restantes haviam me traído. Maldita porcentagem!

— Como vai? — Ele fala um pouco alto, e eu preferia que a música tivesse abafado o tom de sua voz. 

Não respondo. Ao invés disso, me levanto e vou buscar outra bebida. Quando percebo que Zayn me seguiu, acabo misturando líquidos e mais líquidos num copo só, talvez por raiva. Vim para esquecer ele, mas ali estava. Encostado numa parede próximo a mim, me avaliando, enquanto eu tomava cada vez mais álcool com a expectativa de esquecer o seu nome.

— Vai acabar bêbada. — Fala alto e solta um pouco de fumaça pela boca.

— Essa é a intenção. — Grito ainda mais alta que ele, e bebo mais um copo cheio de misturas. Eu não queria nem imaginar o quanto eu vomitaria no dia seguinte, senão em algumas horas.

— Você não foi ontem na minha casa. 

— Espero que não tenha ficado chateado. — Faço biquinho, e mesmo gritando, sei que meu tom foi irônico o suficiente. Ele riu.

— Acho melhor voltar pra casa. — Ele diz, e joga o restinho do cigarro num canto.

Observo enquanto a bituca se apaga, e quando vejo Zayn novamente, ele está bem próximo, segurando o meu braço. Puxo-o de volta, e o olho de cara feia.

— Quem você pensa que é? — Grito ainda mais alto.

Talvez algumas pessoas tivessem escutado, mas estavam mais peocupadas com suas próprias vidas. 

— Você está bêbada!

— Eu sei! — Grito, e rio sabe lá por que.

As luzes pareciam me convidar para dançar, sorrindo e estendendo a mão. A vermelha estava mais receptiva que a azul, e fui para a "pista" de dança, deixando Zayn para trás.

O suor, o calor, a música... Combinavam perfeitamente. Os corpos fazendo uma expressão corporal, pessoas convidando mais pessoas para dançar. O lugar estava ficando cheio, mas eu não me importava. Com os olhos fechados, eu decifrava a música e tentava imitar seus sons através de movimentos. Eu balançava o quadril lentamente e minhas mãos faziam movimentos lentos e discretos logo acima da minha cabeça. Sorri graças ao ritmo da música, uma ótima harmonia.

— Hey! — Abro meu olhos e olho a pessoa que me chamou. 

Lucy estava com um vestido decotado e curto, de cor preto. Me surpreendi por ela não estar usando rosa, mas não falei isso para não magoá-la. Ela ficava bem com cores escuras, ou talvez as luzes coloridas estivessem confundindo minha visão.

— Você já está bêbada? — Ela ri, e percebo um copinho de líquido verde em sua mão.

Faço que sim com a cabeça e volto a dançar, e ela joga o líquido garganta a baixo.

— Você viu alguém conhecido?

— Andréia. — Grito balançando a cabeça, e juro ter visto Lucy virar os olhos. Compreensível.

Elas não se davam bem. Andréia era sincera, e Lucy nunca gostou das verdades que ela falava. Alguns dos pensamentos de muitos da escola. Lucy era legal, mas as pessoas preferem focar nos defeitos. Eu não.

— Também vi Zayn. — Disse sem a autorização do meu cérebro. Acho que ele já havia apagado, pois eu não estava raciocinando direito.

Lucy arregalou os olhos com um sorriso no rosto e passou a procurá-lo.

— Ele deve ter ido embora. — Digo, mas ela não escuta. Devo ter falado baixo demais. — Ou deve estar se pegando com outra garota. — Dessa vez Lucy escuta, e me arrependo do que falo quando seus olhos perdem o brilho que eles têm quando vêem o garoto. — Ou não. — Tento consertar. — Estou bêbada demais para raciocinar. — Admito em voz alta, e pareceu ter bastante sentido.

Lucy logo se anima e começa a dançar comigo. Love Lies tocava agora, e quando bebi outro copo de líquido colorido, a letra pareceu se encaixar comigo. Talvez.

⋆⋆⋆

Pessoas caídas no chão, música em volume baixo e outros indo embora era um sinal de que a festa tinha acabado.

Lembro-me de Lucy ter se despedido, e de ir procurar Zayn, e depois eu dancei por mais alguns minutos. Ou horas. Meu corpo estava muito suado, e afastei alguns fios do meu rosto antes de sair — bêbada — da casa.

Estava andando pela rua deserta e com pouca luminosidade quando pensei que uma companhia para esse momento seria uma ação responsável. Mas Andréia devia ter ido embora faz tempo, assim como Lucy. Zayn não faz parte da minha lista de amigos, por isso risco seu nome da possibilidade.

— Boa noite. — Alguém diz, e eu me sobressalto. Penso que poderia ser outro jovem da festa quando me deparo com um homem muito maior que eu. Sua voz finalmente fora codificada na minha cabeça, e era grossa demais para um adolescente de dezesseis anos. Continuo andando, acelerando os passos, mas ele me acompanha. — Não precisa ter medo. Sou um dos caras bonzinhos. Está sozinha?

— Uhummm. — Digo sem pensar, mas a situação já estava óbvia. Eu já estava longe daquela casa, então eu precisava achar algum mercado 24 horas ou coisa do tipo bem rápido.

Acelero ainda mais os passos quando ele me para, puxando meu braço. Sobressalto mais uma vez, e penso em gritar.

— Está bêbada, querida?

— Talvez. — Mais uma vez, falo sem pensar, e me concentro em calar a minha boca. Ele sorri macabro, e eu tento me soltar. — Está me machucando.

— Você nem deve ter se divertido ainda. — Engulo em seco com as palavras dele.

— Me solta. — Peço. — Por favor.

— Não vou te fazer mal.

Sinto-me zonza e minha cabeça lateja um pouco quando fico agoniada. Parece que eu vou desmaiar. Ou vomitar. Desmaiar e depois vomitar. Ou vice-versa.

Meu estômago embrulha e ele passa um dedo em meu rosto, e quando penso em gritar, todas as bebidas que tomei saem por minha boca, indo direto para o seu sapato.

Ele nem parece ligar. É tão doentio que nem parece ligar.

— Oh! — Ele diz, examinando os sapatos surrados. — Você sujou meu sapatos. Me deve um favor. — Um sorriso em seu rosto já me indica o que eu pensava antes, e eu começo a implorar que ele me deixe em paz.

— Por favor... Não. — Imploro, me afastando dele quando enfim solta o meu braço. Eu acabaria caindo se tentasse correr, e quando olho em volta, todas as luzes de todas as casas estão apagadas. Merda.

Ele se aproxima devagar e me prensa na parede, e eu começo a choramingar antes mesmo que perceba.

— Calma, princesa. — Ele aproxima a mão do meu rosto, mas eu desvio. Ele nem parece se irritar. Está tão certo de si, e isso me aflige mais.

Quando minha visão escurece, quando minhas pálpebras pesam e quando meu corpo amolece nos braços daquele idiota, eu escuto uma voz conhecida.

— Solta ela. 


Eu já estava acordada quando algo gelado foi passado no meu rosto, me forçando a abrir os olhos. Eu estava com tanto medo de ainda estar com aquele cara que preferia nem ver seu rosto, mas quando reconheci a pessoa a minha frente, nada mais que a felicidade e gratidão tomaram conta do meu corpo e cérebro.

— Está tudo bem? — A voz de Zayn estava rouca quando ele tirou um pano úmido da minha testa. Fiz que sim com a cabeça e se sentei na cama. Cama?

— O que... o que aconteceu? — Pergunto, me lembrando somente daquele homem nojento vindo para cima de mim. Olho para o rosto de Zayn e ele tinha um pequeno corte abaixo do olho esquerdo. — O que houve com o seu rosto? — Toco o machucado com delicadeza, e ele se surpreende com a minha ação. Quando percebo o que estou fazendo, recuo rapidamente.

— Aquele cara foi bem persistente. — Foi tudo o que disse, mas o sorriso em seu rosto suavizou sua fala.

A situação estava estranha, até porque eu nem gostava dele, mas talvez as coisas tivessem mudado. Ou o restante de álcool tivesse mostrando sua existência dentro do meu corpo. Percebo que Zayn está sem camisa, e não consigo tirar os olhos de seu tronco, das tatuagens.

— Sophie? — Malik me chama de volta a realidade, e eu fico vermelha quando percebo o que estava fazendo. Ele não parece se importar, mas dá um pequeno sorriso ao ver minha reação. Na verdade, ele curvou um pouco dos lábios, e acho que só eu reconheceria esse tipo de expressão dele. Ele parecia sorrir somente em situações de puro sarcasmo, ou quando estava com Collin.

Collin!

— Que horas são? — Me levanto, mas minha cabeça dói tanto que volto a sentar.

— Duas da manhã.

— Duas da manhã?! — Merda. Mil vezes merda. — Era pra eu estar em casa a duas horas e meia atrás. Precisa me levar de volta.

— Você ainda está bêbada. — Ele diz.

— E daqui a algumas horas também estarei morta. — Eu estaria morta de qualquer jeito, pelo fato de estar completamente bêbada.

— Tenta se acalmar. — Ele me oferece um copo de água, e eu aceito. Bebo tudo em tempo recorde, e volto a pedir. 

— Agora me leva pra casa. Estou calma o suficiente.

Ele ri. Qual era a graça!?

— Mas o quê?

— Finge que está na casa de uma amiga. Pelo menos eles não ficarão tão preocupados.

Eu é quem estava preocupada. Preocupada com o que poderia acontecer se continuasse aqui com ele sem camisa!

— Não posso. — Ele revira os olhos e sorri.

— Claro. Eu esqueci que você era toda certinha. — Ele enfatiza bastante a última palavra, e acaba me irritando.

— Não sou certinha. — Me defendo.

— Não é o que está parecendo. — Ele sorri provocativo.

— Me passa o celular. — Ele me entrega o aparelho, e observa enquanto mando uma mensagem para mamãe, dizendo que eu estava na casa de Andréia e que voltaria amanhã cedinho.

Não demorou muito e ela me mandou um "ok". Mandei uma mensagem para a Andréia e pedi que ela mentisse para mim, caso mamãe ou papai ligassem para ela. A safada nem demorou para responder, e confirmou que ajudaria. Ela também me mandou usar um preservativo, e eu desliguei o celular antes de qualquer atitude mal pensada.

— Por que Andréia? Por que não a Liza?

— Lucy! 

— Ok! — Ele levanta as mãos em sinal de rendição. — Mas por que não a Liza?

Respiro fundo e imagino que isso seja pura provocação. Só podia ser.

— Você sabe o porquê.

Ele balançou a cabeça e encerramos o assunto.

Se eu confiasse isso a Lucy, ela iria querer saber tudo no dia seguinte. Omitir é muito mais fácil do que mentir. Eu não aguentaria mentir para ela de novo.

— Você cuidou disso? — Aponto para o corte em seu rosto, e ele balança a cabeça.

— Não está ardendo muito.

— Isso não é justificativa. Me passa esse pano. — Ele ergue uma sobrancelha. — Vai logo Zayn, você me fez um favor, deixe-me retribuir. — Fui convincente o bastante, já que ele me entregou o pano úmido.

Passei a mão no machucado e quando afundei um pouco o dedo, ele fez careta.

— Desculpa. — Aproximo o pano úmido e passo o mais dedicadamente possível em seu machucado. Ele faz mais uma careta. — Desculpa. E para de fazer careta.

Ele ri enquanto passo o pano, e o som de sua risada é tão gostoso que me faz sorrir sem que eu me dê conta.

— Do que está sorrindo? Meu sofrimento te alegra? — Reviro os olhos, mesmo sabendo que ele está só brincando.

— Quanto drama. Fica quieto que eu já estou terminando. — Peço, e fico surpresa quando ele se cala e evita olhar para mim.

Quando termino o trabalho com o pano, o sangue seco em seu rosto some, e a cor no corte fica menos intensa. Devolvo o pano para ele e passo a mão no rosto.

— Quer comer alguma coisa? — Ele pergunta e eu nego.

Sinto sua respiração e percebo que por mais que eu tenha me afastado, ainda estamos próximos.

— Ainda está com dor de cabeça? — Nego.

— Bem pouco. — Especifico, e não consigo desviar meus olhos dos seus, por mais que eu queira. — Acho melhor eu dormir então. — Não era bem isso que o meu corpo queria. Quando ele afastou uma mecha de cabelo do meu rosto, eu acabei suspirando sem a intenção.

Zayn aproximou seu rosto ainda mais do meu. Eu sentia sua respiração, e também seu hálito quente quando ele falou:

— Você tem certeza de que quer dormir?

Balanço a cabeça. Prefiro acreditar que o álcool mexeu com os meus neurônios, mas sei que não é bem assim. Foi ele.

— Ontem eu pensei que não importa o que eu fizesse, me levaria até você.

Ele e se aproxima mais. Nossas bocas já estavam encostadas uma na outra, e nossas respirações estavam combinadas. Meu polegar passou por seu rosto quando quando ele perguntou:

— O que isso quer dizer?

— Isso quer dizer que amanhã, vou jogar a culpa de minhas ações no álcool, então não precisa se segurar. — Ele sorri em resposta e me beija enfim.

Seguro seu rosto e ele me puxa para seu colo. Com uma mão, segurava minha cintura, e com a outra, passava a mão por cima do tecido do meu vestido. Arrepiei-me com o seu toque.

Zayn para de me beijar e volta com o trabalho na minha clavícula. Parece que, como eu, ele pensou na possibilidade de meu pai e de minha mãe verem marcas roxas no meu pescoço. Ele claramente já estava acostumado com esse tipo de situação.

— Com quantos garotos você ficou depois daquela noite? — Ele pergunta, e eu me pergunto o porquê de uma pergunta daquelas naquele momento. — Responde. Por favor.

Por favor. Nunca pensei que escutaria essa palavra na boca desse garoto, e agora ele pedia que eu dissesse a verdade, que não fiquei com nenhum garoto depois dele.

— Nenhum. — Sinto ele sorrindo contra minha pele, e ele me deita na cama antes de continuar a me beijar. Ele beijou a área entre meus seios e me olhou, com um sorriso que me matou como na primeira vez que o vi fazendo isso.

Um gemido escapou dos meus lábios quando ele apertou a minha cintura com as mãos. Puxou o zíper lentamente atrás das minhas costas. Arqueei as costas para facilitar seu trabalho, e quando ele arrastou minha calcinha para o lado, eu me senti como na primeira vez em que estive com ele. Zayn Malik era um caçador, e eu, como uma boa presa, caí na sua armadilha. É tudo culpa do álcool. Será essa a minha desculpa de amanhã, e talvez eu me sinta melhor ao encarar Lucy.

Ding-Dong.

— Mas que... — Ele se cortou e se levantou. 

Todo o ar que eu prendia foi solto num suspiro, e eu me sentei desiludida na sua cama.

— Fica aqui. — Mandou e desceu.

Soltei o ar mais uma vez e passei as mãos nos cabelos. Seria esse um sinal para eu parar?

Ouço vozes conhecidas, e decido descer. E se Collin estivesse aqui? Ou pior, Collin e meus pais? Eu nem tinha pensado nisso. E se Andréia não tivesse conseguido mentir? Merda.

Subo o zíper do vestido e prendo o cabelo num rabo de cavalo antes de finalmente descer. Tenho que encarar as consequências de frente, é o mais corajoso a fazer.

Mas minha coragem foi embora quando vi a pessoa que conversava com Zayn. Uma garota de cabelos loiros e de vestido preto olhou para além dele e me encontrou. Minha cabeça explodiu, e eu acabei ficando onde estava.

— Você? — Ela pergunta, incrédula.

— E-eu posso explicar, Lucy. — Mas eu não podia, a situação estava clara até demais. Eu era uma melhor amiga fodida, ferrando com as espectativas da melhor amiga. Que tipo de pessoa eu era?

Zayn se aproximou e parou do meu lado, olhando revezadamente para nós duas.

— Acho melhor você ir embora, Lucy. — Ele diz, e eu balanço a cabeça quando vejo sua postura firme diante da situação.

Eu traí Lucy, e isso não podia estar mais explícito. Terminar nossa amizade seria o mínimo que ela faria, e eu não a culpo por isso. Eu sou uma pessoa horrível. Droga.

Uma lágrima desce de seu rosto perfeitamente maquiado quando a menina levanta a mão para me bater. Eu não conseguiria desviar graças ao susto e surpresa, mas Zayn — mais uma vez — me salvou de ser agredida quando segurou o pulso de Lucy, que estava bem próximo do meu rosto.

— Lucy, vai embora. — Ele mandou e finalmente largou o pulso dela. Ela olhou revezadamente para nós dois antes de dizer:

— Nunca mais fale comigo. Nunca! — E foi embora, batendo a porta. 

Zayn suspirou e eu finalmente me permiti chorar pela perda de uma amiga. Não havia coisa positiva nisso, e não tinha como ser otimista. Desde o início, eu tinha que escolher: Lucy ou Zayn. Essa noite serviu como teste final, e quando Zayn me puxou para um abraço, eu percebi qual havia sido minha escolha.

— Você precisa descansar. — Ele disse, mas eu não queria ouvir. 

Eu nunca me perdoaria por isso.



Notas Finais


Capítulo longo, hehe.

Eu me empolguei, sorry :)


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