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História Ilusões - Capítulo VI - A amiga de anos atrás


Escrita por: apxrodith

Notas do Autor


Sorry o atraso, estou me adaptando ao Ensino Médio, mas mesmo assim, aquu está.

Capítulo revisado e reescrito. Boa leitura <3

Capítulo 6 - Capítulo VI - A amiga de anos atrás


— Tchau, mana. — Collin se despede quando fecho a porta de seu carro.

Ele disse que iria estacionar o veículo e depois fazer umas coisas, mas eu nem tentei saber que tipo de coisas ele faria depois.

O céu e clima transmitiam uma calma que eu claramente não sentia no momento. Especificamente quando Lucy se aproximou de mim. Ela sorria como se nada tivesse acontecido, com sua saia cor de rosa e cabelos impossivelmente perfeitos, e me esforcei ao máximo para ter pensamentos positivos. Talvez ela tenha me perdoado, pelo menos queira escutar a minha versão. Ela poderia me perdoar e...

Ela passou reto. Não acredito. Lucy literalmente passou reto, bem ao meu lado, e ainda esbarrou por "acidente" em mim. O seu olhar desdenhoso foi a única coisa que permaneceu em minha mente por segundos — se não minutos. Eu pensei que ela iria entender. Ela teve a merda de dois dias! 

— Olá! — Uma voz doce e feminina me cumprimenta, e me tira dos devaneios pessimistas. Era Andréia. 

Quando me virei para ela, pude ver Lucy e o bando de "amigas" Barbies dela rindo de mim, debochando e jogando olhares culposos. Só não entendia porquê. Por que Lucy iria falar para elas que eu fiquei com o garoto dos sonhos dela? Afinal, por que ela está brava comigo? 

— Terra chamando Sophie — A balança a mão na frente do meu rosto, e olho ela.

— Desculpe. — Sorrio, e me recomponho.

Andreia olha de mim para Lucy, e de Lucy para mim, parecendo entender tudo. Aquela patricinha já tinha entendido tudo, e estava claro só por causa de sua revirada de olhos.

— Amém! 

— O quê? — Pergunto, indignada. Não estava surpresa, as duas não se gostavam, mas, pô! Cadê o lado companheiro e clichê que eu preciso no momento?

— Princesa, você sabe que eu não gosto daquela garota, e sinceramente, acho que você merece algo melhor para considerar a best. — Ela se vira para Lucy, e posso imaginar, pela cara da loira, que A lançou um olhar desdenhoso para ela. — Vamos entrar? — Ela parece sugerir, mas me puxa pelo pulso até a parte interna da escola.

— Você podia ser mais compreensiva. — Resmungo, e olho para os corredores, acenando para alguns conhecidos.

— Viu!? Ela adora isso. Está te deixando pra baixo. Você não tem culpa se o Zayn te escolheu. 

— Oi? — Arregalo os olhos. Espero que ninguém tenha escutado.

— Olha Soph, vou começar dizendo que te amo, ok? — Eu balanço a cabeça positivamente, e ela continua: — Você é um mulherão, e ainda por cima, inteligente. Sabe que não precisa se esconder debaixo de roupas largas porque tem noção do quanto é linda. Isso é auto-estima. É um pouco dramática e chatinha? Sim. — Faço uma careta, mas ela nem nota. — Mas mesmo assim, não há pessoa que te odeie. A Lucy era nova na escola e nem um pouco popular, só tinha o cérebro e o desejo violento de viver um clichê de fanfic. Ao contrário de muitos, você conversava com ela por gosto, e não por educação, e ela se apegou a você. Você era o porto seguro da Lucy, mas honestamente, as pessoas viam ela como a sombra. Não porque você era popular, mas porque ela não aguentava a ideia de ser um personagem secundário, e acabava afastando os outros com o seu mau-humor. Além disso, ela passou a te botar para baixo ultimamente para se sentir superior, e você caiu. Ela subiu cada degrau as suas custas, e ainda quer que você sofra por um garoto que preferiu você a uma Barbie. Você não devia se arrastar por aí, nem algo assim, só porque essa idiota parou de falar com você. Quem está perdendo é ela!

Andréia pega o seu celular e escreve algo nele, depois apaga a tela.

— Isso tem algum propósito, ou você só quer xingar a Lucy? — Ergo uma sobrancelha.

— Os dois. — Ela sorri, e eu reviro os olhos impaciente. — Quero dizer que quem está perdendo é a Lucy, se acha um garoto mais importante que uma amizade, e que você não tem nada a perder se parar de falar com ela.

Isso não era bem verdade. Quando conheci Lucy, vi algo que as pessoas ultimamente não estavam tendo: companheirismo. Eu me identificava com ela em muitos aspectos: mesmas séries, mesmos livros, além de ela nunca me abandonar por uma festa. Lucy despertou o meu lado mais caseiro, e eu adorei isso. Conseguia ver nela uma beleza que nem ela mesma enxergava. Eu estava ciente de que ela acreditava que a beleza exterior era mais importante que a beleza interna, mas ela tinha motivos para isso: seu pai fora preso recentemente, e sua mãe estava cheia de dívidas para pagar, e a maior parte das coisas que eles tinham foram confiscadas. A mãe de Lucy, ainda por cima, passou a ignorar a própria filha, ou então a se afastar dela. Por ser filha única, ela nem tinha um irmão para desabafar, então guardava tudo. Quando Lucy finalmente enxergou a beleza externa que tinha, focou-se completamente nela. Em mais nada por certo tempo. Mais uma vez, não a culpo por isso.

Então Lucy, uma garota forte que aguentou o que muitos não aguentariam, que me repreendia quando eu brigava com os meus pais e que me recomendava livros fictícios e filmes românticos, não era só uma sombra. Pra mim, ela era minha melhor amiga. E eu odeio lidar com essa perda.

Mas, afinal, como a Andréia sabia do Zayn? Lucy não contou nada, então como é que...

— Antes que você pergunte, vi Zayn e você conversando na festa naquele dia. Imaginei que ele estivesse interessado nesse conteúdo. — Ela me olha de cima a baixo e eu não consigo não corar. Logo, ela fica séria. — Só, por favor, pare de se lamentar. Metade das garotas com quem Lucy conversa já ficaram com ele, se não mais.

Sinto algo estranho quando ela diz isso. Quer dizer, Zayn é mulherengo, mas tanto assim? Ele nunca me disse com quantas garotas já ficou... da escola.

— Credo, não precisa fazer careta. — Ela diz sorridente, e o sinal toca antes que eu possa indagar alguma coisa.

⋆⋆⋆

O dia na escola foi terrivelmente estranho. Não tive a tagarela Lucy com quem estou acostumada a conversar, mas Andréia — como uma ótima amiga que é — passou o intervalo inteiro comigo. Os dois.

Não vi o Collin desde manhã, e muito menos Zayn. Eu queria conversar com ele sobre aquela noite, mas sinto que ainda não estou preparada. Tenho muitos assuntos inacabados para realizar, mas não posso permitir que tudo se acumule, certo?

Por isso, enquanto pessoas saíam exaustas ou sorridentes do colégio, eu observava os cantos atrás de Zayn. E então, alguém se sentou ao meu lado. 

A saia rosa foi a primeira coisa que vi — que roçou em minha perna coberta — mas logo depois vi os cabelos dourados de Lucy.

— Sabe — Ela começou, e senti minha respiração acelerar. Só talvez... — Acho que se eu pudesse te xingar somente uma vez naquela noite, seria de vadia. Depois traidora. Mas, no final, nada disso valeria a pena, não é mesmo? — Eu mal conseguia me mexer. Ela prosseguiu, mas um sorriso familiar fez meu coração parar. — Encontrei Zayn ontem a tarde. Ele faz maravilhas com a boca. 

Ela teve o tom de voz tão cínico, e eu estava mentalmente boquiaberta. Um pouco puta também. Ela podia estar mentindo, mas parecia tão convincente...

Collin disse para Zayn se afastar de mim, mas não pensei que ele poderia se adaptar a "antiga" rotina tão rápido.

— Águas passadas. Não é o que as pessoas dizem? — Lucy sorri, e sinto meu lábio tremer. Mesmo assim, continuo firme.

Andréia estava certa. Ela só quer atenção, e não aceita perder. Essa garota de rosa a minha frente não é a mesma de anos atrás.

Lucy se levanta, alisa a saia de cetim e sai andando graciosa pelos corredores, cantarolando alto o suficiente para eu ouvir. Jogando tudo na minha cara, lenta e tortuosamente.

Eu ainda não podia acreditar, e a ficha não caira ainda. Não podia dizer que Zayn me traiu, porque não tínhamos nada. E mesmo assim, por que dói tanto?

Porque você foi traída, mas por uma amiga, meu subconsciente diz, tão desanimado quanto eu, mas pelo menos ciente da situação.

Acordado.

E então, quando me levanto, vejo um garoto de pele morena, olhos e cabelos escuros e jaqueta de couro me encarando. Perco o resto do meu ar quando ele curva os lábios, de um jeito que só eu enxergo, e sai andando atrás da garota que um dia chamei de amiga.


Notas Finais


Capítulos como esse serão necessários, mas depois ficará mais interessante.


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