História I'm a mess || T3ddy - Eu não to te reconhecendo...

P.O.V ARIEL

Eu queria sair com o T3ddy. Queria muito. Mas tem coisas que eu não posso ficar sem contar pro meu namorado, e essa é uma delas. Como eu também não quero fazer escondido, melhor não.

Deito um pouco no sofá e coloco em uma série qualquer pra ver se eu gosto. Ouço batidas na porta e me preparo pra levantar quando ela se abre sozinha.

­– Oi amor. – Falo ao ver Matt entrar, um pouco invasivo. Nem ligava mais, ele sempre fazia isso.

– Posso saber por que você não me mandou mensagem hoje? – O loiro para em frente a tv e eu pauso a série.

– Sei lá, eu esqueci. Desculpa. – Faço um biquinho e ele vem até mim violenta e bruscamente.

– Escuta aqui, Ariel. – Ele chega bem perto de mim e coloca o dedo bem próximo ao meu rosto. – Da próxima vez que você começar de cu doce, você vai ver. ENTENDEU? – Ele grita a última palavra e eu apenas assinto assustada. – VOCÊ fica indo pra balada sem mim e ainda acha que tem o DIREITO de ficar brava. – O mesmo se afasta e bufa.

Recostei no sofá, ainda assustada. Ele nunca havia feito aquilo. O telefone toca e eu me mexo pra atendê-lo, mas Matheus se vira, me encara e faz um “não” com a cabeça. Paro e o olho.

– Eu não to te reconhecendo, Matheus...

– Você não entende, Ariel.

Ele chega perto de mim, se senta lentamente e me abraça. Não me mexo.

– Eu te amo e quero te ver perto de mim, e exclusivamente pra mim. E eu sou capaz de tudo pra isso.

As últimas palavras soaram um pouco psicopata, o que me deu mais medo. Apenas me encolhi um pouco mais e deixei seus braços me envolverem, até ele estar completamente em cima de mim. Nos beijamos, mas não senti a mesma coisa de sempre. Agora sentia uma obrigação, um sentimento pesado.

(...) No dia seguinte (...)

Acordei do outro lado da cama, quase caindo. Tive um pesadelo, talvez por esse motivo eu esteja ali. Matheus dormia tranquilamente do meu lado, nem parecia a mesma pessoa de ontem a noite. O que aconteceu? Bom, a gente transou. Pra ele deve ter sido bom, mas pra mim foi forçado. Falei a ele várias vezes que não queria e fugia de seus braços, mas ele sempre me trazia de volta e me ameaçava. Ele é meu namorado, mas ontem parecia um monstro. Estava com nojo demais pra olhar em sua cara, então saí do quarto e fui fazer o que precisava. Quando ele acordasse, o mandaria embora, pelo menos até a raiva passar. Gostava muito dele, apesar de tudo.

Fui ao banheiro, fiz minhas higienes e resolvi tomar uma ducha. Me sentia suja. Enquanto isso, comecei a lembrar e chorar desesperadamente. Mesmo saindo do banho, as lágrimas não paravam de rolar. Era como se a noite ainda doesse, mas dessa vez lá dentro. Sentada no sofá, criava possibilidades de melhorar minha situação, mas todas elas tinham algum problema que a tornava falhas. De repente, o meu celular tocou. Engoli o choro e olhei a tela, era desconhecido. Atendi:

~ Ligação On ~

Eu: Alô? – Minha voz falhou, mas não me importei.

???: É a Ariel? – Reconheci essa voz. Era Lucas.

Eu: Lucas? Como você tem meu número?

Lucas: Graças a Deus! Já liguei errado pra uns 3 ou 4 números! – Ele riu. – Você postou no Twitter há um tempo e eu anotei, mas não tava conseguindo entender minha letra de jeito nenhum. – Rio.

Eu: E por que cê ta me ligando em plena... – Olho no relógio. – Sete e quinze da manhã?

Lucas: Sei lá, acordei agora e lembrei de você. Queria te chamar pra sair.

Eu: Lucas, eu já dis... – Ele me interrompe.

Lucas: Calma, eu não terminei de falar! – Rimos. – Queria te pedir pra me ajudar com umas coisas do canal, mas tem que ser ao vivo. Então...

Eu: Então...?

Lucas: Quando cê pode?

Eu: Hoje! Agora! – Falei, entusiasmada. Precisava conversar com alguém e tirar os problemas da cabeça.

Lucas: Nossa! – Ele ri. – Me encontra na rua (...) às 07h32, pode ser?

Eu: Pode, mas... – Rio. – Por que exatamente 07h32? Não pode ser às 07h30?

Lucas: Por que exatamente às 07h30? As pessoas sempre escolhem esses horários inteiros, que chato! – Ele bufa. – 07h32. Nem um a mais, nem um a menos. – Ele fala sério.

Eu: Ta bom, urso. – Falo sério, e meio segundo depois nós rimos.

~ Ligação Off ~

– Quem era? – Matheus surge atrás de mim, me dando um susto.

– A Bruna. Tenho que encontrar com ela daqui à meia hora.

– E eu vou junto?

Fico com medo de responder, mas mesmo assim o faço:

– Não. Ela quer me falar uns problemas dela.

Vou pro quarto e fecho a porta, ouvindo a porta da minha casa bater em seguida. Olho no espelho, meu rosto estava inchado por conta do choro. Provavelmente Matheus percebeu, mas não perguntou nada pelo fato de saber a resposta: o culpado era ele.