História I'm a mess || T3ddy - Faço isso porque te amo

P.O.V ARIEL

Sentei à beira da fonte no meio da praça e fiquei brincando com a água. Passava os dedos pra lá e pra cá e via as lágrimas caindo e se misturando na água e nas pétalas rosa-bebê caídas ali. Pensava cada vez mais no que fazer; mandar ele embora e brigar não adiantou, e além de tudo, gostava dele ainda. Eu não queria ser mais rude com ele, mas também não queria ser mandada daquele jeito. Cadê aquela menina de anos atrás que dizia ser feminista e que não deixaria nenhum homem mandar nela? A Ariel do passado se envergonharia do que eu me tornei.

Depois de uns minutos, escutei passos vindo de trás de mim.

– Psiu. – Alguém chamou. Olhei pra trás, era Lucas. Ele se sentou do meu lado. – Me conta tudo.

Seus olhos me olhavam com preocupação, até suas mãos calmamente pegarem as minhas e as apertarem.

– É o Matheus... – Minha voz soava rouca.

– O que ele fez pra você?

Lucas mantinha uma calma em sua voz que me fazia sentir amparada, segura. Até ouvir uma outra voz. Aquela que me dava medo.

– Ah, claro! Sabia que tinha macho envolvido! – Matheus late do canto da fonte, chegando até onde eu estou em instantes.

– Não é o que você ta pensando, Matheus. – Levanto e seguro seu peito para pará-lo.

– NUNCA É O QUE EU TO PENSANDO, NÉ? – Ele novamente grita comigo e aperta meu braço com força. – Vamos, Ariel. – O loiro me puxa com força e começa a me levar em destino ao apartamento.

– Cara, quem você é pra levar ela desse jeito? – Lucas grita de trás de nós e Matheus se vira, levando meu braço junto e me obrigando a virar também.

– Me solta Matheus, tá machucando! – Puxo meu braço mas ele só aperta mais sua mão.

Realmente doía demais, ele não media a força comigo.

– E quem VOCÊ pensa que é pra dizer o que eu devo ou não fazer com a MINHA namorada?

– Olha bem pra cara dela, seu babaca. Acha que ela tá gostando?

Matheus sequer olha pra mim, ele apenas solta meu braço em um impulso e vai pra cima do Lucas.

– Não. me. chama. de. babaca. – Eles estavam muito perto, e os dois se encaravam como dois gatos de rua.

– MATHEUS, PARA! – O choro saía em um apelo para tudo aquilo parar.

Em uma fração de segundo, Matheus dá um soco no rosto do Lucas, impulso esse que o derruba no chão.

– LUCAS! – Corro até lá mas quando chego perto dele, o loiro puxa meu braço e praticamente me arrasta junto com ele.

– Deixa de ser idiota. Ele teve o que merecia. Vamos.

– ELE É MEU AMIGO! ME SOLTA, ME DEIXA IR LÁ COM ELE! – Berrava cada vez mais, aos prantos.

– Olha aqui. – Ele parou e me puxou pra frente dele, me fazendo encarar seus olhos. – Para de gritar ou senão serei obrigado a fazer coisas que não quero, meu amor. – Sua voz soava psicopata, não doce, como ele quis que parecesse.

– ME. SOLT... – Não finalizo a palavra.

Ele me puxa e me faz ficar de costas pra si, coloca sua mão na minha boca e me agarra de um jeito que não tinha como sair. Tentava gritar e apenas chorava, minha voz insistia em sair muda.

Ele me levou até meu apartamento e me trancou lá. Finalmente me soltou e eu comecei a dar socos em seu peito.

– Você acha que pode me trancar aqui dentro? Você NÃO. PODE!

– Seus socos não doem. – Ele sai andando. – E a propósito, se você gritar aqui, quem leva multa é você. Mesmo que grite "socorro", acha que as pessoas ligam pra isso?

De qualquer jeito, não tinha mais força mesmo. Caí no chão e coloquei as mãos no rosto.

– Por que você ta fazendo isso comigo? – Chorava cada vez mais.

– Porque eu te amo. Só por isso. – Ele sentou do meu lado e eu me afastei. – Não quero você com outra pessoa que não seja eu. Além disso, não fiz nada de mais.

– Você deu um soco no meu amigo!

– Essa história nós ainda precisamos conversar. Agora, vem, vamos dormir.

Ele me puxou novamente, e como meu corpo não obedecia mais meus comandos, apenas me levou pra cama. Mas isso ainda não acabou.