História I'm a mess || T3ddy - Você é do tipo que me mataria?

P.O.V ARIEL 

Já tinha ouvido minha playlist preferida inteira enquanto voltava pra casa. Eram quase duas da manhã e eu voltava da casa de uma amiga. Tinha ido lá fazer trabalho, mas acabei ficando pra alguns filmes. Como precisava voltar pra casa, não posei lá e agora peguei um monte de ônibus só pra chegar no meu apartamento.

Desci na praça que ficava na frente dele, nem acredito que tô quase em casa. Tirei os fones de ouvido e os guardei junto com o meu celular na mochila. Não confiava muito em deixar à mostra. Precisava atravessar a praça pra chegar. Amava andar por lá por causa das lindas flores, do clima gélido por conta das árvores e da fonte com água quase transparente. O lugar era pouco iluminado de noite por isso eu tinha um pouco de medo, mas continuava amando.

Passei pela fonte e não aguentei. Sentei em sua borda e a olhava, murmurando uma música do Ed Sheeran enquanto passava a mão pra lá e pra cá na água. Ouvi algo a mais que minha voz e parei de cantar, me abaixando e escondendo atrás da fonte. Prestei mais atenção e percebi que aquilo era... Choro? Por que alguém estaria chorando à essa hora aqui? Será que eu procuro quem é ou vou pra casa? A pessoa deve estar bem mal, mas eu tenho medo mesmo assim.

Como meu coração é mole, não aguento e sigo o tal choro. Encontro um homem no chão. Seu rosto não era muito visível por conta do seu boné. 

 – O-olá? – Falo baixo e ele continua igual. – Eii. – Falo um pouco mais alto e me abaixo, cutucando seu ombro. Ele me olha e seca os olhos rapidamente com as costas das mãos. Ainda assim não consigo ver seu rosto por conta da má iluminação. 

 – Tá tudo bem, moço? – Ele assente rapidamente e olha pra baixo. – Não tá não, – Rio fraquinho. – dá pra ver no seu rosto inchado e na sua situação... Aqui. 

 Percebo um sorriso de canto nele. Ele me olha, levanto e estendo a mão. Logo ele à pega, se levantando com um pouco de dificuldade. Me sento no banco e ele logo repete o ato, sentando ao meu lado. 

– Como é seu nome? – Pergunto. Estava com um pouco de medo dele, mas fui perdendo aos poucos. Sei que não deveria, afinal, é um estranho de madrugada em uma praça. Enfim, me deu dó dele, só isso.

– L-lucas. – Ele gagueja e limpa novamente seus olhos. 

– E você precisa de alguma ajuda? Eu posso ver o que posso fazer. – Sorrio fraco e ele me fita. –Ah, esqueci de me apresentar. Sou Ariel.

Ele sorri fraquinho. Seu sorriso me lembrava alguém.

 – Eu tô perdido e talvez um pouco bêbado. – Lucas passa a mão na testa e me mostra, ela estava com bastante sangue. – E pra ajudar eu caí e bati a cabeça. 

– Oh meu Deus! Espera. 

Pego meu celular. 01h53 da manhã. Ele estava machucado e bem mal, será que eu deveria ajudá-lo ou deixá-lo ali?

– Você quer... – Hesito. – Você quer ir lá em casa? Digo, pra limpar esse machucado e tentar que eu ajude a achar sua casa. – Ele me olha e assente. 

– Sei lá, não vai incomodar você levar um estranho pro seu apartamento? – Nos levantamos e ele me olha rindo.

– Não sei, será que você é do tipo que me mataria? – Rio. – É que eu gosto de ajudar as pessoas, ainda mais aquelas que estão chorando perdidas em uma praça. – Ele ri.