História I'm a mess || T3ddy - O evento (parte 1)

P.O.V ARIEL

(...) No dia do evento (...)

Calça jeans preta, regata soltinha preta com um alien cinza (igual o emoji) e um tênis cinza escuro da adidas. Cabelo retocado em um azul turquesa (nunca sei a cor que vai ficar no final por nunca colocar o mesmo tanto de tinta no creme branco) e solto. Uma maquiagem básica com delineado discreto, rímel e batom matte nude, pra não chamar tanta atenção. Bom, acho que eu tava pronta.

Tranco a porta, guardo a chave na mochila (ela era cinza escuro com uns detalhes simples) e coloco em cima de um ombro só, saindo de casa. Peço um uber e enquanto espero, recebo uma ligação:

~ Ligação On ~

Eu: Alô?

???: Ariel? É a Anne, do evento!

Eu: Ah, oi!

Anne: Então, você já tá perto daqui?

Eu: Não, to esperando o Uber ainda. – Rio fraco. – Por quê?

Anne: É que o Lucas já tá quase chegando, aí a gente precisa te dar as instruções básicas.

Eu: Em uns 15 minutos eu tô aí, okay?

Anne: Tudo bem, até lá então!

Eu: Até.

~ Ligação Off ~

Que tipo de instruções? É só uma entrevista! Enfim, vamos ver isso.

O Uber chegou e em alguns minutos eu já estava lá. A fila tava gigante e eu parei do lado da mesma, ligando pra Anne.

~ Ligação On ~

Anne: Oi! Já chegou?

Eu: Já. Tô aqui na fila te esperando.

Anne: O Lucas também já chegou.

Eu: O T3ddy chegou? Tem certeza?

Anne: Sim. – Ela ri. – Ele ta te esperando.

Eu: Ele ta me esperando? – Rio, nervosa. Percebia os olhares em volta de mim, provavelmente pensavam o porquê do T3ddy estar me esperando.

Anne: Aham, a entrevista vai ser agora. Vou pedir pro segurança te entregar a pulseira.

~ Ligação Off ~

Fiquei um tempo esperando e logo um segurança chegou:

– Ariel? – O olhei e assenti. – Você é a responsável pelo T3ddy, né?

Segurei pra não rir. Ele quis dizer que eu sou a que vou entrevistar o T3ddy, mas "responsável" é engraçado.

– Sim. – Ele pega uma pulseira verde. Estico o braço e ele coloca.

Olhei as pessoas em volta. A maioria da fila me olhava, curiosa. O que será que elas pensaram?

Entrei no local do evento e logo vejo Anne correndo pra lá e pra cá, até me ver. Ela sorri e vem até onde eu estou.

– Oi Ariel! – Ela me abraça brevemente. – Preciso te falar umas coisas antes. Não muito importantes, só pra ter certeza que você não fará.

– E o que seriam essas coisas?

– Primeiro de tudo: Não surte. Já aconteceu muito isso, e não é legal. – Assenti. Eu não faria isso mesmo se ela não falasse. – Haja como se ele fosse seu amigo, ou como se estivesse no seu trabalho. – Ela me entrega um gravador de voz. – Você coloca isso perto de vocês, senão não vai gravar bem. Tem uma câmera lá também, ela ta posicionada certinho, mas qualquer coisa é só pedir pro Lucas que ele ajuda. Você aperta o botão de cima e ela grava, bem fácil. E por último: As perguntas estão aí?

– Aham, tão sim. – Sorrio.

– Ele está lá – Ela aponta o camarim dele. – Mas bate primeiro. – Anne sorri e me abraça de novo, saindo rápido pra algum lado do salão.

Comecei a tremer e suar frio. A cada passo, meu coração acelerava mais. Por quê? Não era pra ser assim. Parei na frente da porta e suspirei fundo. Olhei e bati bem fraquinho. Ouvi algo caindo lá dentro.

– EEEH CARAL... – Ele fica em silêncio, não continuando a palavra.

Bato um pouco mais forte dessa vez, tomando coragem o suficiente.

– Já vai!

Ele abre lentamente, me olha e suspira aliviado.

– Pensei que era alguém do evento. É que eu quase quebrei o camarim aqui. – Ele riu. Adorava seu jeito estabanado. – Ah, entra.

Lucas deixa um espaço na porta. Entro e o olho, ainda sem acreditar que ele estava à minha frente.

– P-posso... – Antes de terminar a frase, ele assente. Sabia o que eu iria dizer.

Deixo a mochila em cima do sofázinho com o gravador e dou uma corridinha, abraçando ele. T3ddy abraça mais forte que eu, fazendo com que eu ouvisse seu coração. Seu cheiro era maravilhoso, um perfume que com certeza não sairia tão fácil assim dos meus pensamentos.

Alguns segundos se passam e ele me solta. Saio e o olho, ele me olhava confuso.

– O que foi?

– N-nada. – O tiro do transe e ele sorri, desviando o olhar de mim. – Vamo começar?

– Aham.