A luz cinzenta de mais um dia nublado irradia pela janela.
Desperto de mais um sonho com seus últimos resquícios já sumindo; sinto novamente aquele peso, a opressão cruel e vil da realidade.
Começo o ritual de todos os dias de "embelezamento", afinal a beleza nunca foi barata. Hoje foi mais difícil pois meu antebraço parecia estar em chamas nos cortes.
Não importa o quanto o cabelo está perfeito, o quão branco fossem os dentes, ou quão cara fosse a roupa; nada disso me cobria. Eu me sentia nu, com todos me olhando em volta.
Eu não aguentava mais, não conseguia suportar, a cabeça doía com os rios de lágrimas descendo pelas bochechas pálida. Eu não me importava de cometer esse pecado novamente, já estava no inferno mesmo.
Me olhei no espelho e me segurei para não desabar, vi o que sempre via quando me olhava no espelho. Não era o garoto popular e invejável, não. Eu via o monstro... eu via a mim mesmo, aquela era a minha alma.
Eu pergunto a vocês... "como uma pessoa pode morrer se já está no inferno?" Esse foi meu ultimo pensamento ao sentir o gosto amargo das várias pílulas descendo pela garganta.
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