Clark ON
- Você merece uns castigos!
- Não Peu! Eu juro que ia te contar tudo!
- Jura? E por que eu soube pelo jornal?
Ela estava furiosa!
- Você tem razão por estar assim, eu devia ter contado. Mas o que eu menos quero agora é julgamento, preciso de ajuda e preciso que você se cuide, fique longe de confusão e peça um tempo no hospital!
- Eu não posso parar a minha vida por conta de um Zumbi!
- Por favor, se não parar, logo será uma horda deles! UM MONTE!
- Tudo bem meu filho, eu vou tomar cuidado.
Despedi-me e fui para casa. Eu e Liv pedimos “férias” no trabalho para podermos resolver toda essa confusão com cautela e atenção.
Decidimos ir ao Scream House novamente, Jack não quis de inicio, mas logo aceitou.
Chegamos por volta das duas da tarde e fomos até o quarto de Allison.
- Allison? – Chamei e adentrei o quarto primeiro. Liv e Jack vieram logo atrás.
- O que vocês querem? – Ela virou-se de frente e nos encarou. Estava desenhando algo na mesa velha.
- Queremos saber sobre seu vizinho. Seu vizinho de quarto. – Liv falou.
- Não era um enigma, era um aviso. – Levantou-se e veio até nós.
- Está falando da canção maluca? – Jack a insultou.
- Não era maluca! Era um aviso! Já disse!
- Não pressione ela Jack. – Eu segurei seu braço e o acalmei.
- Vocês já descobriram sobre o mórbido passado do quarto ao lado?
- Ah... Não. Pode nos contar? – Liv se atreveu um pouco mais.
- Não. Agora saiam daqui!
Ficamos decepcionados, mas saímos. Antes que eu fechasse a porta a ouvi recitar:
Um corpo, dois corpos, três corpos, o mistério familiar, a morte preliminar
Como loucos no deserto, como leões na floresta, o vejo gritar
Não ouço súplicas ou rezas, mas desculpas e promessas
Se sou eu, eu não sei, mas por ele me culpei
Três vidas valem mais que uma, miserável e obscura
Se um deles eu pudesse salvar, Minh’ alma poderia descansar.
- Gente isso é bizarro! – Jack tremeu.
- Não, isso é genial! Olhem a porta! – Todos encararam o outro quarto. – Olhem pra essa porta!
Fechei a porta para não incomodar Allison e retirei o papel adesivo com seu nome. Embaixo dele, havia mais um. Escrito Allison P.
- Ela faz parte dessa família? –Liv questionou.
- Vamos descobrir! – Jack afirmou e foi até a sala de entrada. Na recepção, estava uma mulher velha com uma expressão cansada e desesperada por sono.
- Moça – pigarreou – Podemos estudar a ficha de Allison P.? – Ele mostrou seu distintivo.
- Desculpe, é tudo confidencial
- Eu sou policial
- E eu sou pobre com um emprego merda que sustenta minha vida, não preciso perde-lo.
- Obrigado, senhora – Jack usou ironia e nós saímos.
- Tem que ter outro jeito. – Liv disse.
- E tem... – Encarei Jack – Mas você não pode participar, Jack
- Por que não?
- Porque vamos faze algo contra a lei. E Você não precisa arriscar seu emprego.
- Certo, vou pra delegacia agora e qualquer coisa, QUALQUER COISA, me liguem, eu venho correndo.
- Tudo bem
Nos despedimos e ele foi embora.
- Qual o plano? – Liv perguntou.
- Vamos esperar anoitecer e entramos.
- Mas não recebem visitas a noite.
- Nós não vamos visitar ninguém!
- Vamos invadir?
- É... Só as partes que contem papéis.
- Então vamos roubar a ficha de Allison?
- Falando em voz alta parece mesmo um crime.
- Mas é!
- Se não quiser ir comigo eu entendo.
- Tô dentro!
- Opa!
Sorri pra ela, que correspondeu lindamente com um riso encantador...
Ficamos nos encarando até ela quebrar o silêncio.
- O que vamos fazer até anoitecer?
- Ah... Vamos tomar um sorvete?
- Tem uma barraquinha aqui perto né?
- Sim
- Vamos
...
- Liv
- Oi
- Por que ainda está me ajudando? – Ela limpou o canto da boca que continha sorvete e me encarou.
- Porque eu gosto de você
- G-gosta?
- Gosto – Ela sorriu e ficou vermelha... Ah, como ela é linda! Devo estar com um sorriso bobo na cara agora.
- Você está com um sorriso bobo na cara.
Agora fiquei com vergonha.
- E agora você está vermelho
- Você também está vermelha!
Rimos e de repente a beijei.
- Desculpe
- Não precisa se desculpar
Ela me deu um beijo no rosto e sorriu.
As horas foram passando e Liv me pareceu bem a vontade.
- Clark
- Sim?
- Quer jantar comigo?
- Ah-ah... Agora?
- Sim... Não precisamos ir cedo pra lá. Já acabou o sorvete e ainda temos tempo sobrando.
- Claro que quero jantar com você.
Nós fomos até um restaurante ali perto, sentamos numa região mais reservada, mas iluminada.
Liv pediu vinho branco, eu a acompanhei. Eu disse que comeria de tudo, menos comida apimentada. Acabamos pedindo uma barca de sushi.
Ela sabe ser incrivelmente divertida em momentos como este. É surpreendente. Cada dia que passa a aprecio mais, todo o seu charme...
- Clark? – Ela me chamou quando me percebeu distraído.
- Oi linda
- Uau
- Que foi?
- Nada... É que você nunca me chamou assim.
- Não gosta?
- Eu gosto.
Ela esticou seus braços e alcançou minhas mãos, eu a segurei, com calma e carinho. Nós ficamos nos encarando e sorrindo um para o outro, como se o tempo tivesse parado.
Mas não parou.
- Hora de ir – Ela disse e se levantou
Paguei a conta e fomos de volta para o Scream House.
Analisamos todas as possibilidades, estudamos horário de trabalho de cada um e em pouco tempo entramos, separados.
Liv ON
Clark foi pelas portas de emergência e eu pelos fundos. Segui um corredor escuro, frio e vazio. Liguei o flash do celular e comecei a caminhar em linha reta.
O corredor dava acesso a duas salas, uma estava tranada e a outra encostada. Estava tudo escuro, fui iluminando aos poucos. Encontrei uma caixa com o nome “registros”. Entrei na sala e fui procurando algo relacionado à Allison.
Um tempo em silêncio e ouvi um barulho estranho, rapidamente desliguei o flash e diminui minha respiração. Quando tudo pareceu voltar ao silêncio senti algo esbarrar em mim, acabei soltando um grito e me assustei.
- É você
- Sou eu
Clark estava tão assustado quanto eu.
- Vem, achei a caixa dela.
O segui e começamos a ler um monte de artigos.
- Allison Parrish?
- Sim – ele disse – Os outros também tem esse sobrenome – Ele me mostrou a folha – Alan Parrish, Ben Parrish e Connor Parrish.
- Qual o histórico?
De repente a porta bateu. Concluímos que estava na hora de ir.
- Espera – Ele tirou o celular do bolso e tirou fotos das páginas enquanto eu iluminava.
- Vamos – Eu disse e Clark foi na frente.
Nós saímos pelos fundos.
Ele fez questão de me deixar em casa.
- Obrigada – Eu disse sorrindo pra ele.
- Pelo o que?
- Por hoje. Apesar de tudo, eu me diverti.
- Eu também.
Clark segurou minha mão e me beijou. Cada vez que isso se repete é um novo frio na barriga e um novo ar apaixonante.
- Boa noite
- Boa noite
[...]
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