História I'm In Too Deep - Emison - I'm gay?

~~~~ Dia seguinte ~~~~
Terça, linda, terça. Hoje o dia vai ser melhor que ontem. Levantei, fiz minhas higienes, tomei meu café da manhã sozinha como sempre, e decidir não ir para escola, seria uma missão suicida. E espero não ir amanhã, depois de amanhã, sexta, e nem a semana que vem inteira. Quero ficar trancada em casa, talvez sair só para ir até a piscina do clube. Só rezo para que o diretor não queira conversar com os meus pais, se não mostraria o vídeo para eles e estaria morta de vez, com essa de " aí meu Deus, minha filha é gay". Na verdade... Tenho que pensar muito sobre isso, as pessoas escolheram que eu fosse isso, mas será que realmente sou? Vou tirar o dia para pensar sobre isso. Na verdade, vou ter vários dias para pensar, então vou arrumar meu quarto.
Depois de ter tirado o pó das escrivaninhas e criados mudos, fui para o meu guarda-roupa, o abri e comecei a organizar os sapatos, que ficavam na última prateleira. Meu Deus! A quanto tempo não arrumo isso? Tirando todos os pares para fora, me deparei com uma caixa de plástico roxo e grande. A peguei curiosa, não era muito pesada. Coloquei-a em cima da cama e abri sua tampa, parei e observei os crominhos nela colados. Voltando a caixa, avistei montanhas de fotos, minhas e de minhas amigas, sem contar as com minha família também. Tinha um pacote embrulhado com papel de presente brilhante, amarrado com um lacinho preto fosco. Lembrei-me de que ali, colocava minhas fotos favoritas. Abri o saquinho e tinha uma foto de minha com meus pais, uma com todas as meninas juntas e havia outras 5 fotos. O resto era todas da Ali e minha, sorri passando uma por uma em minhas mãos. A minha preferida foi quando nos deitamos na grama, nos preparamos para tirar a foto e para minha surpresa, Ali ficou na pose, me dando um beijo na bochecha, tirei, vimos, e ambos as duas amaram. Nas outras estávamos rindo, nos divertindo, por exemplo, uma, estávamos penduradas no Trepa-Trepa de cabeça para baixo, quase roxas, quando tínhamos 12 anos. Com aquelas lembranças todas, me lembrei do nosso primeiro beijo. Foi na rocha que visitei ontem, aquela grande pedra tem uma fama ou melhor, uma lenda. De "qual casal beijasse aqui, nunca mais iriam se separar", mas já sei que isso é mentira, porque os pombinhos mais cobiçados a ficarem juntos da escola se separaram uma semana depois de terem se encontrado naquela pedra do beijo. Acho que estão certos do que acham sobre mim, porque eu teria beijado uma menina aos 15? E dessa vez não foi na bochecha para uma foto. E porque fiquei tão surpresa com esse beijo na bochecha? Ou até mesmo com o "na boca"? Porque o que sinto por ela não é apenas uma amizade, que nem sinto pelas as outras? Fui ver que estava chorando quando um pingo caiu na foto, limpei meu rosto e guardei rapidamente as fotos, e as favoritas no papel de presente, mas antes, vi a foto que tínhamos tirado da sigla do nossos nomes, na rocha, no fundo do saquinho. Guardei tudo, e finalmente tinha acabado de arrumar meu quarto. Parei pra pensar um pouco, sentada na cama, acho que estou muito sensível, vou sair um pouco. Sai de casa, era meio-dia, essa seria a hora que estaria almoçando na escola, ou na verdade, com os outros jogando a comida em mim. Tá... Exagerado, mas não sei como vou me sentir, em sei lá que dia voltar à escola. Atravessei um pequeno pedaço da floresta e cheguei ao meu local desejado, me sentei na rocha, e fiquei pensando na vida, quero dizer, na parte que eu mesma estar quase me admitindo. Tentando me entender, me lembrei do porque eu e Josh nos separamos. Que hetero faria aquilo? (É até engraçado falar assim). Tirar foto da sua amiga semi-nua? Senti um colapso em meu corpo, ao me lembrar das coisas que pensava quando uma vez, vi Ali – realmente –NUA em seu quarto... Para sair daquele transe, acho melhor sair daqui e ir para outro lugar, mas antes me curvei para o lado, vendo nosso nome ali pichado. Fui para o parquinho perto de casa, cheguei me sentando em um balanço, me movimentando devagar. Será? É, pelo o que lembrei...
- Oi! - Alguém apareceu do meu lado e dei um pulo de quase 3 metros..
- Que susto! - Disse logo me acalmando, vendo que era Ali. Bom, não me acalmando por completo.
- Desculpa... - Deu uma risadinha e se sentou no meu lado. - Como você tá? Descobri que você foi embora no meio da aula. 
- Na medida do possível. 
- Eu posso acabar com tudo aquilo, com aqueles idiotas, mostrar que eles estão errados e... - A interrompi.
- E se não estiverem? - Olhei para ela com meus olhos já marejados, ela entre-abriu os lábios e depois deu um leve sorriso.
- Isso você tem que ver dentro de você. - Olhei para cima, suspirando profundamente com o objetivo de não descerem mais lágrimas. - Em... - Ela enxugou minhas lágrimas, com que me fez olhar para ele e aquele toque... Não era que nem estar com Josh. - Se você realmente for... Você sabe o que, vamos ser suas amigas, não importa, estaremos sempre do seu lado. E você vai ter que se aceitar, querendo ou não porque esse é o jeito que você é. E não se sinta mal, que nem eles querem que você se sinta, se sinta orgulhosa, por ter se admitido a si mesma. Eu acostumadamente lhe daria algumas broncas por estar chorando por isso, mas decidi ser legal hoje. - Rimos.
- Obrigada Ali... - Aquelas palavras eram realmente boas, estava pensando nelas. 
Ali Sorriu, e olhou para a tela do celular após ter chegado uma mensagem, com uma cara nada boa.
- É o Tom... - Disse se levantando. - Tenho que ir Em, o namoradinho não tem paciência.
- Ok... - Não gostei que teve que me deixar para ir com o namorado. Quando ela estava indo, a parei. - Ei! - A mesma se virou. - Eu acho ele outro babaca. - Não gosto dele também por já ter feito coisas horríveis para Ali, mas não pense que ela não retrucou.
- Nós duas achamos... - Riu e foi embora saltitando, daquele jeitinho que me fazia rir, ela com certeza era a melhor pessoa para me ajudar. 
Depois de mais uns 20 minutos, com o fininho de ouvido e escutando minhas músicas clássicas, decidi ir embora. Andando para casa, percebi que aquilo que Ali me falou, me deu um tratamento de choque. Ela me ajudou e muito... Vou pegar seu conselho e admitir quem eu sou, quem quer que eu seja de verdade. Cheguei em casa e abri a porta vendo os meus pais sentados na mesa da sala de estar, fudeu geral.
- Emily, recebemos uma ligação da escola que você faltou hoje, e que ontem foi embora na segunda aula, disseram que estão muito preocupados. - Disse Wayne, meu pai.
Uma escola preocupada com um aluno que nem se quer faltou 2 dias? Não, o que acontece, é que Meus pais assinaram um termo, na verdade eles FIZERAM UM TERMO, para que quando eu faltasse sem uma ligação deles, ou sem um bilhete no dia anterior, era para comunica-los. Não porque eles não acreditavam e mim, e achavam que eu iria faltar às aulas escondida, mas queriam ter mais controle sobre mim, sendo que eles não estariam em casa, quando eu saísse e voltasse da escola. Absurdo? SIM, COM TODA A CERTEZA. Tinha me esquecido disso.
- Eu não estava muito bem. 
- Porque nos avisou? Podíamos ter ligado na escola. - Disse minha mãe mexendo na aliança.
- Eu nem vi vocês direito esses últimos dias.
- E além disso... - Depois de terminar, olhou para a minha mãe. - Depois deles terem falado que você faltou, eles nos chamaram para ver um tal vídeo.
- Ficamos sabendo do seu separo com Joshua. Ele era um menino tão bom Em...
- E não estamos querendo aceitar o porque ele ficou tão bravo, e o que ele falou de você. 
Meu coração já estava quase pulando fora do meu peito.
- Só achamos que...
- Chega! Tabom, se é o que querem ouvir... Vai lá... Eu sou lésbica, ok? Eu sou GAY! - Disse e vi a cara pálida da minha mãe e meu pai com a boca aberta.
- Me desculpem... Não queria isso. - Tenho que ser sorte e não chorar nesse momento. E começar a partir de agora a colocar em pratica o que Ali me disse. Subi as escadas com a cabeça baixa, nem acredito que fiz isso.  
Chegando no meu quarto, peguei meu celular e vendo as mensagens desde ontem da hora do almoço.

Aria:
Onde você tá Emily? Tá tudo bem?

Hanna:
Eu sei que você tá chateada, mas ir embora sem nos avisar? Estamos preocupadas.

Spencer:
Como você está? Nos mande uma mensagem!

E tinham mensagens um pouco piores de hoje, delas meio que me dando uma bronca daquelas por não responder.

Aria:
Não vai nos notar? E se você foi sequestrada? Assassinada?  Assaltada? Eu to com medo por não me responder e se acontecer algo eu vou já avisando que não vou no seu enterro hein!!

Hanna: 
NÃO TEM MAIS AMIGAS? Eu vou te matar se estiver tudo bem e estiver dando só "um tempinho" da tecnologia. NOS PREOCUPAMOS COM VOCÊ. Se considere uma pessoa morta Fields.

(Obs: Como sempre... Hanna usando Capslock) 

Spencer:
Acho melhor você aparecer se não vamos nos vestir de agentes e ir na sua casa dar chilique na frente dos seus pais. Não nos faça fazer isso. Sei que você não avisou os seus pais que faltou, e não queremos causar problemas. Então trabalhe os dedinhos.

Ri e logo parei percebendo que Ali foi a única que não me mandou mensagem. Mandei uma para as três:

"Gente!! Eu estou bem, só to tirando um tempo para pensar, não fui sequestrada e nem morta. Conversamos melhor na escola, me desculpem. Obrigada por se preocuparem comigo, amo vocês. Xoxo - Em"

Enviei pro contato das 3 e pensei, porque estava dando risada até agora de pouco sendo que Meus pais podem estar chorando lá embaixo? Me sinto uma pessoa horrível por deixá-los mal, mas me sinto mais confiante por ter me admitido. Escutei um barulho de mensagem, e abri:

Hanna:
EU VOU TE MATAR!!
Como eu disse... CAPSLOCK.