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História I'm Just Your Problem - Pieces


Escrita por: Abbeth

Notas do Autor


Olá! Minha primeira história postada. Não sei se tenho dom, mas esse casal me é realmente cativante, então depois de tanto pensar, resolvi postar uma criação minha. Espero que gostem!

PS: Por enquanto os capítulos não terão capa, mas pretendo providenciar o mais rápido possível.
Os nomes em negritos correspondem a quem conta a história no momento.
Desculpem os erros de coerência, faz um tempo que não assisto Hora de Aventura. E desculpem os erros ortográficos, grande maioria é por causa da digitação mal efetuada.

Uma ótima leitura.

Capítulo 1 - Pieces


 Narrador

 A morena de pele pálida, trajando uma regata preta e uma calça bordô rasgada, corria apressada pelos longos corredores do internato, apreensiva.

– Merda de relógio! – Praguejou alto.

 Distraída enquanto acertava as horas no relógio que havia posto em seu pulso, esbarrou na jovem logo em sua frente, fazendo-a derrubar os papéis que carregava em mãos.

– Droga! – Disse a moça de longos cabelos rosas – Meus papéis!

– Deixa eu lhe ajudar. – Disse a morena, puxando as folhas para si.

Logo as duas trocaram olhares repentinamente, ficando caladas. Um calafrio percorreu a espinha de ambas e um semblante de superioridade tomou conta das feições da rosada.

– Ora, ora, ora... – Começou – Vejam se não é a Marceline!

 A morena, correspondente ao nome Marceline, revirou os olhos.

– Bonniebel? – Pigarreou – Ou deveria chamar de princesinha arrogante?

– Estou incrédula, como conseguiu entrar nesse internato? Roubou o gabarito das provas? – Bonnibel debochou.

– Não é da sua conta, princesinha metida. – Respondeu Marceline, se recompondo do tombo – Agora se me der licença, tenho uma cerimônia de abertura para comparecer.

– Atrasada como sempre. – A rosada provocou.  – Sete anos já se passaram e você não mudou nada, não é?

– Você também não mudou nada. – Deu de ombros – Você também está atrasada para a cerimônia, cretina.

 Bonnibel deixou um sorriso cínico tomar conta de seus lábios. Afastou o longo cabelo para trás de suas costas e deu um passo para frente, enfrentando Marceline.

– Eu? – Sussurrou próximo ao rosto da morena – Eu nunca estou atrasada, querida. – Puxou um dos papéis que acabara de juntar – Vou ser a oradora da abertura, eu entro no palco só daqui quinze minutos. – Disse e subitamente virou as contas, continuando seu caminho.

 Marceline revirou os olhos.

– Só pra te lembrar – Gritou a rosada, já distante – Os portões de entrada para a sala de cerimônia fecham em dois minutos.

 A morena não pensou duas vezes e apressou o passo.

[...]

Marceline

– Parabéns a todos e um ótimo ano letivo! – Bonnibel disse por fim, depois de meia hora de pura baboseira, digo, discurso.

Tsc

 A única coisa que eu espero conseguir nessa escola é entrar para o clube de música. Eu nunca quis estudar nesse Internato repleto de burgueses metidos a realezas, mas quando ouvi falar que um dos maiores professores de música do reino de Ooo estaria lecionando aqui, não pude evitar. Passei meses estudando e agora meu sonho de levar minha banda, Marceline e as rainhas do grito, para o palco internacional estaria prestes a se realizar.

– Atenção, alunos! – A voz grave do diretor me tirou de meus devaneios – Vou agora designar cada um para seus respectivos quartos. Quem eu já disser, pode se direcionar a recepção e pegar a chave.

 Ótimo. Eu teria que dividir o quarto com alguma garota metida a rica. Mas estava tudo bem, não é como se ela fosse interferir na minha vida.

Após uma longa lista de nomes, que por acaso eu havia pegado no sono no meio dela, consegui ouvir de relance meu nome.

– Marceline Abadeer – Pigarreou – Quarto 3C.

 Ouvi alguns gritinhos de reprovação, mas dei de ombros. Levantei séria e me direcionei até o saguão, indo em direção à mesa da recepção. Dei de cara com uma dupla espalhafatosa, que me era familiar. Sorri.

– Finn! Jake! – Gritei animada, flutuando para abraçá-los.

– Nossa vampira preferida! – Gritou Jake eufórico, me abraçando junto de Finn.

–Quanto tempo, Marcy. – Disse Finn, se desvencilhando do abraço apertado.

– E não é? – Disse incrédula – Como vieram parar aqui?

– Nós estudamos muito, diria que ficamos uns meses sem vida social. – Reclamou Jake.

 É, posso dizer que entendo bem isso.

– Nossa, por que disso? – Perguntei rindo.

– Bonnie... – Disse Finn, quase em um sussurro, olhando para o chão com as bochechas rubras.

Meu estômago embrulhou. Ele ainda gosta dela, depois de anos de rejeição. Pobre Finn.

– É, isso mesmo! – Jake cutucou-o com o cotovelo – Esse aqui me arrastou para cá, só pra ficar pertinho de princesa.

– Não suporto ela. – Disse, quase em um sussurro.

 – Bom, tanto faz, o que importa é que eu e o apaixonado aqui temos que ir para nosso quarto. – Disse Jake, puxando o loiro pelo pulso.

– Ah, sim, eu também! – Sorri – Tenho que pegar a chave para o meu quarto.

– Ficou em qual quarto, Marcy? – Perguntou Finn.

– Quarto 3C, mas eu não faço idéia de onde fica isso! – Respondi rindo.

 Finn e Jake se entreolharam, engolindo seco. Arqueei uma sobrancelha.

– B-Bom Marcy, temos mesmo que ir, ficamos juntos no quarto, que sorte, não? – Jake parecia apreensivo.

– É, uma sorte mesmo... – Disse desconfiada enquanto mesmos se distanciavam, abanando para mim.

Dei de ombros. Me aproximei da recepção, peguei as chaves e aproveitei para pedir instruções para chegar até o quarto.

[...]

Bonnibel

 Andava para lá e para cá organizando as coisas das minhas malas no closet e meus livros na escrivaninha.

– Ufa! – Passei o pulso na testa, limpando o suor – Esse é o último! – Colocando o livro bem posicionado na mesa.

Caminhei exausta e me joguei na cama, pensativa. Levantei o olhar e observei as malas em cima da cama em minha frente. Em uma delas parecia estar carregando uma guitarra. Suspirei. Espero que não seja alguém disposto a tirar meu silêncio e paz.

Logo batidas frenéticas ecoaram pelo cômodo, quebrando o silêncio. Levantei relutante e abri a porta.

– Olá! – Disse simpática, cerrando o olhar.

– Bonnibel? – Gritou a voz familiar.

– Marceline? – Arregalei os olhos e a encarei incrédula. 

[...]

Marceline - Minutos antes

 Eu estava exausta. Caminhava perdida pelos malditos corredores amaldiçoando a mulher que me passou as informações, quando de relance pude ver a porta com um respectivo ‘’3C’’.

– Finalmente! – Pensei alto.

 Bati na porta várias vezes, sem hesitar. Após caminhar nesse labirinto, eu acho que o mínimo que merecia era um banho quente e uma cama macia.

 A figura de longos cabelos rosas abriu a porta, com uma expressão sorridente.

Não pode ser.

– Olá! – Disse, com os olhos cerrados e um sorriso que ia de orelha a orelha, revelando suas covinhas. Irritante.

– Bonnibel? – Perguntei, ou gritei, incrédula.

– Marceline? – Ela arregalou seus olhos, de enormes órbitas rosadas, e me encarou.

– Só pode estar brincando. – Revirei os olhos.

– I-Isso... – Gaguejou – Isso é um engano! Você só pode estar brincando mesmo! – Ela deu ênfase na última frase.

 Revirei os olhos, novamente. Puxei do bolso da minha calça a chave com o pingente escrito ‘’3C’’ e balancei em sua cara.

– O-O que... – Ela levou as mãos ao pingente – O diretor se enganou! É isso, amanhã eu vou imediatamente falar com ele, isso não vai ficar...

Antes que ela terminasse, empurrei seu rosto com a mão, dando espaço para entrar no quarto.

– O que está fazendo no meu quarto? – Questionou, puxando meu pulso.

– Esse é também o meu quarto, ou você não entendeu ainda? – Debochei, indo arrumar minhas malas.

Ela bufou e fechou a porta com raiva. Dei de ombros, estava acostumada com suas crises de princesa mimada. Realmente em sete anos ela não mudou nada.

Me aproximei de minhas coisas e fui logo puxando meu baixo vermelho em formato de machado, depositando-o devagar em cima da cama. Logo fui abrindo as demais malas e organizando as roupas no closet. Podia sentir de longe os olhos de Bonnie me fuzilando.

– Escuta bem, tá? – Ela disse, tentando ficar calma – Eu não quero você tocando instrumento nenhum enquanto eu estiver estudando ou descansando.

 Levantei meu rosto pra ela, arqueando uma sobrancelha.

– Escuta você, princesa metida. – Me aproximei de sua cama com passos lentos, parando em sua frente. Depositei minha mão em seu tórax e a empurrei contra o colchão, mesma me encarou com uma expressão de ódio – Esse quarto também é meu, e se eu quiser, eu passo a noite tocando guitarra.

– Olha aqui, veja bem como se comporta comigo, eu sou a...

– Princesa do Reino Doce e blá blá blá – Interrompi sua explicação, me afastando. – Corta essa princesinha, eu já sei dessa parte. – Pigarreei – Se for usar o banheiro, vá logo, que eu quero tomar um banho.

 Ela bufou e eu dei de ombros. Caminhei até minha cama e comecei a tirar a camisa suada que estava usando, jogando-a em um canto qualquer. Deixei meus longos cabelos negros caírem lentamente por minha costa nua, coberta apenas pelo top preto que usava.

– E-Ei! – Gritou – Não começa a bagunçar o quarto! Junta isso aí.

 Virei meu rosto para protestar, mas logo vi que ela me encarava com as bochechas coradas, mais que o normal.

Logo mesma puxou o travesseiro e colocou em frente ao rosto rubro. Arqueei uma sobrancelha.

– Qual foi princesa? – Perguntei rindo, enquanto virava de frente para ela. Podia ver seus olhos curiosos me observando por de trás do travesseiro.

– V-V-Você vai tomar banho? – Perguntou gaguejando, com a voz pouco rouca.

– Sim...

– Então vá logo! – Gritou, apontando para a porta do banheiro.

 Estranhei a reação, mas assenti dando de ombros. Separei uma muda de roupa e fui até o banheiro.

Bonniebel

Maldita Marceline. Com tantas alunas, eu tinha que ficar com ela. Tão irritante, tão debochada.

Tão sexy. Deduzi, enquanto lembrava dela passando as mãos lentamente pelo corpo enquanto puxava a blusa para cima, tirando-a. Sua pele pálida, em contraste com os longos cabelos negros. E seu abdômen malhado, podia contar os gominhos.

– Droga Bonnibel! – Disse para mim mesma, me jogando contra o colchão, com o travesseiro no rosto.

 Droga. Droga. Droga. Eu estava recaindo novamente. As memórias estão voltando à tona. Isso só me machuca mais, eu a amava tanto.

À sete anos atrás, quando eu tinha dez anos e ela treze, me declarei. Disse que a amava. Tão jovem e tão apaixonada. Um amor puro e verdadeiro. Logo nos beijamos muito, nos acariciamos, trocamos palavras de amor. Ela até me fez um anel de compromisso com uma flor, margarida. Passamos muito tempo juntas, sem ninguém descobrir. Sorri lembrando.

Porém, depois de um tempo, meu pai acabou descobrindo e não aceitou, disse que eu tinha responsabilidades de princesa e que um dia deveria me casar com um herdeiro, para juntar terras. E como eu não queria magoá-la, recorri a uma feiticeira, que apagou sua memória. Dês de então eu passei a tratá-la com indiferença, ignorá-la até que se esquecesse de mim. Maltratá-la.

Claro que não foi suficiente, sempre que a via eu queria beijá-la, tocá-la. Foi quando então meu pai resolveu me levar a outro reino, para ficar longe dela, estudar e finalmente conseguir entrar nesse maldito Internato. Me formar, assumir o trono, casar, ter filhos, netos. A família perfeita. A rainha perfeita.

Deixei uma lágrima solitária percorrer meu rosto rubro. Tudo se perdeu. Quanto mais próxima eu ficar dela, mais irei me machucar.

 Ouvi a porta do banheiro ser aberta, me tirando de meus devaneios. Limpei meu rosto rapidamente com o travesseiro que o cobria.

– Ainda com o travesseiro na cara, princesa? – Disse Marceline, caminhando pelo quarto com os cabelos molhados. Maldita mania de me chamar de princesa toda hora.

 Joguei o travesseiro pro lado enquanto sentava na cama para observá-la.

– Está pingando água pelo quarto inteiro, Marceline! – Repreendi, cruzando os braços.

– Sim, sim... – Deu de ombros, ligando o secador.

 Após uns minutos observando ela secar os cabelos, comecei a sentir o aroma de seu perfume. O cheiro era quente, não doce como o meu, mas sim agressivo, forte. Muito excitante. Merda.

– Será que dá pra desligar esse secador um minuto? – Perguntei, tentando disfarçar. – Eu quero ler.

 Levantei e fui até escrivaninha, pegando um livro qualquer. Voltei para a cama e me sentei nela, escorando as costas na parede.

Ela desligou o secador e voltou me encarar.

– Por que você é tão chata, cara? – Mostrou a língua.

– Você que é infantil, Marceline.

– Amanhã você vai falar com o diretor? – Questionou, se jogando na cama.

– S-Sim... – Gaguejei.

 Um silêncio mortal tomou conta do cômodo. Marceline havia colocado os fones e tapava os olhos com o antebraço. Eu folheava o livro que havia pegado. Romance. Já tinha o lido umas quinze vezes, o final é um pouco dramático, mas eu gosto. Eles nunca ficam juntos, em hipótese nenhuma, e isso me fez lembrar um pouco de mim e Marceline.

 Abri uma folha no final do livro e arregalei os olhos. Grudado com durex, estava o anel de margarida que Marceline havia feito para mim. A flor já estava seca e as pétalas estavam amassadas pelo peso do livro. Próximo ao anel uma frase estava destacada com um marca texto amarelo.

‘’ Se é errado te amar, quero morrer estando errada.’’

 Não suportei. Após sete anos, eu resolvi pegar novamente esse livro. Por que eu o trouxe junto? Por que quando estava arrumando minhas malas eu insisti em trazê-lo? Por que não desisti de uma vez desse amor? Por que eu a amo tanto?

 Eu chorava. Parecia uma criança com medo. Soluçava. Tampei meu rosto com as mãos para evitar que ela visse. Por que eu não posso amá-la?

 Levantei o braço lentamente até o interruptor acima da cabeceira da cama e apaguei a luz. Ela pareceu não se importar. Me enfiei de baixo das cobertas e me pus a chorar.

Não demorou muito para tudo apagar e eu pegar no sono.  


Notas Finais


Devo continuar?


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