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História I'm Just Your Problem - Who are you, Bonnibel?


Escrita por: Abbeth

Notas do Autor


Olá!
Então, mais um capítulo direto do forno!
Desculpem qualquer erro de digitação ou coerência, faz tempo que não assisto Hora de Aventura.

Espero que gostem, uma ótima leitura!

Capítulo 2 - Who are you, Bonnibel?


Marceline

 Escutei gemidos estranhos ecoarem pelo quarto. Abri os olhos relutante e estava tudo escuro. Procurei meu celular para olhar as horas, eram exatas oito da manhã. Sorte que hoje é sábado e as aulas iniciam somente segunda-feira. Suspirei aliviada.

Estiquei o braço procurando o interruptor que fica próximo a minha cama e acendi a luz. Logo minha pupila foi se acostumando com a claridade forte e eu pude observar a Bonnibel se revirar na cama, suando.

 Arqueei uma sobrancelha. Ela estava tendo um pesadelo. Me aproximei de sua cama e vi ela se contorcer e deixar algumas lágrimas escorrerem por seu rosto rubro.

Droga, ela está me assustando.

Coloquei as mãos em sua testa. Fervendo. Comecei a balançá-la de um lado para o outro, tentando acordá-la.

– Ei! – Chamei – Bonnibel, acorde!

Eu a sacudia, mas nada parecia funcionar. Sono pesado.

Marcy... – Ela sussurrou – Me desculpe... Eu...

Parei de sacudir ela para tentar entender o que queria dizer. Silêncio. Estranho, ela parecia pedir desculpa para alguém.

 Dei de ombros e continuei a sacudi-la, até que as grandes órbitas rosadas despertaram. Ela me fitou por alguns segundos sem dizer absolutamente nada. Nossos rostos estavam próximos. Olhei diretamente para seus lábios avermelhados e um arrepio percorreu meu corpo. Recuei.

– Oi? – Chamei, tentando parar de observar sua boca – Você ta aí?

 Ela piscou algumas vezes e pareceu voltar a si.

– Que isso Marceline! – Gritou, me empurrando – Saí de cima de mim!

– Aí! – Caí, sentando no chão – Escuta aqui princesinha, eu tava tentando te ajudar!

– Me ajudar? – Gargalhou – Acha que eu acordar e ter que olhar pra sua cara logo de manhã vai me ajudar? – Ela esfregou os olhos e espreguiçou-se – Só se for me ajudar a cometer suicídio.

 Revirei os olhos. Que garota insuportável.

– Não foi o que pareceu! – Gritei, com a testa franzida.

– O que? – Ela arqueou uma sobrancelha.

– Por que gemia meu nome então, princesinha? – Questionei me levantando do chão.

– Eu gemia? – Ela perguntou assustada, o que me fez estranhar a reação.

– Gemia, e muito. – Menti.

Ela corou agressivamente, o que fez um pequeno sorriso sacana formar-se em meus lábios.

– Ah, Marceline! – Ela arremessou o travesseiro – Vai achar o que fazer!

 Ela nem sequer esperou minha resposta, levantou bufando e foi até o banheiro, pisando duro. Pude ouvir a água do chuveiro ser ligada.

Revirei os olhos. Fui até meu closet e troquei meu pijama surrado por uma calça preta rasgada e uma regata cinza decotada, que deixava a curva de meus seios à mostra.

 Já que estava um tédio descomunal, resolvi tentar terminar de compor uma antiga música que tenho em minha apostila há anos. Escrevi quando tinha apenas dez anos, apesar de não lembrar exatamente o motivo. Peguei meu baixo e sentei na cama, carregando em meu colo o instrumento rústico. Comecei a dedilhar as cordas, acompanhando as notas.

La da da da da

I’m gonna bury you in the ground

La da da da da

I’m gonna drink the red

From your pretty Pink face,

Im gonna....

 Se passou algum tempo e eu estava em total fracasso. Minha criatividade é excelente, mas essa música sempre me deixou com um bloqueio mental inigualável. Parece que eu jamais vou conseguir terminar de compô-la.

Algumas batidas tímidas ecoaram pelo quarto, tirando-me de meus devaneios.

– Abre a porta, Marceline! – Gritou Bonnibel do banheiro, enquanto ligava o secador de cabelo.

– Já vai! – Resmunguei.

 Abri a porta e dei de cara com uma garota de longos cabelos ruivos e algumas sardas que cobriam seu rosto angelical. Ela me observou por alguns instantes e esticou o pulso me entregando um panfleto decorativo.

– Venha para a festa de Boas Vindas! Será ás nove horas da noite. – Sorriu, com as bochechas pouco rubras.

– Certo... – Disse timidamente – Qual seu nome?

– Phoebe. – Sorriu – Te vejo lá, Marceline.

 Assenti e fechei a porta. Espera.

– Como ela sabia meu nome? – Questionei alto, observando o panfleto.

– Todo mundo conhece. – Disse Bonnibel entrando no cômodo somente com uma toalha cobrindo seu corpo, enquanto penteava os cabelos já secos.

 Fiquei observando sua pele arrepiar-se pelo frio do quarto e senti um choque atingir minha espinha. Ela penteava os cabelos de forma graciosa, deixando grande parte do pescoço à vista. Uma vontade incontrolável de atacar seu pescoço despido e seus lábios carnudos tomou conta de mim. Minhas pupilas dilataram levemente.

 Quando vi já estava me aproximando de seu corpo, quando a realidade voltou a tona. Balancei a cabeça, me recompondo.

– É... – Disse, quebrando o silêncio – Como sabe que todos conhecem?

 Na verdade não estava interessada nisso, mas precisava disfarçar minha aproximação e nervosismo.

– A sua banda faz muito sucesso pelo youtube, não faz? Tem várias garotas e garotos te secando. Bom tem motivo né, você é tão gos- – Ela parou de falar e tossiu algumas vezes – Única. Você é única.  – Completou, nervosa.

 Não esperava ouvir essa. Engoli seco. Quando pensei em responder, a voz do diretor invadiu as caixas de som distribuídas pelos corredores.

‘’Bom dia alunos! Agora são exatas onze horas da manhã de um maravilhoso sábado. O almoço já está sendo servido no refeitório. E ficará disponível para consumo até a uma e meia da tarde. Grato pela atenção e nos vemos na festa de boas-vindas!’’

– Acho que vou descer pra almoçar... – Quebrei o silêncio que estava se instalando lentamente.

 Ela deu de ombros, entrando para o closet.

– Vieram aqui no quarto entregar o panfleto para a festa de boas vindas. – Coloquei o papel em cima da escrivaninha – Você vai?

 – Não tenho tempo para essas futilidades. – Ela saiu do closet segurando uma muda de roupa e a depositou em cima da cama. – Enquanto todos festejam, eu vou estar aqui no meu quarto, sossegada estudando.

 Ela prendeu o cabelo em um coque e deslizou as mãos pela toalha que a cobria. Pude observar sua mão delicada puxando a barra do pano felpudo para baixo, revelando parte de suas costas nuas.

– V-Vai ficar me observando? – Ela questionou, com o rosto pouco rubro.

 Dei de ombros, peguei meus fones e não pensei duas vezes antes de sair do quarto, sem olhar para trás.

Revirei os olhos enquanto caminhava pelos corredores vazios. Eu não sei o motivo, mas existem horas que eu acho ela incrivelmente insuportável, não me imagino nem mesmo conseguindo ser amiga dela. Mas em outras horas, eu sinto como se ela fizesse parte de algo muito marcante na minha vida, sinto desejo, vontade de tê-la. O motivo? Eu não sei. Eu não lembro.

Bonnibel

 Observei a Marceline saindo do quarto bufando, enquanto fechava a porta com raiva. Suspirei. Puxei o vestido rodado em tons corais que havia separado e o vesti. Soltei meus cabelos e os deixei dançarem por minhas costas.

– Que droga... – Disse, me jogando na cama, não me importando se amassaria ou não meu vestido. – Por que isso agora...?

 Desabei. Lá estava eu, chorando novamente. Parecia que havia tudo acabado. Eu não vou suportar muito tempo, se eu vê-la namorando não vou aguentar. Não posso mais ficar assim, tenho que arranjar alguma forma de esquecê-la. O pesadelo que tive, com Marceline morrendo por culpa do meu egoísmo, já foram provas suficientes que jamais poderemos ficar juntas.

Algumas batidas foram ouvidas na porta, me puxando de volta à realidade.

– Já vai! – Disse me recompondo enquanto secava as lágrimas.

 Abri a porta e dei de cara com Gumball, meu irmão. Ele é bem mais alto que eu, possuí um porte físico de dar inveja e seus cabelos são dois tons mais rosados do que os meus. E, totalmente diferente de mim, seus olhos são azuis.  

– Maninha! – Cantarolou me abraçando forte – Aproveitando seu primeiro dia nessa escola arrasadora?

Você nem imagina.

– Claro... – Menti – Está tudo numa boa!

 Ele se desvencilhou do abraço e me observou intrigado. Começou me analisar dos pés à cabeça e arqueou uma sobrancelha.

– Tem algo de errado contigo, vamos desembucha.

– Não é nada não! – Pigarreei, coçando a nuca. – O que são essas sacolas aí no chão do seu lado? – Perguntei, mudando de assunto.

– Ah, uns paletós maravilhosos que eu comprei no shopping! – Disse ansioso puxando as sacolas – Afinal, hoje tem festa!

Revirei os olhos. Até você Gumball?

– Que interessante... – Dei de ombros – Quer entrar?

– Claro, só espera a Fionna, ela está quase chegando. – Disse olhando para trás, procurando-a. – Mas enfim, você vai na festa né?

– Óbvio que – Dei uma pausa, vendo seus olhos brilharem em expectativa – não.

– Qual é maninha! – Fez beiço – Você nunca se diverte! Olha essa cara de acabada!

– O que? – Cruzei os braços.

 – Gum! – Disse Fionna pulando nas costas de Gumball – Cheguei na conversa!

– Olá Fionna. – Disse, já impaciente.

– Jujubinha! – Gritou ela toda melosa, me abraçando.

 Sorri forçadamente enquanto saia do abraço. Fionna é minha colega e de Gumball dês de muitos anos. Sempre estudamos juntos e, por incrível que pareça, ela não cresceu nada.

– Ai Fi! – Começou Gumball – Dá um jeito nessa garota! Ela não quer ir na festa!

– Sério? – Disse ela boquiaberta. Meu Glob, eu mereço. – Não, não, não, você vai sim na festa.

– Olha eu não estou mesmo afim... Não tenho roupa e também logo começa as aul-

– Não tem roupa? – Disse Gumball me cortando – Vamos resolver isso agora! Vamos no shopping!

 Fionna deu pulinhos de alegria.

– Gente, é sério, por favor, eu nem almocei ainda...

– Almoçamos no shopping, quem não gosta de fast food? – Disse Fionna, me puxando pelo pulso antes mesmo que eu pudesse protestar.

Esse sábado vai ser bem longo.

Marceline

 Após o almoço, decidi voltar para o quarto, afinal tinha que arrumar a roupa que iria usar na festa. No caminho, pude observar Bonnibel sendo arrastada por um homem que parece idêntico à ela, apenas mudando algumas características, e uma garota loira baixinha, que fazia o maior fiasco enquanto ria. Revirei os olhos.

 Dei de ombros e entrei no quarto. Já que estava sozinha achei melhor colocar uma música para animar, Highway to Hell – AC/DC, e comecei a revirar minhas roupas no closet. Puxei uma calça jeans azul marinho com alguns rasgos, como sempre, e uma regata solta com estampa de uma caveira. Separei também um top preto, já que a regata deixava as costelas à vista.

 Puxei meu coturno marrom surrado e o deixei próximo as roupas.

Fiz um coque solto e comecei a tirar alguns posters da minha bolsa, subi na  minha cama e os colei na parede logo à cima dela. Pintei, com spray, um estêncil de um lobo e de uma caveira logo à baixo dos posters.

– Perfeito! – Disse descendo da cama e observando minha obra prima.

 Andei de costas para trás e sem querer encostei meu pé em uma caixa em baixo da cama da Bonnibel. Olhei assustada e um misto de curiosidade me atingiu.

 Aproximei minhas mãos até a caixa velha e a puxei. Em seu topo havia a palavra ‘’memórias’’, e mesma estava fechada com fita. Pensei melhor e resolvi não abrir. Guardei novamente a caixa e voltei para olhar as horas.

 – Merda! – Gritei olhando o relógio – Já são seis e meia da tarde!

 Não pensei duas vezes e me enfiei dentro do banheiro.

Bonnibel

– Pode aparecer Bonnibel! – Gritou Gumball impaciente do lado de fora do provador.

– Vamos Bonnie! – Disse Fionna com sua voz melosa.

 Me encarava pelo espelho, totalmente envergonhada. Vestia um vestido preto colado com um enorme decote, que fazia meus seios pularem para fora. Em minhas pernas à mostra estava uma meia 7/8, cobertas até a metade por uma bota de cano longo, também preta.

– Estou parecendo uma prostituta! – Gritei, fazendo ambos rirem.

– Para de frescura mulher! – Disse Gumball – Saí daí, ou eu vou te tirar a força! – Ameaçou, fazendo Fionna gargalhar.

– Tá bom! – Disse relutante.

 Abri o provador e recebi todos os olhares possíveis na loja. Fionna e Gumball me observaram boquiabertos.

– Está linda! – Disse Fionna, batendo palmas.

– Arrasou mona! – Piscou Gumball, me fazendo corar mais ainda.

– Vamos logo com isso! – Eu disse, envergonhada, cobrindo parte do corpo. – Vocês sabem que eu detesto qualquer cor que não seja rosa!

– Eu sei, por isso mesmo eu escolhi esse vestido. – Disse Gumball, me fazendo revirar os olhos.  

– É verdade Gum! – Fionna disse enquanto olhava o relógio – Já são cinco horas, daqui meia hora temos salão de beleza!

– Ah! é mesmo! – Ele riu, enlaçando eu e Fionna pelo braço.

[...]

 Após nos arrumarmos no salão, fomos até a escola. Fionna e Gumball precisavam colocar suas respectivas roupas e eu precisava passar em meu quarto para pegar minha bolsa.

– Nós passamos em seu quarto para lhe buscar às oito e meia! – Disse Gumball.

– Não se atrase! – Acrescentou Fionna, rindo.

– Certo... – Disse meia desanimada por estar vestindo algo tão preto – Até lá.

 Observei a silhueta dos dois se dissipando pelo corredor, virei às costas e fui para meu quarto.

 Pude ouvir o som alto vindo do cômodo mesmo estando metros de distância. Abri a porta com dificuldade e arregalei os olhos.

O rádio estava ligado no último volume e o chão estava totalmente sujo de tinta preta. A parede a cima da cama de Marceline estava coberta de posters de bandas de rock e com alguns desenhos preenchidos com tinta de spray.

 Caminhei até a cômoda com dificuldade, para não sujar a bota recém comprada, e desliguei o rádio, sentindo a paz pairar pelo lugar. Ouvi o barulho do chuveiro ser desligado, e não demorou muito para um ser de longos cabelos negros molhados sair do banheiro enrolada em uma toalha.

  Ela me observou alguns segundos, boquiaberta. Pude ver sua pupila se dilatar levemente e sua boca salivar. A forma com que ela me observava fez um calafrio percorrer meu corpo.

– Q-Que bagunça é essa? – Questionei, desviando o olhar.

– Nada. – Ela deu de ombros, indo até o closet com uma muda de roupa em mãos. – Só quis das uma repaginada no lugar.

Revirei os olhos. Me abaixei e cutuquei a tinta que cobria o chão. Ela havia secado e obviamente ficaria ali eternamente. Bufei.

– Você sujou todo o chão, Marcy! – Disse furiosa.

– O que disse? – Ela perguntou, voltando do closet já vestida.

 Me dei por conta do que a chamei. Tampei a boca instintivamente. ‘’Marcy’’ foi o apelido que eu dei pra ela quando tínhamos dez anos, na época que me declarei. Obviamente ela não lembra, mas mesmo assim senti meu coração pulsar forte por tê-la chamado desse apelido novamente.

– N-Nada... – Gaguejei.

 Ela se aproximou com passos lentos, até deixar nossos rostos centímetros de distância.

Marceline

 Esse apelido. Eu já o ouvi antes. Eu não consigo lembrar, mas no fundo sinto que esse nome é muito especial à mim. Sinto que apenas uma pessoa podia me chamar dessa forma.

 Me aproximei com passos lentos, olhando em seus olhos. O fundo rosado de suas órbitas me trazia uma sensação de paz, uma dor, uma sensação de nostalgia. Mas as únicas lembranças que tenho com Bonnibel são nossas brigas na sala de aula e o ódio mútuo que sentimos uma pela outra a anos. Mas olhando para seu rosto agora, eu sinto como se minhas memórias fossem mentiras. Como se ela fosse outra pessoa, e não a Bonnibel que eu conheço.

– Quem é você? – Eu questionei quase em um sussurro, olhando fixamente em seus olhos. Levei minha mão à sua bochecha rubra, acariciando-a.

 Ela entreabriu os lábios rosados, tentando responder, mas sua voz estava falha, e sua respiração estava pesada. Fui me aproximando, e a sensação de desejo foi aumentando cada vez mais. Comecei a sentir meu coração acelerar e...

Batidas foram ouvidas na porta, o que me fez recuar rapidamente.

Quem é você, Bonnibel? 

 


Notas Finais


Continuo?


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