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História I'm Just Your Problem - Party


Escrita por: Abbeth

Notas do Autor


Olá pessoal! Mais um capítulo saindo do forno!
Gostaria de agradecer à todas as leitoras e leitores que acompanham a história, favoritaram e comentaram. Vocês tem um cantinho especial em meu coração!


Uma ótima leitura.

Capítulo 3 - Party


Bonnibel

 Ela estava muito próxima a mim. Conseguia sentir sua respiração quente contra minha bochecha. Eu encarava suas enormes órbitas esverdeadas, onde suas pupilas dilataram levemente por puro desejo.

Eu já estava fora de mim, se ela ousar me beijar, eu não vou recusar. Eu queria esquecer todas minhas preocupações, minhas responsabilidades e meus problemas. Nem que seja por um mísero segundo.

 Batidas ecoaram pelo cômodo fazendo-a recuar rapidamente. Tateei meu rosto rubro e pude sentir a fervura que ele se encontrava. O abanei rapidamente, tentando disfarçar o nervosismo enquanto ia até a porta.

– Pronta para a festa, gata? – Perguntou Gumball divertido.

– Nossa, Bonnie! – Fionna disse, surgindo do além – Como seu rosto está quente! – Ela levou a mão à minha testa – Está com febre?

 Recuei rapidamente de suas mãos, coçando a nuca.

– N-Não, está tudo bem! – Disse gaguejando – Conhecem minha colega de quarto?

 Me aproximei da morena, que encarava tudo sem entender absolutamente nada.

– Marceline? – Disse Gumball, incrédulo.

Merda.

– Você me conhece? – Questionou Marceline.

– Claro que sim! – Respondeu Gumball, animado. Meu Glob! – Eu lembro, você e Bonnie eram muito amigas! – Ele parou de falar e fez uma cara pensativa. Eu estava prestes a calar sua boca, até que ele retomou a conversa – Mas pelo que eu me lembre, por algum motivo, vocês pararam de andar juntas e começaram a brigar todos os dias.

Suspirei internamente, me recompondo. Pelo menos Gumball não lembra que eu e Marceline namoramos por algumas semanas, até nosso pai nos separar.

– Ah... – Ela pigarreou, sem jeito – Eu lembro muita pouca coisa daquela época.

– Óh... entendo! – Ele expressou uma feição de tristeza – Mas vejo que agora são amigas, certo?

– Vamos logo Gum! – Reclamou Fionna, antes que eu ou Marceline pudéssemos protestar – Quero chegar antes pra já sair dominando a pista!

– Sim, tem razão, vamos logo! – Disse Gumball sorrindo – Você quer ir conosco Marceline?

– Não precisa! – Respondi ansiosa, antes mesmo que a própria Marceline desse o veredicto.

– Ei, Bonnie, não seja mal educada! – Disse Fionna, se aproximando de Marceline e entrelaçando seu braço nela. – Acho que deveria ir conosco, sabe, vai ser bem divertido.

Senti meu sangue ferver. É impressão minha ou a Fionna está dando em cima da Marceline?

– Está decidido! – Gumball disse rindo, enquanto nos empurrava para fora do quarto. – Vamos todos juntos!

 Marceline me observava pelo canto de olho. Tenho certeza que ela me matava interiormente.

[...]

  Marceline

 Eu ainda estava processando todas as informações. Acabei de quase beijar a Bonnibel, que no qual não parecia estar incomodada com o fato, e agora fiquei com essa sensação de incerteza rondando minha cabeça. Eu a queria muito, mas por algum motivo sabia que era errado tê-la, muito errado.

 Caminhávamos lado a lado, em silêncio. Podia sentir o clima tenso pairando por nossas cabeças. A única coisa que amenizava um pouco a situação eram as vozes de Gumball e Fionna, que não paravam de tagarelar por um segundo sequer.

– Chegamos! – Disse Fionna entre gritinhos.

– Ai que tudo! – Exclamou Gumball, fascinado pelo tamanho do ginásio.

 O lugar era enorme. Estava enfeitado com luzes por toda parte, e a música alta já podia ser ouvida do lado de fora.

 Olhei para o lado e pude ver Bonnibel encantada com o cenário também. Tinha tudo acontecido tão rápido que não consegui parar para admirar suas curvas. Esse vestido marca seu busto avantajado e sua silhueta estilo ampulheta, deixando-a extremamente sensual.

Ela virou o rosto rapidamente e nossos olhos se encontraram. Me perdi na imensidão rosada por alguns segundos, até que desviamos novamente o olhar. O que está acontecendo?

– Vamos entrar logo! – Fionna disse, empurrando todos nós até a entrada – Quero dançar muito!

  Entrei no ginásio e fiquei boquiaberta com a decoração cintilante e chamativa. A pista estava cheia de pessoas dançando freneticamente e a bebida estava rolando solta no bar.

 Logo uma mão gélida tocou meu ombro, fazendo-me virar para encarar a pessoa.

– Quer dançar comigo? – Sugeriu Fionna, enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo loiro com o dedo indicador.

– Desculpa gata, mas eu prefiro beber um pouco antes. – Pisquei para ela e dei as costas, me direcionando até o bar.

Bonnibel

As luzes coloridas, em conjunto com o som alto, estavam me deixando tonta. O ambiente trocava de cor a cada cinco minutos, o que me irritava um pouco.

 Gumball não pensou duas vezes e se infiltrou pelo meio das pessoas na pista, dançando freneticamente. Segui meus olhos atentamente pelo lugar e flagrei Fionna conversando de uma forma bem íntima com Marceline, que não parecia estar incomodada. Senti meu sangue ferver.

– Droga, Bonnibel! – Sussurrei para mim mesma – Ela não é nada sua, para de neura!

Isso mesmo, ela não é nada minha. Não tem motivo algum para estar me incomodando com quem ela conversa.  Respirei e inspirei algumas vezes, tentando manter a calma.

– Não foi dessa vez. – Disse Fionna desanimada, se aproximando.

 Despertei de meu momento de meditação e a observei atentamente.

– O que aconteceu?

– A Marceline prefere beber do que dançar comigo. – Disse desapontada, porém com uma feição divertida.

– Que pena... – Disse consolando-a de uma forma divertida também. Mas no fundo eu estava até feliz.

– Eu vou dançar com o Gumball, quer vir junto? – Ela perguntou enquanto rolava os olhos pela multidão que se contorcia na pista, o procurando.

– Não, obrigada. – Sorri – Eu vou escolher uma mesa para me sentar.

– Achei! – Disse Fionna animada enquanto observava Gumball dançando – Você não vai né? – Mesma já estava se enfiando na pista – Até depois, se precisar de algo, grite.

 Assenti sorrindo, tendo em mente que se eu chamasse ela, seria me totalmente ignorada. Caminhei um pouco desanimada e sentei em uma mesa de canto, que me dava a visão privilegiada da pista onde Gumball e Fionna estavam e do bar, onde Marceline...

– Ué, cadê a Marceline? – Olhei novamente para o bar e nenhum sinal da morena. Arqueei uma sobrancelha.

 Levantei da cadeira que acabei de me sentar e caminhei mais próximo do bar. Pude ver de relance Marceline de costas no canto do quiosque, com seus cabelos ainda úmidos pausando por suas costas.

Suspirei aliviada.

Eu estava criando neuras. Nós duas deveríamos conversar sobre o ocorrido mais cedo, mas tenho certeza que ela não me procurará. Respirei confiante e decidi ter um diálogo sério com Marceline. Talvez eu devesse dar um ponto final em tudo, ir mesmo falar com o diretor para nos trocar de quarto, ou abrir o jogo, dizer que a amo e contar toda a verdade.

 Me aproximei com passos firmes dela e, observando mais de perto, pude ver que ela não estava sozinha.

– Ai Marceline... – Gemeu a garota ruiva, que contorcia-se nos braços de Marceline. – Você beija tão bem...

– Phoebe... – Marceline deixou escapar, quase que em um sussurro.

 Ela atacou novamente os lábios da ruiva, fazendo-a gemer entre os beijos. As mãos ágeis de Marceline desceram até a bunda de Phoebe, que no qual agarrava com violência os cabelos negros da outra.

 Observei aquilo tudo perplexa. Algumas lágrimas começaram a escorrer, sem motivo.

Na verdade, havia sim um motivo. Amor.

Antes que borrasse totalmente minha maquiagem, limpei os olhos rapidamente e fui correndo até o banheiro. Entrei com raiva e deixei a porta bater, fazendo o barulho estridente ecoar pelo cômodo coberto de lajotas brancas.

Bati na pia com ódio. Era tudo culpa minha. Se eu tivesse contado-a a verdade antes, se não tivesse escondido o sentimento, hoje ela seria minha. Somente minha.

Mas agora não adianta chorar. A escolha foi minha e isso não irá mudar, nunca mais. Peguei um pedaço de papel e limpei meu rosto. Arrumei meu cabelo e tentei cobrir meus olhos inchados com corretivo e pó. Recompus-me e saí do banheiro como se nada tivesse acontecido.

 Me aproximei do bar e vi que Marceline e a Phoebe já não estavam ali. Talvez estivessem transado no quarto. Senti meu coração apertar. Tentei ignorar a dor e me sentei no bar, pedindo logo em seguida três copos de vodka pura.

Não demorou muito e o barman me trouxe os pequenos copos. Os levei a boca e virei com raiva, sentindo o líquido descer por minha garganta.

– Trás mais cinco. – Ordenei, e antes que ele pudesse protestar, agarrei o copo de vidro com raiva e o choquei contra o balcão de mármore – Agora.

Marceline

 A ruiva deslizou as mãos pelo meu pescoço, onde depositou alguns beijos e lambidas. Agarrei seu quadril fortemente e colei nossos corpos, deixando nossas respirações ofegantes descompassarem-se entre si.

 Eu estava ficando com Phoebe apenas para esquecer Bonnibel, mas até que ela beija bem. Talvez eu devesse dar à ela uma chance.

– Nossa... – Ela gemeu – Marcy...

 Novamente o apelido. Um choque me atingiu e eu empurrei Phoebe.

– Onde ouviu esse apelido? – Eu perguntei, vendo que ela me encarava assustada.

– E-Eu não sei! – Ela respondeu nervosa – É só um apelido, se te incomoda eu não chamo mais...

 Antes que ela terminasse eu levantei com raiva da cadeira e saí de perto dela. Ignorei seus clamores e fui até o banheiro sem olhar para trás. Entrei batendo a porta e chutando a lixeira próxima a si.

– Merda! – Gritei – Maldito apelido!

 Algumas garotas saíram da cabine e me olharam assustadas, correndo para fora do banheiro. Dei de ombros.

 Apoiei os cotovelos na pia e levei a cabeça ás mãos. Chorando. Eu estava apavorada, parecia que algo dentro de mim estava voltando, e era algo muito doloroso.

Quando eu ouvi o apelido saindo pelos lábios de Bonnibel eu senti um calor aconchegante se formar dentro de mim, uma paz, um amor. Mas quando ouvi mesmo ser recitado pela voz de Phoebe, tudo o que eu consegui sentir foi ódio. Por que?

 Logo a porta do banheiro foi aberta bruscamente.

– Marceline! – Disse Phoebe, se aproximando – Desculpe, eu não quis magoá-la...

– Fique longe de mim! – Gritei – Você... Você é uma vadia!

 Eu não sabia por que estava com tanto ódio de Phoebe. Não sabia por que estava a odiando tanto. Tudo o que eu sentia por ela se transformou em nojo.

– Marceline... – Ela me encarava com lágrimas nos olhos.

– Fique longe de mim. – Eu disse e me afastei dela, sem sequer olhar para trás.

 Saí do banheiro e vi uma movimentação estranha no saguão. A música havia parado de tocar e no palco estava o diretor.

– Olá alunos! – Ele pigarreou, segurando o microfone próximo a boca – Espero que fiquem satisfeitos com a festa, organizada com muito carinho pela equipe de pais e mestres de nossa comunidade! – Novamente, pigarreou – Se dediquem muito nessa nova etapa da vida de vocês, e um próspero ano letivo! –  Mesmo fez sinal para que a música voltasse –  Aproveitem o restante da festa!

 Logo a multidão que cercava o palco começou a dissipar-se pelo saguão. Alguns foram para a pista dançar e outros foram para o bar.

 Mas um grupo relativamente grande de alunos se formou ao redor de algo, onde muitos riam, outros assobiavam e alguns tiravam fotos. Me aproximei para tentar entender o que estava acontecendo.

– Gostosa! – Gritou um garoto completamente bêbado, enquanto se esfregava se forma vulgar na garota de longos cabelos rosados que dançava loucamente enquanto segurava para cima um copo de vodka.

 Espera. Encarei novamente a imagem e logo identifiquei que a garota totalmente bêbada, quase despida e descalça era Bonnibel.

– Bonnibel! – Gritei, fazendo todos os olhares voltarem para mim – Saí da frente porra! – Me enfiei pelo meio da multidão e a puxei para fora.

– Me solta... você não... – Ela balbuciou algumas coisas, completamente bêbada.

– Para de se mexer e segura firme! – Ordenei autoritária, enquanto a colocava sobre minhas costas.

 Saí flutuando do ginásio, ignorando os berros de reprovação dos demais.

[...]

 Chegamos rapidamente nos dormitórios, onde a coloquei no chão.

– Marceline... – Ela tentou me acertar um tapa mas estava totalmente zonza. – Você não tem o direito de ... cortar minha diversão!

 Revirei os olhos. Puxei as chaves do bolso de minha calça e abri a porta do quarto, a arrastando para dentro.

– Vai.. lá se divertir com aquela – soluçou – Ruiva abusada!

– Está com ciúmes? – Perguntei rindo, enquanto a colocava em cima da cama.

  Abri a gaveta do meu bidê e puxei a caixa de remédios. Me sentei a beira da cama onde ela estava deitada e comecei a procurar um remédio para dor de cabeça, afinal, amanhã ela vai precisar.

– E... se eu estiver? – Ela soluçou novamente – Acha que... sete anos são suficientes para te esquecer?

 A encarei por alguns segundos, tentando decifrar o que mesma queria dizer. Dei de ombros, ela estava completamente bêbada.

– Sinto tanta falta dos seus beijos... – Ela engatinhou pela cama, se aproximando de mim – Marcy... – Ela sussurrou, bem próximo ao meu ouvido.

 Me levantei rapidamente da cama, sentindo meu coração pulsar fortemente em meu peito.

– Bonnibel... você está completamente bêbada... – Eu disse, me afastando.

– Estou mesmo... Bebâda e louca... – Ela ria de forma descontrolada – Por você.

 Arregalei os olhos. Tentei ignorar o que ela disse. Peguei o analgésico e o coloquei no bidê de sua cama, indo até seu closet.

– Fique aí, ta? – Fiz sinal para que ela não se mexesse – Eu vou só pegar uma roupa para você em seu closet.

 Levei a mão à maçaneta e tentei girá-la, mas mesma não abria. Estava trancado.

– Sério Bonnibel? – Perguntei, me virando para encarar a criatura de longos cabelos rosas, que rolava pela cama. – Onde está a chave do seu closet?

 Ela balbuciou algumas coisas mas nada que me diga onde estava a chave. Suspirei.

– Vou lhe emprestar uma blusa.

– Eba! – Ela começou a pular na cama – Vou ter o cheirinho da Marceline comigo para sempre!

– Eu disse que ia te emprestar, não dar! – Disse rindo, enquanto ia até meu closet buscar a blusa.

 Voltei com a peça de roupa em mãos e via que ela me observava atentamente com suas enormes órbitas rosadas. Ela ergueu os braços, fazendo sinal como se quisesse que eu tirasse seu vestido.

– Sério? – Perguntei rindo.

 Me aproximei timidamente e deslizei minhas mãos tremulas por seu vestido colado, puxando-o para cima, revelando seu corpo repleto de curvas. Sua pele suave arrepiou-se com meu toque gélido. Mesma usava uma langerie totalmente provocativa, em um tom vermelho sangue, que se destacava em sua pele clara.

 Coloquei seu vestido em cima da cadeira próxima à escrivaninha e a entreguei a camiseta que havia pegado. Era uma blusa velha com uma estampa diferenciada. Eu a tinha a muito tempo, porém mesma já não me servia mais.

 Ela olhou a camisa alguns segundos e a levou até o rosto, cheirando-a. Aquilo me deixou um pouco constrangida.

– Tem o seu cheiro... – Ela fungou novamente – Forte e hipnotizante...

 Eu estava corando violentamente. Logo ela me observou e deixou um sorriso malicioso escarpar por seus lábios carnudos. Mesma vestiu a blusa e se jogou na cama, levantando as pernas para que eu tirasse as botas e as meias que usava.

– Não acha que está pedindo de mais? – Perguntei rindo, enquanto descia minhas mãos por sua coxa nua.

 Ela simplesmente soltou algumas risadas e fechou os olhos, enquanto eu raspava meus dedos levemente por sua perna, até a bota. Desci o zíper da bota e tirei juntamente da meia.

– Pronto, já pode dormir. – Eu disse por fim, me levantando e indo até minha cama.

– Não... – Ela me puxou pelo pulso – Dorme comigo... Marcy...

 Eu virei rapidamente para encará-la. Ela me observava com um semblante triste.

– Por favor... – Ela implorou, antes mesmo que eu protestasse – Eu sinto tanto sua falta... Seu toque... Seu beijo...

 Eu não sabia se levava a sério que ela estava dizendo, ou se ignorava, pelo falo de estar bêbada. Dei de ombros. Provavelmente amanhã ela já não lembrará de mais nada. Pensei por alguns segundo e me rendi ao seu olhar inocente. Fui apressadamente até meu closet e coloquei uma camiseta longa preta, que batia em meus joelhos, e voltei à cama, onde mesma me esperava por de baixo das cobertas.

 Pedi espaço na cama e ela cedeu. Deitei delicadamente e ofereci meu ombro para que ela deitasse, e assim o fez. Puxei o cobertor e me aconcheguei, sentindo ela se aninhar em meu peito.

Apaguei a luz e logo comecei a sentir minhas pálpebras pesadas. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Continuo?


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