Não preguei olho a noite toda. Quando finalmente estava a começar a dormir fui acordada por um dos guardas.
“Ei bruxa! Levanta-te!. E não abras a boca! Putas como tu deveriam morrer e não serem vendidas. Ainda rogas uma praga a alguém! E escusas de me olhar assim porque não me metes medo! Agora ou vens ou eu arrasto-te pelo chão!”
Segui-o em silêncio enquanto ele me insultava de várias maneiras. Quando passei pela vila todos assobiavam e gritavam “morte à bruxa!”
Tentei ignorá-los o mais que pude mas não era fácil. Mesmo assim ainda consegui ouvir algumas vozes a gritarem que eu estava inocente. Ainda haviam pessoas que acreditavam em mim…
Guarda: “Entra aqui para dentro!”
Assim o fiz e pude ouvir Kresimir a dirigir-se ao guarda.
Kresimir: “ Obrigada por a trazer até aqui. A partir de agora eu encarrego-me de tudo.”
…
A viagem durou imenso tempo, e quando finalmente pude sair já era meio dia. Sentia-me como se fosse um animal que ia ser libertado, para ser colocado numa jaula logo a seguir.
Ao olhar à minha volta vi algo que me provocou arrepios instantâneos. Uma dúzia de raparigas e rapazes com roupas esfarrapadas e com tábuas penduradas nos pescoços com preços. Escravos. Eu não queria acreditar no que via. Até crianças lá estavam. Era horrível.
K: “Devias ter-me dito a verdade. A morte seria muito menos dolorosa comparada com o que te vai acontecer daqui para a frente. Mas eu cá não me importo. Estou a fazer negócios e nada mais. Agora coloca a tábua no pescoço e vai para aquela fila.”
Eu estava preste a ser vendida por 3000 escudos (Nota:15 euros respetivamente o que na altura era muito) a um completo estranho. Isto não ia acabar bem.
Vi um homem a aproximar-se da fila. Era um pouco baixo mas não era feio. Aparentava ser um homem com muito dinheiro.
Começou a inspecionar cada rapariga e foi-se aproximando até chegar a mim.
Ao ver-me parou e olhou para a tábua.
“Por uma beleza assim 3000 escudos até que é um bom negócio. Levo esta!” disse ele.
K: “Dê-me o dinheiro e ela é toda sua.”
“Aqui têm. E vocês levem-na.!” Disse ele falando para os guardas enquanto apontava para mim.
Fui levada até um coche que era muito caro por sinal. O homem para o qual fui vendida ficou frente a frente comigo no coche.
“Então, diz-me como te chamas!”
“Skaria”
“ Bom Skaria eu sou o Ramiro. Isto vai funcionar assim: ou fazes o que eu mando ou sofres as consequência. Agora responde a algumas perguntas para eu ficar a saber algo sobre ti. Depois poderás fazer-me três questões. Primeiro, que idade tens?”
S: “dezassete.”
R: “Tens alguma doença?”
S: “Não.”
R: “Sabes cozinhar e limpar?”
S: “Sim.”
R: “Sabes fazer alguma coisa especial?”
S: “Toco viola de arco e flauta transversal.”
R: “Muito bem. Só mais uma pergunta. És virgem?
Entrei em transe. Não esperava aquela pergunta.
R: “Então??”
Suspirei.
S: “Sim sou.”
R: “Muito bem. Tens direito a três perguntas. Pensa e depois pergunta á vontade.
S: “Que idade tem?”
R: “35.”
S: “Porque é que me escolhes-te?”
R: “Não ficas-te apavorada quando olhei para ti. Além do mais que és muito bonita e jovem.”
S: “Só mais uma pergunta. Porque é que me perguntas-te se eu era virgem?”
R: “Porque tu não vais só cozinhar e limpar…”
Pois, isto não vai acabar nada bem...
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