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História Encröachment - Get The Fuck Away From Me


Escrita por: TheUnspoken

Notas do Autor


Hellooo
Tudo bem com vcs?
Bem, hj eu n ia postar capítulo nenhum, pq estou sem internet, mas minha consciência pesou, então aqui estou eu, roubando Wi-Fi do supermercado pq amo vocês e não queria que morressem de curiosidade '-' sério, são 9 horas, tá calor pra caralho e eu aqui morrendo '----'
De qualquer forma, espero que gostem ^^

Capítulo 16 - Get The Fuck Away From Me


Segurar o choro era, sem dúvida alguma, uma tarefa difícil. Meus olhos ardiam, meu coração doía e minhas mãos tremiam pela vontade de esmurrá-lo. Como ele teve coragem de fazer isso comigo? Tudo bem, eu entendi que ele não me amava, mas cadê a porra da consideração? Ele tirou minha virgindade ontem e no dia seguinte estava comendo minha amiga!

Saber que Juliet havia se rendido a Andy também acabava comigo. Tanto pelo fato de eu ter contado a ela o que eu sentia durante a festa, tanto por que, se Andy tivesse de escolher entre mim e Juliet, eu perdia miseravelmente. Ela é linda e tem um corpo escultural, com roupas femininas. Eu pareço uma grunge que foi esfregada no asfalto.

Balancei a cabeça. Desde o início, sabia que não teria muitas chances com Andy. Ele é simplesmente perfeito, faz qualquer garota delirar só de olhá-lo.

Repentinamente, Chris estacionou o carro. Não havia nem mesmo notado o tempo que levara a viagem. Me perdi em pensamentos por todo o caminho. Estávamos parados em frente a uma casa, humilde, mas misteriosa. A grama malcuidada, amarelada mesmo com as chuvas, a casa, velha, com piso de madeira escura.

Chris desceu do carro, e eu fiz o mesmo. Olhei o jardim, reparando que haviam alguns gnomos ali. Ainda usam essa merda?

- Não os encare muito. – Chris avisou – Não são anões de jardim comuns.

Imediatamente, desviei o olhar dos anões. Eu realmente não queria saber o que aconteceria. Ele caminhou por uma pequena trilha de pedras quase totalmente coberta pela grama até a varanda da casa. Paramos em frente à porta da casa, e eu encarei o olho mágico, me sentindo observada.

- Jaime, chegamos. – Chris bateu na porta. Jaime? O Jaime, que me mandou a carta? O Jaime, que usava necromancia e queria mandar o Andy para o inferno? Pois bem, estou disposta a ajudar com a tarefa.

Ouvi uma série de ruídos por trás da porta. Alguém se movendo, de forma rápida, mas arrastada até a porta. Logo, trancas foram abertas, e um senhor, com cabelos grisalhos e escassos, a barba por fazer, pele enrugada, usando um grande casaco de lã marrom, apareceu.

- Então essa pirralha tem o dom da Oneirocinese? – Me encarou, ranzinza e avaliativo. Hoje seria um dia longo. Sério mesmo que essa era a pessoa nova? Decepcionante.

- Sim, Jaime. – Chris respondeu, pacientemente – Essa é Drizzle Blawatsky Young, e ela carrega a maldição, assim como eu. Drizzle, esse é Jaime. O antigo professor de sua mãe.

- Prazer – estendi a mão, tentando ser educada, e ele a retribuiu, meio desconfiado.

- Realmente, você e Jane tem a mesma cara. Ela era idêntica a você. – Me examinou.

- Drizzle, Jaime vai te ensinar a controlar a Oneirocinese. Eu vou treinar Andy num lugar separado, então estou indo embora. – Chris explicou.

Apresentações, cumprimentos e despedidas feitas, nós entramos na casa. Era limpa, se você ignorasse os restos de velas e incensos usados espalhados por todos os lados. Um tanto escura, com aromas exóticos impregnando o ar. Estantes com ainda mais livros do que Chris possuía se espalhavam por todos os lados.

Jaime parou quando chegamos à um quarto. Um quarto bastante estranho. Não haviam janelas, mas surpreendentemente, não era abafado, era quase como se eu estivesse fora da casa. Dentro do quarto, havia apenas uma cama, de solteiro, pequena e acabada, mas aparentemente bem confortável. Olhei para trás, tentada a voltar.

- Não pretendo ter muitos rodeios com uma pirralha que ignorou meu aviso. – Jaime começou, e eu segurei o impulso de oferecer ajuda para mandar aquele filho da mãe para o inferno – Então serei direto. Você pode evoluir muito a Oneirocinese. Primeiramente, você pode entrar na cabeça das pessoas enquanto elas dormem, mas você também terá de estar dormindo. Quando você consegue entrar lá, pode controlar tudo. Mas o que acontecer no sonho acontece na vida real. Em outras palavras, tanto você quanto quem está sonhando podem morrer.

- Como Freddy Krueger? – O encarei, confusa.

- Quase como Freddy Krueger. – Explicou – Depois de bastante treino, você poderá entrar nos sonhos das pessoas mesmo estando acordada, e mais à frente, poderá misturar os sonhos, e pesadelos delas à realidade.

Arregalei os olhos, pensando em tudo o que poderia fazer. Se eu poderia controlar tudo nos sonhos delas, poderia transformá-los em pesadelos. É em um nível mais avançado, torná-los reais. Ou quase isso.

- E quais seriam minhas fraquezas? – Fui direta.

- Caso você esteja dentro de um sonho – Jaime começou –, a pessoa pode acabar “acordando” dentro dele. Quando isso acontece, o que é raro, a pessoa pode controlar o próprio sonho. Quando isso acontece, é melhor que você saia rápido, se não quiser ficar presa na mente alguém.

Minha espinha congelou. Um belo ponto fraco. Mas como ele disse, é raro. Realmente, eu mesma acordei apenas uma vez. No pesadelo em que vi meu irmão, e Andy.

- Vamos começar ou não? – Jaime resmungou – Keena! Venha aqui, sua preguiçosa! – Ele berrou, olhando para o teto. Me envolvi com o grito alto demais.

- Precisa de mim? – Uma voz, soprano, muito bonita e suave, perguntou atrás de mim. Minha espinha congelou novamente, e eu me virei rapidamente, pega de surpresa. Então essa era a pessoa nova.

Uma garota, da minha altura, pele levemente bronzeada, cabelos roxos e enormes, até a bunda, e um corpo de dar inveja apareceu. Curvas que eu nunca teria, beleza que encantava. Qualquer garoto se ajoelhada aos pés dela.

Keena usava um short jeans azul claro rasgado, e parecia não se importar com o frio, que me congelava. Usava também um moletom cinza e gigante do Chapeleiro Maluco.

- Keena, essa é a Drizzle. A garota da Oneirocinese. Seja gentil.

- Prazer, Drizzle – Keena estendeu a mão para mim.

- Prazer – retribui, envergonhada. Ela tinha olhos verdes, fortes, penetrantes, e por algum motivo, eu estava com muita vergonha. Me sentia meio hipnotizada, não conseguia desviar o olhar do seu. Ela percebeu que eu corava, e seu sorriso aumentou.

- Keena tem o dom da hipnose. Vai facilitar as coisas para nós. – Jaime explicou. Faz sentido.

Após isso, ele fez com que eu e Keena entrássemos no quarto. Jaime disse que ela sabia o que fazer, e que tudo o que eu precisava fazer era obedecer.

- Deite na cama – Keena pediu, gentil, quando Jaime fechou a porta e nós trancou ali. O lugar era iluminado por pequenas rachaduras no teto, que permitiam que um pouco de luz entrasse ali. Eu me deitei na cama, ainda envergonhada. Não conseguia olhar para ela sem corar. Ela se sentou ao meu lado – Eu vou fazer você dormir agora, e você não precisa lutar contra isso. Mas você vai ter que controlar a si mesma quando estiver aí dentro. – Ela encostou o Indicador em minha testa, explicando, com um sorriso lindo – Eu vou dormir também, e seu objetivo é entrar na minha mente. Boa sorte. – Me deu uma piscadela.

Repentinamente, meus olhos definitivamente travaram nos meus. Olhos grandes, verdes como musgo. Me senti envolvida por eles. Comecei a ficar sonolenta, e não lutei contra isso. Tido ficava turvo, e eu não me concentrava mais. Então, simplesmente apaguei.

Ai. A pancada veio com tudo. Caí com força no chão. Olhei ao redor. Onde estou?

Piso quadriculado em preto e branco envelhecido. Uma sala escura, iluminada por velas, com portas para todos os lados. Eu já estive aqui antes.

Me levantei, tentando raciocinar. Eu parecia ter acabado de acordar. Repentinamente, um clarão cortou minha mente. Olhos verdes. Olhos verdes? Como assim?

Passei as mãos pelo cabelo, confusa. Eu já estive aqui antes. E olhos verdes não tinham nada a ver com isso.

Ficar parada aqui não resolveria nada. Mas o que eu deveria fazer? Olhei ao redor novamente. A melhor escolha seria entrar em uma porta aleatória. Escolhi, uma e a abri. Sem pensar muito, entrei.

- Sorria! – Um flash me deixou tonta. Várias luzes piscavam ao meu redor, e eu demorei para perceber que eram câmeras. Estava de saltos e usava a um vestido exageradamente curto. Alguém segurava minha mão.

- Andy? – O encarei, confusa. Ele usava um terno preto, e sorria tranquilamente para as câmeras.

- Sim, amor?

- Amor? Como assim, amor? Eu não me esqueci do que você fez! – Esbravejei, me soltando dele.

- Querida, não sei do que está falando, mas em casa nós resolvemos, está bem? – Ele me olhou, com um sorriso nervoso, segurando minha mão novamente, e a apertando um pouco.

- Não! – Berrei confusa, me soltando dele e abrindo caminho por entre as câmeras.

Senhorita Momsen, temos notícias sobre o novo álbum? Senhorita Momsen, a Black Veil Brides e a The Pretty Reckless pretendem fazer mais algum tour juntos?

Todos me enchiam de perguntas, mas eu não entendia nenhuma delas. Apenas corri o mais rápido possível, e pude ouvir Andy me chamando, uma voz vaga se distanciando cada vez mais.

Estava à noite, as ruas escuras. Andei sem direção, sem entender o que acontecia. Até que uma voz me chamou.

- Mas que inferno você está fazendo na rua à essa hora? – Um carro parou abruptamente ao meu lado, e o motorista saiu rapidamente. O encarei, incrédula. Logan – Por que você está chorando?

Eu não consegui dizer nada. Ele arregalou os olhos, preocupado, como fazia quando me via chorando quando era pequena. Então ele simplesmente me jogou no banco do carona e se sentou no do motorista.

- Onde está o Andy? – Perguntou, passando o olhar da estrada movimentada para mim – Drizzle, o que está acontecendo? – Não respondi. Continuei chorando. Olhar para ele acabava comigo – Quem está cuidando das crianças? Onde estão seus filhos?

- Filhos?! – Berrei. Quando ia entrar em pânico, tudo ficou branco.

Me levantei correndo, ofegante. Logan. Por que ele sempre estava em meus sonhos? Meus olhos começaram a marejar. Tentei não pensar nele, mas não dava. Eu precisava muito dele nesse momento. No momento em que eu não consegui nem mesmo acordar dentro do sonho, no momento em que eu cometi o maior erro da minha vida ao me entregar à alguém que não me amava. Tudo estava errado, e eu não conseguiria concertar sozinha.

- Drizzle, o que houve? – Keena apareceu ao meu lado, do nada, secando uma lágrima que escorria por minha bochecha. Como não respondi, ela me abraçou, aquele abraço apertado que não te deixa respirar, mas te esquenta.

Retribuí. Nunca era fácil me lembrar de Logan, e a situação atual só acabava mais comigo. Lembrar de Andy e Juliet na sala rasgava meu peito, pensar em cinco tudo estaria melhor hoje, se Logan estivesse vivo, me matava por dentro. Mas ainda assim, segurei o choro. Delicadamente, desfiz o abraço, respeitando fundo e tentando controlar meus sentimentos.

- Quer falar sobre seu sonho? – Keena perguntou, segurando uma de minhas mãos.

- Foi só um pesadelo. – Suspirei, medindo – Mas eu quase consegui. Se tivesse acordado, teria isso no caminho certo, pois não entrei direto em um sonho. Você entende o que quer dizer?

- Honestamente, não. – Sorriu – Mas sei que você vai conseguir. - Sorri, tímida, olhando para baixo.

Depois disso, eu percebi que estava muito cansada para tentar algo novamente. Keena me disse que nós duas dormimos por 2 horas. Ela acordou porque me ouviu gritar alguma coisa.

- Conseguiram alguma coisa? – Jaime perguntou assim que abrimos a porta. Olhei para baixo.

- Não foi dessa vez. – Keena deu de ombros. Jaime parecia prestes a protestar, mas ela o interrompeu – Dá um tempo para ela, Jaime. Ela está cansada, vou levá-la para casa.

Sem dizer mais nada, ela segurou meu pulso e me puxou para fora da casa. Fiz um leve aceno para Jaime, tentando agradecer um pouco.

Keena me arrastou até à frente da casa, e entrou em uma picape laranja estacionada mais do canto. Me sentei no banco do carona, desconfiada.

- Quantos anos você tem? – Perguntei, a observando ligar o motor barulhento.

- Vinte. – A encarei incrédula. – Eu sei que não parece, mas eu tenho mesmo vinte. – Sorriu.

- Está bem. – Concordei, ainda meio descrente, e meio envergonhada.

- Se importa de passar em uma cafeteria comigo? Estou com fome, e quero te conhecer melhor antes de viajamos juntas, entende?

- Como assim, viajar juntas?

- Chris não te contou? – Neguei – Bem, na sua casa, Sim fica de olho em você, mas estão todos preocupados com você na escola. Demônios podem te atacar a qualquer momento, segundo Chris. – Tenho leve sensação de que ela não sabe nada sobre Andy – E eu vou com vocês para o Alasca nesse final de semana. Também vou ajudar a te treinar durante a semana.

- Eu realmente não sabia disso. – Me encolhi em meu moletom, um pouco brava com Chris – Mas como você vai ficar de olho em mim?

- Vou estudar com você. – Arregalei os olhos.

- Mas você tem vinte anos. – A encarei.

- Mas não parece, e eu posso hipnotizar o diretor. Simples.

A encarei mais um pouco. Eu ia dizer mais uma coisa, mas a picape parou em frente à uma cafeteria. Paredes de tijolos laranja, janela grandes de vidro, posso de madeira clara. Perfeita.

Descemos da picape, caladas. Quando entramos na cafeteria, estava bem mais quente, e eu puder tirar meu moletom, aproveitando o aconchego do lugar e exibindo minha camisa da Slipknot. O cheiro de café era forte e embriagante, e eu e Keena nos sentamos próximas a parede, onde haviam algumas estantes com livros e alguns pufes espalhados, onde ninguém nos ouviria.

Keena também tirou seu moletom, mostrando uma regata da Metallica. Ela tinha seios fartos, ao contrário de mim, e eu novamente corri, olhando pela janela ao meu lado.

- Então, Drizzle, me fale sobre você. – Pediu, apoiando um dos cotovelos na mesa e apoiando o rosto em uma mão.

- Não tenho muito o que falar sobre mim. – Olhei para minhas mãos, pensando no que dizer. – Meu irmão morreu quando tinha sete anos, e desde então minha vida virou uma merda. Então, esse ano, vim para Deadwood, pois meus pais diziam que Manhattan não estava fazendo bem para mim. Não tenho nada de interessante.

- Sinto muito pelo seu irmão. – Sorriu, triste – Sei bem o que é perder uma pessoa amada. – Sei tom de voz e seu olhar triste mostravam que ela sofreu algo parecido com o que eu sofri, e era bom encontrar alguém assim – Mas tenho certeza de que você não é só isso. Por exemplo, o que você faz para se divertir?

- Ultimamente, não tenho me divertindo muito, mas eu entrei em uma banda, a The Pretty Reckless.

- Está vendo? – Sorriu - Isso é incrível. Não são todas as pessoas que entram em uma banda. Você canta?

- Sim. – Sorri, perdendo um pouco da vergonha. A garçonete logo chegou, e eu pedi um café forte e tortura de uva. Amo uva. Keena pediu um cappuccino de torta de morango. Eu e Keena ficamos conversando e comendo o tempo todo. Ela era definitivamente muito legal. Keena nasceu no Egito, mas não passou muito tempo lá. Nunca conheceu seus pais, e sua irmã mais nova morreu com sete anos. Ela veio aos Estados Unidos com treze, e viveu com Jaime desde então. Os pais dela eram médiuns, e ela descobriu que tinha um pequeno grau de mediunidade. Então evoluiu suas habilidades com o tempo.

Depois de muito conversar, já éramos praticamente melhores amigas. Me senti livre para contar a ela sobre Andy, e assim o fiz, mas não comentei nada sobre ele ser um anjo caído. Keena me contou que já sofreu muito por homens, e por isso virou lésbica.

- Você não tem que sofrer por ele. – Ela segurou minhas mãos – Tem muitas oportunidades por aí, e você não depende dele para nada.

- Infelizmente, eu dependo dele para tudo. – Dei de ombros, me sentindo decepcionada com tudo Keena bebeu um pouco do seu cappuccino – Ele foi um grande idiota, e ainda assim, eu não consigo deixar de pensar nele. Isso é errado, é muito errado. Eu não queria amar ele.

Repentinamente, Keena se sentou ao meu lado, me encarando.

- Não precisa ser assim. Você não precisa sofrer por alguém que não te merece. – Ela se aproximou – E eu posso te ajudar esquecê-lo.

Fiquei imóvel. Keena se aproximou lentamente. Eu não recuei. Senti sua mão direita em minha bochecha, e ela lentamente colou nossos lábios, num beijo calmo e suave, de forma como eu nunca teria com Andy. Seus lábios eram carnudos e macios, viciantes, diferentes de tudo o que eu já havia provado. Lentamente, ela nos separou.

- Você... Vai deixar de falar comigo depois disso? – Perguntou, fechando os olhos e se distanciando.

Respirei um pouco ofegante, não pelo beijo, mas por pura vergonha. Parecia meu primeiro beijo, e de certa forma, era mesmo.

- N-não. – Respondi, olhando para meu prato vazio na mesa. Keena voltou a me encarar – Eu gostei de você. E eu quero esquecer o Andy. Talvez dê certo.

Ela sorriu, um sorriso lindo, e seus olhos brilharam. Depois disso, o meu dia repentinamente ficou animado e ganhou cores. Expliquei aonde era minha casa, e eu e Keena fizemos o caminho ao som de Green Day. Ela me fazia rir das coisas mais bobas, cantando (gritando) American Idiot enquanto dirigia, buzinando por aí e assustando vários pedestres. Cantamos Holiday juntas, prolongando um pouco o caminho, só para nos divertimos. Até que finalmente e infelizmente chegamos em minha casa.

Keena insistiu em me levar até a porta, porque era uma cavalheira, como havia dito, mas assim que fomos entrar no quintal, eu estiquei.

- O que você está fazendo aqui? – Berrei para Andy, sentado no degrau da varanda, aparentemente me esperando. Keena Mesma o encarou horrorizada, e eu não estendi o motivo, mas ignorei, porque toda a minha felicidade se esvaía e dava lugar a raiva.

- Eu quero falar com você, e quero que você me escute. Mas antes, quem é ela? – Encarou Keena, desconfiado.

- Não é da sua conta. – Ele começou a se aproximar.

- Não de mais um passo! – Keena gritou. Tirou de dentro de seu moletom um colar com uma cruz, que eu não havia notado. Andy imediatamente recuou – Mas que inferno isso está fazendo aqui? – Berrou para mim, os olhos arregalados.

- Calma, Keena, esse é o Andy. – Respondi, o encarando com nojo, vendo a confusão nos olhos dele – Sim, ele é um anjo caído, mas é um aliado. Vai com a gente para o Alasca.

- Como ele pode ser um aliado? – Seus olhos marejaram – Eu não posso viajar com um deles. Drizzle, eles mataram minha irmã.

A cruz caiu da mão dela, e eu imediatamente a abracei. Ela deitou a cabeça em meu peito, respirando fundo tentando controlar as lágrimas. Andy se aproximou novamente.

- Vamos entrar, Keena. – A puxei para dentro. Andy me encarou, incrédulo, mas eu o ignorei e entrei em cada correndo, fechando a porta logo em seguida. Meus pais não estavam em casa, então subi direto para meu quanto. Eu e Keena nos sentamos em minha cama, e ela me olhou com uma careta nada boa, exigindo explicações.

- Eu sei que parece o fim do mundo, mas ele está sob controle. – Comecei – Chris está treinando ele, e ele prometeu ficar do nosso lado.

- Drizz, ele já fez muita merda com você, por que o está defendendo?

- Eu não sei. – Meus olhos marejaram, e eu respirei fundo – Quando se trata dele, nada sai dono eu quero. Eu odeio o que sinto, e se pudesse me libertar disso, faria agora, mas eu não consigo!

- Hey, se acalme, não fica assim. – Pediu, limpando as lágrimas que escorregam por meu rosto – Eu estou aqui para te ajudar com isso. – Sorriu – Mas não espere que eu seja gentil com ele. Foi um anjo caído quem matou minha irmã. Se eu pudesse estraçalhar ele, o estaria fazendo nesse momento.

Não pude deixar de sorrir. Mesmo numa situação tão complicada, ela conseguiu sorrir e me animar. A encarei, já sem lágrimas.

Keena se aproximou, e colou nossos lábios em mais um beijo. Um pouco mais animado, das duas partes.

- Agora chega! – Nos separamos rapidamente, e Andy entrou no quarto, pulando a janela. Keena o encarou mortalmente, e ele retribuiu – Eu quero falar com a Drizzle. Dá o fora daqui. – Andy se aproximou dela.

- Não é você quem decide isso. – Ela também se aproximou. Olhei pelo Duat. As asas de Andy estavam abertas, intimidadoras. Ele arrancou a jaqueta que usava, ficando com uma regata que deixava suas costas à mostra. Elas deixaram de ser “fumaça”. Keena hesitou por um instante.

- Andy, para com isso. – Tentei me aproximar dele antes que alguma merda acontecesse, mas ele me empurrou.

- Depois converso com você. Meu problema agora é com ela. – Encarou Keena. Pela forma como ele facilmente olhou pelo Duat e moveu as asas, ele andou treinando.

- Vai fazer o que? Me espancar na frente dela e provar que é um monstro?

- Estou pedindo antes, um monstro não faria isso.

- Keena, esquece isso. – Me aproximei dela – Deixa isso pra lá. – Segurei as mãos dela – Eu resolvo com ele.

- Drizz, você tem certeza? – Me encarou.

- Sim. – Sorri. Ganhei um selinho demorado – Tchau.

- Tchau. – A abracei – Se cuida. – Keena saiu, olhando feio para Andy. Não me movi até ouvir a porta da entrada batendo, então me virei para ele.

- O que você quer? – Perguntei, agressiva, e ele abaixou suas asas, tentando se aproximar, mas eu recuei, e ele entendeu o recado.

- Drizzle, quem é essa garota? – Me encarou, ainda incrédulo.

- Keena. Uma amiga. E ela é lésbica. Só avisando, caso você tente transar com ela.

- Eu não vou tentar transar com ela. – Sei – Mas porque você estava com ela?

- Porque ela é legal e divertida, e eu descobri que gosto muito dela. – Respondi, irônica, de braços cruzados – E você, Andrew, por que estava com a Juliet?

- E-eu só... Foi ela quem me beijou. Ela me levou até o andar de cima. Eu só a segui.

- Interessante. Já se explicou, agora cai fora.

- Eu não fiz nada demais com ela, me escuta- o interrompi.

- Eu não quero estar, dá o fora daqui! – Apontei para a porta, perdendo a paciência.

- Drizzle, eu-

- Some daqui! – Comecei a gritar. Eu ia continuar, mais fui colocada contra a parede num movimento rápido – Me solta – Me remexi, tentando me livrar dele, mas Andy só me apertou com mais força.

- Cala a boca e me escuta. – Mandou. Meio sem querer, eu obedeci. Nem eu entendi porque, mas obedeci – Ótimo. Agora, preste atenção: eu e Juliet não fizemos nada. Ela não sabia sobre nós dois, e agora está chorando, com medo de ter perdido a amiga.

- Não sabia de nada. – Desdenhei – Eu já havia contado para ela na festa. – Andy arregalou os olhos.

- Você... Faz tanto tempo que você...? – Ele não precisou completar. Eu abaixei a cabeça, e Andy entendeu – Drizz, ela estava bêbada. É lógico que não se lembra. – O encarei por alguns segundos, pensativa.

- Eu resolvo isso com ela, não com você. – Me soltei dele, o empurrando – A situação não está melhorando para você ao defendê-la, caso não tenha percebido.

Me virei de costas e comecei a procurar roupas para tomar banho. Andy me acompanhou com o olhar por alguns segundos antes de se pronunciar.

- Ela não significa nada para mim, você sabe.

- Sei. Assim como eu não significo nada também. – Não o olhei nos olhos, tirando uma regata preta com a logo do Batman e um short pequeno e preto com vários do mesmo desenho. Andy encarou meu pijama, incrédulo, os olhos brilhando, enquanto me respondia.

- Eu não disse que você não significou nada para mim. – O encarei por alguns segundos, antes de entrar no banheiro.

- Quando eu sair, é melhor que você não esteja aqui.

Tranquei a porta do banheiro e me encostei nela por alguns segundos, suspirando. Não caia na lábia dele, Drizzle. Se fizer isso, ele vai acabar com você.

Me despi e entrei no chuveiro, a água quente. Fiz questão de demorar bastante, mais de meia hora, para que ele fosse embora. Depois de ter tomado banho, passado hidratante de uva e vestido meu pijama do Batman, sequei meu cabelo e abri a porta, contando até mil, rezando para não encontrá-lo ali.

Minhas preces foram atendidas. O quarto estava vazio, o que ao mesmo tempo me tranquilizou e decepcionou. Coloquei um edredom gigante e quente na cama e me acomodei.

Alguns segundos depois, senti o colchão atrás de mim afundar, alguém entrando embaixo do edredom, e um braço enlaçando minha cintura. Andy me colou ao seu corpo, de costas para ele.

- Sai daqui – Pedi, sem energia para gritar ou ficar brava.

- Me perdoa?

- Não.

- Eu gosto de você. – Falou, me apertando. Uma lágrima escorreu, e Andy não viu, por eu estar de costas.

- Eu te odeio. – Respondi, e ele me apertou mais. Andy começou a acariciar meus cabelos, e antes que eu pudesse ficar com raiva, adormeci.




“Faça suas preces todas as noites, tudo que ouvirmos deve estar certo. Eu sou o estranho.

Vivendo a vida para o fim, nada mais para defender. Eu sou o estranho.”

Black Veil Brides



Notas Finais


E aí? Tá aceitável? O que acharam da nova amiguinha da Drizz? Shauhshua
Bjss :*


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