1. Spirit Fanfics >
  2. I'm Not Sorry >
  3. Let's start over

História I'm Not Sorry - Let's start over


Escrita por: AmiraH

Notas do Autor


Meu deus como eu estou cansada kkkk
Por mais que o cap esteja na média de tamanho, ele foi definitivamente o que eu tive mais dificuldade em escrever, tentando encaixar as falas em coisas que aconteceram e vão acontecer, só tinha ideias para o escrever de madrugada kkkk
A fic está sendo betada! Então daqui a um tempo se forem ver os capitulos anteriores vao estar bem diferentes :v
Boa leitura~

Capítulo 13 - Let's start over


O sol batendo nos meus olhos me obrigou a abri-los lentamente e encarar algo que não sabia se era  bom ou não. Taehyung estava dormindo, virado para mim com a boca levemente aberta. Foi uma questão de segundos para o meu cérebro assimilar a situação e se lembrar do ocorrido na noite anterior. Senti meu coração parar por um momento. 

 

Eu deixei Taehyung me beijar. Pior. Eu correspondi.

 

Minha mente virou uma batalha de pensamentos me perguntando o porquê de ter feito tal coisa. Porque Taehyung me beijou? Efeito da bebida, ou era algo que ele realmente queria? Por que eu correspondi? Nunca tinha pensado nele dessa maneira até ao momento. Ou tinha? 

 

Lentamente coloquei a ponta dos dedos sobre os meus lábios,  lembrando a sensação que tive ao me apoderar dos do moreno. Não tinha sido o meu primeiro, mas definitivamente era o único que me tinha feito sentir assim. Sentir que queria mais. E esse sentimento me assustava. Nunca tinha namorado e não sabia o que aconteceria de ali em diante.

 

Me assustei ao vê-lo dar um longo suspiro e abrir os olhos, encontrando os meus a poucos centímetros de distância. Demorou um tempo para ele se dar conta do que estava acontecendo. Ambos arregalámos os olhos e ficámos estáticos. Não tive coragem de mexer um músculo sequer, então deixei meus dedos tocando meus lábios, dando para ver claramente o que eu estava pensando os tocava. 

 

Ficamos uns minutos apenas nos encarando sem falar absolutamente nada, até que ele tossiu e me fez despertar do transe em que estava. Rapidamente me levantei e fui a passo acelerado até ao banheiro, fechando a porta com brutalidade. Encarei-me a mim mesmo através do espelho e notei que estava com a respiração descompassada e o rosto completamente vermelho. Passei água no rosto várias vezes até ter a certeza que minha temperatura corporal tinha voltado ao normal e fiquei uns segundos pensando no que fazer a seguir, em como iriamos falar e como.

 

Peguei na pouca coragem que tinha e saí do banheiro. Taehyung estava sentado na cama olhando na direção da janela, mas mal ouviu o ruído da porta virou-se para mim ainda com os olhos um pouco arregalados. Ficamos pouco tempo nos encarando até ele cortar o silêncio.

 

— Nós...? Você sabe. — Ergui as sobrancelhas até ter entendido o que ele estava dizendo.

 

— Não! Não, não fizemos nada disso. — Suspirou aliviado. — Você só não estava em perfeita condição ontem e tive de te trazer para o quarto. Como minhas costas não estão as melhores ultimamente, achei que não houvesse problema em dormir aqui.

 

— Claro, não tem problema. A cama é sua, afinal. — Deu um breve sorriso.

 

O clima não estava dos melhores, o que fez com que eu não aguentasse mais ficar ali. 

 

— Você tem— Falamos ao mesmo tempo e paramos mal nos apercebemos. Comprimi os lábios segurando uma risada que queria escapar por causa da situação tão constrangedora.

 

— Eu vou fazer o café da manhã. — Disse e me dirigi rapidamente para a cozinha. 

 

Meus pés tocaram o chão gelado, me dando uma sensação boa devido ao calor que estava naquele quarto. Tentei afastar os pensamentos sobre o homem deitado na minha cama e apenas me focar em torrar os pães, mas tentar não pensar nisso faz com que eu pense ainda mais nisso, e eu só conseguia pensar nos lábios do moreno nos meus. Eu fiquei duro com um simples beijo, eu o desejava tanto assim? Fui desperto pelo cheiro de pão queimando e os retirei da tostadeira o mais rápido possível. 

 

Saí da cozinha para o chamar, mas parei ao o encontrar no fundo do corredor olhando para mim. Andamos os dois em frente ao outro e desviamos para esquerda para o outro poder passar. Mesma direção. Desviamos para a direita ao mesmo tempo de novo. Fechei os olhos com força e suspirei, eu precisava de ar. 

 

— Eu vou sair. Você tem comida na cozinha.

 

Dito isso passei do seu lado e fui em direção ao quarto me vestir. Peguei a primeira roupa que vi e a coloquei, saindo logo em seguida sem falar nada. Para falar a verdade acho que ambos precisavamos de ar, então iria lhe dar espaço.

 

✧✧✧☽ ✧✧✧

 

O único lugar que me sentia confortável em qualquer situação era o café que eu e Namjoon sempre nos encontravamos, e foi para onde me dirigi. Estava quase vazio devido ao dia da semana que era e o horário também.

 

Tinha a cabeça apoiada na mão e uma cerveja na outra, pensando no que deveria fazer agora que o ambiente com Taehyung nunca mais seria o mesmo. Nunca mais iria me sentir à vontade na minha própria casa, e pior, as missões. O pior seriam as missões. Até ao momento não nos tinham enviado a mais nenhuma. Ainda que digam que o motivo é o estado mental de Taehyung e que o mesmo não está preparado, o que eu tenho a ver com isso? Porque só querem me enviar em missões com ele? A confusão na minha cabeça foi apagada ao reparar na figura em frente à porta de entrada me encarando. 

 

Namjoon estava com os punhos fechados com o seu olhar em mim, sem desviar nem um segundo. Arregalei os olhos e quando estava pronto para abrir a boca, o mesmo virou as costas e se preparou para sair. Me levantei numa velocidade enorme e fui atrás dele, deixando a bebida para trás e o dono do café gritando dizendo que eu deveria  pagar antes de sair. Já fora do café o segurei pelo pulso, impedindo-o de dar mais um passo.

 

— Nós precisamos falar. — Ele se desvencilhou da minha mão e se virou para mim.

 

— Não há nada que a gente tenha de falar.

 

Quando acabou de falar a voz do dono do café apareceu atrás de mim.

 

— Ei! Eu disse que você ainda não tinha pagado!

 

Me virei novamente para Namjoon com o olhar desesperado sobre ele.

 

— Por favor. — Ele apenas deu um longo suspiro e se dirigiu para dentro do café, ignorando completamente a presença da figura atrás de mim. Suspirei aliviado.

 

Segui-o com o olhar de reprovação do dono do café e encolhido passei por ele. Fui ao encontro de Namjoon e me sentei na sua frente. Ficou de braços cruzados durante uns minutos esperando eu falar enquanto tentava arranjar coragem.

 

— Olha, eu sei que agi pelas suas costas, eu fui um idiota, a pior pessoa de sempre e não tenho nem o direito de estar falando com você agora. — Falei rápido demais devido ao nervosismo que se apoderava de mim. — Mas eu juro pelos meus pais, que a última coisa que eu queria fazer era te magoar. Eu devia te ter contado, eu sei disso, mas só de imaginar a sua reação não conseguia o fazer. Não era suposto você ter descoberto assim. — Seu olhar não vacilava nem por um segundo, ouvindo atentamente tudo o que eu falava. — Eu não consigo viver sabendo que você me odeia, você é tudo o que eu tenho. Por favor, eu te imploro, me perdoa. 

 

Ele engoliu seco e fechou os olhos por um momento abaixando a cabeça. Parecia confuso.

 

— Eu não te odeio Jeongguk. — Meu coração apertou por saber que vinha coisa pior. — Mas não consigo te perdoar assim do nada. Não digo que nunca o vou fazer, mas preciso de tempo para pensar nisso tudo. Eu sabia que eventualmente você iria encontrar o Jin, mas não esperava que se juntasse a ele tão facilmente.

 

Tentei suprimir tudo o que estava sentindo e não desmanchar minha expressão facial, o que provavelmente não deu muito certo.

 

— Eu entendo, não é algo que se decide de um dia para o outro. — Assentiu. — Espero que não desista de mim e que algum dia possamos voltar a ser como eramos antes, você é a minha familia.

 

— Eu também Jeongguk, apenas saiba que é impossível eu te odiar, nunca vai acontecer. — Dei um pequeno sorriso. — Preciso de ir, que tudo dê certo com você e espero que esteja feliz, isso que importa. Adeus. — Se levantou e o observei sair pela porta enquanto sentia meu coração explodir. Talvez eu nunca conquiste a sua amizade de volta, ao menos sei que ele não está mais com tanta raiva de mim.

 

Senti meu celular vibrar no bolso e o retirei. Tinha uma mensagem de Taehyung. Fiquei encarando a notificação pensando se deveria ou não a abrir, queria muito saber o que ele escreveu mas por alguma razão tinha medo do que fosse. Afastei todos os maus pensamentos e a abri.

 

Taehyung: "Vamos jantar juntos. Me encontra nesse endereço às 8." - 13:57 PM

 

Embaixo da sua mensagem tinha o endereço que tinha mencionado. A última coisa que queria fazer no momento era me encontrar com ele, mas não tinha muita escolha.

 

✧✧✧☽ ✧✧✧

 

Tinha chegado 30 minutos mais cedo devido ao nervosismo. Aquele restaurante parecia chique demais, coisa que eu não fazia questão de ter em qualquer restaurante que fosse. Estava constantemente vendo as horas e tendo certeza se chegava alguma mensagens de Taehyung. Fiquei nessa situação durante aproximadamente 10 minutos até meus olhos encontrarem o moreno entrando no local. Quando me avistou se dirigiu até mim e sentou-se na minha frente.

 

— Achava que não viria.

 

— Também eu. — Riu e chamou o garçom para pedir a comida.

 

Observei cada movimento dele e foi ai que reparei que nunca tinha prestado atenção no quão bonito ele era. A cara simétrica, os olhos brilhando, o sorriso não muito comum mas bonito do seu jeito e toda a sua estrutura física. Ele reparou que o estava encarando e desviei o olhar rapidamente. Realmente, eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo comigo.

 

— Então, para me chamar a um sítio desses deve ter algo para me dizer. — Franziu as sobrancelhas.

 

— Não posso apenas querer jantar com você? — Notei que talvez estivesse sendo um pouco duro com ele. Pisquei os olhos várias vezes.

 

— Desculpa, eu só... Você sabe. 

 

— É, eu sei.

 

Até os pratos chegarem ficamos em silêncio, olhando um para o outro ou apenas observando o local que por sinal era muito bonito. O clima não estava tenso, mas era óbvio que algo não estava certo, a maneira como olhavamos um para o outro não era a mesma. 

 

Quando os pratos chegaram ele não hesitou em atacar a comida, claramente estava nervoso igual a mim. Não sabia o que dizer, então fiquei no meu canto sem dizer uma palavra. Até ele se pronunciar.

 

— Você tem razão, tem algo que eu quero falar com você. — Parei de comer e olhei para ele esperando-o continuar. — Não era essa a maneira que eu queria que as coisas rolassem. Eu devia ter estado sóbrio e ter tido uma conversa com você em vez de te ter atacado daquela maneira. Então peço pra você esquecer tudo o que eu disse ontem e começarmos de novo. Podemos fazer isso? — Assenti. 

 

— Eu devia te ter travado naquele momento também, parte foi culpa minha. Eu não vou dizer que não gosto de você, porque nem eu sei se isso é verdade ou não, mas isso é tudo muito novo para mim, então, em vez de saltarmos para a grande fase deveriamos ir com calma, certo? — Deu um meio sorriso. — Nós nem nos conhecemos tão bem afinal. 

 

— Então vamos nos conhecer. — Disse sem hesitar mal terminei a minha frase. Arregalei levemente os olhos.

 

— Aqui? Agora?

 

— Porque não? 

 

Senti uma onda de confiança tomar posse de mim e correspondi o sorriso em resposta.

 

— Vai em frente.

 

Tossiu algumas vez fingindo se preparar para apresentar um trabalho e assim começou.

 

— Meu nome é Kim Taehyung, mas alguns dos meus amigos me chamam de Tae, tenho vinte anos e minha cor preferida é azul. Meu pai foi assassinado quando eu tinha dez anos e minha mãe fugiu na mesma altura apenas uns dias depois. Como eu era menor e não tinha mais família para me acolher, Jimin, meu amigo de infância e a sua família me acolheram até eu ter ido viver com você. Entre esses anos eu desisti da escola e decidi ter aulas de teatro, algo que eu sempre quis fazer. Sou apaixonado por tocar saxofone e pratiquei durante três anos  Taekwondo. — Fiz cara de surpresa e rimos juntos, até eu assimilar tudo o que ele tinha dito.

 

— Sei que você já contou isso do seus pais em minha casa, mas quer me contar como aconteceu? — Suspirou. — Não tem de o fazer se não quiser, estava apenas curioso.

 

— Não, eu não me importo, de verdade. — Seu olhar vacilou por uns segundos, mas logo sua postura voltou ao normal. — Meu pai fazia... coisas... com pessoas. — Decidi não perguntar o que era, não queria o forçar a nada. — Chegou um dia onde eu fiquei curioso com o que ele fazia, porque ele nunca me contava. Eu tinha 10 anos, achava que nao havia mal nenhum em o seguir para onde quer que fosse. Não sabia os perigos. — Engoliu seco. — Quando finalmente o vi entrar em um lugar aleatório eu entrei também, mas quando ele me viu ficou muito chateado, foi quando reparei que tinham mais pessoas com ele lá. Foi a última coisa que vi até ver uma bala atravessar a sua cabeça. — Arregalei os olhos e abri a boca para falar algo, mas permaneci assim durante um tempo.

 

— Aconteceu na sua frente? — Comprimiu os lábios.

 

— É. Bem na minha frente. Minha mãe nunca se importou muito comigo, assim como o meu pai, então quando a polícia a informou ela apenas pegou as suas coisas e fugiu. Foi ai que Jimin entrou em cena, quando achei a casa sem nada dela.

 

— Eu sinto muito.

 

— Não sinta, eu já superei, é passado agora. Agora é a sua vez. — Sorri nasalmente.

 

— Meu nome é Jeon Jeongguk, mas Namjoon há muito tempo atrás me chamava de Kook, tenho dezanove anos e minha cor preferida é preto. Ambos meus pais foram assassinados quando eu tinha nove anos e Namjoon tomou conta de mim durante uns anos até eu poder morar sozinho. Aos quinze quando me juntei à organização de Namjoon tive aulas de tiro durante dois anos e desisti da escola aos dezassete. Só sei tocar piano, mas foi algo que minha mãe me ensinou e sei até hoje. Não sei nenhuma arte marcial, mas posso dizer que minha mira é bastante boa, isso basta para mim. — Riu. — Acho justo explicar a história dos meus pais já que voce contou a sua, então é o que vou fazer. — Consegui sentir sua respiração ficar pesada. — Minha memória sobre esse dia é horrível, os médicos dizem que foi devido ao choque, então lembro de pouco. — Assentiu. — Estavamos em casa os três e acho que posso dizer que estava tudo calmo. Só lembro de minha mãe se colocar na minha frente levando a bala por mim impedindo que ela me acertasse. Meu pai na tentativa de a afastar de perto de mim a empurrou e se colocou na minha frente, mas foi tarde demais. Atiraram nele também.

 

Ele colocou a mão sobre a minha que estava sobre a mesa e a apertou de leve.

 

— A vida não pega leve com a gente.

 

É, ela não pega.


Notas Finais


Esse capítulo foi para tentar explicar mais como o Jeongguk se sente e a historia dos dois. Caso vcs se lembrem das coisas que aconteceram nos capítulos anteriores vai ser bem fácil descobrir o que realmente aconteceu com esses dois kk
Muito obrigada pelos 60 favoritos e pelas pessoas que comentaram até agora, me morivaram muito.
Até ao proximo cap :v:


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...