História (im) perfeitos - Prólogo

"Eu queria gritar, gritar! e gritar! Chamar meu pai, minha mãe, gritar para o médico que ele estava errado, ou simplesmente gritar um NÃO! Mas eu não podia... Estava presa, presa em minha própria mente sufocada pelo silêncio..." 

Chego na casa em que morei durante dez anos com minha avó minerva... Vó... Sinto meu peito apertar e minha gargantar se fechar com um nó de angustia. Não acredito que não irei mais vê-la, ou assistir juntas uma de suas novelas cheias de dramas com atores de segunda, que não vou mais tocar para ela como fazia todas as tardes... Lágrimas quentes descem pelo meu rosto enquanto encaro a minha casa, que apartir de amanhã não será mais minha. 

-querida, o telefone de sua avó não para de tocar. Diz marta uma amiga de minha avó e vizinha de muitos anos. Pego o fino bloco de papel dentro do bolço da calça jeans e a caneta no outro bolço

"quem era? "escrevo e lhe mostro

-ah, não sei. Me disse que era uma amiga antiga de sua mãe e ligou pra saber como minerva e você estavam... Eu, bem, expliquei a situação... 

Escrevo depressa no papel 

" amiga da minha mãe?! Como assim?! "ela lê e sorri logo em seguida

-pois é, eu tambem achei estranho no principio mas ela me disse que se chamava Narcisa Malfoy e que era amiga de infância de sua mãe... Que tinha perdido o telefone de sua avó, e só encontrou ontem e desde então não para de ligar. Isso eu confirmo, tem várias ligações de seu número gravado. O mais importante é que ela disse que iria ajuda-la! Menina, ela disse que você poderia ficar o tempo que quisesse em sua casa em Seattle. Disse que queria ajuda-la pois se fosse ao contrário sua mãe com certeza ajudaria seus filhos. Menina isso pode ser estranho mas é uma ótima opção! Ela me pareceu sincera e realmente queria ajudar você, ela vai mandar a passagem de avião pelo correio e irá mandar alguem lhe buscar no aeroporto. Você pode ficar comigo ate a passagem chegar... Sabe que se eu pudesse deixava você morar comigo mas... Faço um gesto com a mão a interrompendo e escrevo no papel

"eu sei, não se preocupe. Eu vou pra Seattle. Obrigada mart. "

Ela ler e sorri para mim com os olhos castanho-escuro marejado

-vou sentir sua falta menina. Diz e me abraça. Retribuo o abraço apertado como se falasse EU TAMBEM. Olho mais uma vez para a casa amarela com janelas brancas e sorrio triste pensando nas lembraças que ela guarda.  Seattle, o que vou fazer em nessa cidade desconhecida? Ir morrar com uma mulher que não conheço... Que merlim me ajude.