História I'm Telling You - Precisamos fugir.

Almoçamos, e acabamos conversando mais um pouco.
- A gente deveria ir. - Eu propus.
- É mesmo, já são 15:00.
- Será que eles tão no quarto?
- Sei lá, vamo bater na porta.
- Beleza. - Eles ficavam no andar de cima, sala 66. Eu realmente não conseguia imaginar qualquer coisa que eles quisessem porque eles eram completamente estranhos apesar de serem gostosos.
Estávamos na parte bonita de São Paulo.
Batemos na porta:
- Vai se fuder! Não tá vendo que tá escrito "Não Perturbe"?
- Waters, somos nós, Rafael e Melannie.
- Ah sim.. Wendy e Peter, podem entrar!
- Como eles sabem sobre nós? - eu sussurrei.
- Parece que o Lucas é fofoqueiro.
- Ou eles são curiosos. - Entramos. Eu não sabia por Rafael mas eu estava nervosa. E se eles não aceitassem? E se eles pedissem algo impossível? Tudo iria por água abaixo! Mas eu não tinha que pensar nisso naquele momento, então reparei no quarto. Era totalmente limpo de um lado e do outro, completamente o contrário.
- Eai pessoal.. - um deles disse.
- Oi! - eu disse.
- Nós não sabemos seus nomes... - disse Rafael. Era verdade. Só sabíamos que eles eram os Irmãos Waters. Não sabíamos seus nomes.
- Scott.
- E Jackson. - eles se completaram. E sorriram uns para os outros. Parece que eles também tinham a conexão.
- Bem nós estamos aqui pra uma troca. - Rafael disse fazendo eles se entre olharem.
- O que vocês querem? - perguntou Jackson.
- Nós sabemos que vocês podem ter tudo que quiserem se quiserem. Vocês são capazes de controlar as pessoas aqui. - Eu disse.
- Isso inclui você - disse Jackson piscando pra mim, me fazendo revirar os olhos.
- Nós precisamos de uma escada e uma corda.
- Vocês vão fugir? - perguntou Scott. Percebi que Scott era o mais simpático, e o do lado limpo. Jackson era grosso, sujo e tinha fama de pegador.
- Vamos. E precisamos disso. Sabemos que vocês vão querer algo em troca então, manda ver. - Rafael disse.
- Bem... - Jackson começou. - Eu não transo a muito tempo. - disse me encarando.
- Eu não vou transar com você.
- Beleza, sem transa. Mas por 30 hora, você é minha.
- Esquece, Melannie.
- Nos dão um minuto? - eu perguntei indo pro canto com Rafael. - Essa é nossa única chance.
- Mas ele vai te pegar.
- Eu não vou deixar ele transar comigo.
- Mesmo assim!
- Que foi? Tá com ciúmes?
- Não. Eu só não quero que ele te abuse.
- Eu te prometo que ele não vai. - ergui o mindinho propondo uma promessa, e Rafael selou-a. Voltamos a falar com eles. - Feito!
- Ótimo!! - disse Jackson malicioso. - Você não quer nada em troca Scott?
- Não, geralmente você quem pede coisas em troca. - Eu estava completamente certa. Scott era uma boa pessoa. Só parecia ruim por andar com o irmão.
- Bom quando vamos marcar? - eu perguntei para Jackson.
- Hoje às 19:30.
- Fechado. Assim que der 20:00 horas eu quero o que pedimos.
- Fechado. - ele disse e nós apertamos as mãos fechando o acordo.
- Obrigada mesmo gente.
- Sempre que precisar, Wendy.
- Cala a boca, Jackson. - Eu disse revirando os olhos.
Fomos para o quarto em silêncio. Aquele silêncio perturbador que quase nunca acontecia e estava acontecendo demais.
Entramos no quarto e Rafael deitou e foi jogar Pokémon. Ele estava muito estranho.
- Ok, o que foi? - eu perguntei.
- Nada.
- Aham. Você tá estranho desde a proposta.
- Eu não gostei da proposta.
- É a nossa única chance!
- Nós poderíamos ter dado outro jeito. Poderíamos ter mudado a proposta ou sei lá!
- Qual o problema?
- O problema, Melannie, é que eu me preocupo com você.
- Mas não precisa se preocupar, eu não vou deixar ele fazer nada.
- Beijar é nada?
- Isso eu não posso evitar. Se ele tem 30 minutos comigo ele vai fazer o que? Conversar sobre seriados?
- Bem que eu queria que fosse isso.
- Eu nunca beijei na vida, Peter. Essa é uma chance.
- Você não vai beijar pela primeira vez com um cara desses. Você tem que beijar pelo menos na primeira vez com alguém que você ame. Vem cá! - ele me chamou, e sentei ao seu lado. - Se você nunca beijou, pode ser uma merda e aí vai fuder o plano todo.
- Nossa, obrigada pelo apoio.
- Eu vou te ensinar a beijar e você tá reclamando ainda?
- Tá, desculpa.
- Mel, você tem que deixar rolar. É bem simples, na verdade. Só vai na minha.
- Nossa, O pegador.
- Você não tá ajudando no clima.
- Foi mal. - Ele me beijou. Como ele disse ele fui na dele. Só seguia seus movimentos e assim foi. Uma das melhores sensações que já tive. O beijo começou a ficar mais intenso, com sentimento. Sentia algo por Rafael, porém meu consciente impede esse sentimento com medo da amizade acabar. Aquela famosa luta entre Razão e Emoção.
- Foi tão difícil assim? - Rafael perguntou.
- Não...
- Foi bom pra você?
- Sim! E pra você?
- Foi. Agora você tá preparada pra não fuder o plano e não passar micao. De nada.
- Eu não vou te agradecer por isso.
- Afu.
Ficamos conversando até que a hora chegasse. As horas passaram rápido. Não queria que aquele momento chegasse mas ao mesmo tempo queria.