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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Mudança de Planos


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olá Pessoas...
Bom, estou voltando mais cedo sim, mas meio que fui obrigado a isso.
Meu pai vai entrar de férias e eu tenho certeza de que não vou conseguir editar e postar os últimos três capítulos que faltam com a mesma regularidade que estava fazendo.
Prometo que vou tentar não demorar muito entre uma postagem e outra, mas se isso ocorrer, tenham um pouquinho de paciência, por favor.
Bom, dito tudo isso: Boa Leitura!

Capítulo 13 - Mudança de Planos


P.O.V Gabriel

Véspera do Casamento

                                          

Já estou acordado.

Aproveito que ainda é sexta-feira e que meus pais estão no trabalho e então faço uma coisa que, eu assumo, é um pouco exagerada, mas julgo necessária, depois espero até que seja 10h30min da manhã e ligo para Rosalie.

Ela atende meio animada e meio surpresa por eu estar ligando para ela:

 

-- Olá amor, como você...

-- Você pode vir aqui em casa? - Interrompo-a.

-- O que?

-- Você pode vir aqui em casa? - Repito.

-- Agora?

-- De preferência.

-- Acho que agora não vai dar...

-- Que horas você pode vir então?

-- Humm.... Deixe-me ver... Só um minutinho. - Espero alguns segundos até que ela volta a falar - Por volta de meio-dia e quinze está bom para você?

-- Está ótimo.

-- Então okay. Está tudo bem? - Ela me pergunta.

-- Não sei.... Quando você vir a gente conversa. - Não disfarço a minha frieza.

-- Está bem. Até lá então.

-- Até. - Eu desligo.

 

Sento-me no sofá da sala e olho em volta. Tento imaginar a reação dela quando chegar aqui e chego à conclusão de que não será nada boa.

 

(...)

 

Meu celular começa a tocar. Na tela vejo o nome de Rosalie.

 

-- O que foi?

-- Estou com um problema... - Sua voz é séria.

-- Qual?

-- A chave.... Eu não a estou encontrando e já estou na porta da sua casa.

 

Então eu me lembro de que não tive como devolver a chave ao molho de Rosalie porque simplesmente não nos vimos mais. Então penso em uma desculpa.

 Levanto-me do sofá e vou até a porta.

 

-- Como foi que...

-- Você esqueceu a chave aqui outro dia. - Explico antes que ela possa terminar a pergunta.

-- Estranho.... Eu nunca a tiro do meu molho.

-- Ela deve ter saído sozinha e você nem notou.

 

Ela me olha com um ar de desconfiança sobre aquela suposição, mas não faz outro questionamento. Dou licença para que ela entre na minha frente enquanto viro-me para trancar a porta novamente.

Quando volto a olhar para ela, ela está parada no meio da sala. Não consigo conter o sorriso maléfico que se forma em meu rosto.

Ela começa a rodar o corpo, na tentativa de ver e compreender tudo o que está ao seu redor. O rosto exprime desespero.

Quando meus pais saíram, me levantei e acessei novamente o meu antigo usuário no computador. Lá, dei comando para que a máquina imprimisse todas as fotos que encontrei. Depois, imprimi todos os textos que não continham relatos extremamente íntimos.

Feito isso, comecei a colar as fotos pela casa - nos corredores, na cozinha, na sala – e os textos eu simplesmente esparramei pelo chão e pela mesa de centro da sala.

A casa estava coberta de verdades.

 

-- Gabe... O que é tudo isso? - Rose me pergunta chocada.

-- Acho que nós dois sabemos que você, melhor do que eu, sabe exatamente o que são essas coisas.

 

Ela não responde. Tira uma das fotos da parede e com a mão trêmula, olha por um bom tempo para ela.

 

-- De onde você tirou tudo isso?

-- Do meu computador...

-- VOCÊ NÃO TINHA A SENHA! - Ela grita e começa a chorar.

-- Eu me lembrei...

-- Impossível... - Ela parece estar esperando que a qualquer momento eu diga que tudo não passa de uma brincadeira, mas lá no fundo, ela sabe que isso não vai acontecer.

-- Não é impossível. Uma hora eu ia ter que começar a me lembrar das coisas...

-- É mentira... – Ela hesita por um segundo - Você pegou essas coisas com alguém. Estão enchendo sua cabeça com mentiras de novo.

-- NÃO ROSE, NÃO ESTÃO. VOCÊ SABE. VO-CÊ SA-BE.

-- Por que comigo? Por que agora? - Ela senta-se no sofá e coloca as mãos sobre o rosto.

-- Você sabia de tudo isso o tempo todo Rose?

-- Não sei do que você está falando.

-- Rose, pelo amor de Deus.... Não dá mais, entende? Acabou!

 

Ela começa a chorar descontroladamente. Então ela levanta do sofá e começa a arrancar as fotos da parede. Umas ela amaça, outras ela rasga e eu fico apenas olhando.

Depois de um bom tempo, ela volta a falar:

 

-- Eu não queria isso... - Ela começa, somente para se calar novamente.

-- O que? Continue... – Incentivo-a, numa tentativa de fazê-la dizer a verdade - O que você não queria?

-- No dia em que você foi espancado.... Eu... – Hesita novamente - Eu pensei que você ia ficar comigo.

-- Como assim?

-- Lucas me procurou duas semanas antes da festa de aniversário de Hilary. Ele disse que ia transar com ela no dia e que estava tentando arranjar uma garota para você, como recompensa pela sua amizade. - Ela faz uma pausa - Hilary havia dito a ele que eu era afim de você e então, ele veio me procurar.

 

Lembro-me da história que Lucas havia me contado no dia em que fomos ao shopping. As coisas começaram a se encaixar de uma forma incrível.

 

-- Eu não aceitei de início, mas depois ele veio me dizendo que você estava afim e então, eu me rendi. No dia da festa eu estava muito nervosa e vi o quanto ele estava te embriagando. Subi para o quarto como planejado e logo depois, você passou pela porta. Não há um dia que eu não me lembre da cara de espanto com que você ficou quando entendeu o que estava prestes a acontecer naquele quarto. Eu estava bêbada também e me atirei para cima de você, mas você relutou. Pediu desculpas pelo mal-entendido e saiu correndo. Eu fiquei chorando no quarto enquanto sabia que Hilary se divertia com Lucas no quarto à frente. Vinte minutos depois e Lucas bate à porta. Entra desesperado procurando por alguém, e eu sabia a quem ele procurava.

-- Eu. - Digo.

-- Sim... – Ela concorda - Eu disse a ele que você havia saído correndo e então ele foi atrás de você. Pouco antes que ele deixasse o quarto eu o parei e disse para que cuidasse bem de você. Ele assentiu com uma pena no olhar e saiu para te procurar. Infelizmente te encontrou naquele estado e então você foi levado ao hospital. Cinco meses se passaram e você não acordava. Lucas estava todos os dias possíveis com você. Os médicos achavam lindo e triste tudo aquilo. Lilly e Ethan que sempre armaram contra você e Lucas, viram a oportunidade perfeita de acabar com qualquer chance que Lucas teria de ficar com você.

-- Eles se aproveitaram da minha perda de memória e armaram toda essa história.

 

Ela faz um sutil gesto com a cabeça para dizer que sim.

 

-- Eles procuraram os seus pais e contaram os planos deles. Como as intenções de seus pais também eram de impedir que você tivesse uma vida amorosa com Lucas, eles aceitaram a oferta. Um mês mais tarde eles vieram à minha procura. Eu não conseguia acreditar no que eles estavam fazendo e então eu recusei. Foi aí que as coisas pioraram. Lilly e Ethan descobriram algumas irregularidades nas papeladas da empresa que meu pai administra e também outras coisas mais graves, e então...

-- Eles te chantagearam. - Sento-me no chão do corredor, encostando-me na parede oposta à que ela está encostada.

-- Sim. Eles falaram diretamente com o meu pai e mostraram a ele as provas que poderiam levá-lo para a cadeia. Minha mãe disse que poderiam dar um jeito, mas o medo dele foi maior. Foi então que ele me obrigou a fazer o que eles queriam. Quando ousei dizer a ele que não ia aceitar... Ele me fez isto...

 

Ela vira as costas para mim e levanta a blusa. Há muitas cicatrizes em formatos lineares, algumas ainda com vergões salientes. Em um local, perto das costelas, há dois cortes, ambos com quatro pontos cirúrgicos.

 

-- Ele te bateu?

-- Ele me espancou. – Ela me corrige um pouco rude, mas não intencionalmente, enquanto baixa novamente a blusa - Minha mãe tentou impedi-lo, mas ele bateu nela também: uma única pancada na cabeça, forte o suficiente para fazê-la desmaiar. E então eu fiquei sozinha. Um dos socos dele atingiu as minhas costas. Foi aí que minhas costelas quebraram e eu tive duas fraturas expostas. Os médicos disseram que foi por pouco que os ossos não perfuraram o meu pulmão.

-- E os vergões?

-- Fio de ferro. Ele me bateu até que eu dissesse que iria colaborar com o plano de seus pais, e Gabe.... Eu não ia suportar apanhar mais... – Ela começa a soluçar novamente - Me desculpa, mas eu tive que dizer que ia fazer isso, ou ele ia me matar.

-- Não se desculpe... – Curvo-me um pouco para frente na tentativa de chegar mais perto dela e enxugar suas lágrimas com as minhas mãos - Muito pelo contrário, acho que sou eu quem deve desculpas a você. - Eu me sinto um idiota perante as palavras dela.

 

Penso se devo desconfiar dessa história e se ela também não foi instruída a fazer aquela ceninha. Mas ela está falando a verdade. Os ferimentos diziam isso por si só.

Lembro-me de tudo o que Luck me havia dito e das vezes que ele chorou de desespero quando eu não quis acreditar nele. Agora que sei que ele estava dizendo a verdade, olho para Rose, jogada no chão de minha casa e ela tem no rosto o mesmo olhar que estampava o rosto dele. A situação é pior do que eu imaginava.

 

-- Sabe... - Ela volta a falar quando tudo fica no mais profundo silêncio durante cinco longos minutos - O que estou fazendo é totalmente errado.... Eu sei disso...

-- Rose, você não precisa... - Eu estava prestes a dizer que ela não precisava se explicar, mas ela me corta.

-- Me deixe continuar... - Ela me olha, e eu fico em silêncio, então ela sabe que tem permissão para prosseguir - Mas sabe o porquê de eu ter resistido tanto?

 

Eu dou minha resposta com um balançar negativo de cabeça.

 

-- Porque eu te amo... - Aquilo me pega de surpresa - Eu sempre te amei, desde o primeiro ano do colegial. Quando me disseram que você era gay, eu fiquei arrasada, mas ainda assim, não deixei aquele sentimento de lado.

 

Ela faz uma pausa e eu sinto vontade de dizer alguma coisa a ela, somente para confortá-la, mas nada me vêm à mente. Ela então volta a falar:

 

-- As pessoas hoje em dia trocam muito rapidamente de parceiros e para todos eles elas dizem sentir amor, mas que amor é esse Gabe, que vai embora de uma hora para outra e logo é substituído? Isso não é amor, e a verdade é que essas pessoas nem sabem ao certo o que ele é. Elas nunca o sentiram na sua verdadeira forma e se deixam iludir e iludem outras pessoas contando amores que são na verdade sentimentos de desejo passageiros. 

 

Aquelas profundas palavras pesam em meus ombros. A verdade nas frases de alguém que não teve a chance de experimentar o amor, mas já sabe tanto sobre ele.

 

-- Pelo que pude perceber você saberia muito bem dizer quando, o que uma pessoa sente pela outra, é um verdadeiro amor.

-- Acho que sim.... É algo que acontece, não sou eu que controlo.

-- Então me diga... - Tenho a impressão de que o que estou prestes a dizer pode machucá-la - Você acha que exista em mim, um sentimento de amor por você que.... Com o tempo.... Possa se mostrar verdadeiro?

 

Ela me olha por alguns instantes. Fito os olhos dela e vejo lágrimas se formarem, cristalinas como pedras de diamante. Ela inclina a cabeça para baixo e depois volta a olhar para mim.

 

-- Acho você uma pessoa incrível Gabriel, capaz de sentir amor e compaixão de uma forma inexplicável até pelos seus piores inimigos. Mas o amor a que estamos nos referindo só pode ser dado à uma única pessoa e eu sei que o seu não está reservado para mim.

-- Mas e o amor que você sente por mim? - Pergunto-a, tentando achar uma solução para essa situação.

-- Gabe, você não entende? - Ela pega as minhas mãos - Se não há correspondência de uma das duas partes, não há como o todo funcionar. O amor não é como as peças de quebra-cabeça, que você consegue encaixar uma na outra e no final ter uma imagem perfeita. O amor é algo que se funde a outro, tornando-se um só e não deixa rastros ou resquícios de que antes já fora dois, ou mais. Por exemplo...

 

Ela olha para o chão e pega alguns pedaços das folhas de papel que havia rasgado.

 

-- Está vendo essas duas metades?

-- Sim. - Respondo.

-- Se eu as unir, desta forma... - Ela levanta os pedaços de papel no ar de modo que ficassem de frente para mim, e encaixa as ranhuras cada uma em seu lugar - O que você vê?

-- Um pedaço de papel... Maior, ou inteiro.

-- Sim, mas o que mais você pode ver?

-- A falha no meio?!

-- Isso. - Acho que finalmente entendo o que ela quer dizer - Ela denuncia a imperfeição, e mostra que as partes não estão juntas realmente. Elas não são uma, mas duas, que foram apenas...

-- Encaixadas. - Eu termino.

-- Exatamente – Ela sorri –

- Mas e se... Sei lá. – Paro um instante para formular minha ideia - Eu posso vir a sentir algo por você... O seu amor... - Penso um pouco – Ele pode me transformar...

-- Não Gabe... O amor não transforma, ele evolui. Uma coisa já é aquilo e não há como mudar.

-- Mas têm pessoas...

-- O que acontece é que essas pessoas já tinham o amor dentro de si, mas nunca tiveram a oportunidade, a coragem ou... A liberdade para demonstrá-lo. O amor é isso... Ele é a chance, ele é a escapada e ele é aquele que quebra algemas e abre prisões... Ele pode ser tudo aquilo que a pessoa precisa para ser feliz de novo ou finalmente.

-- E é por isso que eu nunca vou sentir por você exatamente o que sinto por Lucas ou o que você sente por mim.

-- Sim.... Vocês dois são o melhor exemplo para tudo isso que eu estava dizendo.

-- Como assim?

-- Antes de você ficar em coma, Lucas era um dos heteros mais mulherengos que eu já vi. É claro que as garotas choviam na horta dele com muita facilidade, mas ele também não dispensava nenhuma. Você nunca falou declaradamente o que sentia por ele, mas todo mundo conseguia perceber. - Devo ter ficado corado, pois minhas bochechas ardem - Se ele já havia percebido isso ninguém sabia dizer. Depois que você ficou em coma, Lucas percebeu o que ele mesmo sentia por você, um sentimento que foi ofuscado durante anos pela boa amizade que vocês tinham.

-- Mas quando eu acordei, era tarde... - Digo cabisbaixo.

-- É... Considerando toda essa situação, podemos dizer que sim. Mas veja: mesmo sem se lembrar do que sentia por ele e depois de tanto relutar essa ideia, você conseguiu sentir algo por mim?

 

Eu penso nas palavras dela e em todas as coisas que me vinham à mente quando eu estava com ela.

 

-- Para ser sincero.... Não. Quer dize... – Apresso-me em corrigir o que disse - Você é uma pessoa legal. É bonita, inteligente.... Mas acho que realmente não senti mais do que uma amizade por você.

-- Está vendo? Isso se deve ao fato de que o seu amor não é meu. Nem mesmo quando você poderia ter sentido algo por mim você sentiu. E foi o seu amor que libertou o amor de Lucas. Foi só quando ele foi privado de você, que ele entendeu que na verdade, sempre te amou.

-- Que merda... - Exclamo.

-- O que?

-- Estamos muito ferrados... - Ela concorda com a cabeça.

-- Olha.... Que tal recolhermos tudo isso antes que seus pais cheguem? - Ela olha em volta gesticulando com os braços enquanto aponta para todas aquelas folhas espalhadas pela casa.

-- É uma boa ideia. - Concordo com ela logo me levantando e ajudando-a a fazer o mesmo.

 

Ela se responsabiliza pelos cômodos, enquanto e cuido dos corredores. Depois catamos todos os papéis que estavam jogados pelo chão da sala.

No quintal dos fundos, em um latão velho de metal, ateamos fogo em tudo aquilo. Não sobra nem um único pedacinho para contar a história.

Depois ofereço a ela algo para comer, mas ela dispensa.

 

-- Agora preciso ir embora... - Ela diz com olhar triste. Dou um forte abraço nela. 

-- Acho que nos vemos amanhã.

-- Gabe, eu...

-- Não, está tudo bem.... É melhor fazermos isso. Não quero que as coisas piorem ainda mais, nem para mim e nem para você. Eu só lamento por Lucas. Não vou ter a chance de me despedir.

-- Não se preocupe com isso.

-- O que? - Não entendo o que ela quer dizer – Por que não?

 

Com as palavras que saem da boca dela, eu apenas consigo sentir uma única coisa: calafrios.

 

-- Nós vamos para a igreja Gabe, mas... Nós não vamos nos casar.

 

A propriedade com que ela diz aquilo me assombra a noite toda e um sentimento de que algo ruim estava para acontecer cresce no meu peito e não há nada que me faça espantar aquelas coisas da minha cabeça.

De tão nervoso que estou, durante todas as horas que se seguem, não ouço meu coração e é como se eu pudesse sentir que ela não estava mais a bater.


Notas Finais


Bom pessoal.... Espero mesmo que tenham gostado.
Comentem... Favoritem... Compartilhem... Levem Im Wide Awake para o mundo.
Espero tê-los aqui na próxima... E me perdoem por não saber quando será a próxima... Mas, eu tentarei ser breve.
Um grande abraço, seu Escritor.
XoXo


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