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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Casamento - Parte 2


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


E olha eu aqui meus queridos... KKKK... Mais cedo do que esperavam não é?
Bom, resolvi postar a segunda parte já bem junta com a primeira, pra não demorar demais.
Espero que gostem, porque agora, um novo Capítulo só daqui uma semana, kkkk.
Bom, que a leitura continue...

Capítulo 15 - Casamento - Parte 2


P.O.V Gabriel

 

Eu e meu pai saímos de onde estamos e vamos nos posicionar do lado de fora da igreja. Rose ainda deve estar no carro, pois não a vejo por aqui.

As portas que haviam sido fechadas, agora fazem um barulho que ecoa pela estrutura enquanto são novamente abertas.

Os primeiros a entrarem são meus pais. Os fotógrafos vão aproveitando o momento e registrando tudo. Uma música toca nas caixas de som enquanto eles caminham até o altar. Quando chegam até lá, minha mãe sai por uma porta lá na frente para voltar até aqui no fundo, onde vai poder entrar comigo. Logo depois, são os pais de Rosalie que entram. Eles fazem o mesmo trajeto que meus pais e quando chegam lá, é o Sr. Anderson quem volta para os fundos, como a minha mãe, pois ele entrará com a sua filha. Em seguida, os casais de padrinhos começam a entrar.

As mulheres sempre a esquerda de seus acompanhantes, já que a única mulher a entrar pelo lado direito é a noiva. Todos eles se  encaminham para cima do altar, onde ficarão durante toda a cerimônia: Os meus padrinhos do lado direito e os padrinhos dela do lado esquerdo.

O primeiro casal de padrinhos a entrar é um dos meus, mas são pessoas que eu nem conheço. O segundo, é da parte de Rose, e reconheço o garoto como sendo o irmão mais velho dela e sua noiva. Ele é lindo... Britânico nato. Olhos azuis e a pele branca. Por um momento a imagem dele é substituída pela do Luck e eu preciso esfregar os olhos para me livrar daquela miragem. Com aquele pensamento, pude perceber que eu realmente era gay.

Outros padrinhos vão entrando e aqui do fundo, vejo uma garota e um garoto que se aproximam. Ela, reconheço como sendo Hilary, a amiga esbanjadora de dinheiro que Rosalie e eu encontramos na cidade, o garoto me parece familiar, mas não consigo me lembrar dele. Os últimos a subirem no altar são Lilly e Ethan. 

Então, minha mãe vem até mim, entrelaça o braço direito ao meu braço esquerdo e sem ao menos dirigir o olhar para mim ela diz:

 

-- Não tente nenhuma gracinha. E veja se coloca um sorriso nesse rosto.

 

Esforço-me para fazer o que ela diz e damos o primeiro passo para dentro da igreja.

Os fotógrafos parecem um bando de paparazzi. Os flashes de suas câmeras cegam meus olhos de tal maneira que não consigo me concentrar em nada que esteja em meus pensamentos.

Chego ao altar e minha mãe finge dar um abraço em mim e depois disso, finalmente nos separamos.

Posiciono-me no meu lugar e espero.

O som das caixas é substituído pelo do órgão que começa a tocar a marcha nupcial. Ele preenche o ar. Um segundo e lá está ela. Ouve-se comentários aqui e ali a respeito de quão bela Rose está, e eu devo concordar: ela está linda.

Lágrimas preenchem meus olhos.

Olha o que estamos passando... Uma garota que me ama e um amor que não posso retribuir. Ambos sendo forçados a algo totalmente arranjado.

O pai dela está de braços dados com ela e o sorriso esconde bem o covarde que ele realmente é. Eles caminham pelo tapete vermelho que fora posto no corredor que dá para o altar. Duas garotinhas lindas vêm jogando pétalas de rosa a frente deles. Olho para ela e seu olhar é triste, apesar do sorriso que esboça para as câmeras.

Quando estão a um terço do caminho, desço do altar (como ensaiado), e vou ao encontro deles.

O pai dela me dá um forte abraço e alguns tapinhas nas costas. Depois, vira-se para a filha e lhe dá um beijo na testa. Um último abraço, e agora ele tira um lenço do bolso para enxugar as lágrimas de crocodilo dos olhos, enquanto caminha para cima do altar.

Dou um abraço em Rose, o qual ela retribuí fortemente. Ofereço-lhe o braço direito no qual ela entrelaça o seu braço esquerdo.

Começamos a caminhar até  estarmos aos pés do altar.

A música se encerra e todos voltam a se sentar.

 

-- Estamos todos aqui reunidos nesta tarde, para celebrar o casamento destes dois jovens...  

 

O padre continua falando. Rose começa a cochichar comigo.

 

-- Oi.

-- Oi. - Eu respondo.

-- Como você está?

-- Nem um pouco bem... E você? - Pergunto de volta.

-- O mesmo.

 

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que ela volta a falar:

 

-- Você está muito lindo.

-- Que isso... Você é quem está roubando a cena. - Retribuo o elogio.

-- Creio que não por muito tempo.

 

Demoro um pouco para voltar a falar e perguntar:

 

-- O que quer dizer com isso? - Ela também demora um pouco para responder.

-- Logo eu serei uma noiva abandonada no altar. - Ela arrisca olhar um pouco para mim e me lança um sorriso triste.

 

Tento disfarçar o desespero que toma conta de mim.

 

-- Eu não posso fazer isso Rose... Não com você.

-- Não é questão de poder ou não Gabe... - Ela faz uma pausa - Eu quero que você faça.

 

Lágrimas voltam a se formar em meus olhos mas eu seguro a barra.

 

-- Não se preocupe Gabe... - Ela diz com uma voz tão doce, que por um momento, me passa uma calma inexplicável - Lembra-se de nossa conversa?

-- Sim... E é exatamente por lembrar dessa conversa que eu não entendo como você pode me pedir para fazer uma coisa dessa.

-- O que te preocupa?

 

Olho para ela sem acreditar que ela estava mesmo me fazendo aquela pergunta.

 

-- Talvez o fato de que seu pai quase te matou e teria te matado se você não aceitasse se casar comigo dessa forma?

-- É a primeira vez que alguém, que não é a minha mãe, mostra tanta preocupação comigo.

 

Mais uma pausa.

 

-- E não é para estar preocupado? - Olho para ela - Rose, eu posso não sentir o mesmo amor que você sente por mim, mas ainda assim, eu sinto outro tipo de amor por você. Como você mesma me disse: Sou capaz de sentir amor e compaixão pelas pessoas de uma forma inexplicável... “Até pelos meus piores inimigos”. – Dou um certo ênfase nesta parte - Tenho você como uma boa amiga e por isso não conseguiria viver com a culpa de sua morte.

-- Você não vai ter que viver com culpa nenhuma Gabe. Você não entende?

 

Olho novamente para ela. Respondo-a sem precisar dizer uma única palavra.

 

-- Meu pai disse que mataria se eu não me casasse com você. E eu estou aqui... - Ela esboça um sorriso traiçoeiro - Mas ele não disse nada quanto a me matar caso você não se casasse comigo.

 

Agora tudo faz sentido. Claro, depois de explicado, mas mesmo assim. Como eu não havia pensado naquilo antes?

 

-- Mas e se não der certo? E se pensarem que foi tudo planejado?

 

Minha excitação momentânea, com a possibilidade de poder acabar com toda aquela farsa, se vai tão rápido quanto apareceu quando vejo o olhar e a expressão que tomam conta do rosto dela.

 

-- Confesso que eu não tinha considerado essa hipótese.

-- De volta à estaca zero. – Digo frustrado.

-- Não... – Ela começa a dizer - Talvez nem precisemos nos preocupar com isso. Eles não...

-- Rose... Não. - Interrompo-a - Não se iluda com falsas esperanças.

 

Tanto eu quanto ela agora portam lágrimas nos olhos.

 

-- Você sabe o quanto eles são inteligentes. Não vão deixar isso passar...

-- Me desculpa Gabe... Eu... - Ela tenta se controlar - Eu só queria achar uma saída disso para você.

-- O que? - Aperto a mão dela, já que não posso abraçá-la - Uma saída para mim? Você não parou para pensar em você ou no que poderia te acontecer?

 

O silêncio dela é mais que uma resposta para a minha pergunta.

 

-- Rose, eu não quero sair dessa se você não puder sair também.

-- Mas você tem o Luck...

-- Sim... Mas se eu sair dessa forma, você não terá ninguém. Portanto, eu fico, e você terá a mim.

-- Gabe... - Ela tenta.

-- Está decidido. - É a minha palavra final.

 

Ela ainda fica em silêncio por alguns minutos, e diz, quando volta a falar:

 

-- Deus nos ajude.

 

(...)

 

 Nossa conversa foi tão extensa e submersível, que não percebemos o tempo passar. Mais cinco minutos de fala do padre se fazem ouvir, e então ele entra com os votos de casamento. Sinto a mão dela apertar a minha.

O pajem vem trazendo as alianças e eu as pego de sua pequena mão, entregando a minha para Rose e a dela, ficando comigo. 

O padre fala algumas coisas que devemos repetir juntos e depois, o juramento, que ele pergunta tanto para mim, quanto para ela:

 

-- Você, Gabriel Harrison, aceita Rosalie Anderson como sua legítima esposa, prometendo ser fiel, amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe?

 

Não penso muito para responder e cumpro o que havia dito para ela. 

 

-- Sim, eu aceito. - Ela me olha com pesar, mas não há mais o que ser feito.

-- E você, Rosalie Anderson... Aceita Gabriel Harrison como seu legítimo esposo, prometendo ser fiel, amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe?

 

Rosalie fecha os olhos e por longos segundos ela fica em silêncio. Eu começo a suar frio, mas então ela os abre e com um sorriso tremendamente falso no rosto, ela diz:

 

-- Sim... Eu aceito. - E foi o sim mais convincente que eu já ouvi.

 

Olho para o pai dela e vejo que ele respirava aliviado.

Se precisávamos de um milagre, ele tinha de vir agora.

 

-- Se há alguém neste recinto, que tenha algo contra esta união em matrimônio, que diga agora ou cale-se para sempre.

 

Por alguns segundos, a igreja fica em total silêncio, mas depois ouço um pigarrear de garganta vindo lá de trás.

 

-- Ou, Ou, Ou... Com licença padre... - Não só eu e Rose, como também todos os convidados olham para o local de onde viera a voz. Três garotas e dois garotos estão de pé próximos ao último banco no fundo da igreja. A voz, vem daquela que rapidamente reconheço como sendo Scarlett e ela continua a dizer: - Mas acho que não vamos precisar esperar a morte para separar este casal não.

-- Como foi que essas pessoas entraram aqui? - Meu pai pergunta totalmente apavorado.

-- Eles são os meus convidados... - Hilary responde a pergunta dele. Ela lança um olhar rápido para Rose e junto com ele, um sorrisinho muito amigável.

-- Eu não os quero aqui... Eu...

-- Com licença. - O padre corta meu pai - Eu quero ouvi-los.

-- Na verdade padre... - Emma vem caminhando em direção ao altar - O senhor vai ouvir a eles.

 

Quando ela aponta para os meus pais, ninguém (e muito menos eu) entende o que ela está querendo dizer. Então ela explica:

 

-- Na verdade, eles não vão dizer nada agora...

-- Mas eles já disseram. - Completa Archie que aparece de trás de Emma e vai em direção ao sonoplasta e entrega a ele algum objeto muito pequeno.

-- O que ele tem em mãos é um pen-drive... - Adam toma a liberdade de explicar aos ouvintes, surgindo de trás de Scarlett e colocando-se de pé no altar diante todos os convidados. - E naquele pen-drive, tem provas suficientes para que esse casamento seja cancelado.

-- Que monte de baboseiras são essas? - Meu pai tenta argumentar - O senhor vai mesmo dar trela para esses garotos, padre?

 

O padre não responde: apenas ergue a mão indicando que meu pai deve calar a boca.

 

-- O que vocês vão ouvir é uma gravação feita durante uma visitinha indesejável do Senhor e da Sra. Harrison à um amigo nosso. Infelizmente ele só começou a gravar alguns minutos depois, mas o que temos já é o suficiente. Bota o som aí, Guri do... som! - Scarlett ordena.

 

E então as caixas de som espalhadas pela igreja começam a reproduzir diálogos em que os donos das vozes são Luck, seus pais e os meus pais:

 

"O que querem aqui? " - O Sr. Baker  pergunta.

"Falar sobre a bi... Sobre o seu filho." - Minha mãe parece querer ter dito outra coisa.

"Acho bom que a senhora mantenha o respeito... “ - A Sra. Baker defende seu filho - "Caso contrário, pedirei para que se retirem."

"Minha esposa e eu só queremos dar um aviso. Prometo que seremos breves." - Meu pai fala sério. 

"Então vocês podem fazer isso aqui mesmo." - Algo na maneira como o Sr. Baker diz aquilo deixa claro que ele não os queria deixar entrar. 

"Como quiser..." - Minha mãe soa sarcástica e logo se segue um barulho que não conseguimos identificar.

 

De repente as caixas de som produzem um barulho agudo, como cacos de vidro, seguidos por algo mais suave, como gravetos. Enquanto esse barulho perdura, ninguém fala nada na gravação.

 

"VOCÊS NÃO TINHAM DIREITO ALGUM DE FAZER ISSO." - A voz de Lucas explode nas caixas.

"Você é que não tinha direito de ficar dando presentinhos para o nosso filho." - A minha mãe fala para ele e é então que a minha fixa cai.

 

Depois que sai correndo da praça no dia que sai com Luck, deixei com ele todas as lembrancinhas que ele havia me dado. Depois, de noite naquele mesmo dia, eu tinha visto Luck colocá-las para mim debaixo da escada da varanda. Para o meu azar, minha mãe também tinha visto, e fez o favor de destruir tudo com o maior prazer. Logo depois ela me mandou ir para o quarto e lá eu peguei no sono, nem reparei que eles tinham saído de casa. Nunca me perguntei o que ela havia feito com os restos daquelas coisas, mas agora eu sabia.

Olho na direção de meus pais, incrédulo, e o padre percebe quando meu pai me retribuí com um olhar ameaçador.

 

"O que está acontecendo? " - A mãe de Luck pergunta - "O que são essas coisas filho?"

"São alguns presentes que dei para Gabe ontem à tarde, quando saímos. Eles acabaram com tudo..." - Lucas está chorando.

"Você acha mesmo que pode tirar nosso filho de nós com algumas porcarias? Acha mesmo que vamos deixar você acabar com a vida dele e arrastá-lo para o inferno?" - Meu pai parece algum tipo de fanático religioso.

"Estou fazendo um favor para ele, isso sim que eu estou fazendo Sr. Harrison." - Lucas cospe para meu pai - "Vocês falam que vou estragar com a vida dele, mas na verdade têm medo que ele tenha uma melhor do que a que tem com vocês, porque não são capazes de aceitar o que ele é. Se tem alguém que pode arrastá-lo para o inferno são vocês, pois já estão mais de corpo dentro do que qualquer outro que eu conheço."

 

Aquelas palavras deixam todos na igreja horrorizados e eles começam a se perguntar sobre o que Lucas estaria falando ao mencionar: "aceitar o que eu sou". 

No áudio, algum tipo de movimentação parece se formar em reação as palavras dele.

 

"Não se atreva a encostar a mão no meu filho Sra. Harrison, se não quiser ganhar uma marca terrível no meio da cara." - A Sra. Baker parece defender Lucas com unhas e dentes.

"Está ameaçando a minha esposa Sra. Baker?" - Meu pai a questiona.

"Foi ela quem levantou a mão para o meu filho primeiro, Sr. Harrison, e nós já avisamos, ou vocês são civilizados, ou pediremos que se retirem." - A mãe dele volta a repetir o aviso. 

"Então você aprenda a pôr uma coleira nessa sua cadelinha no cio, Sra. Baker, porque não queremos mais vê-lo rondando o nosso filho." - As pessoas ficam indignadas com as palavras de meu pai. A essa altura, tenho certeza de que todos já entenderam do que se trata aquele assunto.

"Sr. Harrison, mais respeito com o meu filho por favor." - O pai de Luck pede.

"Ora... Mais respeito, mais respeito. Cá entre nós Sr. Baker, é por existirem pessoas como você e a sua mulher que esses jovens de hoje estão perdendo a vergonha na cara e se abrindo para o pecado dessa forma." - As palavras de meu pai são muito fortes e o padre olha para ele indignado.

"Pecado? PECADO? " - O Sr. Baker parece inconformado - "Pelo menos nossas mãos não se sujam com o sangue que é derramado desses jovem todos os dias, porque é por existirem pessoas como você e sua esposa que muitos jovens cometem suicídio. É por existirem pessoas como vocês, que muitos jovens são espancados cruelmente e é por existirem pessoas como vocês, que muitos jovens vivem uma vida de mentiras só para fazerem a vontade dos seus pais, os quais, nem sempre dão valor para os filhos maravilhosos que têm. Assim como o senhor e sua esposa."

"Quem o senhor pensa que é para falar conosco desta forma? " - Minha mãe parece sempre autoritária.

"E não é verdade?" - O Sr. Baker soa sarcástico - "Tão somente é a verdade, que vocês nem a aguentam ouvir."

"A verdade é a seguinte Senhor e Sra. Baker: Ou vocês começam a puxar as rédeas desse seu filho, ou nós mesmos tomaremos providências. Nosso filho foi induzido pelo seu a achar que era o que ele dizia ser..." - Agora todos olham para mim e para meus pais, simultaneamente.

"Induzido? " - Lucas toma a palavra depois de muito tempo calado - "Gabe sempre gostou de mim, e só há sete meses e meio eu descobri que o amava também. Não fui eu quem procurou ao Gabe para sairmos ontem... Foi ele mesmo quem veio me procurar e era porque queria respostas e explicações que vocês tanto negam a ele."

"Negamos essas respostas a ele porque agora temos a chance de concertá-lo." - Minha mãe diz em resposta - "Se algum dia ele pensou mesmo que era (Aqui parece ter sido retirada alguma palavra), ele se esqueceu disso, e essa é a oportunidade que tanto pedimos à Deus."

"E você acha que Ele atende à pedidos egoístas Sra. Harrison? Vocês estão privando o seu filho da felicidade. Me desculpe, mas isso não mudou nele, independentemente do que aconteceu. E mais, uma hora ele vai se lembrar de tudo, e vocês não poderão fazer nada." - A mãe de Luck parece ser solidária com as palavras, como se tentasse convencer meus pais a aceitarem a situação.

"Você não tem direito nenhum de falar isso Sra. Baker..." - Minha mãe começa a chorar. Algo me diz que ela está fingindo - "Espero que todos vocês queimem no inferno... (Novamente tenho a impressão de algo foi retirado da fala) Passar bem. Vamos querido."

 

Alguns segundos e a mãe de Lucas se faz ouvir.

 

"Se nós formos para lá, então nos veremos de novo."

 

O áudio parece ter chegado ao seu fim.

A maioria dos convidados começam a rir da cara de meus pais, já alguns outros, assim como o padre, mostram-se indignados quanto a tudo o que ouviram.

 

 -- Não sei se todos perceberam, mas essa gravação precisou ser editada. - Emma explica - Infelizmente algumas palavras ditas por esse casal eram fortes demais, e Lucas não queria expô-los de tal forma para o filho.

-- Mas que palhaçada... - Meu pai começa a dizer. Ele está suando.

-- O que o senhor e sua esposa têm a dizer sobre isso? - O padre interrompe e pergunta a ele.

 

Meu pai olha para ele por alguns segundo e começa a dizer:

 

-- Eu não acredito que o senhor vai mesmo acreditar em um bando de pirralhos, padre.

-- Eles tem uma prova muito convincente Sr. Harrison e... Pelo que eu pude entender, esse casamento foi todo arranjado?

-- Não - Minha mãe se apressa - Que isso? O senhor não está vendo que é tudo uma conspiração contra a nossa família?

-- Na verdade... - Archie diz enquanto tira a mochila das costas - Eu tenho provas o suficiente de que nós estamos falando a verdade.

 

Da mochila ele retira muitas folhas e as entrega para o padre.

O padre pega e analisa cada papel e depois os entrega para que meus pais possam dar uma olhada.

 

-- Como vocês são capazes? - Ele os questiona enquanto meus pais olham aquilo que já percebi serem fotos - Vocês acham que são Deus para brincar de mudar as pessoas e escolher o destino delas? Nem Deus faz uma coisa dessas... Vocês estão induzindo o filho de vocês a tomar caminhos que não são da natureza dele. Sabe-se lá o que poderia acontecer se eu casasse esses pobres jovens e o garoto viesse a se lembrar de todo o passado. No que vocês estavam pensando?

 

Meu pai pega todas aquelas folhas e joga no chão. Quando elas se espalham, posso ver algumas em que estou dando o que parecem ser selinhos em Archie, outras em que vestimos camisetas com as cores da bandeira do Orgulho Gay onde estão escritas as palavras: Eu Gosto De Garotos, e muitas outras fotos que comprometeriam a imagem de qualquer hetero.

 

-- Isso eu não aceito padre... - Meu pai joga as cartas na mesa - Essa era a única chance que teríamos para concertá-lo.

-- E quem vocês pensam que são para acharem que são capazes de mudar a opção sexual do vosso filho?

-- Eu não sei padre... Mas ele só sai daqui casado. – As máscaras deles finalmente caíram.

-- Eu não vou casar dois jovens de forma arranjada e contra a vontade deles.

 

Rose me vira para que eu possa encará-la.

 

-- Vai Gabe... É agora! Saia daqui e vá encontrar Luck!

-- Mas e você?

-- Eu vou ficar bem... - Ela me dá um abraço rápido - Agora!

 

É então que começo a correr.

Tudo parece ficar em câmera lenta. Escuto algumas pessoas aplaudirem e gritarem vivas por eu estar dando o fora, mas entre toda aquela algazarra, posso ouvir a voz de meu pai muito clara:

 

-- Se não for para ser assim... Que ele morra. - Tudo acontece em frações de segundos.

 

Enquanto ele fala isso, vejo as grades portas da igreja se abrirem fortemente e inacreditavelmente a figura de Lucas se revela do lado de fora do edifício. Eu estou prestes a sorrir quando vejo a expressão aterrorizante dele.

Ouço alguém gritar um "não" bem alto e Lucas começa a correr em minha direção.

Permito-me me dar ao luxo de olhar para trás uma última vez, somente para ver meu pai disparar uma arma de onde está no altar e eu ser atingido em cheio pela bala.


Notas Finais


E é isso...
Não vou ficar falando muito, mas vocês sabem que eu quero muito saber o que vocês têm a dizer sobre o capítulo, então comentem.
Espero vê-los aqui no próximo e se preparem: Ele é o último.
Mas calma, ele será dividido em duas partes também... KKKK.
Amo muito vocês.
Um grande abraço e até mais.


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