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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Inferno


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olá meus queridos... Olha eu aqui de novo!
Bom, não tenho muito o que falar, então: Boa leitura.

Capítulo 2 - Inferno


    P.O.V Luck

    Não consigo reagir. Não penso nem em forçar a fechadura para abrir a porta. Simplesmente perdi todos os meus sentidos.

    Lilly senta-se ao lado de Ethan enquanto ele acorda Gabe.

   

    -- Gabriel? - Ethan chama pela terceira vez e Gabe resmunga alguma coisa abrindo os olhos logo a seguir.

    -- Ah não... Mais visitas? - Ele reclama.

    -- Na verdade Gabe - A vaca começa a dizer - Somos a visita que você precisava ter recebido desde o começo.

    -- Como assim? Aliás, quem são vocês? - Gabe ajeita-se na cama. O rosto expressando dúvida e confusão.

    -- Ah sim, nos desculpe amigão. Eu sou Ethan e essa é a minha namorada, Lilly.

    -- Somos velhos amigos seu, os verdadeiros amigos, mas é claro que você não se lembra. – “O que? Do que essa vadia está falando? Verdadeiros amigos?”.

    -- Se são tão amigos meus, por que vieram só agora? – “Isso Gabe, não caia facilmente na ladainha deles”.

    -- Porque não nos deixavam entrar. - Ethan lança um olhar rápido para o vidro.

    -- É verdade Gabe. Não nos permitiram falar com você porque só nós temos a verdade sobre você. - Lilly pega na mão de Gabe e a aperta amigavelmente. Ele não a afasta.

    -- Acho que eu ainda não entendi. - Gabe olha para os dois e meu coração começa a acelerar quando percebo que ele mostra interesse no fruto da árvore proibida que as duas serpentes lhe estão oferecendo.

    -- É simples Gabe. - Ethan faz uma pausa - Somos os únicos aqui que sabemos coisas de verdade sobre você. Aquelas outras pessoas? Atores.

    -- Foi tudo armado Gabe - Lilly continua - Estão mentindo para você.

    -- E por que fariam isso? - A curiosidade dele aumenta e o ódio que sinto por Lilly e Ethan também.

    -- Gabriel? Por acaso já te falaram de um tal de Lucas...

    -- Baker? - Gabe termina a frase por Ethan.

    -- Esse mesmo. E o que lhe falaram dele?

    -- Se estiverem aqui para falar a mesma coisa, peço para que se retirem. – “Eles não vão desistir tão fácil Gabe... Seja mais rígido. Não de ouvidos a eles”.

    -- Não estamos aqui para lhe contar mentiras Gabe. O que eles te disseram?

 

    Gabe olha para os dois por um longo minuto, e depois cede.

 

    -- Que eu amo esse garoto.

    -- Eu sabia. - Ethan levanta da cadeira e faz uma encenação. Bate na bandeja que está sobre a cômoda e lança-a de encontro à parede - Ele se aproveitou da situação.

    -- Ele se aproveitou para que? - Gabe pergunta enquanto olha para a mancha de comida que ficou na parede.

    -- É ele quem gosta de você. Sempre gostou. - Lilly expele seu veneno - Esse povo todo são atores e atrizes que o Baker contratou para enganar você. – “Como é que é? Que joguinho é esse?”.

    -- Isso mesmo Gabe. Queríamos que tivesse outra maneira de te contar isso, mas não podemos nos dar esse luxo. Já perdemos tempo demais.

    -- E como vocês conseguiram entrar?

    -- Escondidos. - Ambas as serpentes sibilam juntas.

    -- Eles sabiam que a nossa presença aqui acabaria com os planos deles.

    -- Com o plano "dele", né amor?

    -- Sim... Isso mesmo.

    -- Mas por que ele faria tudo isso?

    -- Porque você sempre o rejeitou, Gabe. - Lilly enfatiza - Ele sempre quis a sua atenção, o seu amor. E agora ele viu a oportunidade perfeita para conseguir isso. Ele está tentando te dar recordações falsas, para que você finalmente seja dele.

   -- Percebemos que algo estava errado logo no primeiro dia, quando soubemos que você tinha acordado. - Ethan faz uma expressão de vazio - Viemos visitá-lo e uns capangas de Luck nos colocaram para fora no mesmo instante. E tentamos muitas outras vezes até que, finalmente, hoje conseguimos. Eles só vão perceber quando sairmos, mas aí já será tarde.

    -- Como posso acreditar em vocês? - "Isso Gabe. Questione-os".

    -- Bom... Isso é simples. - Ethan e Lilly se levantam, provavelmente estão de saída - Você já viu alguém se olhando naquele espelho? - "Não... Lilly... Você não faria isso...".

    -- Bom... Não. Mas o que isso tem a ver com a minha pergunta?

    -- Somente tudo Gabe... - Ethan vira-se para ele - Aquilo não é um espelho. - "Eles fizeram"

    -- Até mais Gabe - Lilly se despede - E nós nos veremos de novo.

 

    Soco o vidro com os punhos cerrados e grito palavrões a plenos pulmões. Gabe olha espantado para a sua direção, enquanto Lilly e Ethan saem do quarto esboçando sorrisos triunfantes. Não sei se Gabe consegue ouvir meus gritos, mas sei que olhando para o vidro nesse exato momento, ele deve ver os reflexos deformando-se constantemente.

    É então que escuto um barulho vindo da porta. A maçaneta.

    Corro para lá, e no momento em que ouço o "click" indicando que a fechadura estava destrancada, abro a porta com toda a força, empurrando-a com o ombro. Vejo o vulto de uma pessoa se afastar rapidamente para não ser atingido pela placa de madeira, mas sou mais rápido e agarro-a pelo pescoço e lanço o corpo de costas no chão.

    -- Como você pôde? - Grito na cara dela - Como?

 

    O corpo se debate abaixo de mim, as mãos inutilmente tentando afastar as minhas.

 

    -- M-me... A-ajudem! - É somente quando ouço o pedido esganiçado que presto atenção à cena.

 

 

    Quem se encontrava abaixo de mim não era Lilly Bennett e sim, uma camareira do hospital. E minhas mãos a enforcavam fortemente.

    Solto-a de imediato. Ela inspira a maior quantidade de ar que consegue rapidamente. Ela olha para mim e começa a chorar.

 

   -- Me desculpe. Por favor, me desculpe. - Olho para a minha direita, para a entrada do quarto de Gabe. A porta está aberta e ele me olha com grande terror. Lanço-lhe um olhar de piedade, mas ele o rejeita e começa a gritar, chamando por ajuda.

 

    Cerro os olhos e viro a cabeça para a esquerda. Quando finalmente os abro, vejo as najas se rastejando corredor afrente. E é então que corro. A única coisa em que consigo pensar é em matá-los. E é o que estou gritando enquanto os persigo.

    Atropelo um paramédico e o faço derrubar uma pasta cheia de prontuários. Peço desculpas, me recomponho e volto ao ritmo anterior. Apesar de eles estarem bem mais adiantados, consigo ouvir perfeitamente as risadas maléficas deles. Isso só me dá ainda mais vontade de alcançá-los.

    Nas escadas, pareço estar participando de uma prova de corrida com obstáculos. Enfermeiras, Doutores, pacientes e faxineiras. Não são muitos, mas são suficientes para me atrasar.

    Quando chego ao saguão de atendimento, eles já não estão mais lá. Pergunto para uma recepcionista se ela os viu e ela me diz que haviam acabado de sair com um carro cantando os pneus.

    Fico me perguntando o porquê de os seguranças não terem barrado duas pessoas correndo e rindo como loucas pelo hospital. Tremenda é a irresponsabilidade.

 

(...)

 

   Depois de ter uma longa conversa com alguns policiais, acabou que não sofri punições. Tive que dar descrições à eles de como são Lilly e Ethan para que eles fizessem um retrato falado de ambos e impedissem que eles voltassem a entrar nos perímetros do local. Não sou de acreditar em intuição, mas alguma coisa me dizia que nada disso seria necessário. Eles não ousariam colocar os pés aqui novamente. Lembro-me muito bem do que Lilly dissera antes de sair: "E nós nos veremos de novo". Ela falou aquilo com tanta confiança, mas não creio que estivesse se referindo a vê-lo ali dentro do hospital.

    Depois que sou liberado, procuro me informar sobre a camareira que eu havia esganado por engano. Dão-me o número de um quarto e vou até lá para visitá-la.

    Quando chego ao quarto indicado, uma doutora está de saída.

 

    -- Como ela está Doutora? - Pergunto.

    -- Viva, se é o que você quer saber. - Caramba, alguém acordou com o pé esquerdo - Ela não vai conseguir falar por no mínimo três semanas. As cordas vocais incharam bastante, mas não terá sequelas. Demos à ela um anestésico para a dor, então, se quiser vê-la tem que ser agora.

    -- Por quê?

    -- Porque também tivemos que dar-lhe um calmante, para se recuperar do susto. Então, quando ele fazer efeito, ela vai estar muito dopada.

    -- Obrigado. - Agradeço-a entrando no quarto.

    -- Imagine. - Ela diz.

 

    Ela está olhando para mim. Não parece estar assustada ou com raiva. Muito pelo contrário. Dou graças a Deus e sento-me ao seu lado.

 

    -- Gostaria de me desculpar novamente. - Faço uma pausa - Deveria ter lhe ajudado no momento em que havia feito aquilo, mas... Estava tão absorto no ódio, que a única coisa em que estava pensando era em pegar aqueles dois.

 

    Ela pega a minha mão direita que estava sobre o colchão e quando olho para o seu rosto ele está transmitindo calma. Ela sorri, fecha os olhos e balança a cabeça negativamente. Sei exatamente o que ela está querendo me dizer. Ela aparenta ter uns cinquenta e oito anos. Uma boa pessoa.

 

    -- Aquela garota mandou que a senhora abrisse a porta, não foi? - Ela acena positivamente - Ela sabia que eu estaria descontrolado. Ela me fez machucar você.

 

    Quando olho para ela novamente, seus olhos estão aparentemente pesados, e ela parece esforçar-se para mantê-los abertos.

 

    -- Espero que se recupere logo. - Digo e me levanto. Ela fecha os olhos e cai no sono. Eu saio do quarto.

 

    Vou direto para a sala onde observo Gabe, mas só é preciso virar o último corredor para saber que nada nunca está tão ruim que não possa piorar.

    Há uma movimentação ali e vejo Gabe sentado em uma cadeira de rodas sendo empurrado por uma mulher enquanto o Dr. Davies os acompanha.

 

    -- O que está havendo aqui? - Não me preocupo em ser educado.

 

    Davies me chama num canto, mas pede para que a mulher continue com Gabe.

 

    -- Lucas... Eu tentei. Muito. - Ele parece estar falando a verdade, mas... Sobre o que?

    -- Desculpe-me Doutor, mas o que foi que o senhor tentou?

    -- Fazer com que ele tirasse essa ideia da cabeça.

    -- Que ideia?

    -- Ele pediu para ser transferido para outro quarto.

    -- Co-Como assim?

    -- É isso mesmo. Sinto muito.

 

    Corro atrás dala e de Gabe. Quando os alcanço, coloco-me em suas frentes.

 

    -- Gabe... Por que isso agora?

    -- Pare de me chamar assim garoto! - Ele não tem piedade na maneira como fala comigo - Me chame de Gabriel ou não volte a se referir a mim.

    -- Tudo bem. Que seja. Agora, porque tudo isso?

    -- E você ainda pergunta? Cara, você acha que eu ou um animal num zoológico para você ficar me observando através de um vidro?

    -- Não, não é isso. Você não me permitia vê-lo quando eu mais precisava te ver. Foi a única solução que encontramos.

    -- E a minha privacidade, onde fica?

    -- Gabe... Não tem uma única coisa sobre você que eu não saiba; e não tem uma única parte do seu corpo que eu não conheça; gosto ou mania que você tem.

    -- PARA DE ME CHAMAR ASSIM. - Ele berra e todos olham para nós - VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM. CHEGA DE MENTIRAS GAROTO. VOCÊ JÁ FOI DESCOBERTO.

    -- Eles estavam mentindo. – Digo com voz fraca.

    -- Me pareceu que eles foram as únicas pessoas a me falarem algo que realmente faça sentido.

    -- E você caiu na armadilha mais rápido que um rato na ratoeira.

    -- Eles me falaram que você seria capaz de qualquer coisa para me ter. Como explica o que fez com aquela pobre mulher?

 

    A imagem do rosto horrorizado de Gabe no momento em que eu enforcava a camareira volta como um flash na minha cabeça.

 

    -- Gabe você não entende.

    -- Não, é você quem não entende. Já disse pra não me chamar assim, mas você continua. Estava me vigiando como um animal naquele quarto, mas é você quem deveria ser tratado como um, porque é o que você é. - Não há nada do velho e amável Gabe naqueles olhos cor de mel - Me leve daqui enfermeira.

 

    Eu caio de joelhos ali mesmo. Não consigo acreditar que tudo seja real.

    Sinto as mãos do Dr. Davies em meus ombros e quando ergo a cabeça, vejo minha mãe encostada na parede olhando tristemente para mim. Ela dá alguns passos e me estende as mãos. Eu as aceito e ela me ajuda a levantar. Nós sentamos em um banco que tem do lado de fora de cada quarto.

 

    -- Você deveria ir para casa, Luck.

    -- Esse é o meu campo de batalha mãe, e não estou conseguindo vencer a guerra.

    -- Eu sei filho, mas às vezes até o General tem que se afastar do campo para estudar melhor as suas estratégias. Estou sugerindo que descanse um pouco.

    -- Não consigo deixá-lo aqui.

    -- Mas precisa. Luck, Baker Harrison precisa de você. - A menção ao nome me trás de volta a realidade.

    -- Poxa vida mãe, havia me esquecido do cavalo.

    -- Eu e o seu pai demos comida e água e o levamos para dar uma volta, mas não entendemos nada de cavalo. Só você pode fazer o resto.

    -- A senhora tem razão. Preciso dar um tempo aqui.

    -- Quer uma carona para casa?

    -- É... Pode ser.

 

(...)

 

    Baker Harrison fica todo agitado quando me vê. Relincha alto e várias vezes seguidas erguendo-se nas patas traseiras.

 

    -- Hey, Garotão. Eu também estava com saudades. - Digo isso passando a mão direita sobre o seu focinho enquanto a esquerda permanecia no bolso do meu moletom college.

 

    Dou-lhe um bom banho e depois lustro seus pelos. Dou comida e água e guardo um pouco numa mochila. Depois eu mesmo subo para tomar um banho. O banheiro me trás recordações que chegam a ferir no momento. A necessidade de ter Gabe aqui agora é tão grande que preciso me “aliviar”.

    Dez minutos depois e já tenho o controle de novo.

    Vou para o quarto e visto uma roupa de montaria mais casual. Aviso minha mãe que estou de saída e saio galopando com Baker Harrison.

 

(...)

 

    Quando chego, o pôr do sol está para começar.

    Estou na colina que Gabe e eu costumávamos vir quando mais novos, na pré-adolescência. Nada mudou por aqui. A visão que temos da cidade é impressionante. Fico me perguntando se alguém lá embaixo consegue me ver aqui em cima, porque eu quase não consigo vê-los.

    O Sol começa a ficar dourado e as construções menores como casas, lojas e padarias, são engolidas pelas sombras da maiores como prédios e arranha-céus.

    Por um instante, pareço estar olhando para uma enorme barra de ouro que derrete e forma um mar.

    Lembro-me da última vez em que estive aqui com ele.

 

(Lembrança ON)

 

     Gabe está de olhos fechados. Nós temos a mesma idade praticamente, mas ele sempre pareceu ser mais novo que eu. Eu com catorze e ele com treze.

    O Sol toca-lhe a face com delicadeza, e ele parece estar bem relaxado.

 

    -- Como será que vai ser daqui a alguns anos, Gabe?

    -- Não sei Luck. Prefiro não saber o futuro. Pode estragar toda a surpresa.

    -- Interessante. Nunca havia pensado dessa forma.

 

    Silêncio.

 

    -- Será que eu e você teremos filhos?

    -- Você eu não sei, só quer saber de Rugby. Se arranjar uma esposa os filhos serão bolinhas. - Ele ri e eu solto a maior gargalhada.

    -- Fico imaginando isso. Não é legal.

    -- Eu não penso em casar. Sei lá, é muita responsabilidade.

    -- Mas e os meus sobrinhos Gabe?

    -- Im sorry. - Ele ri.

    -- Eu gostaria de ter dois meninos. Seria bem mais fácil cuidar. Não se preocupar com os garotos entende? - Agora eu rio.

    -- Entendo. - Ele fala enquanto ri.

 

    Silêncio de novo.

 

    -- Eu gostaria de ter gêmeos.

    -- O que? - Estava distraído e peço que ele repita.

    -- Se eu tivesse filhos sabe... Gostaria que fossem gêmeos. Dois garotos também, mas gêmeos.

    -- Nunca tinha pensado em gêmeos, mas é... Seria uma boa também.

    -- Se você tiver gêmeos, saiba que eles serão bastante paparicados. Eu amo gêmeos de um modo que não sei explicar.

    -- Imagino.

   

    Depois disso eu me deito na grama e adormeço. Quando acordo o céu já está azul escuro. Olho ao redor procurando Gabe, e o vejo agachado perto de uma árvore grande.

 

    -- O que você está fazendo ai? - Ele se assusta.

    -- Nada. Quer ir embora?

    -- É melhor irmos, já está escuro.

    -- Tudo bem.

 

      Pegamos nossas coisas e vamos embora.

   

(Lembrança OFF)

 

    Eu nunca pensei em ir ver o que ele estava fazendo perto da árvore. Depois daquele dia nós nunca mais nos falamos como de costume.

    Ele dizia que isso poderia acontecer, mas eu nunca lhe dava ouvidos. Ele me dizia que eu estava ganhando massa muscular muito rápido para a minha idade e que isso mão passaria despercebido. Dizia que eu era o tipo "colírio para os olhos" das meninas e que não demoraria até que um grupo popular me sugasse. E foi o que aconteceu. Ele dizia que quando isso acontecesse, seria como se tivessem construído uma nova ala no seu inferno particular.

    Abro os olhos. O Sol já se foi. O céu ganhara uma cor alaranjada. "Laranja pôr-do-sol", como Gabe costumava dizer. Sua cor preferida em segredo.

    Olho para a árvore. Ela continua tão viva. Levanto-me e vou até ela. Procuro algo que não sei se existe, mas encontro.

    A planta tinha algumas raízes que saíam do solo e depois entravam novamente. E foi numa dessas raízes que eu encontrei.

    Era como escritas antigas numa parede de caverna, feita anos atrás por civilizações que viveram neste mundo. A pedra que ele usara ainda estava ali no chão. Perece que o tempo havia feito questão de deixar tudo como ficara.

    Duas iniciais, unidas por um coração que as protegia dentro dele: L & G.

    Qualquer um que visse aquilo poderia pensar na famosa marca de eletrônicos, ou na cantora pop Lady Gaga, mas eu sabia que não era isso.  E ele especificou. Mais embaixo ele havia escrito o shipper dos nossos nomes: Lucael.

    Ele já gostava de mim desde aquela época. Como eu nunca notei?

    Mais embaixo, encontrei outra coisa, e fiquei feliz em ver que tinha a ver com a nossa conversa daquele dia.

    Lágrimas se formam em meus olhos, então me afasto.

    Baker Harrison havia se deitado sobre as patas então lhe ofereço comida e água. Eu, como uma das maçãs que trouxera na mochila.

    Estendo um colchonete ao lado do cavalo. Ele emana um calor aconchegante e devido ao cansaço, pego no sono mais rápido do que eu esperava.

 

(...)

 

    Acordo assustado com os relinchos de Baker Harrison.

    Levanto-me rapidamente para ver o que está acontecendo, mas fico aliviado em ver que ele só está se divertindo. Uma boa noite de sono somada à grama e o ar fresco da manhã renovaram as energias dele. Isso me faz sorrir, mas queria que fosse assim comigo também.

    Recolho todas as coisas e monto em suas costas. Quero voltar ao hospital.

    Chego em casa e deixo Baker Harrison no estábulo. Tomo outro banho e troco de roupa. Peço carona ao meu pai e saímos às onze horas da manhã.

    Entro e já peço informações sobre para qual quarto Gabe havia sido transferido. Assim que a atendente consegue a informação, eu a agradeço e dirijo-me ao quarto.

     Pode parecer que na minha vida as coisas são diferentes todos os dias, mas é só eu virar o corredor e o filme do dia anterior se repete.

    Quando Gabe usara a expressão "construir uma nova ala no meu inferno particular", eu não entendi de imediato, mas desde que todo esse episódio se iniciou na minha vida, aquela expressão começou a fazer mais sentido e o que eu vi assim que virei o corredor provavelmente foi o suficiente para construir um novo andar inteirinho no meu inferno particular.

    Virando o corredor, dou de cara com Gabe saindo do quarto vestido com outra roupa e não mais com o roupão do hospital. Tudo bem... O que isso tem de ruim? O que tem de ruim é que ele não estava sozinho. Logo atrás dele estavam seus pais. 


Notas Finais


E então, o que acharam?
Comentem, por favor.
Um grande abraço e até o próximo.


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