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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Caras ou Coroas


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olha eu aqui de novo... Eu disse que ia manter uma regularidade...
Agora sempre vou abrir a semana de vocês assim... Ashaushuashua
Bom, espero que gostem desse capítulo.
Sem mais delongas... Boa Leitura!

Capítulo 6 - Caras ou Coroas


P.O.V. Gabriel

 

    Precisei reunir muita coragem para fazer-lhe aquele pedido. Sorte a minha que ele ainda quer tentar esclarecer as coisas, e, portanto, aceito de imediato o pedido.

    Estou a quase dez minutos esperando no andar de baixo, quando ele desce limpo e trocado.

 

    -- Minha mãe te incomodou muito? - Ele me pergunta com um sorriso de canto.

    -- Não, como poderia? Ela é uma pessoa incrível.

    -- Hum, obrigada. - A Sra. Baker agradece atrás de mim. - Pelo menos alguém aqui reconhece isso.

    -- Ora mãe, você sabe que eu reconheço isso também. - Lucas tenta se defender.

    -- Sim filho, eu sei disso. - Ela vai até ele e envolve-o em um abraço e depois lhe da um beijo na bochecha.  - Vejam se tenham cuidado e divirtam-se okay? - Ela deseja. Eu observo a cena com muita atenção. Se isso é um verdadeiro carinho de mãe e filho, por que na minha casa era tão diferente, já que eles afirmavam insistentemente que me amavam... Que eram eles que me amavam de verdade? Fico pensando se havia mesmo possibilidade de uma família como a de Lucas estar mentindo para mim.

    -- Okay. - Ele diz já saindo pela porta. Antes que eu também possa sair, sua mãe me segura delicadamente pelo braço.

    -- Obrigado por dar essa oportunidade a ele. - Ela começa a dizer com lágrimas se formando nos olhos. - Você é muito especial para o meu filho... Não queremos te perder.

 

    Por um momento, fico apenas olhando aquela mulher e depois digo:

 

    -- Não posso lhe prometer nada, mas estou aqui para tentar. Vocês são boas pessoas e vou procurar uma maneira de recompensá-los pelo modo como os tratei.

 

    A Sra. Baker apenas assente com a cabeça e envolve-me num caloroso e apertado abraço. Ela afunda o rosto em meu ombro e logo depois se desvencilha.

 

    -- Agora vá... Já segurei vocês demais. - Eu não queria deixar aquela sensação. Aquele abraço foi tão bom, tão verdadeiro. Mas eu precisava ir. Olho para trás e vejo Lucas já dentro do carro, aguardando-me.

    -- Tudo bem... Até mais tarde então. - Despeço-me dela.

    -- Até mais tarde querido.

 

    Então eu desço os poucos degraus da varanda e percorro o pequeno caminho de ladrilhos de cimento em uma cor cinza-claro que cortava o quintal desde a escada da varanda e levando até o portão da cerca.

    Entro no carro e coloco o cinto. Baixo o vidro para acenar para a Sra. Baker, que ainda está lá, encostada no batente da porta esperando nossa partida. Lucas só dá dois toques de buzina para ela e então, dá a partida.

 

P.O.V. Luck

 

    Eu não conseguia acreditar que ele realmente estava ali.

    Antes eu sentia como se esse dia nunca fosse chegar, porém, minha alegria só ia até certo ponto.

    Gabe ainda não se lembrava das coisas. Ele não sabia quem eu era de verdade. Naquele momento eu era apenas Lucas Baker, um garoto qualquer com uma versão de uma história qualquer, que ele ainda decidiria se era verdadeira ou não.

    As palavras do treinador ainda ecoavam em minha mente. Eu tinha que tentar.

 

    -- Então... Aonde quer ir? - Pergunto, dando á ele a liberdade de escolher a programação do dia.

    -- O que? - Ele fica de bochechas coradas - Ah, não. P-Pode decidir você. O que escolher está bom para mim. - Ele gagueja envergonhado.

    -- Eu falei sério. - Digo entre risos - Quero que você escolha.

 

    Ele me olha meio perdido. Eu retribuo o olhar, como que esperando uma resposta. Ele ainda tenta resistir, mas depois que tanto insisto, ele dá uma sugestão.

 

    -- Que tal um cinema? - Ele encolhe os ombros como se eu fosse atacá-lo. - Podemos descontrair um pouco, e depois conversamos o que precisamos conversar.

    -- Ótima ideia. - Digo mudando o curso do carro e indo em direção ao Shopping.

    -- Sério? - Ele parece desconfiar de mim.

    -- Mas é claro. Você ficou muito tempo preso dentro daquela casa. Quero que se divirta um pouco.

 

   Ele parece olhar para mim como se estivesse tentando me decifrar. Como se procurasse algo de suspeito. Mas quando ele me lança um sorriso, e volta a encostar as costas no banco, sei que ele chegou à conclusão de que estou sendo sincero.

 

(...)

 

    -- Uaaaaaau. - Gabe impressiona-se com o tamanho do Shopping assim que passo pela cancela eletrônica da entrada do estacionamento - Então... Isso é um Shopping?

    -- Sim. - Respondo-lhe - Saiba que esse era um dos seus locais prediletos para um rolezinho qualquer.

    -- Role... Zinho? E o que é isso? - Ele faz uma cara engraçada para expressar sua dúvida.

    -- É uma gíria. Quer dizer a mesma coisa que sair para andar com os amigos só para curtir. Dar um rolê.

    -- Ahhh entendi. Que gíria mais complicada em? - Eu rio um pouco enquanto estaciono o carro. - Mas enfim... Se esse "era" um dos meus locais preferidos para fazer o tal rolê, tenho que ressaltar que voltou a ser, kkk.

 

(...)

 

Lá dentro, Gabe sente-se entorpecido com a variedade de coisas para olhar.

Ele me pergunta se podemos passar em todas as lojas e é claro, eu respondo que sim, e sou novamente presenteado com aquele sorriso amistoso e aquele olhar de quem agora tem mais motivos para confiar em mim.

Depois que Gabe já havia visto tudo e eu lhe comprara de presente algumas coisas que ele havia gostado muito, fomos até a bilheteria do cinema e escolhemos o filme. Gabe se interessou em um que me deixara na dúvida se era pelo filme em si, ou se era pelo ator que ele vira no pôster.

Deixei minha dúvida de lado (e minha pontinha de ciúme) e comprei os ingressos junto com as pipocas e refrigerantes.

Gabe de repente me surpreende com uma pergunta.

 

-- Por que não pediu apenas um de cada?

-- Como é?

-- A pipoca e o refri... Por que não comprou apenas um de cada?

-- Ah, e-eu... É... - Gaguejo - Não sei. Achei que você gostaria de ter a sua.

-- Compreendo, mas eu sei dividir, okay? Não me incomodaria em fazê-lo com você.

 

Tudo o que consigo é apenas acenar que sim com a cabeça e fico me perguntando se devo ou não dizer a ele que quem costuma dividir a pipoca e o refri no cinema, são, geralmente, os casais. Mas resolvo não lhe dizer nada.

Assim que uma mulher confere nossos ingressos, ela nos oferece os óculos 3D e diz para que direção fica a sala correspondente ao nosso ingresso, já que aquele cinema era enorme. Então nós nos dirigimos para lá.

 

(...)

 

O filme durou em torno de 02h15min. Gabe saiu super entusiasmado da sala, dizendo o quanto havia gostado.

 

-- Caramba, aquela tela era enorme.

-- Sim, chama-se IMAX. - Explico a ele - Você tem quase que uma visão de 180° do filme. Realmente uma experiência incrível.

-- E essa coisa de 3D... Faz tudo sair da tela. Isso é demais. Não vejo a hora de voltar e ver outro filme.

-- Se depender de mim Gabe... Você vai vir muito mais do que mais uma vez.

 

Essas palavras saem automaticamente e são tão verdadeiras quanto o Sol, a Lua e as estrelas.

Gabe fica me olhando e sinto um rubor nas minhas bochechas.

 

-- Obrigado. - Ele diz finalmente.

-- Imagine. - Eu respondo.

 

Decido passar na praça de alimentação para comermos um lanche. Como sei que ele costumava não gostar do Mc Donald's, levo-o direto ao Burger King.

Ele escolhe o lanche e a bebida e então peço a mesma coisa.

 

-- Você não tem preferência própria? - Ele me questiona.

-- Ha Ha, mas que audácia... - Brinco.

-- Nossa... - Ele se espanta, reparando no duplo sentido que havia tido a sua pergunta - Me desculpe. Eu não queria parecer rude.

-- Estou tirando uma com a sua cara, Gabe. Relaxa.

 

Ele suspira aliviado, mas continua me olhando.

 

-- O que foi? - Pergunto.

-- Estou esperando sua resposta.

-- Ah, claro. Já havia me esquecido de sua pergunta. - Me defendo - Mas então, preferência eu não tenho, mas toda vez que escolho algo pelas minhas próprias conclusões, no final, a única conclusão à qual eu chego, é de que joguei meu dinheiro fora. E acabei aprendendo que você é ótimo em escolher as coisas, portanto, passei a escolher sempre as mesmas coisas que você. E tem funcionado.

-- Você tem bem mais coisas para falar de mim do que minha própria família. - Gabe desabafa - É por isso que eu queria conversar com você.

-- Mas você acredita que tudo o que eu digo é realmente a verdade?

-- Eu acredito que é impossível alguém criar toda uma história falsa sobre uma pessoa. - Ele diz um pouco ríspido - Você trás as coisas aos pouco pra mim, conjugando-as com o momento que estamos vivendo, e quando olho dentro dos seus olhos, eu não vejo dificuldade neles, apenas uma suavidade de quem tenta se lembrar ou de quem se recorda perfeitamente de tudo que está dizendo.

 

Eu nunca havia visto Gabe falar daquela forma e fico paralisado perante aquele desabafo.

 

-- É diferente com a minha família. Sempre que eles falam do passado é uma bagunça: eles gaguejam demais e caem em contradição se falam de um mesmo assunto mais que duas vezes. Algumas histórias parecem decoradas e não há emoção alguma em suas palavras. Acho que isso deveria ser o mínimo, já que é do próprio filho que eles estão falando. Muito pelo contrário, seus olhos permanecem fixos como quem tenta dizer exatamente o que deve dizer, sem correr o risco de deixar algo para trás.

-- Eu imagino o quanto deve ser complicado. - Digo.

-- É mais que complicado, Lucas. É a sua própria família mentindo para você e o pior é que eu não sei se realmente estão mentindo. Essas coisas que falei... Quem garante que eles não são assim mesmo? Eu não me lembro do antes, como posso querer questionar o agora?

-- Eu não faço ideia. Mas agora, o único que pode decidir em quem confiar é você. Se parece certo ou errado, você deve seguir os seus instintos.

 

 Ele abre a boca para começar a falar algo novamente, mas uma garçonete o interrompe.

 

-- Aqui está senhores. - Ela coloca duas bandejas na mesa - Tenham uma ótima refeição.

-- Obrigado. - Gabe e eu agradecemos ao mesmo tempo.

 

Concordamos em deixar aquele assunto de lado enquanto comíamos.

Como eu havia dito, o lanche que ele escolhera estava ótimo e ele também achara o mesmo.

Terminando, a garçonete perguntou se queríamos mais alguma coisa e dissemos que não. Então paguei a conta e fomos embora.

 

(...)

 

Na volta, Gabe estava mais quieto do que na vinda. Tentei puxar assunto com ele algumas vezes, mas sem sucesso. Resolvi deixá-lo quieto.

Depois de algum tempo decidi perguntar onde ele queria ir para conversarmos.

 

-- Eu gostaria de dizer algum lugar, mas eu não me lembro de nada esqueceu? Não me lembro da cidade também.

-- Mas é claro. - Respondo um pouco chateado com o sarcasmo com que ele dissera aquilo.

 

Já estava tarde demais para levá-lo à campina. Até chegarmos lá, logo já escureceria e teríamos que ir embora, então resolvo ficar em uma praça ali por perto.

Estaciono o carro e vamos caminhando na busca por um banco para nos sentarmos.

 

-- Me desculpe. - Ele pede.

-- Pelo que? - Eu sabia exatamente a o que ele se referia, mas queria ouvi-lo dizer.

-- Pelo modo como agi nesse meio tempo do Shopping até aqui.

-- Tudo bem Gabe. Eu entendo seus motivos, mas você tem que tomar um pouco mais de cuidado com o modo como você age quando está assim. Você pode acabar magoando alguém que realmente se preocupa com você.

-- Eu te magoei?

-- Nesse momento, não.

-- Mas você é uma das pessoas que realmente se preocupam comigo?

-- O que você acha? - Como sempre, deixo que ele responda as suas próprias perguntas.

-- Eu acho que sim. Levando em consideração tudo o que você fez hoje e o tanto que gastou comigo...

-- Então, eu acho que sou. Mas qualquer um poderia ter feito o mesmo. O que me faz diferente?

-- Você é sincero... - Ele faz uma pausa - Você nunca se atrapalha em falar sobre mim e responde minhas perguntas de prontidão. Isso não lhe dá tempo para inventar coisas.

-- Mas ainda assim, você não tem certeza das coisas. - Ressalto.

-- Exatamente. Mas com você, sinto que as chances de as coisas serem verdadeiras são bem maiores.

-- E o que faz você achar isso?

 

Ele para de andar e só percebo quando estou a três passos de distância dele.

Gabe olha fixamente para o chão, e sei que o que o deixou assim foi a minha pergunta.

Reparo em volta e avisto um banco livre a uns poucos metros a frente. Chamo-o pra que me acompanhe. Ele sai do transe e me segue.

O banco da de frente para um lago, onde alguns cisnes nadam alegres enquanto algumas famílias os alimentam com migalhas de pão. O local está perfeito.

 

-- Você não precisa responder minha última pergunta se você não quiser.

-- Meus pais me disseram muitas coisas, Lucas, mas ainda faltam muitas outras que eles se recusam.

-- Como o que?

-- O porquê de eu ter ido parar no hospital.

-- Acho que disso nem eu quero falar. - Só de me lembrar daquela noite, Gabe caído naquele beco, minha cabeça dói e meus olhos ameaçam romper em lágrimas.

-- Por que é que todo mundo foge desse assunto?

-- Não é questão de fugir Gabe... Não sei o motivo pelo qual os seus pais escondem isso de você, mas o meu, é para te proteger. Se considerado o fato de que você não se lembra, isso chega a ser bom.

-- Como pode ser bom?

-- Digo referente apenas a essa parte em questão.

-- E se eu estiver decidido a saber o que houve antes de eu acordar no hospital?

-- É um direito seu.

-- Então, se eu te pedir você não pode negar.

-- Gabe...

-- Lucas, se você quer mesmo me ajudar, por favor, me conte. Eu já entendi que você quer me proteger e eu agradeço, mas no momento proteção não irá me ajudar.

 

Fico paralisado diante daquelas palavras, tentando decidir se conto tudo como realmente acontecera, ou se invento alguma outra história pelo menos por hora.

Nesse instante minha consciência me acusa. No que eu estou pensando? Gabe já está nessa situação porque ninguém quer lhe contar a verdade e ficam inventando histórias na esperança de que ele acredite que aquilo é fato, agora estou eu aqui, ponderando a ideia de inventar algo que dizer para ele.

 

-- Lucas... - Ele chama por mim, já que devo estar daquele jeito característico que as pessoas ficam quando estão num pensamento muito profundo: olhos sem piscar, fixos num ponto longe e inexistente e corpo inerte como se o tempo para mim tivesse parado. É então que minha boca se abre.

-- Festa...

-- O que?

-- Estávamos em uma festa no dia que aconteceu.

 

Ele não diz nada, apenas fica me olhando, o que deduzo, seja um modo de dizer que devo continuar.

 

-- Eu havia cometido o pior erro da minha vida naquela noite, o que acaba fazendo eu me sentir culpado pelo que te aconteceu.

-- Que erro foi esse?

-- Eu te convidei para ir junto comigo, mas não te falei que tinha te arranjado uma garota para que tivesse a sua primeira vez.

-- Espera... Você armou um jeito para que eu perdesse minha virgindade?

-- Sim... Mas não aconteceu... Gabe, eu não sabia até aquele instante.

-- Não sabia o que?

-- Sobre você... E sobre mim também.

-- Do que... - Não deixo que ele continue.

-- Foi por essa razão que você foi embora às pressas. Quando me dei conta do que eu tinha feito, fui te procurar, mas você não estava mais lá. Então sai como um louco pela cidade e avistei um aglomerado de pessoas num beco. Uma ambulância cortou a avenida a toda a velocidade e só foi parar quando chegou até aquele local. Eu sabia, por alguma razão, que ia te encontrar ali. E foi dito e feito.

-- Ah, eu saio da festa e vou me juntar a uma multidão num beco da cidade...

-- Não Gabe... Na verdade, era por sua causa que aquela multidão havia se reunido ali.

-- Como assim?

-- Você tinha sido espancado Gabe...

 

Até hoje, não encontro palavras para descrever a expressão que tomara conta de seu rosto, mas uma coisa que seus olhos deixavam claramente visível era que uma parte bem pequena dele acreditava no que eu estava dizendo, quando todo o resto de seu ser queria negar aquilo.

 

-- Espancado? - Ele faz uma pausa - Por quem... E por quê?

-- Alguns garotos do colégio.

-- Quais?

-- Nós não sabemos todos.

-- Todos? Então sabem de algum?

-- Não foi isso que eu quis dizer...

-- Foi exatamente o que você disse. Me fala Lucas... Me diz quem foi... - Ele começa a se exaltar.

-- E... Ethan e alguns colegas dele. Acreditamos que Ethan tenha liderado o bando.

 

Gabe se levanta e começa a andar de um lado para o outro.

 

-- Ethan...? Ethan...? ETHAN?! - Ele grita. Algumas pessoas olham para nós - O cara que aparece lá na minha casa de vez em quando dizendo que ele e a namora são meus verdadeiros amigos. Ethan, o cara que me diz o quanto vocês dois se odeiam porque disputam o mesmo cargo idiota em um time de Rugby. O cara que me diz o quanto a vida dele virou um inferno porque você sempre quis ser mais que ele...

-- Como é que é? Você só pode estar brincando...

-- Ethan, o cara que me diz o quanto você é obcecado por mim e que faria de tudo pra me ter...

-- GABE, PARA! - Não aguento escutar uma só palavra mais.

-- Me diz Lucas... Por que foi que ele liderou um bando de garotos para me espancar?

 

Depois de tudo o que ele disse, seu olhar se tornara frio. A última parte ainda estava bem clara em minha mente: "o quanto você é obcecado por mim e que faria de tudo pra me ter...". Por mais que eu tente dizer para mim mesmo que está tudo bem, eu sei que não está. Gabe não disse essas coisas por acaso, e o que estou prestes a lhe dizer, só reforçará a ideia que Ethan criou sobre mim.

 

-- LUCAS?

-- POR SUA CAUSA... POR MINHA CAUSA... POR NOSSA CAUSA. ETHAN LIDEROU ALGUNS GAROTOS PARA TE ESPANCAR PORQUE VOCÊ É GAY. PORQUE EU SOU GAY... E PORQUE NOS AMÁVAMOS. - Não aguento mais e as lágrimas rompem meus olhos.

-- Não... Isso não está acontecendo. Essa história de novo não...

-- Por que você custa a acreditar? Você me pede para contar minha versão, acredita em tudo, mas quando chego nessa parte... Nessa tão crucial e verdadeira parte, você tenta tanto negar? QUAL É GABE?

-- EU NÃO SOU GAY. PARA COM ISSO.

-- SIM, VOCÊ É. E EU TAMBÉM SOU.

-- Esquece Lucas... Foi uma péssima ideia falar com você, eu sabia... - Ele começa a andar.

-- Espera... Para onde você está indo?

-- Pra casa. - Vou atrás dele e seguro-o pelo braço. No mesmo instante ele se desvencilha de mim com um ódio que eu nunca tinha visto e eu perco o equilíbrio, caindo sentado no chão.

-- Me deixa te levar de volta...

-- Não. - Ele também está chorando - Não venha atrás de mim... Não me ligue nem ouse me procurar mais. Eu não quero mais te ver na minha frente.

-- Gabe... - Minha voz sai esganiçada pelo choro. Ele vira-se e começa a correr... Fico sem reação, até que algo se passa em minha mente. E então eu grito: - A ÁRVORE, GABE... OLHE A ÁRVORE.

        Não sei se ele conseguiu me ouvir. Essa era minha única esperança. Com isso, afundo meu rosto na grama e não seguro mais o choro.


Notas Finais


E aí meus lindos e lindas, o que acharam?
Espero mesmo que tenham gostado.
Não esqueçam de comentar e me contar o que estão achando, quais são suas expectativas, suas reações ao lerem certas partes... Me contem tudo, por favor.
Espero vocês aqui para o próximo...
XoXo, seu autor talvez preferido... Ashaushuahsuah


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