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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - O Código


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olá meus lindos... Olha só... Vim um pouco mais cedo e trouxe o presente de natal de vocês: Um capítulo novinho em folha...
Bom, espero que gostem.
###### P.S.: Eu não sei como vou fazer para postar o próximo capítulo exatamente no Domingo que vem... Meu pai entrou de férias e vai ser meio complicado editar a história com ele aqui... Ele não pode nem saber da existência dessa história... Então, se eu não postar no domingo, tenham um pouco de paciência. ######
Obrigadu ^~^

Capítulo 7 - O Código


P.O.V Gabriel

 

Não consigo acreditar que aconteceu tudo de novo. Eu dei-lhe uma nova chance, mas ele preferiu jogá-la fora.

Como já havia dito a ele, não me recordo de uma única rua da cidade, portanto fico vagando sem saber exatamente para onde estou indo.

Ando pelo menos uns três quarteirões até que passo por um carro onde alguém parece me reconhecer.

 

-- Gabriel? - Uma voz feminina soa atrás de mim - Gabriel?

 

Paro de andar e olho bem devagar para trás, virando apenas o pescoço e olhando por cima do ombro. É Lilly quem está no carro. Ela abre a porta e vem até mim.

 

-- O que você está fazendo aqui

-- Tive uma conversa com meus pais e concordamos que eu poderia sair de casa quando eu bem entendesse.

-- Hãn... Tudo bem, mas... Onde você estava?

-- Isso não importa. - Sou um pouco rude.

-- Okay! - Ela olha para trás, para o carro, onde Ethan aguarda com os olhos fixos em mim - Quer uma carona?

 

Não digo nada. Não quero ter que dizer que estou perdido.

 

-- Bom, vou considerar o seu silêncio como um sim, então, venha.

 

Lilly me segura pelo punho e praticamente me arrasta para o carro. Ela abre a porta de trás para mim e eu me sento no meio. Logo depois me arrependo, pois, dali, Ethan consegue me observar pelo retrovisor. Seu olhar é penetrante e eu tento desviar a atenção. Lilly finalmente entra pela frente e ele liga o veículo.

Apesar de ambos tentarem conversar comigo, não abro a minha boca para nada, então eles desistem e conversam apenas entre si.

Finalmente chegamos a minha casa. Esforcei-me ao máximo para memorizar o caminho percorrido e acho que obtive sucesso.

 

-- Quer que entremos com você? - Ethan pergunta assim que saio do carro.

-- Não, obrigado. Não precisa se incomodar.

-- Mas não seria incô...

-- Já disse que não.

-- Está bem... - Ele liga o carro - Tenha uma boa noite.

 

Não respondo e nem agradeço, apenas sigo o ladrilho até a varanda e entro em casa. Lilly e Ethan seguem caminho.

Quando fecho a porta, encosto a testa na madeira rígida e forço-a contra o material, inquieto. E então...

 

-- Onde esteve? – A voz autoritária de minha mãe ecoa no silêncio da casa.

-- Não quero conversar agora.

-- Sei que combinamos que você poderia sair, mas isso não quer dizer que pode ignorar nossas perguntas ou que não nos deve satisfações quando lhe pedimos. - Desencosto a cabeça da porta e viro-me bruscamente para ela. 

-- Eu fui até um parque e fiquei numa praça. Satisfeita? - Começo a subir as escadas.

-- Que parque? - Ela ainda me questiona.

-- Dos dinossauros... - Respondo ironicamente. Entro em meu quarto e bato a porta, trancando-a logo em seguida.

 

Uma vez sozinho, começo a tirar a roupa, ficando apenas de cueca.

Num canto da parede, encontra-se um espelho de corpo inteiro. Coloco-me de frente para ele e fico ali, me olhando.

Mas não, não fico me admirando, até porque, não vejo nada em mim que seja admirável. Eu fico ali observando cada uma das marcas tão perceptíveis que tomam conta de quase todos os espaços.

Espancado? Será que seria mesmo esse o motivo pelo qual eu havia ido parar naquele hospital?

Bom... Talvez. Isso não é impossível. Muitas pessoas são espancadas a todo o momento em vários lugares no mundo. O que eu não acredito é no motivo pelo qual Lucas dissera que teriam feito isso comigo.

Olhando as marcas o ódio cresce dentro de mim. Então avanço contra meu reflexo no espelho, fazendo-o trincar em vários pontos, formando uma espécie de teia em sua superfície. Como se não fosse o bastante, agarro-o com ambas as mãos, arrancando o da parede e em seguida lanço-o contra o chão, e então inúmeros cacos se estilhaçam e se espalham pelo piso.

O barulho que ele faz é consideravelmente alto, porém, minha mãe não aparece.

Olho para o chão e fico ainda mais enfurecido, pois cada pedaço de vidro, grande o suficiente, reflete a minha imagem. E são muitos deles.

Vou agachando-me com as costas junta à parede e afundo o rosto nas mãos. Começo a chorar e são muitos os motivos. Minha cabeça roda sem parar e eu finalmente rendo-me ao cansaço, caindo no sono.

 

P.O.V Luck

 

Depois que algumas pessoas começaram a vir me perguntar sobre o que estava acontecendo e me cansei de dar explicações a elas, resolvi engolir o choro e ir embora.

Assim que entrei no carro notei a coisa ali.

Gabe foi embora, mas a sacola com as coisas que eu havia lhe comprado, tinha ficado dentro do carro.

Solto um som parecido com uma mistura de um grito com um grunhido devido à frustação, colocando as mãos no volante e encostando a testa em sua superfície. Fecho os olhos e tento colocar a mente em ordem.

Com a cabeça ainda reclinada contra o volante, giro o pescoço para a direita a fim de olhar novamente para a sacola e decidir o que fazer com ela. Então, algo logo me vem à cabeça.

Ligo o carro e saio dali.

 

(...)

 

Chego em casa por volta das 19h45min.

Estaciono o carro e dou uma passada no estábulo, onde estivera mais cedo, para desejar à Baker Harrison uma boa noite.

Ele já está dormindo, então tomo muito cuidado para não acordá-lo.

 

-- Boa noite, garoto. - Sussurro e fecho as portas. Entro pela porta da cozinha, ou, a porta dos fundos.

-- Boa noite meu filho... - Minha mãe me recebe com alegria me dando um beijo no rosto.

-- Boa noite, mãe. - Digo num tom de voz bem desanimado.

-- O que foi? - Ela me pergunta.

-- Nada não, eu só estou um pouco cansado.

-- Ah sim, claro. Sente-se, estou terminando de preparar a janta.

 

Primeiro vou até o armário e pego um copo. Da geladeira, retiro uma jarra de água. Só então é que me sento.

 

-- E então, como foi o dia? - Minha mãe ainda me questiona enquanto estou sorvendo um copo inteiro num só gole.

-- O dia foi bom. - Digo assim que engulo toda a água - Foi até um pouco melhor do que eu esperava.

-- Que maravilha. - Minha mãe nunca esconde suas emoções, muito menos, as finge - E ele acreditou no que você tinha para dizer?

-- Acreditou... Até certo ponto. - Não preciso explicar muito, e sou grato a ela por isso.

-- Ah sim, meu filho. Ele ainda não acreditou que é gay!

-- Exatamente.

-- Uma hora ele vai se lembrar, Lucas. Ou ele vai se lembrar, ou vai perceber. Ele não pode mudar isso, por mais que não queira aceitar.

-- Tudo bem mãe. Mas faltam apenas dois meses para o casamento... Se ele não se aceitar logo...

-- Filho, por favor... Olha para mim. - Ela coloca suas mãos em meu rosto e ergue minha cabeça, como sempre faz quando quer que eu olhe em seus olhos - Você o ama, e ele te ama. Não há nada mais forte que o amor e se, o destino quiser vocês dois juntos... Será. Você só não pode desistir.

-- Obrigado mãe... - Faço uma pausa - Está sendo tudo tão difícil...

-- E quem foi que te disse que seria fácil?

 

Fico sem resposta.

 

-- Pelo menos vocês se despediram de acordo?

-- Não. Ele foi embora assim que comecei a falar do assunto.

-- Sinto muito, querido.

-- Ahh... Tudo bem. - Tento convencer a mim mesmo.

-- Por que não sobe e toma um banho? Eu vou terminar de preparar a janta e assim que você descer, eu sirvo a mesa.

-- Tudo bem.

-- Então, combinado.

 

Deixo minha mãe na cozinha e subo para o meu quarto. Procuro não demorar no banho, para que não atrase a janta, por tanto, levo por volta de vinte minutos.

Quando desço, meu pai, que estava na sala, desliga a televisão e senta-se à mesa na sala de jantar. Cumprimento-o e sento-me a três cadeiras de distância dele.

A mesa é grande e retangular. No comprimento, que são os lados maiores, dois grupos com três cadeiras cada. Na largura, os lados menores, apenas uma cadeira em cada.

Meu pai senta-se sempre em uma dessas, e minha mãe, na primeira cadeira exatamente à direita dele.

Eu costumava me sentar na primeira cadeira à esquerda dele, de frente para minha mãe. Não me lembro de quando, mas aos poucos, comecei a mudar de lugar até estar afastado o suficiente deles, ou pelo menos, de seus olhares diretos.

Minha mãe termina de por a mesa, e senta-se no lugar que descrevi.

Meu pai nunca foi a favor de fazê-la servir o seu prato, portanto, ela não se incomoda mais.

Cada um tira o que quer comer, e o tanto que quer comer.

Eles começam a conversar e eu fico ali, em silêncio, apenas de corpo presente.

Apesar de eu ter todo o apoio de ambos quanto a minha sexualidade, meu pai nunca toca muito no assunto porque é algo do qual ele não partilha muito conhecimento. Sinto que às vezes ele queria poder falar mais, me aconselhar e conversar sobre como as coisas são para mim, mas a minha situação no momento não é das melhores. O primeiro cara de quem eu gosto é Gabe. Não estou numa relação com ele no momento, e apesar disso, também não saio pela rua para paquerar outros garotos. Então, não há muito para ele saber.

A minha mãe já é o contrário. Ela sempre quer saber de tudo. Não que ela seja intrometida, curiosa ou coisas do gênero, mas sim, porque ela consegue me ajudar mais nesse quesito. Ela sabe o que conversar, como conversar e se não sabe, ela pergunta e a partir daí, ela começa a formular o assunto.

Eles tentam me incluir na conversa que falam entre si, mas como não estou muito a fim de papo, eles continuam conversando sem mim.

Termino de comer e peço licença para me retirar da mesa.

Subo para o quarto e tento dormir um pouco, mas não estou com sono, apesar do cansaço, portanto, procuro algo para assistir.

Encontro um filme chamado "Orações por Bobby", e a sinopse me chama a atenção. Decido assisti-lo.

Como tenho uma pipoqueira no quarto, não preciso descer para fazer. O mini freezer também poupa o trabalho de ter que ir pegar um refrigerante.

A pipoqueira leva em torno de dez minutos para terminar de estourar o milho. Assim que ela encerra o processo, passo tudo para o balde de Velozes e Furiosos que comprei no cinema e tiro uma Pepsi para beber. Sento-me na cama e dou play.

 

(...)

 

Se alguém assistir a esse filme e conseguir não deixar uma só lágrima escorrer pelo rosto, é porque essa pessoa não tem coração. Eu mesmo acabei com toda uma caixa de lenços para assuar o nariz.

Provavelmente, eu acabei exagerando, mas deve-se pelo fato do quanto esse longa se assemelha a vida de Gabe.

E o final... Estou na dúvida se vou conseguir superá-lo.

Nada do sono.

Procuro por outro filme.

No navegador não encontro nenhum outro que me agrade, mas no YouTube, a busca me leva à um filme chamado "Shelter: De repente Califórnia", e é com ele que encerro a noite. Um filme que trás muitas coisas que tenho vontade de viver com Gabe. Um filme que me trás muita dor, por ser algo da ficção que se aplica perfeitamente a realidade.

 

P.O.V Gabriel

 

Acordo por volta das 23h40min, encolhido no chão gelado.

Ao apoiar minhas mãos no chão para me levantar, corto-as em alguma coisa, e só então me lembro do espelho estilhaçado pelo quarto.

Minha mente ainda está uma bagunça. Sempre esteve.

Pego um pedaço grande de vidro que está por perto e fico observando-o por um bom tempo. Olho para os meus pulsos.

As coisas que se passam em minha mente são tentadoras.

Coloco a ponta mais afiada do caco em minhas mãos rente a pele do meu pulso esquerdo, direcionando no sentido vertical do braço. Encosto-o na pele... Estou chorando de soluçar. Tento por várias vezes, mas acabo desistindo e jogo-o para longe, onde ele acaba se estilhaçando ainda mais.

Por mais que eu ache que estar morto poderia ser bem melhor, não consigo cometer tal ato contra mim mesmo. Não estou pronto para morrer. Eu não quero morrer.

Esfrego o rosto com as mãos e o sangue dos pequenos cortes ganhos anteriormente mistura-se com as lágrimas que escorriam de meus olhos.

Levanto-me, dessa vez apoiando as mãos em algum ponto no chão que estivesse livre de cacos e vou até o banheiro, onde lavo o rosto.

Logo acima da pia encontra-se um armário para guardar creme dental, escovas de dente, fio dental e afins. A esse armário está acoplado um espelho para o qual nem mesmo ouso dirigir o olhar.

Saio de lá e apago a luz. O quarto é tomado por uma escuridão não muito densa, graças à luz da Lua que entra pela janela.

Em poucos passos vou até lá e começo a observar o céu, que está limpo e estrelado, apesar do ar frio que está fazendo essa noite.

Baixo os olhos para a rua e então a grande árvore do outro lado da calçada entra em meu campo de visão.

De repente palavras tomam a minha mente: "A ÁRVORE, GABE... OLHE A ÁRVORE".

Foram as palavras que Lucas gritara para mim no momento em que saí correndo da praça e o deixei sozinho.

Ao mesmo tempo, lembro-me da noite em que avistei o vulto encapuzado esgueirando-se pelas sombras daquele lado da rua. Algo me dizia que era ele, mas eu nunca havia tido certeza sobre isso, até agora.

Vou até o guarda-roupa e pego um casaco.

Abro a porta com muito cuidado e desço as escadas na ponta dos pés, evitando ao máximo fazer algum barulho, já que meus pais já estão na cama e não estou a fim de acordá-los.

Pego a chave que está pendurada no porta-chaves do corredor e desativo o alarme.

Não tem uma única alma viva na rua, e eu avanço em direção à árvore.

Quando a alcanço, começo a vasculhar o seu tronco, mas está escuro demais para enxergar alguma coisa, então ligo a lanterna do celular.

Assim que a luz se acende, revelam-se no tronco alguns arranhões que parecem terem sido feitos com uma pedra lascada.

Prestando um pouco mais de atenção, noto que os arranhões são na verdade números, diversos deles, disposto em uma ordem estranha.

Havia três fileiras na vertical, dispostas uma exatamente ao lado da outra, cada uma com três números.

A primeira, tinha o 7 em primeiro, logo abaixo dele o 4 e abaixo deste o número 1. Na segunda fileira, a do meio, os números 8, 5 e 2 encontravam-se respectivamente na mesma ordem dos da fileira anterior, e assim também se encontravam os números 9, 6 e 3 na terceira e última fileira.

Não havia entendido nada. E como se não bastasse, o número cinco estava circulado.

Resolvo tirar uma foto para analisar aquilo mais tarde e com calma. Assim que o flash dispara, algo brilha em um buraco mais em cima na árvore.

Levanto-me para dar uma espiada e vejo que é um pedaço de papel.

Quando retiro-a de lá, noto que se parece com uma espécie de bilhete. Era de Lucas, e nele dizia que, as coisas que ele comprara para mim, estavam escondidas embaixo da madeira das escadas da varanda.

Guardo o papel no bolso, desligo a lanterna do celular e volto para casa.

Antes de entrar, agacho-me perto da escada para procurar pela sacola.

Apesar de escuro, eu consigo facilmente colocar o braço ali dentro para agarrar a sacola. Bom, isso se tivesse alguma sacola ali em baixo.

E é então que todo o meu corpo se arrepia.

 

-- Procurando por isto? - Novamente a voz dela soa ríspida e assustadora naquele silêncio.

-- Mãe?!... - Fico sem reação - O que faz acordada a essa hora?

-- Interessa? - Ela responde grosseiramente - O que você faz acordado a essa hora?

 

Sinto-me tentado a respondê-la dada mesma forma, mas contenho-me.

 

-- Eu não estava conseguindo dormir, então resolvi tomar um ar.

-- E não poderia ter feito isso pela janela do quarto?

-- Não é a mesma coisa.

-- E o que estava fazendo agachado ai no chão?

-- Deixei meu celular cair. - Respondo rapidamente, tirando-o do bolso traseiro com cuidado para que ela não perceba, e mostrando-o a ela logo em seguida - Está vendo? Encontrei!

-- A-ham. - Ela soa desconfiada.

-- Bom, vou subir para o meu quarto. - Digo passando por ela e adentrando a casa.

-- Então... - Ela continua dizendo - Acho que não vai querer isso.

 

Eu sei o que é, mas tento esconder que estou ciente do “ao que ela está se referindo”.

Viro-me para ela e lá está: A sacola que Lucas deixara debaixo da escada da varanda.

 


Notas Finais


Bom, é isso meus amores.
Eu espero mesmo que tenham gostado.
Não esqueçam de comentar...
####### VOU REFORÇAR ########
P.S.: Eu não sei como vou fazer para postar o próximo capítulo exatamente no Domingo que vem... Meu pai entrou de férias e vai ser meio complicado editar a história com ele aqui... Ele não pode nem saber da existência dessa história... Então, se eu não postar no domingo, tenham um pouco de paciência.

Um bom domingo de Natal à todos vocês, e se eu não voltar no próximo domingo, um Feliz Ano Novo e muitas felicidades para vocês. Que 2017 venha trazendo boas novas e renovação...
Um grande abraço.
XoXo


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