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História Im Wide Awake - Segunda Temporada - Truque de Mestre


Escrita por: AngelsDark8

Notas do Autor


Olá queridos, já estavam esperando por mim?
É, acho que já virou rotina mesmo toda madrugada de segunda sair um Cap novo.
Espero que gostem desse: Tem treta... KKKKK
Bom, não havendo mais nada a dizer: BOA LEITURA!

Capítulo 9 - Truque de Mestre


P.O.V Gabriel

(Dia correspondente ao que se passa o ponto de vista de Luck no capítulo anterior).

 

Como meus pais saem cedo para trabalhar, já estou sozinho quando acordo.

Minha garganta está seca e arranhando. Tento falar algumas coisas em voz alta para mim mesmo, e como suspeitava estou rouco.

Vou até o espelho do banheiro e dou uma olhada em meu pescoço e algumas manchas roxas e esverdeadas preencheu uma boa parte dele. Os dedos do meu pai.

Espanto os pensamentos da noite anterior no mesmo momento em que surgem em minha cabeça e volto para o quarto.

Agora que está claro, consigo ver melhor o estado em que ficou o espelho. Resolvo pegar uma vassoura para recolher os cacos antes que eu me machuque.

 

(...)

 

Fico a maior parte do tempo encolhido no sofá, com a televisão ligada, mas sem prestar atenção no que está passando. Meu psicológico de certa forma ainda está afetado pelo que aconteceu.

Quando já são quase duas e meia da tarde, resolvo levantar e preparar algo para comer.

Estou ali, sentado à mesa, quando ouço a porta de entrada se abrir.

Meus pais chegam somente depois das seis, fora a eles, mais ninguém teria a chave. Levanto-me e pegando o rolo de macarrão de minha mãe, vou dar uma olhada.

Quando estou pronto para passar da cozinha para o corredor, Rosalie aparece.

 

-- Caramba, Rose... Quer me matar do coração? – Minha voz sai mais como uma lixa sendo atritada contra outro material.

-- Gabe?! - Ela se assusta com o meu tom de voz e com o jeito que ela sai esganiçada - Nossa, me desculpe. Não sabia que você estava aí.

-- Não é essa a questão... - Corrijo-a - Como você entrou? Pensei que fosse algum assaltante.

-- Ahhh... Eu tenho a chave querido.

-- Tem?

-- Uhum. - Ela me mostra o molho em suas mãos - Seus pais mandaram fazer para mim.

-- Que beleza, nem eu tenho a chave mais. - Digo frustrado.

-- Mas você não tinha feito um trato com seus pais?

-- Tinha... Falou certo.

-- O que houve? E por que sua voz está assim?

-- Deixa quieto. Não quero falar sobre isso.

 

Ela me olha por alguns instantes.

Por sorte estou com uma camisa com gola, e essa ajuda a esconder as marcas em meu pescoço.

 

-- Tudo bem. - Ela cede - Mas se quiser conversar, sou toda ouvidos.

-- Obrigado.

 

Ela sorri e coloca a bolsa sobre a mesa.

 

-- Não querendo ser chato, mas o que você está fazendo aqui hoje? - Pergunto a ela.

-- Sua mãe não te avisou?

-- Acho que está óbvio que não.

-- Disse pra ela que íamos terminar de escolher os enfeites do casamento.

-- Ah, claro. O casamento.

 

Meu desânimo não fica nenhum pouco encoberto, e percebo em seu olhar que ela fica triste com o pouco caso com que trato do assunto.

 

-- Me desculpe Rosalie. Estou um pouco cansado. A noite de ontem foi um pouco difícil.

-- Tudo bem. - Ela diz, e vai para a sala.

 

As coisas estão cada vez mais complicadas.

O fato de eu não me lembrar de nada me faz ser frio com as pessoas.

E se eu realmente era noivo dessa garota? Se essa for a verdade, estou estragando tudo para ela.

Mas e se não for? Quem estaria estragando alguma coisa ainda seria eu?

Não consigo achar as respostas à essas perguntas. Aliás, não encontro resposta a nenhuma de minhas perguntas, o que me deixa muito frustrado.

Resolvo deixar tudo isso de lado por enquanto e ser um pouco mais gentil com Rosalie, afinal, não tenho muito que perder.

 

(...)

 

As horas se passam muito rápido, mas graças ao meu esforço, conseguimos dar uma boa avançada nas coisas.

 

-- Obrigado por hoje Gabe. - Rosalie está bem mais animada - Então semana que vem eu volto para conferir os que confirmaram comparecimento tanto à cerimônia, quanto à festa.

-- Okay. Vou ficar esperando por você.

 

Ela sorri e eu retribuo. Não nos beijamos. Desde que ela me foi apresentada como sendo minha noiva, nunca nos beijamos. Eu não toco no assunto e Rosalie muito menos.

Ela vai embora e eu volto para o sofá.

Solto um suspiro, aliviado por ela ter ido. Parece estranho pensar, mas se eu sentia algo por ela, isso se foi junto com a minha memória. É justificável... Mas, por que não consigo sentir nada por ela agora?

Rosalie é uma pessoa muito gentil. Ela é extrovertida, carismática, alegre e claro, ela é bonita, mas não adianta, não consigo sentir amor por ela.

 

(...)

 

Algumas horas se passam e só então reparo em uma coisa: Meus pais. Nenhum deles voltou para a casa ainda.

O que será que aconteceu?

 

P.O.V Luck

 

-- Vocês vão ficar olhando para a nossa cara ou vão abrir a porta?

 

O Sr. Harrison não se preocupa nem um pouco em ser gentil.

 

-- Filho... volte para o seu quarto. - Minha mãe me instrui.

-- Nada disso Sra. Baker... O garoto fica. - A mãe de Gabe acha que pode dar alguma ordem. Mas mesmo que não possa, achamos melhor não contrariá-la.

 

Meu pai então surge atrás de minha mãe e passa a frente dela em abrir a porta.

 

-- O querem aqui? - Ele pergunta.

-- Falar sobre o bi... Sobre o seu filho. - A Sra. Harrison rapidamente corrige.

-- Acho bom que a senhora mantenha o respeito... - Minha mãe me defende - Caso contrário, pedirei para que se retirem.

-- Minha esposa e eu só queremos dar um aviso. Prometo que seremos breves.

-- Então vocês podem fazer isso dai mesmo. - Meu pai provavelmente deve ter dito isso porque não tinha intenção nenhuma em deixá-los entrar.

-- Como quiser... - A Sra. Harrison lança-nos um sorriso cruel e tira da bolsa um saco de papel.

 

Ficamos olhando para aquilo sem entender nada, até o momento em que ela o abre e despeja no hall de entrada o conteúdo que o saco guardava.

Quando as coisas começam a cair ainda ficamos sem entender nada, mas de repente meu coração se aperta.

São inúmeros cacos de vidro, pedaços de cerâmica estraçalhados e cilindros de madeira queimados. Para meus pais, poderia não fazer sentido algum, mas eu reconhecia muito bem todas àquelas coisas.

Começo a chorar... De raiva.

 

-- VOCÊS NÃO TINHAM DIREITO ALGUM DE FAZER ISSO. - Grito e avanço para a porta. Meu pai me segura.

-- Você é que não tinha direito de ficar dando presentinhos para o nosso filho. - A mãe de Gabe fala apontando o dedo para mim.

-- O que está acontecendo? - Minha mãe interrompe nossa discussão - O que são essas coisas filho?

-- São algumas coisas que dei de presente para o Gabe ontem, quando saímos. Eles acabaram com tudo...

-- Você acha mesmo que pode tirar nosso filho de nós com algumas porcarias? Acha mesmo que vamos deixar você acabar com a vida dele e arrastá-lo para o inferno?

-- Estou fazendo um favor para ele! Isso sim é o que eu estou fazendo Sr. Harrison. - Explodo - Vocês falam que vou estragar com a vida dele, mas na verdade têm medo que ele tenha uma melhor do que a que tem com vocês, porque não são capazes de aceitar o que ele é. Se tem alguém que pode arrastá-lo para o inferno são vocês, pois já estão mais de corpo dentro do que qualquer outro que eu conheço.

 

A Sra. Harrison fica de olhos arregalados perante tudo o que acabei de dizer e então se prepara para vir para cima de mim.

 

-- Não se atreva a encostar a mão no meu filho Sra. Harrison, se não quiser ganhar uma marca terrível no meio da cara. - Nunca vi minha mãe daquela forma.

-- Está ameaçando a minha esposa Sra. Baker?

-- Foi ela quem levantou a mão para o meu filho primeiro, Sr. Harrison, e nós já avisamos, ou vocês são civilizados, ou pediremos que se retirem.

-- Então você aprenda a por uma coleira nessa sua cadelinha no cio, Sra. Baker, porque não queremos mais vê-lo rondando o nosso filho.

-- Sr. Harrison, mais respeito com o meu filho, por favor.

-- Ora... Mais respeito, mais respeito. Cá entre nós Sr. Baker, é por existirem pessoas como você e a sua mulher, que esses jovens de hoje estão perdendo a vergonha na cara e se abrindo para o pecado dessa forma. - As palavras do pai de Gabe doem muito.

-- Pecado? PECADO? - Meu pai não se conforma - Pelo menos nossas mãos não se sujam com o sangue que é derramado desses jovens todos os dias, porque é por existirem pessoas como você e sua esposa que muitos jovens cometem suicídio... É por existirem pessoas como vocês, que muitos jovens são espancados cruelmente e é por existirem pessoas como vocês, que muitos jovens vivem uma vida de mentiras só para fazerem a vontade dos seus pais, os quais, nem sempre dão valor para os filhos que têm, assim como o senhor e sua esposa.

-- Quem o senhor pensa que é para falar conosco desta forma? - A Sra. Harrison empina o nariz.

-- E não é verdade? - Meu pai soa sarcástico - E tão somente é a verdade, que vocês não a aguentam ouvir.

-- A verdade é a seguinte Senhor e Sra. Harrison: Ou vocês começam a puxar as rédeas desse seu filho, ou nós mesmos tomaremos providências. Nosso filho foi induzido pelo seu a achar que era o que ele dizia ser...

-- Induzido? - Corto-o - Gabe sempre gostou de mim, e só há sete meses e meio eu descobri que o amava também. Não fui eu quem procurou ao Gabe para sairmos ontem... Foi ele mesmo quem veio me procurar e era porque queria respostas e explicações que vocês tanto negam á ele.

-- Porque agora temos a chance de concertá-lo. - A mãe dele toma a palavra - Se algum dia ele pensou mesmo que era bicha, ele se esqueceu disso, e essa é a oportunidade que tanto pedimos à Deus.

-- E você acha que Ele atende a pedidos egoístas Sra. Harrison? Vocês estão privando o seu filho da felicidade. Me desculpe, mas isso não mudou nele, independentemente do que aconteceu. E mais, uma hora ele vai se lembrar de tudo, e vocês não poderão fazer nada.

-- Você não tem direito nenhum de falar isso Sra. Baker... - A mãe de Gabe começa a chorar. Lágrimas de crocodilo, eu aposto - Espero que todos vocês queimem no inferno e principalmente o seu filho. Espero que ele tenha um lugarzinho especial com o diabo. Já que ele gosta de sentar... Que sente no pau do capeta. Passar bem. Vamos querido.

 

Eles começam a descer as escadas.

 

-- Se nós formos para lá, então nos veremos de novo. - Minha mãe cospe em direção a eles.

 

Meu pai tranca a porta, inconformado com tudo o que ouviu.

Minha mãe olha para mim. Estou sentado na escada e então levanto a cabeça para ela. Meus olhos se rompem em lágrimas e ela me abraça chorando também.

Meu pai acaba apenas segurando a minha mão, e eu aperto a sua como se não fosse largar nunca mais.

 

P.O.V Gabriel

 

Estou adormecido no sofá, quando acordo com as vozes deles.

Acabaram de chegar e parecem uma pilha de nervos.

Finjo estar assistindo e me esforço em desfazer a cara de sono.

Minha mãe, sem pedir licença, pega o controle da televisão e a desliga.

 

-- O que você ainda está fazendo acordado, garoto? E desde que horas está com essa porcaria ligada? É você quem paga as contas por acaso?

-- Eu estou sem sono e...

-- Não quero saber... Vá já para o seu quarto. Se você se deitar o sono vem.

 

Ela me pega pelo braço e me empurra, senta-se no sofá com o meu pai e liga novamente a televisão.

Balanço a cabeça inconformado e subo as escadas.

Tiro as roupas assim que chego em meu quarto e vou para o banho.

Começo a me ensaboar e, ao passar a mão em minhas costas, encontro um local dolorido o qual ainda não tinha sentido, e acontece algo muito estranho.

Assim como acontecia com a marca na minha barriga, aconteceu com essa marca, mas o que antes era apenas o borrão de uma mão me alisando, agora tornasse a clara imagem de um corpo masculino colado ao meu, enquanto tomamos banho. Parece que está me dando banho.

Isso poderia ser suficiente para me assustar, mas o primeiro sentimento que me vem é o que chamam de tesão.

Nessa visão, eu pareço gostar daquela presença. Da sua proximidade com o meu corpo... Do seu toque.

Somente quando abro os olhos é que fico realmente assustado.

Meu membro está ereto, e minha mão direita está fechada sobre ele, fazendo um leve movimento de vai e vem.

Na mesma hora abro-a e começo a bater em meu rosto, desejando que aqueles pensamentos passassem e que aquilo não estivesse acontecendo.

Sento-me no chão do Box, e fico ali esperando, enquanto a água cai sobre mim.

 

P.O.V Luck

 

Depois de todo o chororô e de uma longa conversa com meus pais, finalmente subo para o quarto, algo que eu queria ter feito no exato momento em que os pais de Gabe foram embora, e tudo por um motivo.

Tranco a porta e me jogo na cama. Coloco os fones de ouvido e pego o celular.

Abro uma determinada pasta de arquivos e seleciono o mais recente deles.

Estou com sono, mas precisava conferir isso antes de fechar os olhos essa noite. Por isso, dou play no áudio, e me sinto feliz em dormir ao som das seguintes palavras: "Se algum dia ele pensou mesmo que era bicha, ele se esqueceu disso...", e a mãe de Gabe continua falando, pois tudo está aqui, registrado em uma gravação em meu celular.

Quer saber a verdade? Foi um belo truque de mestre.


Notas Finais


E então, o que acharam?
Por favor, não esqueçam de comentar. Isso é muito importante.
Espero vê-los aqui na próxima.
XoXo


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