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História Imaculada - Capítulo I


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


Oiiiiiii.... voltei rapidinho, não foi? hahahaha
Isso é porque eu queria fechar o aniversário da minha beta com o verdadeiro primeiro capítulo, onde a história realmente começa a se desenrolar *---* afinal, o prólogo foi só um mecanismo para vocês conhecessem os métodos de Naruto ^^
Aliás, falando do prólogo: UAU! Fico muito feliz que vários tenham gostado! Obrigada pelos comentários ^^ vou respondê-los ao amanhecer! Obrigada pelos favoritos e pelos acompanhamentos! Fiquei muito feliz pelo apoio e confiança em mais esse meu novo projeto!
Obrigada por tudo pessoal!
Por isso, sem mais delongas... vamos ao Capítulo I de Imaculada!

OBS: Não se esqueçam de ler as citações de "Por uma lady" ♡

Capítulo 2 - Capítulo I


"Na segunda vez, pude ver seus olhos de cor tão intensa que julguei se era possível existir tal cor na face da Terra. Aqueles olhos me marcaram para sempre. Eram intensos. E por mais que apenas tenha recebido uma breve mesura e um rápido pedido de desculpas pelo suave esbarrão em meio às ruas daquele condado, não pude evitar pensar naquele jovem e educado rapaz quando deitei-me em meu leito à noite"

 Por uma lady

 

 

O aperto a fez arfar. O ar fugiu dos seus pulmões quando o corset se comprimiu.

– Tamaki, com mais força – a voz imponente da governanta reverberou pelo grande aposento, obrigando a jovem dama de companhia a impor mais força para apertar ainda mais o espartilho da sua senhora.

Sakura arfou quando o aperto a deixou sem ar mais uma vez.

Suas bochechas estavam coradas em seu reflexo. O cabelo, perfeitamente armado para a noite.

– Não é apropriado para uma jovem reclamar de um corset – ouviu a voz da governanta repreendendo-a. Sakura apenas acatou a ordem de Tsunade, aceitando o fardo de uma mulher da sua época ser imposta àquele ritual de preparação antes de mais um baile da burguesia londrina. – Miss Sakura de Louborn tem que está perfeita. Nenhum homem de nome se interessará em desposar uma jovem desajeitada – continuou a proferir, enquanto ajeitava a postura da moça e apertava as maçãs, dando uma aparência corada e saudável à menina. – Principalmente se este homem for o Comendador Uchiha – finalizou lembrando-a do homem imponente. – Onde já se viu o chapéu da filha do Barão de Louborn sair voando durante um passeio entre o arvorejo por estar mal colocado? – Resmungou enquanto vestia a mulher calada, acatando toda a repreensão da sua ama. – Shizune da casa dos Sabaku, me informou que as senhoras da alta sociedade comentaram sobre esse episódio durante um chá das cinco – Tsunade não parava de resmungar. A raiva por terem rido da sua menina tão bem prendada e criada só podia ser obra da inveja daquelas mulheres que desejavam em segredo que o Comendador de Northville se cansasse da jovem. Disso ela tinha certeza.

A cólera ainda a alcançava se lembrando das palavras da amiga também governanta, principalmente pela menção daquelas senhoras em dizer que a menina não havia sido bem-criada por não ter mãe.

Como ousam? Gritou em pensamentos. Como ousam difamar a memória da Baronesa de Louborn?

– Isso não irá mais se repetir, eu prometo – a voz doce de Sakura fez a governanta parar de organizar tantos tecidos caros e observar o sorriso sereno da menina que ela havia carregado nos braços e criado desde a morte da sua senhora, a quem também tinha dedicado à vida para criar. – Portar-me-ei como a senhora com tanto afinco me instruiu.

A doçura, beleza e cordialidade de Sakura, encheram o coração daquela senhora de amor, mas também de temor por alguém ameaçar um casamento à vista.

Sim, ela tinha certeza que pela sua menina, faria qualquer coisa e ninguém ameaçaria sua possibilidade de felicidade.

Sakura era jovem, bela e prendada; ninguém merecia mais do que ela de ter um casamento tão vantajoso com o segundo filho do Conde de Northville.

Pensando nisso, ela dedicou com mais afinco em arrumar a jovem como se fosse uma boneca.

O tecido caro e importado que seu pai havia encomendado especialmente para a filha, destacava o colo rosado e o princípio de seus ombros em meio ao decote reto.

Apesar de ousada aquela moda, o rosa delicado do vestido e detalhes de renda branca, destoava a figura angelical e dócil que Sakura havia sido educada à ser.

O cordão de grossos botões de ouro, circundou o pescoço delicado.

Joias, luvas, enfeites para o cabelo, pó de arroz, sapatos feitos sob medida, tudo foi imposto à Sakura que apenas observava com atenção o trabalho da governanta, da dama de companhia e de tantas outras empregadas que se moviam frenéticas pelos seus aposentos, assimilando em seus pés frenéticos, o nervosismo da mais velha entre elas, enquanto a jovem filha do Barão, apenas mantinha um sorriso gentil para todos.

– O jovem Comendador Sasuke Uchiha de Northville chegou, senhora Tsunade – mais uma jovem empregada, de maçãs coradas e respiração entrecortada, adentrou no recinto com pressa, comunicando sua governanta como a mesma havia a instruído caso o Comendador aparecesse naquela residência.

Sakura ergueu uma sobrancelha para a jovem, observando-a por cima do ombro; a empregada ruborizou com o olhar sutil e surpreso da sua senhora, fazendo com que a mesma apertasse o tecido das suas roupas de empregada.

A dona daquele aposento apenas lhe deu um sorriso gentil sabendo do nervosismo da outra, o que acalmou o coração descompassado da novata naquele ofício, que a cada dia mais compreendia porque os empregados daquela residência tinham tão grande amor pela única filha do Barão de Louborn, chegando ao ponto de não suportarem a ideia de alguém dizer alguma infâmia sobre a sua senhora.

– Eu sabia – comemorou Tsunade com orgulho, enquanto borrifava uma fragrância francesa feito exclusivamente para a filha do Barão. – Eu tinha absoluta e inegável certeza de que aquele incidente em nada afetaria a estima do Comendador pela Miss Sakura. Ele ter vindo até aqui para acompanhar o Barão e a filha ao baile na residência dos Yamanaka é prova o suficiente de que seus interesses não mudaram – verificou se o enfeite nos cabelos rosados estava perfeitamente preso, tomando cuidado para que nenhum novo acidente com o traje acontecesse durante aquela festa.

Sakura evitou comentar para sua governanta que o Comendador nunca havia dito nada que comprovasse o seu desejo de desposá-la, mas a crença fervorosa daquela senhora era inabalável, por isso ela apenas se manteve em silêncio, evitando dizer uma opinião que seria descartada com fervor pela mais velha.

– Agora sim. Você está digna do título que carregas. Nenhuma outra mulher terá a atenção dos homens enquanto você estiver no baile – vangloriou-se com a visão perfeita de Sakura arrumada com um Comendador a esperando no andar inferior.

A mais jovem se observou no espelho de ornamentos de ouro e teve que concordar de que estava ainda mais bela que das outras vezes, sempre destacando o lado suave dos seus traços e cores angelicais.

– Vamos! Vamos! – Apressou a senhora, indicando a saída.

Sakura sorriu e fez uma breve reverência para todas as suas empregadas que se sentiriam lisonjeadas com o movimento breve.

Tsunade a repreenderia, mas conhecia o temperamento gentil da sua menina que sempre agradecia até aos mais baixos dos empregados, por isso, apenas a acompanhou à saída juntamente com a dama de companhia.

Os passos de Sakura eram graciosos.

A postura ereta, o queixo na altura correta, a posição suave das suas mãos sobre a saia; tudo a fazia aparentar flutuar enquanto descia a escadaria tão bem polida, apesar do espartilho fazê-la se sentir sem ar, mas aquele era o segredo para que os seios parecessem mais bonitos e volumosos, enquanto a cintura, mais marcada.

Sasuke estava de costas, admirando a residência que agora ele tão bem conhecia, porém, só foi ouvir o primeiro passe suave na escadaria para saber que sua companhia chegara.

O homem de porte alto, vestindo as mais caras roupas dignas de um filho de Conde, virou-se elegantemente, caminhando com segurança até o fim da escadaria com os braços cruzados para trás, tendo a oportunidade de ser o primeiro a admirar a beleza e o encantamento daquela jovem, ainda mais bela do que em seus encontros anteriores.

– Comendador Uchiha, que boa surpresa em poder o encontrar aqui. Imaginava que nos encontraríamos somente no baile desta noite – comentou com suavidade, aceitando a mão enluvada que ele lhe oferecia para descer os últimos degraus.

– O Barão deu-me a honra de acompanhá-los. Espero que não tenha estragado seus planos para essa noite – comentou frio e baixo, como era a sua característica, não se importando com a governanta e a dama de companhia que se prostravam em um canto, observando em silêncio sua senhorita. Tudo que Sasuke queria era poder apreciar a risada doce e educada que ela emitia.

– Acredite, meu caro senhor. Não destruiu nenhum dos meus planos para a noite – brincou, sentando-se com elegância em um dos sofás da sala de visitas, enquanto o homem, sentava-se em outro, à sua frente.

Ele assentiu, em nenhum momento desviando o olhar do rosto angelical, sempre com um sorriso pequeno nele, tão diferente do que ele próprio era.

– Permita-me a ousadia de dizer que está muito bela essa noite Miss Sakura.

– Obrigada – agradeceu. – Devo acrescentar que o senhor está elegante como sempre Comendador – foi polida.

– Recebi essa manhã uma carta do meu amado irmão. Passará uma temporada em terras americanas com a esposa, também acrescentou que ambos estão com grandes saudades da senhorita.

Sakura sorriu abertamente com aquelas boas notícias.

– Oh, que maravilha! Presumo que será uma bela estadia na América. Lady Izumi sempre teve grande interesse em conhecer a América como bem me confidenciou, também tenho que acrescentar que sinto saudades desses bons amigos.

– Informá-los-ei de sua saudade em minha próxima carta. Quem sabe, se compadecendo de seus sentimentos, eles não retornem para casa mais cedo do que imaginamos.

A mulher sorriu pela gentileza, antes de desviar o olhar para o Barão que entrava no recinto em meio as suas tantas roupas caras que camuflavam o tamanho de sua barriga protuberante.

– Agora eu tenho a mais forte certeza. Um anjo caiu do céu em forma da minha amada filha – brincou o magnata abrindo os braços para receber a bela jovem que se erguia para abraçá-lo.

– És muito gentil papai.

– Só digo a verdade, minha princesa – sussurrou o Barão, admirando os olhos verdes que sua filha havia herdado da sua falecida mulher. – Não concordas comigo, meu caro jovem? – Riu alto, dirigindo-se ao homem que também se erguia para recebê-lo.

– Não há o que discordar – foi sucinto, lançando um breve sorriso de canto para a jovem.

Sakura agradeceu os elogios com graça e educação, antes de aceitar o braço do pai para que o acompanhasse para fora da residência.

Andou com graça, sempre sob o olhar do Comendador às suas costas.

Pararam um breve momento para pegar seus casacos e cartolas, antes de finalmente saírem para a noite silenciosa daquela região de Londres e adentrarem na pomposa carruagem do Barão de Louborn.

Pai e filha sentaram-se lado a lado, enquanto o Comendador, à sua frente, debatia com o magnata sobre a imponente Indústria Têxtil que o Barão detinha, ao mesmo tempo que lançava olhares esporádicos para a jovem que parecia concentrada na paisagem exterior, centrando-se a dar poucas respostas para o seu pai curioso pela sua opinião sobre a questão dos tecidos.

Sakura era uma menina inteligente e tinha conhecimento superior ao que as mulheres daquela sociedade eram impostas a ter.

Seu pai, por não ter tido um filho homem, sempre se orgulhava em poder ouvir os comentários da sua filha sobre contabilidade e até mesmo sobre economia, algo visto com desgosto por Tsunade que acreditava que a exposição daquele detalhe poderia arruinar uma possível proposta de casamento – algo compreensível para aquela sociedade tão fechada e de aparências.

Apesar disso, Kizashi aproveitava as visitas de sua filha ao seu escritório, para desfrutar dos conhecimentos que sua menina tinha. Poderia passar o dia escutando a sua voz, mas a governanta sempre a levava embora para praticar alguma habilidade feminina.

Se ele pudesse, colocaria sua filha para conversar com todos os seus amigos burgueses, sabia que todos ficariam fascinados e hipnotizados por sua voz, mas sabia que isso poderia destruir a imagem da sua filha para conseguir um bom casamento, fazendo com que aquele tesouro ficasse guardado só para si e agora exposto e aceito por aquele jovem Comendador que nunca repreendeu a menina por aquelas opiniões.

Na verdade, acreditava o mais velho, que o jovem estava tão interessado em sua filha que relevava ela ter um grande conhecimento por meio das literaturas e talvez também, suas viagens por outras terras, possam ter lhe dado uma visão um pouco mais liberal daquele fato.

Os pensamentos do mais velho se dissiparam quando a carruagem parou de balançar.

Haviam chegado na imponente residência do banqueiro Yamanaka, um amigo de longa data, que depois de longos meses de reforma, reabria sua residência para um baile aos mais abastados do meio burguês e nobre.

Sasuke foi o primeiro a sair, tendo a oportunidade de oferecer sua mão para que a filha do Barão descesse com graça e lhe desse um sorriso agradecido antes de aceitar o braço que seu pai lhe oferecia, afinal, ela era uma mulher solteira, não poderia prolongar toques com um homem como o Comendador.

A residência amarela de jardins esplendidos, estava de portas abertas e muito iluminada. Risadas e conversas eram ouvidas de fora, dando a certeza de que a festa já portava uma grande quantidade de exemplares.

Funcionários muito bem vestidos, carregaram os casacos e cartolas para longe, antes deles finalmente entrarem no grande salão oval tão cheio de vestidos bufantes e homens importantes.

A idade era muito variada, fato que agradava a jovem senhorita Haruno em bailes desde que foi apresentada à sociedade em seus tenros quinze anos.

– Meu bom amigo Barão, como é bom ter a graça da sua companhia nesta noite tão especial para a minha esposa – exaltou o senhor Yamanaka, aproximando-se dos recém-chegados com uma taça de cristal em sua mão, antes de se curvar cordialmente para os mais jovens. – Comendador Uchiha. Miss Sakura.

Sasuke foi cortês e a menina fez uma reverência.

– Como poderia perder essa noite, meu bom amigo? Ouviria reclamações da senhora Yamanaka por um mês inteiro se fizesse esse ultraje!

Os dois amigos riram audivelmente sendo interrompidos por um pigarreio da mulher do anfitrião da noite, a qual se aproximava com a filha ao seu lado.

Kirochi Yamanaka era uma mulher elegante em suas roupas de um veludo azul escuro e cabelos castanhos presos em penteado sóbrio, ao contrário de sua filha, a qual era extravagante e chamativa em seu vestido púrpura que ressaltava sua pele rosada.

As duas fizeram uma mesura aos recém-chegado, mas Ino logo se apressou a se apossar das mãos da amiga de longa data, esbanjando um grande sorriso com a visão daquele Comendador oriental de sangue inglês.

Ignorando a conversa dos mais velhos, ela se dirigiu apenas à Sakura:

– Finalmente você apareceu. Tenho excelentíssimas novidades para compartilhar com você – ela estava empolgada para contar as novidades que corriam pelas fofocas inglesas.

Elas riram cúmplices antes de Ino conseguir afastar a amiga para longe do grupo com uma desculpa rápida, não antes de perceber o olhar discreto que Sasuke lançara para o afastamento da sua amiga.

Ela ria internamente com a situação da sua amiga ter um homem tão encantado por si, ao mesmo tempo que a mesma sempre negava esse interesse que Ino enfatizava existir por parte do Comendador.

"Boba. Como pode ser tão cega? Ele a admira e é filho de um Conde. O que está esperando Sakura? Amor? Ora, o que é o amor se comparado à títulos e posição social?"

Sempre ditava aquelas palavras rindo em frente ao espelho.

Ino ergueu o vestido bufante para subir as escadas e ter uma visão privilegiada do baile pelo alto.

Moças e jovens dançavam no meio do salão, enquanto velhos homens e mulheres cheias de joias e penteados exuberantes, desfrutavam de taças e petiscos oferecidos pelos garçons.

Essa noite, sua família era a anfitriã, todos tinham que mostrar respeito a eles e isso inflava seu ego.

A loira era excêntrica e tinha como maior desejo um título nobiliário ou um título de honra.

Na sociedade inglesa do século XIX, não era bem visto pessoas que cresciam com base no comércio, apesar de esses – os burgueses – deterem, às vezes, quantias superiores aos cofres nobres.

Mas a vida é injusta e fez com que a senhorita Yamanaka nascesse como filha de um burguês rico – um banqueiro – que ganhava dinheiro por meio de juros altíssimos.

Ela não compreendia o fato do seu pai ainda não ter um título cedido pelos nobres em reconhecimento das suas poses e ficava ainda mais espantada com a aparente pouca importância que seus pais davam a esse fato.

"Como eles não podem perceber que isso pode afetar a minha busca por um bom casamento com um nobre?"

Exclamava sozinha, se lembrando com raiva de todas as jovens, filhas de pais com títulos, que riam pelas suas costas, difamando-a, restando apenas a filha do Barão que era sua amiga desde a infância.

Sim, esta era a senhorita Yamanaka. Mesquinha, rica e rancorosa, sem grande objetivo além de arrumar um bom partido, porém, era uma companhia agradável para se ter conversas e saber das últimas novidades dos chás da cinco de Londres.

Ela inspirou com força mais uma vez, exaltando o seu colo belo e avantajado, ao mesmo tempo que empinava o nariz, sentindo-se superior àqueles seres no primeiro andar.

Viu de relance as gêmeas do Marquês de Landfield cochicharem algo entre si, olhando para ela, mas fingiu não ver, balançando um leque suavemente, tendo a tão invejada filha do Barão ao seu lado.

Os olhos turquesas vagaram, até chegarem à silhueta forte e alta do Comendador que destoava entre aqueles homens velhos e barrigudos que apenas sabiam comer, beber e usufruir de prostitutas, enquanto o suor do trabalho exaustivo dos imigrantes enchia seus bolsos com mais moedas para supérfluos.

Sasuke era diferente de tudo o que aquela sociedade havia visto e era a exoticidade em meio as intrigas e interesses daquelas famílias abastadas.

O segundo filho do Conde de Northville, semeava a áurea do mistério, pois era fruto de um nobre inglês responsável, em nome da Coroa, de cuidar pessoalmente da arrecadação dos impostos em terras orientais sob o domínio inglês; e de uma nobre exemplar daquele local.

Ele detinha os traços de um oriental, mas tinha a educação fina inglesa.

Apesar disso, não era conhecido na sociedade, pois passou todos aqueles anos em Hong Kong, antes de se aventurar em grandes e valentes viagens em embarcações do Sir Itachi, o qual era um exímio dono de rotas comerciais marítimas, indo de encontro com as leis da etiqueta, pois era o Capitão do seu mais nobre navio.

Aquilo espantava a sociedade londrina, ao mesmo tempo que atiçava o imaginário das senhoras inglesas com a visão de belos rapazes desbravando mares em meio a intempéries, conhecendo mundos que elas nunca viriam a conhecer.

Algumas até mesmo tinham sonhos impróprios e pecaminosos em segredo com aqueles dois rapazes, algo que nunca passaria pela mente de seus sedentários e rechonchudos maridos.

Poucos meses antes, quando se espalhou a notícia que Sir Itachi, Lady Izumi e Comendador Sasuke, iriam desembarcar em Londres, a sociedade pacata virou um caos de ansiedade.

Em meio a uma corrida desesperada por preparativos, as gêmeas do Marquês se vangloriaram ao dizer que aqueles três exímios exemplares iriam à um baile em sua residência.

Homens vestiram seus melhores paletós, mulheres, os seus vestidos mais bufantes, enquanto os empregados preparavam as melhores carruagens.

Ino ainda se lembrava daquele baile, quando em meio à apreciação de uma dança, as portas foram abertas revelando a silhueta de Sir Itachi e de sua esposa, Lady Izumi.

Eles eram diferentes do que o imaginário de aventureiros criara, mas não menos surpreendentes.

Eles eram belos, suas peles eram perfeitas e as roupas, as mais finas que existiam no mercado.

Não havia sinais de insolação ou exposição exagerado ao mar salgado, mas sim, a silhueta forte evidente sob as vestes de Sir Itachi, enquanto Lady Izumi esbanjava beleza de outros povos e joias vindas de outros continentes.

Ino ficou sem ar com aquela visão, mas espantou-se ainda mais quando uma terceira figura despontou por trás deles.

Com passos firmes e um queixo firme, sem a docilidade do sorriso de Sir Itachi, o Comendador Sasuke posicionou-se ao lado do irmão.

Ombros largos, alta estatura, cabelos rebeldes e olhar mortal; aquela era a combinação perfeita para atiçar o imaginário das senhoras e das jovens com achegada de um belo solteiro de título e conhecedor de outras terras.

Era evidente como todas melhoraram suas posturas com a chegada de Sasuke. Todas queriam um cortejo seu ou ser tirada para uma dança.

Ino foi uma delas, confidenciando piadinhas sobre as outras mulheres para a sua fiel amiga que apenas ria, incitando-a a mais.

Ela queria ser a escolhida. Já se via deslizando por aquele mármore português nos braços do viajante e isso a incitou a tentar ser a mais perfeita possível.

Mas, de maneira estranha, o Comendador não parecia interessado em conversas ou belas damas que o olhavam com desejo, apenas se limitava a acompanhar o irmão e a cunhada enquanto eram apresentados a todos os convidados em particular.

Sir Itachi era sorridente, Lady Izumi, um anjo, enquanto Sasuke, era taciturno.

Porém, no auge da festa, tudo mudou.

Os turquesas viram o rapaz se separar do grupo e se dirigir ao outro lado do salão, onde ela, sua amiga e os pais de ambas estavam.

Seu coração palpitou quando viu ele conversar com o Barão e o senhor Yamanaka pela segunda vez naquela noite e sem que alguém esperasse, ele pediu permissão ao Barão para que ele pudesse tirar sua filha para uma dança.

A incredulidade estampou-se no rosto de todos, até mesmo Sakura, que conseguia esconder tão bem seus sentimentos, deixou que Ino visse a dúvida em seus olhos, mas não havia mais volta, pois, o Barão permitiu com um sorriso surpreso e a jovem teve que ceder ao Comendador uma dança.

Enquanto Ino via a silhueta das costas daquele casal se afastando para o centro do salão sob o olhar assustado de todos, ela sentiu inveja da beleza da sua amiga por conseguir conquistar a atenção até mesmo dos mais nobres homens que conhecia.

Sakura tinha uma áurea inquestionável e atrativa.

Ao mesmo tempo que as mulheres queriam a sua queda, elas ambicionavam ser como ela.

Bela, recatada, prendada na arte da música, pintura, bordado, canto, literatura e tudo mais que se imaginasse.

Ela era perfeita de uma maneira que as pessoas se questionavam se tal pessoa realmente poderia existir.

Os toques, os olhares, a dança; tudo foi observado com afinco por todos os curiosos, mas a perfeição de sua dança e o silêncio entre eles, não deixava dúvidas de que parecia que eles tinham sido feitos um para o outro.

O viajante e a flor de Londres deslizaram pelo salão sob a inveja de todos.

Em meio aos rodopios, o vestido bufante de Sakura verde-escuro com bordados de ouro, parecia reluzir ainda mais os tons estranhos e rosados de seus cabelos.

Todos estavam com inveja, enquanto o Barão se deliciava em admirar sua menina.

O rancor de Ino se alterou apenas quando visualizou as expressões ultrajadas das gêmeas que ela tanto odiava; ali, seu sentimento se alterou para um de prazer, vendo a possibilidade de se vangloriar de ser a melhor amiga da preferida do Comendador, enquanto essa aproximação poderia ser vantajosa para ela, pois a aproximação de tal homem pela amiga, lhe abria o leque de poder ser desposada por um amigo da família Uchiha, ou quem sabe, um primo...

O sorriso satisfeito despontou em seus lábios, vendo o leve sorriso de Sir Itachi e Lady Izumi ao verificarem a escolha do seu amado irmão.

Ela tinha certeza que aquele simples pedido para uma dança significava muito vindo de Sasuke, por isso, quando a melodia se encerrou e os jovens que bailavam reverenciaram a plateia, Ino bateu palmas com fervor em meio àquele mar de apreciação.

Viu o leve corar da sua amiga pelo tanto de atenção que ela estava recebendo, ainda mais quando o seu acompanhante a levou para o seu pai, agradeceu pela honra ao Barão e depositou um beijo cavalheiro sob a fina luva de Miss Sakura, olhando-a diretamente nos olhos antes de se retirar para o outro lado do salão.

Aquela foi a única dança que o Comendador se deu ao luxo de ter naquela noite, instaurando uma áurea de fofocas pelos chás da cinco das senhoras e atiçando a alegria de Tsunade quando o Barão contou o ocorrido para ela.

Os bailes seguintes foram esperados com fervor, sempre incitando a atenção dos espectadores quando os representantes da família Uchiha chegavam.

Era certo. Em todos os bailes, Sakura era tirada para dançar pelo Comendador, às vezes, esporadicamente, ele se atrevia a dançar com algumas outras mulheres, principalmente filhas dos anfitriões como a etiqueta lhe pedia, até mesmo Ino conseguiu uma dança por ser muito amiga de Sakura, mas nenhuma dessas danças se repetia por mais de uma ou duas vezes; porém, com a filha do Barão, era outra história e cada vez mais o mistério do relacionamento deles aumentava, ainda mais quando Sir Itachi e Lady Izumi partiram e Sasuke decidiu permanecer em Londres.

Os encontros dos bailes se estenderam a visitas na residência do Barão, almoços, jantares e até mesmo passeios em praças públicas, sendo acompanhados apenas pela dama de companhia da menina.

O rapaz até mesmo já estava ajudando no ambicioso negócio de indústria têxtil daquele antigo latifundiário.

Sim, não havia dúvidas para Ino, o casamento era certo e ela já imaginava os bailes que aqueles dois ofereceriam em sua residência, onde Ino conheceria muitos pretendentes com títulos.

"Quem sabe eu não conquiste um Visconde, um Conde, ou quem sabe..." e ela ria sozinha "... um Marquês".

– O que tanto você tinha para me contar, querida amiga? – A voz suave de sua amiga a despertou dos sonhos, assustando-a com a visão do agora.

– Ah! – Exclamou excitada com a lembrança. – Kurenai e minha amada mãe, me informaram que em um chá na residência dos Sabaku foi falado de novos visitantes à Londres.

– Recém-chegados? – Ficou interessada.

– Sim! A jovem viúva de um Baronete e seu primo, o senhor Uzumaki. Um jovem homem solteiro de grandes posses e que passa os dias apreciando a paisagem em diversas cidades europeias! – Exclamou extasiada com a notícia. – E adivinhe só! Meu pai se encontrou pessoalmente com eles há alguns dias. Diz que a viúva é de uma beleza impressionante e juvenil, enquanto o rapaz, único herdeiro da fortuna de sua família, é uma pessoa incrivelmente agradável de se conversar – exaltou as propriedades do jovem.

– Parecem ser fascinantes – incitou a mulher de olhos verdes brilhantes.

– Sim! Sim! E para melhorar, confirmaram presença para essa noite – sua língua soltou o segredo, gratificando-se com a ideia de que os Yamanaka eram a primeira família a receber tais exemplares.

Sakura arregalou os olhos antes de sorrir abertamente para a amiga entusiasmada que lhe confidenciava os segredos.

– Interrompo? – A voz grossa e baixa chamou a atenção das meninas para o imponente homem que se aproximou sorrateiramente delas. – Se estão trocando confidências femininas, presumo que o melhor seria que eu me afastasse das damas – ponderou saboreando um pouco mais do seu espumante.

Ino sorriu abertamente com a visão do Comendador que dividia os olhares entre as duas.

Balançou mais uma vez o leque com delicadeza antes de rir agraciada com a cena e dizer com falsa amargura:

– Que jeito impróprio de acreditar que estamos apenas falando sobre futilidades, Comendador. Na verdade, estava expondo a minha total indignidade de ainda não ter presenciado a sua magnifica dança com a minha tão estimada amiga. Será que devo presumir que os nossos salões não são dignos de sua graça? Nem mesmo o lustre feito totalmente em terras francesas são dignos de tal visão? – Brincou, jogando sua indireta.

– Não seja por isso, senhorita Yamanaka – ofereceu o seu sorriso cortês antes de entregar a taça à um garçom e se curvar respeitosamente diante de Sakura, fazendo o pedido silencioso para uma dança.

A menina aceitou, sob o sorriso satisfeito da loira que permaneceu no alto observando enquanto aqueles dois desciam a escadaria com graça e abriam espaço pela multidão em busca do centro.

Uma melodia vinda dos artistas em um pequeno palco, reverberou pelo ambiente, marcando o início da dança.

Os pequenos pés da senhorita deslizaram pelo piso perfeitamente encerado; as mãos unidas e uma do rapaz até na cintura dela, eram suaves.

Eles não desviavam os olhares. Fixavam-se no parceiro à sua frente, como se o mundo ao redor não existisse e aquele momento fosse apenas deles, mas o mundo ao redor existia e estava fixo neles, enquanto os outros casais que também deslizavam pelo salão, eram ignorados pelos espectadores.

Sasuke era um perfeito dançarino, como se houvesse crescido naqueles salões londrinos, enquanto Sakura, era a sua parceira ideal.

O violino ressoava um tom melancólico e suave aos ouvidos de ambos.

Se perderam naquele mundo de melodias e passos.

Giraram com graça, espalhando o brilho de sua áurea pelos convidados invejosos e ambiciosos, até que no fim, o silêncio vingou e eles pararam, ainda se encarando.

A face de anjo, vinte centímetros abaixo de si era tudo o que ele queria admirar durante a noite inteira. Se pudesse, não desviaria o olhar, ficaria naquele transe das esmeraldas mais verdes que as pedras preciosas que admirara recém-saída de minas na África.

Mas o som da porta se abrindo e o desvio de Sakura para ver quem havia chegado, o obrigou, a contragosto, a olhar para a entrada do salão.

Ali ele viu um aparente casal, mas ele sabia, pelas conversas esporádicas, que aqueles dois eram os estimados primos aguardados.

A ruiva, de cabelos cor de sangue e viúva do Baronete Hozuki, tinha uma beleza esplendida em meio ao seu vestido vinho e longos colares de pérolas, enquanto o seu primo loiro de olhos tão intensos como seu caloroso sorriso, destoava a nobreza que não tinha, em suas vestes finas.

Sasuke viu que os olhos mais azuis que os mares do Caribe que já havia visitado, avançavam pelo salão, até que por um instante, se prenderam em sua companheira de dança.

Uma pessoa comum não perceberia o brilho que resplandeceu naquele ínfimo segundo em que ele a admirou antes de voltar a varrer o salão, mas Sasuke não era uma pessoa comum, havia aprendido a distinguir os olhares invejosos dos desejosos em direção à filha do Barão e aquele olhar, ele tinha certeza que destoava desejo e admiração, em conjunto ao olhar interessado que a menina dirigia às novidades da festa.

O Comendador não apreciou aquela situação e pela primeira vez, desde que chegara em Londres, sentiu o tênue perigo de que seus interesses em relação a moça fossem ameaçados...


Notas Finais


Agora vocês puderam conhecer um pouco mais dos personagens que farão parte da nossa história e suas personalidades ^^
E esse finalzinho hein minha gente? O.o Parece que o Comendador não gostou muito não do olhar do Naruto em direção à Sakura hahahaha
Até a próxima pessoal! Volto com o capítulo II no dia 2 de outubro! Beijos!
Tenham uma linda semana!


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