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História Imaculada - Capítulo V.1


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


"Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei" ♪

EU VOLTEI PARA AS LONG FICS GALERAAAA!!!! UHUUULLL!!!

Feliz 2017 para todos e vamos começar esse ano com uma atualização quentinha de Imaculada! E olha só a situação: O capítulo é tão grande, tão grande, que eu vou dividi-lo em DUAS PARTES! Isso aí pessoal, Imaculada vai ter DOIS CAPÍTULOS um pertinho do outro!
E como não começar um ano bom do que dizendo: IMACULADA GANHOU UMA RECOMENDAÇÃO!
Para quem já viu a Página do Face, sabe muito bem quem é a diva da vez!
UchihaSpears sua diva! Maravilhosa! A pessoa que entende minha paixão por Londres Vitoriana! QUE LINDEZA TODA FOI AQUELA!!!??? MEU DEUSOOOO!!! Lindo! Lindo! Muito obrigada!
Fico muito feliz em saber que você gosta tanto assim da fic ao ponto de recomendá-la, sério, não tenho palavras para te agradecer.
Obrigada por todos os elogios que me renderam uma bela face vermelha, juro! Obrigada de coração por toda a sua companhia e carinho, e por esse mesmo motivo, hoje eu dedico o capítulo para você!

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram ou chegaram agora na fic! Obrigada! Por isso, sem mais delongas, vamos ao novo capítulo de Imaculada!

Divirtam-se...

OBS: Não se esqueçam de ler as citações de "Por uma lady" ♡

Capítulo 6 - Capítulo V.1


"Eu também partir. Fui para outras terras. Para a terra do meu marido. Tudo era muito maior e mais rico, porém, a delicadeza e humildade, como tanto me ensinaram, era a minha marca. Eu tentei. Juro que tentei, mas não o amava. O respeito foi a marca do meu casamento e também de todas as noites em que eu tinha que me entregar ao meu bondoso marido"

 Por uma lady

 

 

Ino ria extasiada, mostrando todo o seu bom humor e beleza enquanto se abanava para aliviar sua falta de ar por tantas risadas.

– Que crueldade, Baronetesa – comentou ainda rindo escondida por trás do leque. – Um homem de porte tão galante. Sinto-me até sem esperanças pelos outros honráveis homens da nossa tão estimada Londres – por mais que suas palavras fossem de repreensão, seu tom e seu olhar mostravam humor.

– Não sinta – Karin disse com confiança e queixo erguido, mostrando todo o seu bom humor por meio do pequeno sorriso desenhado em seu belo rosto. – É apenas a mais pura verdade. Os senhores Clark, têm belos rostos, se mostram muito seguros, mas fogem como covardes quando se encontram sozinhos diante de um sorriso feminino. Bem provável que tenham medo das suas futuras esposas – riu extasiada sobre o que tanto falavam naquele café de uma renomada rua londrina. Ino sempre a acompanhava naquelas conversas difamatórias sobre outros tão estimados representantes da sociedade. Era uma menina tola e influenciável, era assim que Karin a denominava, enquanto sua outra companhia, e só então se lembrando da terceira figura na mesa, era mais reclusa. – E a senhorita, Miss Sakura? Compartilha de nossas dores pelos irmãos Clark, pois, apesar de belos e exímios herdeiros industriais, não passam de medrosos diante do encanto feminino?

Sakura, que antes direcionava o olhar complacente em direção aos homens a que elas se referiam, voltou seu olhar e doce sorriso à Baronetesa curiosa pela sua resposta.

– Devo admitir que o medo de se aproximar de uma jovem dama pode ser um grande entrave, porém, não deixa de ter seu encanto no que tange à timidez masculina, hoje em dia tão rara devido à pressão da sociedade para que os homens se mostrem tão imponentes, ficando à deriva o lado sentimental dos nossos companheiros.

Karin sorriu prepotente diante da resposta da jovem dama de traços exóticos. Da jovem que vinha sendo o alvo da obsessão mortal do seu estimado primo. Do homem que ela conhecia desde tão tenra idade; com quem dividia seu leito pecaminoso e seus secretos crimes.

Não conseguia ver um motivo para ela ser especial, mas poderia ver que ela não era uma pedra tão fácil de ser lapidada, mas como um habilidoso ourives, o seu primo a lapidaria como tantas vezes ela viu ele fazer com as outras mulheres, nunca tendo uma decepção em seus planos.

Por isso, como se já visse aquela jovem jazendo em um leito da morte e sua pele, antes corada – pálida e fria; Karin estendeu seu magro dedo e acariciou a maçã tão perfeita e simétrica de Sakura falando as mórbidas palavras:

– Tão boa. Tão gentil.

Talvez a outra tenha entendido como um elogio, pois mostrou seu eterno sorriso gentil para a mulher anos mais velha e experiente que si antes de desviar seu olhar para sua eterna amiga que ria delicadamente:

– Ah Baronetesa, essa é a nossa Miss Sakura, sempre sendo tão perfeitamente boa. Acho que nunca a vi falando mal de alguém – pôs a mão sobre o peito com falso sentimentalismo, o belo retrato do drama. – Mas por que ela perderia tempo se lamentando pelos nossos exímios pretendentes quando se tem um interessantíssimo Comendador aos pés? – Comentou com humor recebendo a atenção mais uma vez da Baronetesa que nos últimos tempos havia passando tanto tempo com ela, sempre rodeadas de tantas conversas de diversos teores e sabores.

 – Mas senhorita Yamanaka, quantas vezes tenho que lhe dizer? – Começou com a voz doce e segura a ruiva. – Mesmo tendo admiradores inquestionáveis, sempre nos infla o ego e a segurança ter mais – seu sorriso tornou-se malicioso ao retornar para a mulher mais recatada. – Não achas, Miss Sakura? Não achas rejuvenescedor ver tantos gentlemen aos nossos pés, declamando seu amor, nos presenteando com suas presenças e belas conversas?

– Estaria mentindo se dissesse que não são uma boa companhia, por mais que eu creia que apenas uma e dona de nossa atenção seja o suficiente – respondeu com delicadeza.

– Ora, então o Comendador é este abençoado rapaz dono de sua total atenção? – Foi sarcástica, apoiando seu queixo sobre a palma da mão enluvada que se apoiava desleixadamente sobre a mesa. Karin notou como sua pergunta direta abalou a menina de feições sempre tão serenas. Via-se a surpresa em cada traço delicado. – Ora, – balançou a mão com descaso no ar – somos todas mulheres e confidentes. Não é nenhum crime compartilhar com as amigas que um pretendente não é tão tentador aos nossos olhos, assim como não é nenhum crime se divertir observando os demais rapazes – sorriu para as duas antes de continuar com a voz mais baixa. Sua confissão saia silabada, cheia de malícia: – Assim como não é nenhum crime se divertir com algum jovem do nosso meio – seu olhar esbanjava segundas intenções.

Ino cobriu mais uma vez os lábios com o leque para abafar sua risadinha enquanto Sakura desviava o olhar e mostrava um sorriso pequeno em meio as faces ruborizadas.

Karin olhou pelo canto dos olhos as feições desconfortáveis de Sakura; sabia por meio das conversas com Ino que Sakura era um pouco ingênua no assunto, mas não era surda sobre o assunto já que sua amiga loira, apesar de solteira, já ter se engraçado com alguns jovens rapazes em bailes; muitas vezes Sakura era a pessoa que a acobertava no salão quando fugia para algum lugar mais escuro no jardim com algum jovem rapaz apaixonado pelas faces bonitas da loira. No entanto, não passavam de algumas declamações ou beijos furtivos; haviam raras vezes toques ousados, mas algo mais lascivo não existia, já que Ino, crendo que esses encontros de enamorados tornar-se-iam em pedidos de casamento depois, não permitia – se resguardando para o casamento.

Não foram raras as vezes que Ino perguntou sobre os casinhos da Baronetesa – casos esses, que mesmo a sociedade dizendo que uma jovem viúva deveria se manter fiel após a morte do marido, existiam por toda a Europa, cheio de aventuras. Claro que Karin contava apenas o necessário para satisfazer a mente ousada e curiosa da menina, omitindo a parte de seus crimes ou sobre o seu primo.

Porém, ali estava ela agora tentando adentrar o território de Sakura. Entender até onde ia a ousadia da menina ou se era inocente demais.

Nunca ter enamorado algum rapaz não queria dizer que era uma santa; para Karin, a malícia e o desejo existia em todos, sem exceção.

– Ora, mas não vamos entrar nos pormenores aqui – riu rompendo o rubor de Sakura. Estava decidida que entraria aos poucos no duro casulo que era Sakura – nosso tempo está acabando e precisamos comprar as fitas da senhorita Yamanaka – a loira exaltou-se com palmas ao lembrarem porque haviam saído naquela manhã – podemos continuar com as nossas confidências em lugares mais particulares – piscou um dos olhos castanhos para a filha do Barão que apenas deu um sorriso sem graça. – Vamos, vamos meninas!

A Baronetesa se ergueu com elegância, suas contas já estavam pagas e por isso as três damas, seguidas pelo olhar de todos os rapazes de nome e posses, se dirigiram para a porta da saída onde um empregado – perfeitamente vestido – ofertava a saída.

Assim que as botinhas feitas por medida alcançaram a calçada e o ar fresco da tarde, Sakura se prontificou a informar:

– Creio que é aqui que nos separamos – fez uma mesura educada. – Como antes eu havia informado, só poderei ficar para o chá – se lamentou sendo acompanhada pelos olhares tristes das duas mulheres.

– Senhora Tsunade bem que poderia permitir você ficar mais algum tempo conosco. Ora, não será poucas horas sem treinamento que a fará ficar desafinada, Miss Sakura! – Disse sem decoro a loira, mas Karin partiu para a defesa da mais jovem, entrelaçando seus braços como se fossem amigas de longa data:

– Não sejamos tão malvadas com a Miss Sakura. É verdade que gostaríamos de sua companhia, mas entendemos que senhora Tsunade goste de sua presença na hora do jantar, já que os homens de negócios são tão imprevisíveis convidando aliados para um jantar de última hora – comentou se referindo ao Barão e o porquê de Sakura sempre ter que estar antecipadamente em casa. – Escutem senhoritas, homens são todos iguais. A diferença é a dama que há por trás dele. Meu estimado primo é um homem como todos os outros, mas eu já deixei claro o bastante que não aprovo jantares de última hora em nossa residência. Jantares de última hora são perfeitos quando somos os convidados, mas quando somos os anfitriões, é um pavor! – Exclamou levando as damas às risadas. – Ainda mais quando eu, por ser a única mulher para ajudar meu primo nas atividades domésticas, sou a única a perceber o caos que é organizar um jantar de última hora.

– Só nós mulheres somos perspicazes para os detalhes. Para eles bastam uma poltrona, um fumo e uma bebida que já é o jantar perfeito – destilou o veneno a loira.

– Por isso, e por muitos outros motivos é melhor prevenir do que sofrer as consequências – sorriu com educação, desvencilhando-se da ruiva. – Meu pai adora convidados para o jantar como eu bem já disse a vocês.

– Nós compreendemos seu problema – a ruiva ofertou um sorriso de conforto segurando as pequenas mãos da moça que partia entre as suas.

– Obrigada Baronetesa. Obrigada às duas pelo maravilhoso chá! – Agradeceu com genuína educação enquanto se despediam com beijos no rosto.

Karin logo conduziu a falante Ino para o lado oposto ao caminho de Sakura que havia se reencontrado com a dama de companhia que havia esperado no lado de fora do recinto em que estavam.

Ela gostaria muito de continuar a sondar Sakura e até a convenceria a sair com elas e infringir algumas das regras de Tsunade, mas assim que viu um vulto nos arbustos na praça em frente ao Café, descobriu que era a hora de se afastar e levar Ino consigo. Seu primo aguardava a sua hora e não gostaria de empecilhos.

Sakura, por outro lado, estava distraída conversando com a sua dama de companhia:

– Espero não ter demorado tanto em sua opinião – se desculpou fazendo a dama ruborizar ultrajada e encantada por ter uma senhora como Miss Sakura.

– Não diga tais palavras, minha senhora, sempre é uma felicidade ver a senhora fazer boas amizades! Inclusive, ainda temos algum tempo de folga antes do prazo estipulado pela senhora Tsunade. A senhora poderia ter continuado a acompanhar a senhorita Yamanaka!

– Bem que poderia, mas ao perceber quanto tempo já se passou, percebo que teria que interromper na metade da diversão da primeira loja.

– Decerto, senhora.

– Pois bem, então partamos – disse animada a jovem dama, tentando animar a menina que sempre a acompanhava. Tamaki sorriu um pouco divertida, porém, antes que pudesse ver sua senhora caminhar elegantemente em direção à carruagem que as aguardava, sufocou o susto ao ouvir a voz masculina e divertida que surgiu atrás de ambas:

– Miss Sakura de Loubourn?

Sakura parou de súbito ao ouvir o chamado. Em suas faces bonitas, a surpresa era clara, mas não menos graciosa.

Naruto sorriu para a jovem senhora que se recompunha para fazer uma elegante mesura para si:

– Senhor Uzumaki, que bela surpresa o ver por aqui! – Anunciou com doçura e postura refeita, sendo imitada por sua calada dama de companhia.

– Soube que minha prima havia saído com a senhorita e sua amiga, a senhorita Yamanaka, para um chá – comentou com falso, porém aparente ingenuidade, enquanto suas mãos brincavam com as luvas brancas. – Estava de passagem e pensei em desfrutar da oportunidade de ter a companhia de tão graciosas damas. Creio que meus esforços foram ineficientes – mostrou uma face triste que pareceu compadecer Sakura que logo foi ao socorro do amigo:

– Não diga isso, senhor Uzumaki. Se nós soubéssemos que o senhor viria ao nosso encontro, o esperaríamos com toda a certeza! Sempre é gratificante ter a companhia de mais um amigo em nossas conversas.

O sorriso do homem se tornou mais aberto, por mais que suas intenções fossem sombrias.

– A Baronetesa e a senhorita Yamanaka partiram há pouco para as lojas – continuou a informá-lo. – Se o senhor se apressar, tenho certeza que as alcançará!

– E deixá-la para trás, Miss Sakura? – Seu rosto contorceu ultrajado. – Jamais poderia me denominar um gentleman deixando uma dama sequer para trás.

– És muito gentil, senhor Uzumaki – agradeceu com um belo sorriso. – Era de meu interesse primário as acompanhar, porém, meu dever como senhora do meu lar pede que eu parta um pouco mais cedo.

– Tão cedo?

– Sim. Preciso ajudar no possível minha ama.

– Aquela boa senhora que me recebeu naquele dia precisa de tanta ajuda da senhorita que não pode me dar a honra de pelo menos um pouco da sua companhia enquanto passeamos pelo arvorejo? – Foi sagaz, encurralando a doce senhorita. Havia escutado muito bem antes quando a dama de companhia dissera que ainda havia tempo antes do prazo estipulado.

– Minha senhora – ele ouviu quando a empregada sussurrou para a Miss Sakura como um estímulo, não uma repreensão. Sakura, por outro lado, voltou a adquirir sua face neutra antes de dizer:

– Não posso prometer uma companhia comparável ao da Baronetesa e senhorita Yamanaka, mas posso te ofertar minha companhia em um passeio – sorriu docemente.

O sorriso cheio de dentes perfeitamente alinhados do senhor de terras se tornou muito evidente enquanto ofertava o seu braço direito para a jovem dama que o aceitou enquanto ambos eram seguidos por uma calada dama de companhia.

– Estava me perguntando esses dias quando teria a oportunidade de conversar com a senhorita mais uma vez – começou a comentar enquanto atravessavam a rua onde transitavam algumas carruagens e carros puxados por animais, cheios de mercadorias.

– Ora, meu senhor, não é tão difícil ter uma conversa comigo – riu um pouco admirando a abobada de árvores que os acolhia. Eram exemplares vindo das Índias Orientais, um oásis para os olhos londrinos.

– É um pouco intimidador estar em sua presença, senhorita – comentou afagando a mão enluvada e feminina que se apoiava em seu braço, um gesto aparentemente inocente que não pareceu abalá-la tanto quanto a proximidade de seus rostos no baile da residência dos Yamanaka. – Às vezes me sinto indigno de tal companhia.

A jovem senhorita arfou com aquela frase de maneira ultrajada:

– Ora, senhor Uzumaki, que infâmia o senhor falas. Por que seria indigno de minha companhia? Devo supor que não o agrada a minha presença?

A risada masculina foi melodiosa e encantadora aos ouvidos dos transeuntes de plantão.

– Não diga tal blasfêmia senhorita. Como sua companhia me seria desagradável depois de suplicar tanto por ela?

– Ora, não precisaria tanto esforço para me ter como acompanhante, senhor.

– E mesmo se precisasse, tenha a certeza que eu cumpriria com minhas suplicas até ser digno do seu consenso – comentou como um verdadeiro amante, tirando uma risada da sua doce companhia, fazendo com que a jovem mulher se sentisse mais confortável com a presença daquele rapaz e era isso que ele almejava.

– Então me explique. Por que o senhor não seria digno da minha companhia? – Questionou mostrando o olhar menos neutro e mais inteligente que ela tinha e por muitas vezes mostrava quando estava na companhia do Comendador e suas conversas sobre rotas comerciais ou culturas de outros continentes.

O olhar sempre tão feliz do detentor de terras se tornou mais triste e seus passos, menores enquanto proferia em um tom mais baixo:

– Algumas pessoas de nobre nome não gostam de conviver com aqueles tidos como burgueses.

– Não diga tal coisa, senhor Uzumaki – Sakura parou de andar para olhar o homem algumas dezenas de centímetros mais alto que si. – Se há algo que meu bom pai me ensinou é que pouco vale um berço, mas sim o que a pessoa guarda dentro de si – concluiu com um genuíno e largo sorriso sob o elegante chapéu, sendo acompanhada pelo rapaz que se apressou a beijar as mãos da senhorita com devoção.

– Fico mais encantado e esperançoso a cada palavra que você profere, minha senhora – disse de maneira servil, mirando seus grandes e hipnóticos olhos azuis nas esmeraldas femininas. – Se inflar um pouco mais de minha esperança com a igualdade, creio que não haverá outro fim para mim do que me apaixonar pela senhorita.

– Ora, não seja bobo, senhor Uzumaki – ela riu, por mais que suas maçãs estivessem coradas.

– Como pode um homem não se apaixonar por alguém que lhe faz se sentir tão bem? – Continuou com o tom pueril enquanto voltava a guiar como um perfeito cavalheiro de porte completamente atento à sua companhia, deixando as outras senhoritas tristes por não receberem nem ao menos um olhar daquele senhor jovem e tão imponente em suas vestes finas.

– Se é uma verdade o que dizes – comentou com bom humor e em tom de brincadeira. – Então o senhor deve ser alvo de muitas paixões advindas de jovens que o senhor conhece, já que é sempre tão prestativo e solícito para os outros.

O sorriso que Naruto mostrou à Sakura foi o mesmo que ele usava com todas suas vítimas anteriores com fins trágicos.

– Creio que apenas uma paixão verdadeira, repleta de amor, e dona de minha total admiração já me seria o suficiente, senhorita.

O olhar esverdeado foi tomado por uma sombra de compaixão:

– Às vezes sinto que o senhor fala como um homem que conhece a solidão.

– És perspicaz, Miss Sakura – ofertou um meio sorriso. – Nada menos do que eu esperava da senhorita de olhos sempre tão atentos e jeito tão carinhoso – elogiou-a antes de continuar. – Creio que nem todos os sorrisos do mundo podem esconder a solidão que se impregna em minha casa.

– Creio que a companhia da Baronetesa afasta grande parte dessa solidão.

– Afasta. Tenho grande estima por minha prima e a agradeço muitíssimo por ter sua companhia, mas sinto que ela também é vítima da solidão – comentou em um tom mais sério e baixo, apenas para que os dois ouvissem, mas não deixando de mostrar os traços leves do homem que já havia visto de tudo. Com um suspiro ele reiniciou sua fala enquanto passeavam por árvores frondosas: – Diga-me se estou sendo importuno, Miss Sakura. Tudo o que eu menos quero é que eu me torne enfadonho em sua opinião.

– Se isso alivia seus tormentos e solidão, digo que sou uma feliz ouvinte – cobriu a mão que afagava a sua em um gesto de cumplicidade e apoio aos sentimentos do rapaz, aquilo o tirou um sorriso antes de recomeçar com o seu relato:

– Sinto que as desventuras percorreram pela minha família de maneira rápida e destrutiva, deixando marcas irreparáveis – comentou sempre observando o rosto feminino completamente atento aos seus relatos. – Talvez a senhorita já tenha ouvido falar sobre a família Uzumaki por conversas dos chás das cinco. Acredite, minha senhora, não a condeno se algum dia o nome da minha trágica família já fez parte das suas conversas.

– Fique tranquilo, senhor Uzumaki. Se isso o conforta, digo que apenas ouvi por alto sobre sua família, nenhum pormenor desagradável, apenas enaltecimentos aos falecidos.

– Fico agradecido pela gentileza com a memória dos meus pais. Isso me alegra – comentou com um ar mais tranquilo, a tensão exaurindo-se aos poucos da forma como aquele calculista tramava. – Queria poder ter tido a oportunidade de conhecer a senhorita enquanto toda a minha família ainda transitava entre nós. Todos adorariam a senhorita, tenho certeza. Principalmente a minha mãe.

– Sua família era numerosa? – Perguntou com curiosidade.

– Não tanto quanto eu gostaria, mas o suficiente para preencher nossas noites com muitas risadas e músicas. Éramos apenas eu e meus pais e minha prima Karin com os seus. Nossas mães, grandes irmãs e confidentes, nunca se separam mesmo após seus casamentos; faziam questão de reunirem a todos em um belo jantar quando a oportunidade os permitia. Enquanto crescia e aprendia os ofícios de meu pai, tive que permanecer algum tempo longe da minha casa e da minha família; quando retornei e um novo jantar foi marcado, recebemos a notícia que a carruagem que trazia meus tios e prima havia tombado em um desfiladeiro. Aquilo abalou minha mãe que abriu seus braços para as únicas sobreviventes daquele terrível infortúnio, a minha jovem prima em seus tenros 15 anos e sua ama que a cuidava tão bem – contou com um tom de saudade, enquanto suas memórias remontavam perfeitamente à cena da chegada daquelas duas mulheres na grande casa dos seus pais. Se havia algo que Naruto poderia exaltar acima dos homens, era sua memória fotográfica perfeita, capaz até mesmo de se recordar dos olhos castanhos em choque e molhados de sua prima que era acudida pelos braços de sua mãe.

Qualquer outra pessoa recordaria essa época e sentiria emoções, mas Naruto não sentia nada em relação àquilo. Ele apenas se lembrava perfeitamente dos fatos antes de tudo...

– Karin passou a viver em nosso lar. Minha mãe a amava como filha e naquela época dos meus dezenove anos, era-me estranho a presença da minha prima. Minha amada mãe sempre pedia para que fôssemos mais próximos. Uma companhia para o outro – sorriu para Sakura. – Creio que minha mãe ficaria feliz se estivesse viva hoje em dia, já que eu e minha prima somos tão próximos.

– Vocês têm um companheirismo invejável à muitas famílias, senhor Uzumaki.

– Tenho certeza, senhorita – assentiu com a cabeça antes de continuar com o seu relato. – No entanto, alguns anos depois, quando sentíamos nossas vidas voltando ao curso normal e eu já havia assumido a maioridade e meu pai já me dava responsabilidades nos negócios, outra tragédia abalou nossas pacatas vidas, desta vez levando a vida dos meus pais.

Sakura ofegou com a triste notícia antes de perguntar:

– O que aconteceu?

– Não sabemos ao certo. Quando eu e minha prima voltávamos de um passeio na cidade a pedido de minha mãe, encontramos nossa casa, a antiga sede de Headfield em chamas. Ninguém, nem mesmo nossos empregados foram salvos. Nem as autoridades foram capazes de nos explicar o que havia acontecido; no fim, chegaram à conclusão de que tudo foi causado por um incêndio iniciado na cozinha que se perpetuou rapidamente por meio das tantas cortinas de nossa propriedade. Acho que por esses motivos viajo tanto e permaneço tão longe da minha terra natal e de suas lembranças tristes, por mais que eu ainda nutra tantas boas lembranças da minha infância.

– Eu sinto muito, senhor Uzumaki. Não sabia que o senhor havia sofrido tanto – falou com genuíno pesar a mais nova. – Acredite, eu sei o que é não ter uma presença querida ao meu lado. Perdi minha mãe tão cedo que nem tive oportunidade de construir alguma doce lembrança com ela.

– Eu sinto muito pela sua perda, Miss Sakura. E sinto muito caso tenha lhe causado alguma dor com a minha história. Não sou tão acostumado a contar sobre ela aos outros.

– Saiba, senhor, que me alegra saber que confia em mim para contar algo tão precioso para si. Como antes já disse, sou feliz em ser sua fiel ouvinte e poder ter a oportunidade de tentar melhorar suas lembranças aqui em Londres. Quem sabe assim o senhor queira permanecer mais tempo conosco antes de partir.

– Minha presença a faria feliz?

– A presença de um bom amigo sempre me faz feliz, senhor Uzumaki.

– Fico enaltecido ao ouvir suas doces palavras, Miss Sakura.

– Um homem que desde tão cedo conheceu a dor e no fim de tudo arcou com tudo ao mesmo tempo que cuidava de sua prima ainda nova, é alguém a se enaltecer e se vangloriar como um amigo.

– Saiba, senhorita, que minha atual estada em Londres rende felicidades para mim e para a minha tão estimada prima.

– Então que permaneçamos com essas alegrias – sorriu largamente para o homem antes de ser despertada por um chamado vindo de uma das carruagens parada ao meio fio, próximo a si:

– Sakura, minha filha! – O homem já de idade e trejeitos alegres acenava com a cartola alta para a menina.

– Papai? – A expressão de Sakura era incrédula enquanto os jovens se aproximavam do Barão de Louborn. – Que surpresa ver o senhor por aqui! – Não escondeu a surpresa em seus traços femininos fazendo o pai rir alegremente.

– Uma dádiva minha menina! Uma dádiva me faz poder passar por essas ruas um pouco mais cedo do que o de costume! – Falou entre altas risadas antes de se voltar para o robusto rapaz que acompanhava sua menina. – Mas pelos Céus! Mais uma dádiva aparece em minha frente nesse dia tão bom! Vejam só! Senhor Uzumaki, que bom vê-lo mais uma vez! – Comentou abrindo a portinhola da carruagem para poder admirar melhor o belo rapaz em vestes finas e de cor giz.

– É uma imensa alegria também o ver, Barão! Não tenho tão grande oportunidade desde nossa maravilhosa noite no Clube do Duque Willians – comentou com alegria e espontaneidade comparável ao do Barão.

– Ora é verdade! Mas pelo visto os Céus clamam ao nosso favor. Por favor, entrem, entrem! Vamos, tenho pressa e essa noite teremos um belo jantar em comemoração pelas boas novas – gargalhou alto antes de dar espaço para que sua menina entrasse e se sentasse ao seu lado.

Sakura trocou olhares com o senhor Uzumaki após aquele convite inesperado para irem à residência do Barão e compartilharem de um jantar. Naruto mostrava um sorriso eufórico e completamente favorável àquele jantar enquanto Sakura desviava o olhar para sua temerosa dama de companhia que deixava evidente o temor de ambas: O surto de Tsunade ao descobrir que o Barão de Louborn inventou mais um jantar de última hora.

– Tamaki, por favor retorne à minha carruagem e parta para a nossa casa, voltarei com o meu pai.

– Sim, minha senhora – Tamaki fez uma mesura educada a todos antes de partir com passos apressados e disfarçados para chegar antes de todos em casa e conseguir avisar à governanta o que o senhor da casa planejava.

Sakura suspirou aliviada antes de notar a mão do cavalheiro estendida para si:

– Permita-me, senhorita – Naruto ofertou como um genuíno gentleman, algo que Sakura prontamente aceitou para subir na pomposa carruagem do seu pai, muito maior e rica que a sua.

O toque das mãos foi rápido, mas não inexistente para ambos, ainda mais pelo leve aperto que Naruto ofertou antes de libertá-la e se posicionar no banco de frente aos dois exemplares da família Haruno.

A carruagem de grande porte mostrava em seu interior a masculinidade e poder que aquele homem esbanjava, sem deixar de lado a simplicidade e comodidade, algo bem característico daquele homem, um grande latifundiário e agora, industrial.

Suas analíticas observações foram rompidas pela voz suave da menina de vestes bufantes:

– Permita-me saber o motivo de tão bom humor hoje, papai?

– Ah minha menina! Tenho certeza que a notícia a alegrará, mas deixarei que o Comendador a conte! Tenho certeza que ele ficará feliz em informar a senhorita sobre, ainda mais por vocês dois terem tanto haver com a minha atual alegria!

Sakura deixou evidente seus grandes olhos para aquela resposta inusitada, iria até perguntar algo, mas Naruto a interrompeu com uma pergunta retórica:

– O Comendador Uchiha estará em seu jantar Barão?

– Ah sim! Aquele bom homem estará entre nós sim! Por um momento pensei que seria apenas nós três, mas saber que teremos mais um amigo, me alegra muito. Aliás, Sakura, minha filha – o Barão reiniciou para a filha como se estivesse tendo uma grande ideia. – Você não acha que seria bom convidarmos o senhor Yamanaka e sua família para jantar conosco?

Uma pergunta retórica, mas que Sakura, como uma senhora que ela foi obrigada a ser desde muito nova, sabia muito bem que seria catastrófico. Tsunade surtaria com tantos convidados e a senhora e senhorita Yamanaka correriam em desespero pelos preparativos de roupas e cabelo devido ao convite que seria aceitado de prontidão pelo patriarca Yamanaka.

O mais adequado seria um jantar planejado, seguindo o decoro de um cartão de visitas e não um convite informal em cima da hora. Por mais que as famílias fossem muito íntimas, não fazia deixar as mulheres desleixadas ao ponto de não se preocuparem com vestes e penteados.

Por isso, e pensando em como sua melhor amiga surtaria ao ter que fazer preparativos à um jantar onde estaria os dois jovens rapazes, ricos e solteiros das atuais rodas de conversa, Sakura intercedeu pela resposta:

– Seria maravilhosa a companhia da família Yamanaka, mas presumo que hoje não seja um bom dia para tal. Soube que a senhora Yamanaka iria à uma reunião de senhoras na casa dos Sabaku e Ino está em compras com a Baronetesa Hozuki.

– Oh! Que lástima! Realmente minha menina, não é um bom dia – lamentou-se aceitando a conduta da filha. – Ficará para um outro dia meu convite a eles, então.

Sakura sorriu abertamente ao ver a racionalidade de seu pai para a situação. Com certeza menos reclamações escutaria ao final do jantar vindo da senhora Tsunade, aquela tão brava governanta que mantinha a ordem da casa Haruno com punhos de aço e devoção à sua falecida senhora.

Não demorou muito para a carruagem parar em frente à grande residência do Barão e o cocheiro se apressar para abrir a portinhola. Naruto logo se adiantou pela proximidade da porta e também para ser cortês e ajudar a dama a descer com elegância apesar do incômodo que eram aqueles tantos tecidos; por fim, o Barão desceu, juntando-se aos jovens com um espontâneo sorriso, tomando dianteira ao desbravamento do belo jardim até chegar a porta que foi prontamente aberta por um serviçal silencioso, mostrando a pálida governanta e a dama de companhia.

Com apenas um olhar entre as três mulheres enquanto os recém-chegados tiravam seus chapéus, cartolas e sobretudo no vestíbulo, foi o suficiente para Sakura compreender que a mensagem havia chegado há tempo e Tsunade havia corrido pela casa instruindo ordens à plenos pulmões para todos os serviçais apressando-os a preparar um jantar digno aos visitantes.

– Lembre-me de agradecer ao Seu Lucas por ter chegado há tempo – confessou à sua dama de companhia enquanto a mesma a ajudava a tirar o grande e elegante chapéu, referindo-se ao cocheiro de sua carruagem.

– Não precisa agradecer, minha senhora. Papai está cuidando dos cavalos que mostraram muito vigor em chegar há tempo, mas creio que eles mereçam um descanso prolongado – comentou a mais nova enquanto se lembrava do desespero que foi chegar na carruagem e pedir à plenos pulmões àquele que a criou como filha depois da perda dos pais, para que chegassem o mais depressa possível na residência e conseguissem avisar com antecedência a senhora Tsunade sobre o ocorrido.

Aquela casa tão perfeitamente arrumada com empregados transitando educadamente com louças pelos corredores, mal parecia o pandemônio de poucos minutos atrás.

– Obrigada – Sakura cochichou para a dama de sorriso meigo antes de se voltar ao pai que já convidava o senhor Uzumaki para entrar na grande sala.

– Venha, senhor Uzumaki, creio que não fomos bons anfitriões da última vez em que o senhor esteve aqui – comentou se recordando do dia em que o rapaz fora à sua casa para saber notícias sobre sua filha, antes de se sentar sobre uma confortável poltrona.

– Engana-se, Barão. Senti-me perfeitamente estabelecido por mais que os senhores não estivessem em casa – defendeu-se se acomodando em um sofá antes de desviar o olhar para a mulher mais velha que as demais, porém ainda robusta e de traços duros assim como direcionava a vida dos habitantes daquela residência. – Senhora Tsunade me instalou perfeitamente bem antes que Miss Sakura me ofertasse sua companhia.

Tsunade deixou evidente seu olhar ao escutar os elogios direcionados a si, mas se recompôs fazendo a mesura servil:

– És muito gentil, senhor.

O Barão gargalhou com a situação antes de reiniciar chamando a atenção do jovem:

– Ah! Se você estava na companhia da senhora Tsunade, então estou aliviado – gargalhou alto antes de perguntar: – Gostaria de um fumo, senhor Uzumaki?

– Adoraria, Barão.

– Alguma preferência?

– O que o senhor me indicar – foi cortês.

O Barão satisfeito se ergueu para ir atrás do seu fumo preferido, mas Sakura que estava acomodada em um sofá, também se ergueu para ajudar ao pai.

– Deixe-me fazer isso para o senhor, meu pai. Já que hoje é um dia especial para o senhor, então deve apenas desfrutar da comemoração – confidenciou ao pai sobre um balcão de mogno em um canto mais reservado da sala, já preparando o fumo com habilidade para os dois homens, notando que Tsunade e Tamaki haviam conseguido sair furtivamente da sala para poderem correr com os preparativos do jantar no outro cômodo.

– Ora, ainda não sou um inválido minha menina – o homem disse com bom humor buscando seu melhor licor no bar exposto. – Uma bebida para acompanhar, meu jovem?

– O que o senhor me ofertar, Barão.

– Não diga tais palavras meu jovem, se não exagerarei por ter tanta liberdade – disse com bom humor, servindo dois copos, enquanto a menina entregava o fumo para o senhor Uzumaki.

– Na verdade digo que me acostumarei mal com tantos mimos – aceitou também o copo ofertado a si pelo Barão.

Sakura notou a oportunidade perfeita para escapar e averiguar a situação nos outros cômodos:

– Perdão senhores, preciso me ausentar e verificar como anda os preparativos do jantar – fez uma mesura cortês a ambos e assim que permitiram sua partida, Sakura apressou as botinhas para os demais cômodos. Não foi com tanta surpresa que ela descobriu a correria na sala de jantar.

– O Barão de Louborn só deve estar louco. Um jantar de última hora! E ainda convidando um homem de porte como o senhor Uzumaki como se fôssemos pessoas de classe baixa! – Ouviu as lamurias de sua governanta entrosada em organizar os talheres na mesa enquanto Tamaki segurava a pesada bandeja de prata mostrando em suas faces o seu grande esforço.

Em um jantar planejado com muita antecedência, Tsunade levaria horas organizando milimetricamente cada taça, talher e prato, mas com o desespero do tempo, tudo parecia imperfeito e muito difícil de ser feito.

Com segurança, Sakura se aproximou de ambas e apossou-se da tarefa de organizar os talheres de acordo com a ordem da etiqueta.

– Relevemos, meu amado pai diz que hoje é um dia para comemorar, querida ama. Tentaremos fazer o melhor para que hoje continue a ser um dia feliz – comentou terminando os garfos, notando que só haviam três lugares sendo preparados na mesa. – Devemos preparar mais um lugar, o Comendador Uchiha também foi convidado – comentou vendo o desespero tomar conta de sua governanta prestes a entrar em colapso.

– Pelos Céus! Que grande desgraça! O Comendador e o senhor Uzumaki em um mesmo jantar sem preparativos? Sabe quanto tempo custa aos cozinheiros prepararem o mínimo de pratos para um jantar decente na casa de um Barão? – Lamentou-se e Sakura correu ao socorro de sua ama, segurando suas mãos.

– Acalme-se. Dará tudo certo como sempre deu. Todas as noites são preparados o mínimo de pratos para um jantar digno da realeza em nossa residência. Só precisamos manter a calma e fazer tudo como sempre.

– São tantas coisas, minha menina.

– Então dividamos as tarefas. Garanta que todas as bebidas estejam a postos enquanto termino de preparar a mesa.

– Ora, Miss Sakura. Quantas vezes tenho que dizer que essas tarefas não são para a senhora!? Seu trabalho é monitoramento, não pôr as mãos em talheres.

– Um dia arrumando a mesa não machucará minhas mãos que você diz que são tanto para o piano – retrucou com humor voltando a organizar os pratos para quatro lugares. A verdade é que sempre acabava fazendo aquelas pequenas tarefas quando algo do tipo acontecia.

Tsunade desistiu de questioná-la partindo para as escadas que a levaria para a adega de vinhos, deixando uma risonha Tamaki para trás ajudando sua senhora com os talheres.

– Como bem disse Ino, para os homens basta uma poltrona, um fumo e uma bebida para ser o jantar perfeito – brincou a senhora da casa organizando todas as taças na ordem que deveriam ser.

– Se senhora Tsunade escutasse a senhora dizendo tal coisa entraria em colapso dizendo que isso nunca poderia ser considerado um jantar perfeito.

– Tem razão, Tamaki – concordou verificando se todas as velas do grande lustre estavam acessas. Assim que se deu por satisfeita na organização da sala de jantar se voltou para a jovem: – Guarde o restante da prataria onde a senhorita pegou. Vou verificar a preparação dos pratos na cozinha.

Tamaki aceitou a ordem de prontidão. Se houvesse mais tempo diria que não era o dever de uma senhora adentrar em uma cozinha cheia de empregados correndo de um lado para o outro com verduras e carnes enquanto alguns mexiam os caldeirões, mas foi exatamente isso que Sakura fez, não esperando por um protesto.

Ela não parecia se importar por aquele cômodo, apesar de grande e planejado para ser arejado, estar tão quente devido aos caldos ferventes dos caldeirões. A senhorita daquela casa que desempenhava o papel de senhora, percorreu sem medo chamando cada funcionário pelo seu respectivo nome, dando dicas e provando cada prato preparado.

Era evidente no olhar de cada um a ideia de repressão pelas atitudes dela, mas eles não podiam negar a satisfação de ter aquela menina como sua senhora, tão diferente das outras casas onde as mulheres tinham narizes empinados e olhares tortos para o caos que a cozinha se transformava durante um jantar.

– Esse caldo está precisando de um pouco mais de tempero. Meu pai gosta de sentir os sabores – comentou com um dos cozinheiros assim que ouviu a chegada de uma carruagem e ela sabia muito bem quem seria o novo visitante. – Perdão, senhor Thomas, preciso ir – disse cortês antes de se retirar com pressa da cozinha, retornando à sala de jantar onde uma desesperada Tamaki já segurava a colônia especial da sua senhora.

– Pensei que o cheiro de comida caseira pudesse impregnar na senhora, por isso corri para pegá-lo – explicou enquanto borrifava um pouco no pescoço da dama.

– Muito obrigada, Tamaki. Isso ajudará muito. Por mais que eu aprecie o aroma de comida caseira, senhora Tsunade não aprovaria – sorriu gentil enquanto já se dirigia ao vestíbulo, chegando a tempo de ver uma Tsunade sorridente em ajudar o Comendador a guardar seus pertences.

O homem de porte viril que até então não havia notado a presença da moça juvenil o observando, mostrou surpresa e claro contentamento ao ter a honra de pôr seus negros olhos sobre a pequena figura.

– É muito bom vê-la, Miss Sakura – comentou fazendo uma galante reverência sendo prontamente aceito pela mulher que o correspondeu:

– Igualmente, Comendador.

Por mais que a face do Comendador permanecesse séria como o de costume, Sakura podia facilmente distinguir a satisfação denunciada pelo leve repuxar de canto dos seus lábios.

– Consigo ver a legítima felicidade em seu rosto, Comendador. O que o faz tão feliz? – Perguntou em um tom cortês, mas com toque de brincadeira que a longa convivência de ambos permitia.

– Tenho três grandes motivos para tal – o homem de porte viril se aproximou à passos firmes e braços cruzados atrás de si. – Mas posso adiantar que os três motivos estão relacionados de diferentes formas à senhorita – comentou sério, mas ambos sabiam que o Comendador estava feliz e satisfeito consigo mesmo.

– Os três motivos também têm haver com a felicidade tão grande de meu pai? – Questionou com curiosidade, lançando um olhar divertido ao homem tão perto de si.

– Curiosa pelo motivo de felicidade do Barão, Miss Sakura?

– Não sabe o quanto, Comendador.

Ele acabou deixando uma risada baixa escapar pelos seus lábios e Tsunade, que estava silenciosa em um canto, tampou a boca com as mãos para não arfar audivelmente ao ver aquele retrato de encantamento do tão cobiçado Comendador por sua menina.

– Creio então que tenho a responsabilidade de retirar tais tormentos da senhorita.

– Meu amado pai o intitulou como o responsável de me informar sobre – disse com segurança, dando a oportunidade para o Comendador admirar os verdes tão brilhantes e divertidos pela curiosidade que ele poderia extinguir.

– Decerto. Eu poderia – informou erguendo o queixo como se admirasse a decoração, prolongando a curiosidade da filha do Barão. – Mas que graça teria em lhe tirar a curiosidade enquanto posso usar isso ao meu favor de ter sua total atenção em mim esta noite por ser aquele que pode lhe tirar os tormentos? – Foi sagaz olhando-a nos olhos.

A mulher arfou antes de rir por ser posta em eterna curiosidade:

– Que maldade, Comendador!

– Sempre me intitularam como um homem perverso, senhorita.

– Mal sabem essas pobres almas o homem divertido e cortês que há dentro do senhor.

– Me alegra muito ver a senhorita partir em minha defesa – comentou com segurança antes de ofertar o seu braço para a leve moça risonha que aceitou com prontidão, porém, assim que chegou na elegante sala e viu o motivo de grandes risadas do Barão que ecoavam por toda a residência, suas feições adquiriram o ar duro e insatisfeito.

– Ora, meu bom Comendador! Finalmente chegou – ergueu-se de prontidão o Barão para receber o homem que tanto o ajudava todos os dias, não notando a dureza na postura do mais jovem. – O senhor perdeu as histórias que o bom senhor Uzumaki me contou sobre suas tantas viagens!

– Imagino o quão divertido devam ser essas histórias, Barão – comentou cortês, por mais que os mais atentos percebessem o discreto olhar que o Comendador direcionava ao homem que ele não esperava ali – o mesmo que se aproximava aos poucos onde Sakura estava com os braços cruzados consigo.

Só então vendo o olhar verde, confuso e perspicaz da mais nova, que ele percebeu que não estava se portando de maneira adequada e ela percebia que havia algo errado em si em relação ao outro visitante.

Mal ela sabia o quanto ele tinha vontade de se prostrar entre aqueles dois como um falcão protegendo sua cerejeira da raposa traiçoeira que tinha a intenção de invadir seu território.


Notas Finais


Em breve a continuação desse capítulo bolinhos de coco ♡

[Novas fics postadas]

[SasuSaku]:

Ilógico: https://spiritfanfics.com/historia/ilogico-6956751

Última Canção de Amor: https://spiritfanfics.com/historia/ultima-cancao-de-amor-7331588

[ShikaTema][SasuSaku]:

Cervos: https://spiritfanfics.com/historia/cervos-7483733


Informações sobre próximas atualizações na Página do Face: https://www.facebook.com/gabyfanfiction


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