Às vezes nenhum reflexo parece realmente me pertencer.
Entre fragmentos de espelho e pedaços de mim distribuídos pelo chão,
Encontro várias imagens distorcidas – do que quero ser, do que sou,
Do que são tentativas falhas de um ser em construção.
Não consigo manter os cacos em minha mão,
Enxergar-me assim tão de perto é como observar o olho do furacão.
Queria que não tivesse de ser assim, mas por ser tantas vezes quebrada,
Agora isso também é parte de mim.
Se te afasto, perdoa-me!
Veja só, fui moldada para ser um objeto cortante,
Como forma de proteção,
E como um castigo, fui destinada a solidão.
Dividida em tantas partes, sinto-me como um quebra-cabeça,
Pois não consigo encaixar as peças.
Não consigo me encaixar no meu próprio reflexo.
Não consigo ser o que estou destinada a ser,
Não consigo parar de enlouquecer!
Eu não gostaria de estar sempre assim...
Sempre a beira do precipício, encarando o fim.
Mãos sempre nervosas, palavras embaralhadas,
Coração acelerado, mente barulhenta,
Eu gostaria mais do que tudo
Que eu tivesse um reflexo único!
Mas sou turbulência, oscilação, sim e não.
Sou mais de uma, sou um milhão.
No entanto, sou pequena demais
Para suportar tamanha confusão...
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