História IMAGINE - Lee Taemin (SHINee) Press You Number! - Que Comecem Os Jogos!

Taemin – Press Your Number!

Capítulo 5 – Que Comecem Os Jogos!

 

- Mas que doença esse cara, eu hei... – disse virando novamente pra frente e antes que Jinna pudesse me avisar acabei batendo bruscamente no peito de alguém, alguém que não era a Jinna – Nossa moço, me desculpa eu não...

- Tudo bem, eu também não te v ...

Ergui os olhos finalmente pude ver quem era, meu coração parecia querer saltar pela boca:

Você?! – dissemos uníssonos.

Nossos olhos se encontraram surpresos e por alguns instantes permanecemos em silêncio nos encarando.

- Era ele, sim! O rapaz estranho que me presenteou com aquele café! – Penso.

- Ai moço, desculpa! Minha amiga é uma distraída mesmo! Você está bem S/N? – exclamou Jinna sem entender, enquanto apenas concordei em silêncio.

- Tudo bem, eu que peço desculpas. – ele respondeu ainda me encarando.

E o que eu fiz?

– NADA! ABSOLUTAMENTE NADA!

Sim, eu travei e por que? Nem eu mesma sei dizer. Parece que os olhos dele agiam como um imã sobre os meus, aquele rapaz tem algo que me intriga, algo que prende minha atenção, algo além de um gesto como o café daquela madrugada, mas o que? O que? – Penso.

- Você está bem? – ele perguntou interrompendo meus pensamentos.

- E- e - estou S-s-sim... – gaguejei nervosa.

Outros dois rapazes juntaram-se a ele:

- Hey Taemin, parece que tem uma mesa vaga... – disse um moreno se aproximando e apontando, enquanto o tal Taemin apenas permaneceu me encarando como se procura-se algo, o que me deixou completamente sem jeito. – Quem é ela? – perguntou o rapaz ainda sem entender, agora também me encarando com certo desdenho.

- S/N?! – exclamou o outro rapaz que os acompanhava.

- Jonghyun? – repeti surpresa, ao reconhece-lo.

Ele estendeu a mão gentilmente.

- Quanto tempo! Não é mesmo? – disse o mais velho sorrindo.

- Sim... sim. – respondi sem jeito correspondendo o gesto.

- Moramos na mesma cidade e mal nos encontramos, não é mesmo? – ele disse gentilmente.

Taemin e o outro rapaz apenas encaravam a cena, sem entender.

- Verdade, tenho dividido meu tempo entre trabalhar e estudar. – respondi suspirando fundo.

- Você sempre foi muito esforçada... – Jonghyun disse isso e encarou Jinna com certa curiosidade, reparei que mais que depressa ela desviou o olhar como se fugisse.

- Você conhece a Jinna, oppa? –perguntei.

Jonghyun deu um meio sorriso e disse:

- Acho que já vi você em algum lugar Jinna...  – diz estendendo a mão.

- A-a-acho que não, não me lembro... – ela gaguejando.

- Busan não é tão grande assim, devem ter se visto por ai... – risos.

 – Pode ser, mas de qualquer forma é um prazer lhe conhecer. – ele disse sorrindo.

Jinna apenas assentiu com a cabeça de forma tímida e correspondeu ao gesto no mais absoluto silêncio, foi quando Taemin interrompeu:

- Eu e Kai vamos nos sentar. Quando terminar seu momento “flashback” junte-se a nós, Jonghyun. – disse encarando a movimentação do lugar. – Com licença... – ele disse isso e passou por entre nós duas sem nem ao menos nos encarar.

Não escondia minha surpresa em ouvi-lo falar com tom de deboche na voz, mas por que eu esperava que fosse diferente? De qualquer forma o que menos me agradou foi o sorriso malicioso do rapaz que o acompanhava, ele parecia satisfeito com a maneira ríspida de seu amigo nos tratar.

- É Jonghyun, vamos nos sentar enquanto você coloca os assuntos em dia com suas “amiguinhas” ... – disse o moreno em tom extremamente debochado e em seguida passou também por entre nós duas.

- Com licença Jonghyun, vamos no banheiro S/N ... – disse Jinna me puxando pelo braço.

- Tudo bem, até mais então meninas...Bom te rever S/N!

- Igualmente, oppa...

Não consegui nem ao menos me despedir direito de Jonghyun, já que Jinna me puxou rumo ao banheiro com muita pressa.

- Credo! Mas que bicho te mordeu criatura? – indaguei assim que entramos no banheiro.

Jinna prontamente entrou em um dos reservados, ela parecia nervosa, apressada.

- Jinna, você está bem amiga? – perguntei preocupada me aproximando na porta do mesmo.

Ela demorou um pouco a responder.

- Sim, estou bem... – ela respondeu com a voz fraca.

- Certeza?  - insisti.

Breve silêncio.

- Jinna?

- S- S - Sim, estou bem! Só estou com cólica. – gaguejando nervosa.

- Ai amiga, desculpa! Por que não me avisou que era isso? Nem teria parado para conversar com os meninos.

Jinna deu descarga e saiu do banheiro me encarando sem jeito e muito pálida.

- Não falei nada porque você estava encarando aquele rapaz loiro com uma cara de “chapada” – risos.

- Se eu te contar o por que você nem vai acreditar. – disse me escorando na parede do banheiro ainda lembrando daqueles olhos.

- Então me conta logo e veremos se acredito... – disse curiosa lavando as mãos.

- Aquele rapaz em que eu esbarrei, o loiro... Bom, aquele é o rapaz que me pagou o café...

- Nossa! Mas quantas coincidências não é mesmo?! – apenas concordei.

- E você e o Jonghyun hein?! – debochei.

- O que tem ele? – ela perguntou séria.

- Certeza de que não se conhecem?

– Claro que não, se esquece que cheguei em Busan a pouco tempo... – ela revira os olhos - E sabe do que mais, você estava certa.

A encarei assustada:

- Sobre?

- Sobre o fato de que ele é lindo demais! – risos.

É quando uma das garçonetes do lugar entra no banheiro com um papel nas mãos:

- Olá meninas! Alguma de vocês é a S/N?

Nos encaramos confusas:

- Sim, sou eu. – confusa.

- Mandaram te entregar isso – ela me alcança o papel – Com licença... – ela sai.

- Ué, mas o que será? - Perguntou Jinna curiosa enquanto abri o bilhete e não acreditei no que estava escrito – Quem mandou isso amiga?! – insisti.

- “Pequena, estamos na mesa 10 aguardando vocês...” – respondi lendo o mesmo.

- Onew! – gargalhando.

- Não tem graça... – disse jogando o papel no lixo.

- Acho que você vai precisar deixar as coisas bem claras pra ele S/N...  – ela aconselha.

Meu telefone toca, apenas verifico a chamada e reviro os olhos novamente:

- Não vai atender? – ela perguntou enquanto secava as mãos.

- Advinha quem é? – perguntei desanimada.

- Hiii! Só por essa sua cara de “animada” já sei... Onew Woo! Menina esse rapaz te ama mesmo né?! – ela ri sozinha.

- Hahaha! Como você é engraçada, Jinna! Ele não me ama coisa nenhuma, apenas não aceita o fato de que o rejeito, simples assim. – séria.

- Bom, também poderá né?! Acredito que de toda Busan, a única que o rejeita é você. – sem jeito.

- É talvez sim, mas enfim. Diferente de toda Busan a única coisa que me atrai no Onew é nossa amizade. – respondo convicta.

- Você é burra mesmo! – risos – Se fosse eu...

- Já falei que pode pegar pra você... Mas sabe que se você olhar ao redor, tem gente que é bem interessada em você... – irônica.

- Tipo quem, garota? – ela perguntou agora me encarando.

- Tipo o Kyungsoo! – risos.

- Ai S/N, não leva a mal, mas um atendente de posto de gasolina que não concluiu nem mesmo o ensino médio?! Ele não tem nem carro, amiga. – desdenhando.

Apenas a encarei, infelizmente assim como todos os seres humanos tem defeitos com Jinna não seria diferente, ela tinha o sério defeito de julgar as pessoas pela aparência e o status social e honestamente nunca entendi isso. Jinna se mudou do interior para Busan por conta da universidade, segundo o que ela mesma conta, seu pai mantém negócios de exportação e importação tendo uma boa posição social e claro muito dinheiro, tanto que Jinna sempre anda muito bem vestida, frequenta as melhores festas, os melhores lugares, além de seu incrível duplex, no qual ela mora sozinha. O pai de Jinna é um senhor viúvo e envia uma boa mesada todos os meses para a filha, mas até hoje não entendo porque o convivo dos dois praticamente não existe, e quem sou eu para julgá-la ou para entender isso. Penso.

- Kyungsoo pode não ter carro, pode não ter dinheiro, mas tem um excelente coração.

- Ok, ok. Já entendi. Agora vamos sair desse banheiro antes que seu “namorado” venha atrás de nós. – ela debocha.

- Vamos... – a segui desanimada.

Taemin On.

Depois de esbarrar naquela moça meus pensamentos se confundiram ainda mais. Logo tratamos eu e Kai de sentar na mesa que ele havia apontado.

- Finalmente achamos um lugar... – disse Kai sentando em minha frente.

- É, sim. Que seja... – respondi apenas observando a tal S/N e Jinna despedirem-se de Jonghyun de forma apressada rumo ao banheiro.

- Quem é a garota, Tae? – perguntou Kai me encarando enquanto mexia o saleiro de cima da mesa de um lado para o outro.

- Que garota, Kai? – disfarcei, pegando um dos cardápios da mesa.

- Não se faça de desentendido. Eu vi a cara que você ficou olhando para aquela garota, a tal S/N! Te conheço bem Lee Taemin, esqueceu?  – irônico.

Respirei fundo, infelizmente Kai me conhecia de fato muito bem.

- Eu não a conheço, quer dizer... Não sei quem ela é ... – respondi agora encarando o insistente.

- Pois eu sei e conheço... – disse Jonghyun surgindo as nossas costas, prontamente sentou-se ao meu lado.

- Então hyung, conta pro Taemin, por que curioso eu tenho certeza de que ele está. – debochou Kai.

- Ah é chefe?! – exclamou surpreso.

- Não fode, hyung! Vai ir atrás do Kai? Ele tá viajando, deve ser a fome. – respondi voltando a encarar o cardápio.

- Pois então, interessado ou não essa garota pode nos ajudar e muito... – ele disse batendo os dedos sobre a mesa.

- Como assim, hyung? – perguntou Kai curioso.

- Ela trabalha pro velho Sang Woo... – respondeu nos encarando.

- Então é isso, você conheceu ela no posto né, Tae? – insistiu Kai.

- Conheci sim, quer dizer, ela me atendeu, nada demais. – respondi sem dar muita ênfase – Mas ela trabalhar no posto vai nos ajudar em que exatamente?

- Bom, ela não trabalha só no posto...- nesse instante S/N e sua amiga retornam do banheiro e sentam-se na mesa a nossa frente, mesa essa que já era ocupada por alguns rapazes – Melhor eu não falar muita coisa aqui não, ela está com os amigos e entre eles está o filho do senhor Sang Woo. – ele diz baixinho.

- Qual deles é? – perguntei.

- O rapaz sentado ao lado da S/N de camiseta branca ... – disse Jonghyun discretamente.

Olhei para o rapaz e percebi que a tal S/N me encarava sem jeito.

- Eles são namorados? – perguntei.

- Nossa! Quanta curiosidade! – exclamou Kai de forma debochada.

- Cala boca, retardado! Apenas fiz uma pergunta. – respondi sério.

- E respondendo a sua pergunta, não. Eles não são namorados... – disse Jonghyun.

- E a outra menina Jonghyun, a de cabelos mais claros, quem é? – perguntou Kai.

- Bom, longa história. Muita gente por aqui conhece a Jinna, ela ...

Um rapaz nos interrompe:

- Com licença, rapazes. Aqui está o pedido de vocês! – disse um atendente surgindo em nossa mesa.

- Nosso pedido?! – Kai o encarou confuso.

- Eu fiz nossos pedidos. Assim evitamos filas. Obrigado Chen! – disse Jonghyun enquanto Chen largava os lanches sobre a mesa.

- De nada, qualquer coisa é só chamar, hyung. Aliás, sejam bem vindos rapazes! – sorridente.

- Obrigado... – respondemos eu e Kai.

- Com licença... – ele fez uma reverencia e saiu.

- Chen, Chen... Esse nome me soa familiar. – disse Kai pensativo.

- Sim, ele é o rapaz que entregou a comida ontem à noite lá no sobrado. – respondeu Jonghyun já dando uma mordida em seu hambúrguer.

- Vamos comer logo que hoje temos muito trabalho pela frente. – digo e quando encaro a mesa da frente, percebo que a tal S/N me encarava novamente com certa curiosidade, porém desta vez, ela não o fazia sozinha, o rapaz ao seu lado também me encarou, com certa raiva eu diria, logo ele tratou de passar o braço sobre os ombros dela, mas sabe do que mais, estou começando a curtir essa brincadeira, Onew Woo... Penso.

S/N On.

Não podia ser melhor, ao voltarmos do banheiro reparei que Jonghyun e seus amigos sentaram-se numa mesa atrás da nossa e melhor, o lugar vago estrategicamente deixado por Onew, ao seu lado, me deixava de frente para o tal Taemin.

- Senta logo do lado desse mala, S/N! – exclamou Chanyeol – Onew, já estava quase indo buscar vocês no banheiro!

- Chanyeol! Corrija a frase, ele estava quase indo buscar a S/N! – disse Jinna de forma irônica.

- Até você, Jinna!? – exclamou Onew – Agora só falta você Baekhyun... – risos.

- Eu não me meto nisso. Deixo essa parte pro doido do Chan! – respondeu Baekhyun rindo.

- Até parece né?! Muito santo você Baek! – respondeu Chan.

- Eu não sou santo, apenas não abro minhas opiniões pessoais na frente dos outros... – ele retrucou.

- Ao menos você admite que tem opinião... – risos.

- Tava demorando muito pra vocês começarem! – disse Jinna.

- Você não vai falar nada S/N? – perguntou Onew sem sucesso, por alguns segundos eu consegui me controlar pra não encarar aquele estranho, mas era mais forte do que eu! - S/N? Estou falando com você! – ele insistiu.

- Ah sim, me desculpa Onew. Pode pedir sim... – respondi passando a mão sobre o rosto.

- Pedir o que? – confuso enquanto todos me encaram.

- Você não ia pedir os lanches? – ele negou com a cabeça - Ah sei lá então... desculpa não ouvi o que você falou. – meus amigos se encararam.

- Pra você ver Onew que a S/N já até desligou seu papo chato da cabeça dela... – debocha Chan – E olha que eu nem fiz nada dessa vez... – risos.

- Para com isso, Chan! – disse Jinna percebendo meu constrangimento.

- É Chan, a Jinna tem razão, vamos parar de criar caso e tratar de comer logo. Daqui a pouco tenho que ir trabalhar, ou o Kyungsoo me mata! – exclamou.

- Aliás, cadê o Chen com nossa comida? – disse Chan olhando ao redor.

Onew apenas me encarou sem entender o que acontecia, ele encarou também os rapazes e num gesto mais do que intencional passou o braço sobre meus ombros:

- Você está bem pequena? – disse com o rosto muito próximo ao meu.

- Sim estou... – disse sem o encarar.

- Conhece eles? – perguntou novamente os encarando.

- Conheço um deles, Jonghyun. Estudei com o irmão mais novo dele no ensino médio. – respondi.

- E os outros dois, sabe quem são? – ele questionou sério.

- Não, provavelmente amigos do Jonghyun - oppa. – respondi dando de ombros e encarando a mesa.

- Entendi... – ele disse os encarando.

- Agora se você poder me dá licença, Onew... – disse gentilmente tirando seu braço de cima de mim, o que fez Taemin rir disfarçadamente na outra mesa enquanto bebia seu refrigerante.

- E ai pessoal! – disse Chen animado chegando a mesa – Aqui estão os pedidos.

- Mas já não era sem tempo! – exclamou Chanyeol esfregando as mãos.

- É Chen, pelo desespero do Chanyeol achei que ele fosse morder meu braço! – debochou Baek.

- Hahaha! Como você é engraçado Baek! – disse Chan irônico já mordendo seu hambúrguer.

Apenas nos encaramos rindo.

- Cada vez mais lotado esse lugar, não é mesmo Chen? – perguntou Jinna.

- Nem me fale, estou exausto já! – disse ele sorridente

- Também, esse molho do senhor Kwan faz muito sucesso! É um verdadeiro convite! – exclamou Chanyeol com os lábios sujos de barbecue.

Risos.

– Verdade. Aliás, quero fazer um convite! – disse Chen.

- Até já sei o que é! – exclamei satisfeita.

- Sim, sim a S/N já sabe o que é, mas será que eles vão? – ele me pergunta.

- Claro que sim! Sábado à noite esse bando de desocupados vai sim. – risos.

- Com assim desocupados, dona S/N?! – exclamou Chan ainda com os lábios sujos e boca cheia.

- Só porque ela tem 3 empregos Chanyeol, não dá bola... – debocha Jinna.

Risos.

- Mas enfim, do que se trata, Chen? – pergunta Onew escorando os cotovelos sobre a mesa.

- Bom... – ele coloca a bandeja embaixo do braço – Vou cantar no Handrix Club...

- Wow! Que demais Chen! Parabéns! – exclamou Jinna.

- Handrix Club... O pub em que você trabalha também, né S/N? – perguntou Baek.

- Sim, exatamente. – respondi – Vai ter fila pra ver nosso Chen! – disse batendo no ombro do mesmo.

- Que é isso, imagina! Vou me apresentar e gostaria muito da presença de meus amigos lá! – sorridente.

- Com certeza, vamos Chen! – confirmou Jinna.

- E eu lá vou perder essa oportunidade? – exclamou Chan limpando a boca de forma desajeitada – Vou até tirar fotos suas, quando você for K - Idol vou vender elas por milhões na internet! – risos.

- Não é pra tanto, mas de qualquer forma conto com a presença de vocês. Agora eu preciso voltar ao trabalho, com licença. – diz já saindo e atendendo outras mesas.

- Você vai S/N? – pergunta Baek.

- Sim, na verdade não tenho escolha, estarei trabalhando... – respondo enquanto bebo um pouco do suco.

- Ah, mas eu tenho certeza de que você poderá se divertir também, vamos todos. – respondeu Onew.

- Vamos sim, mas agora vamos comer... – disse Jinna.

- Fale isso por você... – Baek aponta para Chan – Esse homem das cavernas aqui já devorou seu lanche! – risos.

- Vocês ficam de conversinha, azar de vocês... – ele deu de ombros – E digo mais, se vacilar como o seu também Baek! – ele disse tentando pegar o lanche do mesmo.

- Sai fora Chanyeol! – ele exclama enquanto apenas rimos da cena chamando atenção da mesa onde Taemin e os outros comiam.

QUEBRA DE TEMPO

Taemin On

Durante o almoço conversamos um pouco sobre o inicio de nossas investigações, de forma discreta obviamente, o lugar estava muito lotado e não poderíamos dar bandeira. Para a maioria das pessoas comuns de Busan, o senhor Sang Woo era praticamente um mártir e realmente as pessoas não fazem ideia do quão ardiloso esse velho é.

- Kai eu acabei de enviar um endereço para o seu celular... – disse Jonghyun.

- De quem é o endereço, hyung? – perguntou verificando a mensagem.

- É o endereço do velho... – ele respondeu.

- Endereço do Sang Woo? – perguntou Kai baixinho.

- Exatamente Kai, você começa a investigar por lá. Quero a rotina detalhada de quem entra e quem sai dessa casa, quero horários, fotos, enfim serviço completo – ordeno.

- Beleza chefe, finalmente um pouco de ação. – diz ele satisfeito me encarando.

- Sim, mas lembrando, tudo tem que ser muito discreto. – acrescentou o hyung.

- Relaxa, Jonghyun! Ninguém vai se quer perceber minha presença. – irônico.

- Acho bom mesmo, Kai. – o encarei – Eu vou pagar a conta e vamos para nossos apartamentos, preciso descansar um pouco - Os dois apenas concordam e me seguem até o caixa.

O simpático Chen me atendeu sorridente:

- Está aqui a comanda. – digo lhe alcançando a mesma já com o dinheiro.

- Sim, sim. Aqui está seu troco. – ele me devolveu algumas moedas - Gostaram do lanche?

- Sim, bastante. Com certeza voltaremos. – respondi de forma educada.

Ele estendeu a mão:

- Me chamo Chen, é um prazer conhece-lo! – disse gentilmente.

- Taemin... – respondi correspondendo o gesto – Desculpa não ter me apresentado antes, aquele é o Kai.  – disse apontando para o mesmo que tirou um palito de dente da boca e acenou de volta.

- Sem estresse, sejam bem vindos a Busan! – ele disse.

- Obrigado, tenha um bom dia Chen. – disse guardando minha carteira.

- Igualmente Taemin... – sorridente.

Ao me virar de volta rumo a saída esbarrei em alguém, mas dessa vez o alguém não era S/N ...

- Opa! Mas que desastrado... – disse o rapaz de forma irônica.

- Foi mal ai cara, não te vi... – mirei meus olhos naquele rapaz, era ele Onew Woo e de uma coisa eu já tinha certeza, não gostava nenhum um pouco da cara dele e acredito que a recíproca era sincera por parte dele também a julgar pelo jeito debochado com o qual ele me encarava.

- Claro que não me viu, você está muito ocupado cuidando o que é dos outros, não é mesmo? – ele insistiu.

Apenas o encarei e sorri debochadamente.

- Não entendi sua pergunta, mas como disse, tenho certeza de que não te vi... Foi mal.

- Acho que você entendeu sim... – ele insiste.

Me aproximei dele e respondi o encarando da mesma forma debochada:

- Não tem nada realmente seu que eu queira...

Ele permaneceu em silêncio como se não acreditasse que respondi sua pergunta, a raiva pelas minhas palavras era aparente, se ele é bom entendedor como penso que é, vai se ligar rapidinho no que eu quis dizer... E que comecem os jogos! Penso.

- Bem se vê que você não é daqui e não sabe das coisas. – irônico.

- Algum problema, ai? – perguntou Kai se aproximando.

- Não, não Kai. Tudo tranquilo. – respondi sem tirar meus olhos daquele playboy metido a besta, minha vontade real era enfiar a mão na cara dele, ou melhor, enfiar uma bala na testa desse imbecil, mas eu não podia chegar causando tumulto e confusão, ainda mais com o filho daquele maldito.

- Tem certeza de que está tudo tranquilo? – ele disse apertando os olhos e dando mais um passo em minha direção.

- Onew... – disse S/N surgindo a suas costas com olhar assustado – O Chanyeol tá esperando você pra pagar a conta... – nervosa.

Meus olhos se prenderam novamente aquela moça, ela tinha algo diferente, ou eu estava enlouquecendo? Penso novamente.

- Já estou indo minha pequena, já estou indo... – disse ele beijando o topo da cabeça da mesma que me encarava sem jeito, e por incrível que pareça aquele gesto me causou imensa raiva – Com licença...

Ele passou agora esbarrando em meu ombro:

- Opa! Foi mal ai cara, eu não te vi... – ele debochou e saiu em direção ao caixa enquanto S/N permaneceu parada me encarando de forma constrangida.

- Desculpa ele...  – ela disse com voz fraca.

Apenas a encarei, eu até queria dizer algo, mas aquela situação havia me irritado, então me calei.

- Vem S/N, vamos embora... – Onew exclamou ainda no caixa.

- Vamos Taemin, melhor a gente sair daqui... – disse Kai segurando meu braço.

Encarei S/N pela última vez, e sai daquele lugar com a leve impressão de que ainda vamos nos encontrar muito...tanto S/N quanto Onew...

S/N On

Onew tratou logo de pagar a comanda, nos despedimos de nossos amigos e finalmente saímos daquele lugar.

- Vou levar o Baek no posto e em seguida largo a Jinna em casa, certeza de que não quer ir conosco? – perguntou Chanyeol parado do lado de fora da lanchonete.

- Bom...

Antes que eu pudesse responder, Onew me interrompeu:

- Ela vai comigo Chanyeol, não se preocupe! – ele respondeu olhando ao redor do estacionamento como se procura-se alguém, e a julgar pela cena que acabei de ver, acho que posso deduzir quem Onew tanto procura e por sorte não havia mais ninguém no estacionamento além de nós.

- Tudo bem então S/N, vou levar eles... – Chanyeol me abraçou e disse baixinho em meu ouvido – Me manda uma mensagem quando chegar em casa por favor! – ele beijou meu rosto disfarçadamente e sorriu.

- Pode deixar... – respondi.

- Vamos logo S/N... – disse Onew já se dirigindo a seu carro.

Me despedi dos demais, entramos no carro de Onew e logo saímos dali no mais pleno silêncio.

Eu estava tão cansada que meus pensamentos se dividiam entre chegar em casa, cuidar do meu pai, dormir e Taemin... – Opa! Não S/N! Você está louca! – pensei.

- O que você tem pequena? – ele perguntou enquanto dirigia.

- Nada, apenas cansaço... – respondi com a cabeça escorada no vidro da janela.

Breve silêncio.

- Cara abusado aquele, não é mesmo? – ele disse irônico.

- De quem você está falando, Onew? – retruquei agora o encarando.

- Aquele babaca que esbarrou em mim... – ele respondeu encarando a pista.

Sim, ele não estava satisfeito com aquela cena ridícula de ciúmes, Onew Woo estava disposto a me perturbar.

- Não posso falar de alguém que não conheço e honestamente acho que você deveria fazer o mesmo.  – respondi.

Depois disso ele seguiu o caminho até minha casa no mais perfeito silêncio e não demorou muito para que chegássemos, ele estacionou em frente o meu portão e disse:

- Bom, está entregue, sã e salva como sempre! – sorrindo sem jeito.

- Obrigada. Bom descanso pra você Onew... – disse séria já quase saindo do carro.

- Espera... – ele segurou minha mão delicadamente, me fazendo o encarar – Me desculpa!

- Pelo que? – me fiz de desentendida.

- Desculpa se te envergonhei hoje, mas ... – ele respirou fundo encarando e alisando minha mão – Fato é que, você S/N, você é... bom... eu... – ele gagueja.

O interrompo:

- Onew, me escuta... Não me leva a mal, mas eu estou realmente muito cansada, que tal conversarmos em outro momento? – perguntei me esquivando daquele assunto.

Ele me encarou em silêncio de forma confusa e respondeu:

- Tudo bem! Tudo bem, você tem razão. Conversaremos em outro momento. Você precisa descansar!  – ele segurou meu rosto com uma das mãos e sorriu – Aproveite sua folga e qualquer coisa que precisar me ligue, ok?

- Ok, ligo sim. Obrigada pelo almoço e pela carona também... Até mais. – sorrindo sem jeito, mas antes que eu pudesse sair do carro ele me puxou e beijou suavemente meu rosto, na verdade ele beijou o canto da minha boca o que fez automaticamente minhas bochechas esquentarem – E-e-e-eu tenho que ir Onew... Tchau!  – gaguejei nervosa e tratei de descer o mais rápido possível daquele carro sem olhar pra trás.

Entrei em casa, me escorei por alguns segundos na porta ainda assustada com o que acabará de acontecer, talvez tudo fosse mais fácil se eu tivesse me apaixonado por Onew, mas não se manda no coração, e de repente lá estava ele... – Taemin ... – repeti baixinho a mim mesma – Será que vamos nos ver de novo? – penso. Despertei de meus pensamentos observando meu pai dormir de mal jeito no sofá da sala, senhor Han, minha única família. Me aproximei dele lentamente, conferi sua temperatura, ele já não tinha febre como no dia anterior – Parece que Kyungsoo cuidou direitinho de você, não é senhor Han? - Penso. Desliguei a TV e o cobri melhor, os últimos meses não tem sido nada fáceis, tudo graças ao maldito álcool, vicio que acompanha meu querido pai a muitos anos, desde que minha mãe faleceu.

Deixei minhas coisas sobre a cama e fui até a cozinha, Kyungsoo havia deixado tudo na mais perfeita ordem – Com certeza você vai jogar isso na minha cara né meu amigo?! – Disse sorridente pensando no meu “malvado favorito”. Tudo o que eu queria naquele momento era um bom banho e cama.

Taemin On.

Jonghyun rapidamente nos conduziu até os apartamentos. O lugar era mais ao centro, um prédio modesto, mas de boa aparência. Os apartamentos se localizavam no sétimo andar, seriamos vizinhos de porta. Como o ordenado por senhor Kyungdae, Kai dividiria o número 14B com Jonghyun, enquanto eu ficaria com o 15B.

- Você tem as chaves, Taemin? – perguntou Jonghyun parado em frente as portas.

- Tenho sim, hyung... – confirmo tirando a mesma do bolso.

- Vou mostra o quarto do Kai, qualquer coisa é só chamar... – ele respondeu abrindo a porta do mesmo.

- Depois te encontro, Tae... – disse Kai.

- Tudo bem, precisamos descansar um pouco. – disse abrindo a porta – Até mais tarde...

Antes que eles pudessem dizer qualquer coisa, entrei no lugar e fechei a porta. Eu precisava ficar sozinho, precisava respirar um pouco sem ninguém por perto, sem nem mesmo o Kai por perto. Admirei o belo apartamento e me dirigi imediatamente ao quarto, logo em frente a cama de casal havia uma grande porta de vidro e uma sacada de onde era possível avistar os arranha céus da cidade, sentei-me na porta, e ao tirar o maço de cigarros do bolso de minha jaqueta encontrei algo a mais, uma antiga foto minha com meus pais, eu devia ter uns 9 anos, naquela época éramos uma família realmente feliz, até que...

Gritos de terror e pânico invadiram minha mente, minha mãe chorava e gritava enquanto eu permanecia encolhido no canto da sala com as mãos sobre os ouvidos... Só de pensar em todas as desgraças que passamos e tudo por causa desse velho Sang Woo! Sinto raiva, sinto ódio na verdade...

- Você vai me pagar velho. Vai me pagar com juros muito altos, já cresci o suficiente pra não ficar mais encolhido na parede... – repeti soltando a fumaça.

QUEBRA DE TEMPO

S/N On.

Acordei assustada, eram 19:57. Saltei da cama pensando que tinha dormido demais, mas eu realmente estava cansada. Lavei o rosto, troquei de roupa e fui para a sala na esperança de encontrar meu pai ainda dormindo, mas ele não estava lá, ele não estava na cozinha, ele não estava sequer em casa:

- Não acredito que você fez isso comigo de novo pai... – disse desapontada.

No impulso peguei minhas chaves de casa, um casaco e sai mais que depressa. Meu pai só teria um destino naquela hora da noite, o bar. Caminhei o mais rápido possível até o mesmo, que ficava a algumas quadras de distância de nossa casa e já de longe eu pude vê-lo, debruçado sobre a mesa praticamente desacordado. Corri em sua direção na esperança de fazê-lo despertar:

- Appa! Appa! – disse puxando seu rosto enquanto ele balbuciava palavras impossíveis de compreender – Appa! Por que você faz isso comigo? Por que faz isso consigo mesmo?! – perguntei sem sucesso de resposta, enquanto minhas lágrimas de decepção e tristeza rolavam pelo rosto.

- S/N ... S/N filha... Minha filha... – ele repetia com a língua totalmente enrolada.

- Vem, vamos pra casa! Já chega por hoje... – passei seu braço sobre meus ombros com muita dificuldade e o levantei, meu pai bebeu tanto a ponto de suas pernas estarem moles, como se nem ele as sentisse – Vamos pra casa pai...

- Hey mocinha! Onde pensa que vão? Vão sair sem pagar? – disse um senhor mal encarado com um pano de prato encardido sobre os ombros.

Ainda com muita dificuldade eu tirei uma nota qualquer do bolso e larguei em cima da mesa.

- Pode ficar com essa porcaria de troco também... – disse séria o encarando e logo tratei de sair dali.

A bebida que meu pai tanto chamava de companhia estava o fazendo ficar cada vez mais solitário e também estava me fazendo sentir culpada exatamente por não saber o que fazer para tirá-lo desse buraco onde ele insistia em se meter.

As ruas estavam completamente vazias... O caminho de volta para casa tornou-se tão longo e difícil, levando em conta que precisava carregar um senhor completamente bêbado e pesado...Mas não bastasse minha falta de sorte simplesmente começou a chover.

- Mas era só o que me faltava mesmo! – exclamei sentindo os primeiros pingos gelados de chuva sobre meu rosto – Anda Appa! Temos que ir depressa, ou além de uma baita ressaca o senhor vai ficar engripado!

Na tentativa frustrada de fazê-lo andar mais rápido quase caímos e para completar meu azar, ele simplesmente começou a vomitar acocado no chão e com um dos braços escorado na parede de um prédio.

- Droga! – exclamei irritada e mais que depressa tratei de segurar sua cabeça – Appa! Me diz por que está fazendo isso comigo?

- Me solta, sua idiota! – ele balbuciou enrolado e me empurrou fazendo com que eu caísse sentada involuntariamente sobre a calçada já bastante molhada pela chuva. Ouvir aquilo doía, doía muito! Doía de uma forma que nunca serei capaz de explicar e todas as vezes em que isso acontecia, um filme passava na minha cabeça...

- Eu prometi pra sua mãe que vou cuidar de você... e assim o farei S/N! - ele disse aos prantos segurando meu rosto.

Foi exatamente assim que recebi a notícia de que minha mãe havia falecido, porém olhando para o meu pai agora, naquela situação deplorável, penso que ele esqueceu completamente as promessas que me fez. Lágrimas e chuva se misturavam de igual forma sobre meu rosto, respirei fundo, esfreguei os olhos com as mangas do casaco e quando pensei em levantar senti um carro estacionar devagar as minhas costas, prontamente o motorista desceu do mesmo e veio em minha direção, num primeiro instante minha visão embasada pelas lágrimas não me permitiu enxergar, mas em seguida...

- Taemin? – disse desesperada.

 

Continua...