História Imagine fan - Algemas imaginarias

               -- Podemos ajudar?  --  meu corpo se esquenta ao ouvir a voz de Dan, nos dirigindo a palavra, docemente. Vocês são da organização?

               Não consigo responder. A fala não sai, por mais que eu tente. Edu treme tanto que dá até medo que ele exploda e eu? Sem comentários.

               -- Bem vindos!  --  Sermon cumprimenta estendendo as mãos. Como não nos mechemos graças a emoção, ele parece meio constrangido, mas continua.  --  Bem, aparentam estar nervosos. Não se preocupem, o atraso é o de menos, o que importa é que estão aqui.

               Exato!  --  Ben sorri.  --  Vamos indo agora, todo mundo nos espera.

               Os três entram e Dan toca em meu ombro, o que me faz delirar, um pouco mais.

               -- São Isabela e Diego?  --  pergunta inocente.

               -- Somos Liana E Eduardo.  --  Edu toma fôlego e finalmente consegue dizer. 

               __ah... Perdão, ouve um engano. Esperamos pela dupla do comitê de organização.

               -- Somos grandes fans e não nos importamos de ajudar.  --  Dan toca Edu e ele inspira.

               -- Seria muita gentileza! Liana e Eduardo, certo? Compensaremos vocês! Venham!

               Isso é... Surreal! Cadê minha respiração? Sabemos tudo sobre os shows, arrumamos tudo conforme todos os que já vimos e eles se surpreendem com como nunca estivemos com eles, mas sabemos exatamente cada detalhe e tudo o que gostam.

Ver os quatro, tão perto? Não é real! É um sonho e matarei minha mente se acordar.

               -- Menina, você não disse nada ainda.  --  Platzman sorri.  --  Trabalho impecável!

               -- Ah... O... Obrigada!  --  sorrio sem jeito.

               Não é fácil falar com eles, na verdade, é quase impossível!

               -- Galera.  --  Dan diz.  --  Vamos, ta na hora. E vocês dois, perfeito trabalho! Vamos la pro palco também, ficarão ao lado.

               Ah, Isso já é demais! Primeiro os ingressos, o boneco, o camarim, eles e isso? Meu Deus? Que tipo de sonho impossível é esse! Mas, não quero que mude, de forma alguma!

               -- Parem, agora!  --  Sermon manda, me amedrontando, pois penso que fiz algo errado.  --  Antes de ir, escolham uma música. Cantaremos como um agradecimento.

               Meu sorriso abre-se maior do que a mim mesma e sinto uma cutucada de Edu, anterior aos seus comandos para que a decisão seja minha. Sem pensar, entrego-lhes:

               -- Every Night!  --  Sermon pergunta se é minha favorita.  --  Sem sombra de dúvida!

***

***        A vista de cima do palco é linda, como nunca vi! É estranho saber que nem estaria eu aqui essa noite e sim, ficaria comendo doces com Edu, vendo shows na tevê e talvez até ficássemos e, isso, seria normal. Agora, vendo aquele povão todo gritando por eles lá em baixo e pensar que aqui me encontro, com os Dragons e não ali, não é normal. Então, que não seja! Estou adorando isso. Até porque, pra uma garota cujo o único luxo é o carro antigo do falecido pai, conhecer uma banda sem a ajuda de um programa de televisão, seria calúnia. Por isso, acho que está bom assim, não sendo normal, não sendo real!

               O show começa e choro. Choro mesmo, pois minha emoção toma conta. Edu me segura com força e apenas na metade da música I Don’t Know Why, é que me levanto e canto.

               Eles cantam, o jogo de luzes os ilumina e deixa tudo tão brilhante. Edu e eu não estamos mais sentados desde a primeira música e enquanto eles fazem uma pausa entre a oitava e a nona pra falar um pouquinho, aproveitamos pra pensar em onde está o boneco que compramos. Mas logo tocam Every Night, e lágrimas caem outra vez, entre o abraço de Edu.

               Assim que o show termina, vamos até o trailer deles e guardamos tudo, com toda a equipe. Em seguida, Dan nos convida para ir até sua van e pegar umas camisetas. Negamos?

               -- Expliquem pra mim.  --  começa ligando as luzes da van com um controle remoto.  --  Liana e Eduardo, não estavam na lista do camarim. Então, vocês entraram como mesmo?

               -- É...  --  Edu gagueja.  --  Invadimos.

               -- Perdão!  --  me adianto.  --  Erramos, sabemos, mas... É QUE...

               -- Olha só!  --  Sermon ri.  --  Eles são foras da lei! Gostei!

               -- Relaxem.  --  Ben acalma.  --  Não fizeram baderna e nos ajudaram, então, não há problemas.

               -- São fans bonzinhos, não bagunceiros.  --  Reynolds comenta.

               -- Não conseguimos nem falar nada.  --  admito.  --  Foi tão emocionante que...

               O Celular de Edu toca e cria-se uma carranca em seu rosto.

               -- Fala. Hum, sim, ta, beleza. Okay, tchau. Minha mãe.  --  rosna.  --  Disse pra irmos logo, ou te levarei pra festa e se você sair machucada, ela vai me matar a facadas e tirar meus DVDS dos Dragons. Vamos, Lia.

               -- Ela está brincando, ou vai realmente te esfaquear?  --  Platzman sorri.

               -- Ela sempre ameaça assim. Uma vez disse que me bateria com uma bola de boliche e quebraria meu videogame. Geralmente são ameaças que tenham haver com vocês.

               -- Que maldade!  --  Ben dá uma piscadela.  --  legal!

               -- Bem, temos que ir.  --  digo, com pesar.  --  Obrigada por cantarem Every Night, de verdade, eu amo vocês e essa música!

               -- Sem problemas!  --  Reynolds vem me abraçar e meu corpo esquenta e congela, suficientemente para causar um choque térmico.  --  Espero vê-los mais vezes! Qualquer coisa, liguem. Sermon, anota um número nosso pra eles!

               -- Prometo não passar pra ninguém!  --  digo envergonhada.  --  Quero pedir-lhes algo. Será que se eu entrar no mundo da música, podem ser meus padrinhos?

               -- Claro!  --  Dan dá um tapinha em minhas costas.  --  Mas terá que cantar todo dia.

               -- E todas as nossas músicas!  --  Sermon completa passando um papel para Edu.

               -- E ai de ti se não for perfeita!  --  É a vez de Platzman brincar.

               -- Escrava musical!  --  Ben completa.  --  Não diga se, você virar, diga quando. Sabemos que com esforço, alcançará. Acreditamos em ti, agora vá e faça o que for preciso.

               Passando pelo estádio após nos despedir, não encontramos o boneco. Mas isso não nos intriga tanto quanto ver tantos seguranças e policiais na saída. Se nada tem haver com a banda, pois nem estão aqui, então o que é que...?
               -- Eles dois!  --  reconheço a voz que grita. Será que...?

               __ Vocês!  --  vejo o policial Revencies, famoso na cidade com a moça que enganamos. Vem em nossa direção:  --  SRTA Felicite e SR Andrade, estão presos, em nome da lei!