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História Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Ciúmes


Escrita por: Vaahlerinha

Notas do Autor


Cheguei, mais um capitulo pra vocês hahaha

Espero que gostem, até o próximo... Não tenho muito o que falar aqui... kkk Até mais... ><

Capítulo 24 - Ciúmes


Fanfic / Fanfiction Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Ciúmes

Valéria virou um pouco para o lado a fim de olhar para o amigo. Os punhos dele estavam cerrados e ele parecia ainda mais alto enquanto respirava fundo várias vezes. Seu rosto também estava corado e mantinha um olhar furiosamente fixo na garota ao lado de Jungkook.

- Senti saudades também, Jung Hoseok. – Ela foi sarcástica.

E o clima ficou ainda mais pesado. Jungkook tentou quebrar isso:

- Hey, Hope. Você viu quem veio nos visitar? – Ele passou o braço sobre os ombros da garota, apertando-a ao seu lado afetuosamente.

E o sentimento desagradável no peito de Valéria ardeu ainda mais.

- E a que devemos a honra da sua presença ilustre? – Hoseok usou o mesmo tom que ela.

- Antes de responder a suas perguntas educadas, acho que devo me apresentar, não é mesmo? – Ela olhou para ele e depois pousou sua atenção em Valéria.

Ela se aproximou lentamente, ainda a analisando como se Valéria fosse um experimento de laboratório muito interessante. Foi quando ela parou na frente dela que Valéria pode perceber quão bonita ela era. Seus traços eram finos e sua beleza era elegante.

- Sou Jiyo Yezi. – A mesma estendeu a mão.

Valéria ficou alguns segundo ali, apenas olhando para ela antes de finalmente responder ao seu gesto.

- Valéria Oliveira.

A outra sorriu de lado e apertou firme a mão de Valéria.

- Prazer em conhecê-la.

- Agora que você já fingiu ser educada, será que pode me responder o que está fazendo aqui?

Hoseok bradou novamente. O sorriso de Yezi cresceu e se tornou malicioso antes de virar a cabeça lentamente para olhá-lo.

- Olá, Jung. Sentiu minha falta? – Perguntou, ignorando a perguntando dele.

- A cada dia que se passa você está mais engraçadinha, não, Jiyo?

- Só para você, amor. – Ela jogou um beijo para ele e depois soltou uma risadinha sarcástica. A careta de Hoseok se tornou ainda mais acentuada, mas antes que ele pudesse abrir a boca para retrucar, Jungkook se aproximou deles e, mais uma vez, passou o braço sobre os ombros dela.

- Yezi vai passar alguns dias aqui conosco. Isso não é ótimo?

- Perfeito. – Hoseok respondeu entre os dentes cerrados. – Percebeu que a faculdade era demais para você e decidiu abandonar?

Uma faísca relampejou nos olhos dela.

- E depois eu que sou a engraçadinha, né, Jung? Mas, não. Essa é a semana de Cultura e Conhecimento na Todai. Com ênfase na parte da cultura – Ela revirou os olhos - e eu não participo de nada. – Deu de ombros.

- Por quê? Sua veia cultural e artística é tão pronunciada.

Valéria nunca tinha ouvido Hoseok falar tão secamente com alguém e estava começando a se sentir constrangida em meio àquele fogo cruzado. Levantou a vista para Jungkook, que parecia mais entediado do que constrangido.

- Você sabe que guardo meus escassos momentos criativos para ocasiões especiais.

- Tão especiais que praticamente nunca aparecem, não é mesmo?

- Talvez, mas, olha, então você deve ser muito sortudo! – Yezi dizia, cada sílaba pingava ironia – Vim especialmente para exercer esse meu dom.

- Como assim?

- Devia um favor ao Jimin e ontem, enquanto conversávamos e mencionei que tinha esses dias de folga, ele falou que você precisava de ajuda redecorando. E você sabe o quanto gosto desse tipo de coisa. – Agora o sorrisinho dela era malvado.

- O quê? Você está achando que vai me ajudar a redecorar meu quarto? Ficou maluca, garota?!

- Vamos começar logo, Jung. – Ela deu uma volta em torno dele, esbarrando em seu ombro, o que foi meio cômico porque ela devia ter uns 10 centímetros a menos de altura do que ele - Quanto mais rápido terminarmos isso, mas cedo eu fico livre de você e posso curtir um tempo com meus amigos.

- Aonde pensa que vai? – Hoseok se virou e começou a segui-la pelo corredor que levava aos quartos.

- Você sabe que não quebro minhas promessas e prometi a Jimin que ajudaria você a redecorar seu quarto.

- Tive um mau pressentimento quando Jimin comentou que tinha uma surpresa. – J-Hope resmungou, vencido.

Valéria arregalou os olhos, surpresa com o quão rápido ele havia se deixado convencer.

– Queria que você fosse menos irritante.

As vozes deles foram se distanciando.

- Queria ter uma Ferrari.

- Se eu te der uma Ferrari, você me deixa em paz?

- Boa tentativa, mas não. – Yezi soltou uma gargalhada sincera. – Até depois, Jungkook. – Ela gritou já do fim do corredor.

Valéria ainda pode ouvir alguns resmungos inteligíveis de Hoseok antes de ele fechar a porta com força. Ficou ali por uns segundos, olhando para o caminho que os dois tinham seguido e tentando entender o que tinha acontecido. Quando finalmente desviou sua atenção para Jungkook, encontrou-o olhando para ela, divertido.

- É seguro deixar aqueles dois sozinhos?

- Não realmente. Mas o hyung sabe se defender. – Ele riu.

Valéria revirou os olhos e passeou por ele em direção à cozinha. Aquela sensação esquisita ainda fervia em seu estômago e precisava de um pouco de café para pensar. Ela viu um bule cheio e puxou uma caneca, enchendo-a com o líquido quente. Sentou-se num dos bancos da ilha e tomou um gole. E quase cuspiu tudo.

- Que porcaria é essa? – Resmungou em português, levantando a caneca na altura dos olhos, encarando-a de maneira desconfiada – Isso não é café de verdade. Chamar isso de café é um insulto!

- O quê você disse? – Jungkook se jogou na cadeira em frente a dela, sorrindo.

Valéria abaixou a caneca.

- Uhuum... Disse que esse café está... huum... – Ela procurou uma palavra para não ofender ninguém – Um pouco diferente do que estou acostumada.

- Tá horrível, neah?

Ele perguntou sorrindo, Valéria mordeu o lábio inferior.

- É. Está sim.

Jungkook soltou uma gargalhada e Valéria o acompanhou.

- Foi a Yezi quem fez. E os dotes culinários dela são bem limitados.

E rápido como tinha chegado, o sentimento de cumplicidade que tinha se instalado ali se evaporou. Valéria olhou para baixo, a caneca entre as mãos. Jungkook limpou a garganta.

- Que tal um pouco de chá de maçã?

Valéria pensou por um segundo ou dois, mas não achou nenhuma desculpa para recusar seu convite, então assentiu. Pouco depois Jungkook colocou uma caneca na frente dela e voltou a se sentar, bebericando de sua própria caneca. Valéria olhou para o lado, deslizando uma das mãos por aquele objeto e tentando ignorar o silêncio constrangedor.

- Não teve aula hoje?

- Hum? – Valéria perguntou, distraída – Ah! Sim, sim, eu tive aula hoje, mas decidi vir embora mais cedo. E falando nisso, desculpe por ter interrompido. – Valéria forçou as palavras para fora de sua boca.

- Interromper? – Jungkook franziu o cenho, pensativo – Ah! Você está falando sobre Yezi e eu? – Ele começou a rir.

Valéria revirou os olhos e ficou sua atenção na parede ao lado. Não gostava de ser motivo de riso de ninguém.

- Noona? Hey, noona?

Agindo com muita maturidade, Valéria ignorou seus chamados e seus lábios se repuxaram em uma careta. Só voltou a olhá-lo quando sentiu que ele brincava com alguns fios do seu cabelo, enrolando uma mecha entre seus dedos. Estapeou a mão dele para longe, mas ele se limitou a rir e voltou a capturar aquele pedaço de cabelo.

- Você ficou com ciúmes, noona? – Ele mantinha um sorrisinho divertido e olhava para a mecha como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Valéria estapeou a mão dele de novo e dessa vez ele soltou o cabelo dela e se encostou em sua cadeira, rindo.

- Ciúmes, Jungkook?

Valéria quase cuspiu as palavras, o coração disparado em parte porque ele tinha razão, o que – feliz ou infelizmente - significava que agora ela podia identificar aquele sentimento esquisito que tinha lhe incomodado, e em parte porque ele era abusado o suficiente para jogar isso na cara dela.

- E-eu não fiquei com ciúmes. – Ela resmungou, tentando disfarçar – E por que eu ficaria com ciúmes?

Ele apoiou o cotovelo sobre a bancada entre os dois e o queixo sobre a mão.

- Tem razão. Não há motivos para ter ciúmes. Yezi e eu somos só amigos.

- Já disse que não estava com ciúmes.

- Pois pareceu.

- Você está se achando muito engraçadinho hoje, Jeon Jungkook.

- Só para você, amor. – Ele repetiu as palavras da amiga, mas não com o tom sarcástico que ela tinha usado.

Valéria revirou os olhos. O clima constrangedor havia se dissolvido outra vez apesar do assunto. E isso era engraçado e aterrorizante ao mesmo tempo. Era como se o ponto de equilíbrio entre os dois fosse aquele clima gostoso e agradável e, mesmo enquanto supostamente os dois deveriam estar se estranhando, eles eram puxados de volta àquele equilíbrio. E de repente tudo estava bem de novo.

- Mas, diga-me, por que você não ligou para mim?

- O quê? – Valéria perguntou antes de bebericar o chá, que estava bem melhor do que o café.

- Por que você não me ligou para ir buscar você?

- Você ficou com ciúmes, Jungkook? – Ela imitou o tom dele e suas palavras, aproveitando para desviar o assunto.

- Talvez. – Ele respondeu e voltou a brincar com o cabelo dela.

Valéria franziu o cenho, não esperando aquela resposta.

- Mas isso não responde a minha pergunta.

Valéria olhou para a caneca, calculando se valia a pena se fingir de desentendida. Soltou um suspiro. Não havia encontrado uma resposta que a levasse àquele ponto ideal – que envolvia a normalidade da nossa relação e que também o impedisse de se preocupar com ela - sobre o qual refletira hoje de manhã no carro, mas nunca foi de fugir.

- Não queria incomodar. – Ela deu de ombros, fingindo que aquela possibilidade não doía.

Jungkook soltou o cabelo dela e se levantou. E Valéria se machucou um pouquinho mais ao vê-lo deixar o assunto de lado tão rapidamente. Franziu o cenho quando ele se sentou ao lado dela.

- Por que você acha que está incomodando? – Jungkook fixou seus olhos nos dela, estava muito sério.

- Simples questão de fatos. – Valéria virou para frente outra vez e bebeu um pouco mais de chá, que agora já estava esfriando.

De alguma maneira, Jungkook conseguiu virar o banco em que ela estava sentada a fim de que Valéria ficasse de frente para ele.

- Pare de fingir que o assunto não é importante.

Valéria mordeu o lábio inferior.

- Não estou fingindo. Não é importante.

“Não para você, pelo menos”, ela pensou.

- É claramente importante para você, então é importante para mim também.

Foi impossível Valéria não sentir sua guarda baixar um pouco. Sorriu fraco.

- Você é bom demais pra mim, Jungkook. – Valéria colocou a mão sobre a bochecha dele. – E esse é o problema.

Jungkook franziu o cenho e cobriu a mão dela com a sua.

- Não estou entendo.

- Compreensível. Eu acho que não estou fazendo muito sentido.

Valéria respirou fundo e afastou sua mão do rosto dele. Fugindo tanto fisicamente quanto figurativamente.

- Não quero.... Não, eu quero que você saiba que você não tem que ficar tomando conta de mim.

- Tomando conta de você?

- É, Jungkook. Não precisa ficar agindo como minha babá. Você tem mais o que fazer e...

- Sua babá? – Jungkook murmurou devagar como se só tivesse escutado isso.

Como Valéria iria explicar?

- Você, sabe...

A expressão dele se fechou e ele ficou mortalmente sério.

- Não. Eu não sei.

Valéria engoliu em seco, percebendo que ele não iria facilitar em nada para ela.

- O que estou tentando dizer é que você não precisa ficar se ocupando comigo. Tenho certeza de que você tem coisas melhores para fazer do que ficar se preocupando comigo. Posso cuidar de mim mesma.

- Então... – O tom da voz dele era baixo e cortante – O que você está tentando dizer é que quer que eu pare de me intrometer na sua vida.

Valéria arregalou os olhos e sacudiu a cabeça. Ele estava entendo tudo errado.

- Não. Não é isso. – Valéria atropelou as próprias palavras – Quero que voc...

Jungkook fez menção de se levantar, mas Valéria colocou sua mão sobre o braço dele. Jungkook tirou sua mão de debaixo da dela, mas continuou sentando.

- ...pare de me intrometer. Já entendi... – Ele sibilou entre os dentes.

Valéria sentiu a cor lentamente fugir de me rosto assim como a situação fugia do seu controle.

- Jungkook, escuta! – Outra vez ela se atropelava verbalmente, mas estava começando a ficar desesperada para fazê-lo entender – Você não está entendo. Aliás, você está literalmente invertendo a situação.

As mãos dele relaxaram dos punhos em que tinham se fechado.

- Não entendi.

- Claro que não! Senão não estaria falando essas besteiras.

- Eu estou falando besteiras? – Jungkook soltou uma risadinha irônica, passando a mão sobre o cabelo em um gesto de frustração.

- Será que dá pra me deixar falar?

- Ótimo! Fale! – Ele cruzou os braços e olhou Valéria com uma mistura de raiva e mágoa.

Valéria decidiu não responder a essa provocação em forma de resposta seca porque podia entender a frustração dele. Também estava experimentado uma mescla de sentimentos.

- Tente compreender – Valéria passou as mãos sobre o rosto, cansada – estou fazendo isso para o seu bem. Será que não entende? Olha o que aconteceu ontem mesmo! Você teve que lidar com minha bagunça emocional. Você não precisava daquilo e não precisa ficar se preocupando comigo. Não quero ser um fardo. – Ela completou baixinho.

“Pelo menos não para você também”, ela completou em pensamento.

- Um fardo? – Jungkook repetiu devagarzinho e incrédulo, descruzando os braços e a olhando como se ela fosse maluca.

- É. Um fardo. – Valéria deu de ombros como se aquilo não lhe afetasse – Não quero ficar atrasando sua vida.

Seria cômico não fosse trágico o fato de ele ficar repetindo o que Valéria falava.

- Atrasando a sua vida? – O tom dele era calmo, mas Valéria podia quase sentir o aço sob a seda.

Era a calmaria antes da tempestade.

- Jungkook, você precisa entender que eu sempre fui independente e...

- E essa é a sua justificativa para ficar agindo assim?

Jungkook bradou. Valéria abriu e fechou a boca repetidas vezes, assustada com sua brusquidão.

- Você é independente e por isso resolveu agir de maneira super madura e me ignorar ontem à noite e hoje de manhã, é isso? Eu que sou o mais novo, mas ao invés de vir falar comigo você resolveu agir igual à criança? E eu aqui todo preocupado pensando qu...

- E-eu... – Valéria tentou falar algo.

Jungkook esfregou as mãos sobre o rosto e se levantou.

- Olha.... Depois a gente conversa, certo? – A voz dele estava cansada – Eu preciso... absorver essas novas informações. – Sua última palavra foi sarcástica.

- Jungkook, e...

- Agora não noona. Depois. Mas não se preocupe. Não estou fugindo dessa conversa. Já passei da idade de fazer isso. – E dizendo isso Jungkook Valéria ouviu uma porta batendo.

Suas últimas palavras atingiram o alvo. Era como se ele tivesse estapeado Valéria. Ela sentia-se pequenininha e patética porque sabia que ele tinha razão. Não havia percebido até que ele esfregasse isso na cara dela, mas realmente havia agido como criança. Sempre se orgulhara de ser independente, de agir de maneira consciente, de ser a adulta da casa e sempre seguiu esses princípios. Dessa vez, contudo, admitia que havia errado. Deveria sim ter conversado com Jungkook e não ter se escondido e o ignorado. Afinal, ele não havia feito nada de errado. Muito pelo contrário, o garoto só estava tentando ajudar ela.

“Fácil perceber isso agora, neah?”. Ela pensou ironicamente, agora que Jungkook praticamente soletrou isso para ela.

Não tinha desculpas para justificar sua imaturidade nessa questão. Talvez pudesse dizer que acreditava estar fazendo a coisa certa, mas a verdade estava mais próxima do fato de que Jungkook embaçava seu bom senso. Valéria massageou sua testa, piscando devagar ao perceber que deveria ir atrás dele e tentar retomar a conversa. Precisava se desculpar e também se explicar. Queria que ele entendesse que estava tentando não envolvê-lo nos seus problemas.

Valéria soltou o ar pesadamente e se levantei com a intenção de ir procurá-lo em seu quarto.

- Jungkook? – Ela bateu na porta de leve.

Nenhuma resposta.

- Jungkook?

Ainda nada.

Ela sabia que ele estava ali, porque o barulho de porta batendo tinha vindo de dentro da casa e não da porta da frente. Valéria chamou-o uma terceira vez e mesmo assim ele não lhe respondeu. Ela sentiu sua culpa aumentar ainda mais ao perceber que ele não estava só bravo, mas também chateado. Era compreensível, afinal ela havia causado uma “quebra de confiança” na relação deles.

Espalmou a mão sobre a madeira lisa a sua frente e abaixei a cabeça, pensando em uma maneira de fazer com que ele saísse do quarto e falasse com ela. Não queria que Jungkook ficasse remoendo a situação. Por experiência própria, sabia o quão nocivo era aquilo. Estava claro que ele não iria abrir a porta para ela. Precisava chamar alguém. Mas quem? Talvez Jin ou... não. Um estalo na mente dela apareceu e de repente ela sabia exatamente quem chamar. Não era sua opção favorita, mas provavelmente a que daria um resultado. Se afastou dessa porta e foi até a porta do vizinho. Bateu nessa porta também e outra vez não tive resposta por isso resolvi tentar a maçaneta, descobrindo-a destrancada.

- Hoseok? Yezi? – Valéria chamou antes de entrar.

Houve um baque de alguma coisa caindo no chão e depois ela ouviu:

- Seu idiota! Como se atreve?

- Garota maluca! Foi você quem começ...

- Calado! Você não ouviu alguém nos chamando?

As vozes foram se aproximando da porta a cada frase.

- Que importa isso? Quem você pensa que é pra me mandar ficar calado na minha própria casa?

- Vai se f-!

Yezi abriu a porta do quarto e parou de discutir com Hoseok quando viu Valéria parada na porta. Estava surpresa por vê-la ali, mas Valéria era quem eu estava ainda mais surpresa com o que via. Yezi passava as mãos repetidas vezes sobre os cabelos bagunçados e sobre a blusa amarrotada. Seus lábios, assim como os de Hoseok, estavam inchados e ele também procurava ajeitar a própria camiseta. Não precisava ser um gênio para perceber o que eles estavam fazendo.

- Tudo bem? – Valéria levantou a sobrancelha para Hoseok.

- Que foi? – Ele resmungou.

- Nada. – Valéria deu de ombros, segurando o riso. – Nada mesmo.

- Então? – Perguntou ele, lançando para Valéria um olhar significativo.

- Então o quê?

- Você veio aqui nos fazer companhia?

Por um minuto Valéria esqueceu dos problemas eminentes.

- Não... eu. Eu... – Ela respirou fundo – Desculpe interromper o que quer que vocês estavam fazendo...

Isso fez Valéria ganhar uma careta de Hoseok e as bochechas de Yezi se coloriram.

- ...mas eu preciso falar com a Yezi.

“Comigo?”, “Com ela?”, eles exclamaram ao mesmo tempo e surpresos.

- É. Será que pode ser?

- Uhumm... Claro. Vamos conversar lá fora? – Yezi completou ao olhar para Hoseok que estava completamente alienado ao fato de que aquela seria uma conversa particular e continuava de braços cruzados, as encarando.

As duas se dirigiram para fora do quarto, mas Yezi se virou antes de fechar a porta completamente, a mão ainda sobre a maçaneta e falou:

- Não tente encomendar a cor do Puf enquanto eu estiver fora, Jung Hoseok. Porque senão eu vou ligar lá cancelando e ainda te faço passar vergonha. Não vai ser aquele vermelho escuro horroroso.

- Você não manda em mim, mulher!

- Não sei por que você insiste em discutir. Sabemos muito bem quem vai ganhar.

- Como você consegue ser tão insupor...

- Já volto, Jung. Tente não transformar esse quarto em um monumento à cafonice enquanto eu estou fora.

- Por que você não vai se fu...

Yezi bateu a porta, rindo baixinho. Foi só então que ela voltou a dar atenção para Valéria.

- E ai? Sobre o que você quer conversar? – A menina perguntou, sorrindo para Valéria.

- Eu.... Hum... Jungkook e eu estávamos conversando e...

Valéria engasgou-se nas palavras, orgulhosa demais para admitir que estava errada mesmo já tendo admitido isso pra si mesma. Yezi só ficou ali, olhando-a pacientemente, o que fazia com que Valéria se sentisse pior ainda porque seria mais fácil não gostar dela se ela fosse uma vadia.

- Nós tivemos um desentendimento... E ele se trancou no quarto e não quer sair e nem falar comigo. Será que você poderia ir lá falar com ele?

- Claro. – Yezi sorriu, triste – Foi feio, né?

- O quê foi feio?

- O desentendimento de vocês. Foi feio. Jungkook só se tranca no quarto quando a discussão é feia. Ele faz isso para não dizer nada que se arrependa depois.

- Como assim? – Valéria questionou.

Yezi mordeu o lábio inferior e Valéria percebeu que estava ponderando sobre se deveria ou não responder a pergunta. Depois de um segundo ou dois, ela continuou:

- Jungkook vive de bem com a vida. Poucas coisas realmente o incomodam ao ponto de fazê-lo perder de vez a paciência. E quando isso acontece porque ele discutiu com alguém, ele tende a abandonar a conversa e se trancar no quarto. Parece criancice, mas é na verdade um gesto bem adulto porque ele faz isso para não dizer alguma coisa de que se vai se arrepender depois. Digamos que Jungkook perde o filtro entre a boca e o cérebro quando fica com raiva. Sempre foi a assim.

Valéria lembrou-se de como ele parecia perigoso – e gostoso - ao mandar os paparazzi se afastarem dela. Entendia o que Yezi queria dizer sobre ele perder aquele filtro. Arregalou os olhos, sentindo-se pior ainda ao calcular, então, que havia o irritado tanto quanto aqueles paparazzi. Yezi interpretou mal a reação dela porque voltou a falar apressadamente:

- Mas é claro que não precisa ter medo dele e não estou dizendo que ele está com raiva de você! – A garota sacudiu as mãos – Jungkook faz isso quando está chateado também. Depois tudo fica bem. Ele normalmente só precisa de um tempo para esfriar a cabeça. Mas vou lá falar com ele. Tenho certeza de que não é nada muito grave. – Valéria pode perceber que ela só estava tentando apaziguar Valéria.

- Obrigada, Yezi. – Valéria murmurou quando ela começou a se afastar.

A garota virou o rosto e sorriu para Valéria antes de voltar a andar.


Notas Finais


È isso pessoal... espero que tenham gostado... até o próximo... <3


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