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História Long Fic Jungkook - Paper Hearts - A primeira DR


Escrita por: Vaahlerinha

Notas do Autor


Hello People...

Cheguei com mais um capitulo pra vocês... ><
ME AMEM!!!

Espero que gostem... Eu sei que eu adorei... <3

Capítulo 33 - A primeira DR


Fanfic / Fanfiction Long Fic Jungkook - Paper Hearts - A primeira DR

- Sabe o que eu aprendi com tudo isso?

Jungkook falou, interrompendo a quietude na qual assistíamos ao filme Busca Implacável deitados em minha cama. Seu braço servia como meu travesseiro e eu o abraçava pela cintura. Um cobertor estava jogado sobre nós. Estava contente e quentinha. Quase valia a pena brigar para ter uma recompensa como essa.

- Não sequestrar a filha de um ex-agente secreto? – perguntei, distraída, ainda olhando para a tela.

Jungkook soltou uma risada rouca.

- Não, noona. Aprendi que não quero fazer parte da Lista Negra da Milena.

Foi minha vez de rir. Virei a cabeça, esquecendo o final do filme e apoiando o queixo sobre seu tórax.

- De onde surgiu isso?

- Só estava pensando aqui. Ela estava definitivamente assustadora.

- É... Às vezes eu sou também... – dei de ombros e voltei a me deitar.

- Bom – buscou minha mão com a sua e entrelaçou nossos dedos. - Fico menos preocupado assim.

Meu coração sofreu um solavanco. Jungkook sempre sabia o que dizer para me fazer sentir como uma boba.

- Falando em preocupação, Jungkook, você tem conversado com Yoongi esses dias? – perguntei, tentando soar casual.

- Não – suspirou. - Eu tentei, mas ele está evitando todo mundo.

Esperava que ele não dissesse isso. Torcia para uma resposta que envolvesse “sim, conversei e está tudo bem”, assim não teria que colocar em prática a resolução na qual cheguei depois de muito pensar no outro dia. Não queria dar uma de fofoqueira e repassar a informação que Min havia me confiado, mas estava ficando sem opções. Depois daquele dia em seu quarto, tentei conversar com ele sobre aqueles problemas e Yoongi se recusou. Tentei de novo e ganhei outras recusas com um “já estou resolvendo tudo, Vaah” de brinde. Quisera ficar satisfeita com aquilo, contudo era óbvio que as coisas não estavam se resolvendo e ele só estava tentando fugir do assunto.

Não gostava de me intrometer na vida alheia, mas estava na hora de uma intervenção e eu não conseguiria fazer isso sozinha.

Observei meus dedos brincarem com os dele, pensando nas palavras certas.

- Jungkook, aquele dia em que fomos buscar pizzas, enquanto você ajudava Yezi com as malas dela, os meninos pediram para eu ir ao quarto do Yoongi para conversar. E ele me contou o porquê de estar tão preocupado. Você ficou sabendo que a empresa fez a ele uma proposta?

- Ele comentou vagamente sobre isso semana passada.

- Então. Ele falou sobre isso, mas minha intuição me diz que seu comportamento esquisito tem mais a ver o Debut Solo.

- Sua intuição? – Jungkook riu.

- Deixa de ser bobo – deu um cutucão nas suas costelas e ele gemeu de incômodo.

- Espera aí! Debut Solo? Era essa a proposta?! – Ele ofegou, surpreso. – Isso ele não nos contou – disparou em um tom que misturava surpresa, alegria e indignação, provavelmente pela surpresa de descobrir assim. – Eu preciso ir lá!

Tentou se levantar, mas o empurrei para que voltasse a se deitar.

- Noona! Preciso ir falar com os meninos, ele está com medo de contar pra gente!

Revirei os olhos.

- Agora você está sendo só burro mesmo, Jungkook – me acomodei outra vez contra seu tórax. – É óbvio que você não vai falar com os meninos! Se o próprio Yoongi não disse a vocês é por que tem um motivo.

- Sim, você tem razão, mas isso não explica o fato de ele estar de péssimo humor nesses dias.

- Eu teria contado se você não tivesse me interrompido com suas teorias idiotas.

Jeon soltou um muxoxo indignado e resmungou:

- Desculpe, vossa alteza. Por favor, continue a sua tão estimada história.

Dei um beliscão em sua mão por seu comentário espertinho antes de entrelaçar nossas mãos novamente.

- O Yoongi irá debutar solo e está...

- O Yoongi deve estar com a cabeça cheia e preocupado que Sejin brigue com ele, se ele contar para gente e estragar a surpresa! – Jungkook falou, horrorizado.

Revirei os olhos, suspirando.

- Francamente, Jungkook. Eu fico cada vez mais admirada com essa sua genialidade. Você deveria escrever uma novela das nove.

- Novela das nove? Que diabos é isso? – Jungkook perguntou, cheio de curiosidade em sua voz.

- Coisa brasileira. Depois te explico. Agora vamos focar nos fatos importantes. A empresa não quer escraviza-lo, ele apenas está se sentindo pressionado.

- Ah! Entendi. Isso faz bem mais sentido.

- Não diga – ironizei.

- Você está cheia de respostas espertinhas hoje, não é mesmo, noona?

Fui idiota o suficiente para ignorar o aviso em sua voz e soltar outra daquelas retrucadas da qual ele falava:

- Não precisa de muito esforço para ser mais esperta que você.

- Agora estou ofendido – falou em um falso tom magoado. – Isso merece uma revanche – completou, imediatamente começando a fazer cócegas em minha barriga.

Em meio a gargalhadas que não podia conter, tentava me desvencilhar, mas Jungkook era muito mais forte e mais rápido, mesmo tomando todo o cuidado necessário para evitar a perna engessada.

- Pare com isso. Pa-pare! – Exclamei entre uma risada e outra.

Jungkook abriu um sorriso enorme antes de finalmente parar.

- Sua esperteza não te salvou agora, não é mesmo, espertinha?

- Bobo – empurrei Jungkook de leve pelo ombro. – Mas, sério, vamos voltar ao assunto Min Yoongi.

- Eu não sei o que fazer, noona – passou o braço sobre meus ombros.

- E eu que não sabia nem o que dizer quando ele me contou?! – Resmunguei, voltando a me aconchegar em seu abraço. – Eu não sabia se pulava de emoção ou consolava ele.

- Mas você realmente acha que tem a ver com isso?

- Por quê? Você acha que pode ser outra coisa? Alguma coisa com a família?

Ele ficou em silêncio por um momento, pensando.

- Não – falou com sinceridade. – Não tem nada de errado com isso.

- Fãs?

Jungkook se retesou imediatamente e quis me chutar por ser descuidada e trazer aquele tópico de novo. A fim de distraí-lo, virei a cabeça e distribui alguns beijos castos por seu pescoço até sentir que ele relaxava.

- Não. Está tudo muito calmo ultimamente. Até mesmo as revistas parecem mais preocupadas com você do que conosco. – Murmurou, pensativo.

Revirei os olhos.

Ótimo saber disso, Jeon. Fico muito tranquila com toda essa atenção midiática.

- Mas enfim.... Acho que você deveria falar com ele.

- Eu? – Perguntei, surpresa, levantando a cabeça para encará-lo.

- Você, claro. Não é você que é a esperta dessa relação? – Jungkook apertou meu nariz de leve, caçoando.

- Claro que eu sou, mas você é amigo dele há muito mais tempo – apontei o óbvio e voltei a me deitar contra seu pescoço.

Aquele lugar estava rapidamente se tornando meu lugar favorito no mundo.

- Tá bom. Eu vou – resmungou.

Contive uma risadinha. Nem precisei insistir muito.

- O problema é como vamos abordar o assunto.

- “Abordar o assunto”? – Jungkook segurou meu queixo e me virou em sua direção. – Já te disse o quão bonitinho é esse seu jeito de falar difícil? – Jungkook bateu seus lábios de leve nos meus e estava sorrindo quando se afastou. – Mas não entendi essa sua preocupação.

Fiquei de lado, apoiando-me sobre o cotovelo para encará-lo.

- E depois você ainda tem dúvida do por que eu sou o cérebro aqui! – Provoquei e ganhei um beliscão de leve na barriga. – O que estou dizendo é que você não pode chegar nele e falar “e aí, Yoongi, a Vaah me contou que você tá cheio de coisas na cabeça. Quer falar sobre isso?” – Engrossei a voz e passei a mão pelo cabelo do jeito que Jungkook costuma fazer.

Jeon fechou a cara e resmungou:

- Eu não falo assim e nem faço isso – apontou para o meu cabelo.

- Claro que não faz – revirei os olhos.

- E por que não podemos contar para ele que você me contou?

- Porque assim ele não vai me contar mais nada, vai se fechar ainda mais em si mesmo.

- Ah! Você tem razão – Jungkook ficou em silêncio por um segundo, pensativo. – Que tal se nós o embebedássemos? Ele é um bêbado falante.

- Até que essa não é uma má ideia. Mas precisa ser só você. Ou você e o Namjoon. Se eu estiver junto depois ele pode ficar chateado comigo por não tê-lo impedido de falar.

- É. Acho que você está certa.

- Meu bem, eu estou sempre certa.

Jungkook puxou uma mexa do meu cabelo de leve.

- Você parece a Yezi falando assim.

Soltei o ar pesadamente e olhei para o lado.

- Você ainda está com ciúmes dela?

- Não – lati.

- Está sim – gargalhou.

- Calado – belisquei seu braço.

- Linda – Jungkook entrelaçou os dedos em meu cabelo e me puxou para si, virando um pouco o corpo de modo a me empurrar de costas no colchão e ficar parcialmente sobre mim, sua perna no meio das minhas.

Jungkook mordiscou meu lábio inferior e daí desceu beijos por minha bochecha e depois por meu pescoço, onde se ocupou de distribuir beijos mais fortes - que logo se tornaram chupões. Mordi o lábio inferior, tentando conter um gemido. Deslizei as mãos por suas costas, segurando no pano de sua camiseta enquanto o mundo girava ao meu redor, calor me invadia e arrepios explodiam por toda a minha pele.

Qualquer pensamento que não fosse Jeon Jungkook foi totalmente expulso da minha mente.

Depois de um tempo se divertindo em deixar marcas vermelhas por meu pescoço, ele voltou sua atenção para minha boca e assim passamos vários minutos. Vários calorosos minutos. Quando nos separamos, seus lábios estavam tão vermelhos e inchados como sentia que os meus deveriam estar.

- Isso é bom – sussurrei, corada.

Ele abriu um sorriso convencido de lado.

- Concordo plenamente, noona.

Franzi o cenho. Era esquisito ouvi-lo me chamar assim agora que tinha provado a alternativa. Engolindo um pouquinho do meu orgulho, falei:

- Prefiro “amor” – minhas palavras mal foram audíveis.

- O quê? – Jungkook perguntou, confuso.

Engoli em seco. Não dava para ser tudo fácil.

- Você me chamou de noona – abaixei o olhar para a gola de sua camiseta, minhas mãos em seus ombros. – Prefiro quando me chama de amor.

Senti-o ficar rígido por um segundo e me enchi de coragem para olhá-lo, esperando fervorosamente que ele não me chamasse de maluca ou bipolar. E quando me fixei em seus olhos, encontrei outra vez aquele sentimento intenso que me deixava perdida. Era como se ele estivesse me falando milhares de coisas sem pronunciar uma única palavra.

- Ok, amor... – sussurrou, ainda sério. – Também prefiro assim.

Mais do que aquele apelido carinhoso, o que fez as borboletas voltarem ao meu estômago foi o fato de ele não pedisse a mesma coisa em troca. Jungkook entendia que eu precisava de tempo.

- Um dia – sussurrei, torcendo para que ele soubesse do que eu falava.

E meu mundo ficou um pouquinho mais iluminado quando ele sorriu, sincero, e respondeu no mesmo tom que o meu:

- Eu sei.

[...] Quebra de tempo [...]

- Amor, você está com sono? – Jungkook perguntou, brincando com alguns fios do meu cabelo.

- Não. Por quê?

- Nós ficamos em casa o dia inteiro. Estava pensando em dar uma volta por aí. O que você acha?

Abri um sorrisinho de lado, decidindo provocá-lo um pouco.

- Você está enjoado de mim, é isso?

- O quê? Não! Claro que não.

Soltei uma risadinha – e não me orgulho de assumir que soei exatamente igual à uma daquelas meninas bobas.

- Ah! Outra vez esse seu comentário espertinho?! – Jungkook apertou meu nariz.

Sorriu, batendo sua mão para longe.

- Eu adorei a ideia. Vamos pegar um dos seus carros ridiculamente caros.

- Hey! Eu entendo da arte.

- A arte de comprar carros?

- Claro! Eles são meus bebês.

Revirei os olhos. Garotos e seus brinquedos.

- Ok. Vamos lá buscar um dos seus bebês – levantei do sofá e esperei que ele fizesse o mesmo.

- Amor, você poderia ser a mãe deles – levantou-se e passou o braço sobre meus ombros. - Já que eu sou o pai – Jungkook faiscou seu sorriso para mim.

Meus olhos se arregalaram e caí na gargalhada.

- Você machuca meus sentimentos ao renegar nossas crianças, amor. Nunca pensei que seria um pai solteiro.

Revirei os olhos, ainda rindo e o empurrei para o lado a fim de colocar minha jaqueta. Saímos de casa e entramos no elevador.

- Se eu aceitar essa adoção, quando tirar o gesso vou poder dirigir nossos bebês?

Ele passou o braço outra vez por sobre meu ombro e me trouxe para o mais perto possível sem atrapalhar as muletas.

- Sua interesseira! – Ele riu. – Não pode aceitar só pelo amor à arte?

Fingi pensar por um segundo.

- Não – respondi, rindo.

Chegamos à garagem.

- Como não, amor? Olha essas belezuras! – Jungkook apontou para os sete veículos, dele e dos meninos, um ao lado do outro. – Olha essa aerodinâmica – passou a mão sobre o capô de um deles, me olhando.

- Ok. Ok. Você venceu. Eu, você e a frota de carros que vocês têm podemos ser uma linda família feliz.

- Você é linda! – Ele caminhou até parar na minha frente, segurou meu rosto e me deu um selinho.

Abraçou-me pela cintura e apontou para um Porsche classic.

- Aquele ali é o mais novo, apesar de parecer maduro para a idade. Compramos faz uns três meses. Nosso primogênito é aquele – apontou para um Range Rover preto.

Estava dividida entre soltar uma gargalhada e chamar um psiquiatra.

- Okaaay... – estiquei a palavra. – Podemos ir agora? Tenho certeza que nossos bebês vão ficar bem enquanto saímos por um tempo.

- Nós vamos ter um momento diversão mamãe-e-papai? – Jungkook laçou um sorriso malicioso e um olhar sacana.

Dessa vez não contive a gargalhada.

- Oh Céus! Vamos logo, Casanova.

- Ter a nossa diversão?

- Quem sabe mais tarde – dei uma piscadinha. – Agora vamos levar uma das crianças para passear.

Jungkook juntou seus lábios em um biquinho de pirraça.

- Deixa de ser bobo e vamos antes que fique muito tarde. Amanhã acordamos cedo.

- Você não é divertida, noona – resmungou, tirando a chave do bolso e destravando o carro sedã ao lado do “primogênito”.

- Ahan. Tá.

Foi quando Jeon abriu a porta para mim que percebi uma coisa.

- Cadê sua jaqueta, Jungkook? – Franzi o cenho. – Você não vai sair sem blusa. Está um arzinho frio e não quero te ver doente.

Abriu um sorrisinho sapeca.

- Isso é bom.

- Sair sem blusa? – Arqueei a sobrancelha.

- Ter alguém para cuidar da gente.

Imediatamente senti minhas bochechas se colorirem.

- Eu-hmm... eu...

Eu não sabia o que dizer.

- Não mude de assunto – murmurei depois de alguns segundos, olhando para seu queixo para evitar seus olhos. – Cadê sua blusa?

Ele soltou uma risada rouca, provavelmente percebendo minha tentativa tosca de mudar um pouco de assunto.

- Tem uma aqui – abriu a porta traseira e tirou um moletom azul de lá de dentro. – Feliz? – Jungkook sorriu depois de colocar o agasalho.

Assenti, colocando as mãos sobre a gola de seu moletom e o puxando para baixo a fim de lhe dar um beijo rápido nos lábios.

- Vamos logo – falei ao empurrá-lo de leve quando nos separamos.

Ele me ajudou a entrar no carro e guardou as muletas no banco de trás, rapidamente tomando seu lugar no banco do motorista. Logo estávamos rodando pelas ruas iluminadas de Seul. Entre uma esquina e outra, ao passar a marcha, a mão dele deslizou do câmbio para minha coxa. Meus olhos se arregalaram de surpresa encarando sua mão e depois me voltei para encarar seu perfil. Ele estava tenso, os olhos fixos na estrada, provavelmente com medo de que eu o estapeasse para longe. Eu, contudo, não tinha a intenção de fazer isso. Não com aqueles arrepios deliciosos estourando pela minha pele.

Sem dizer uma palavra, voltei a virar para frente, mas de esguelha pude ver um sorrisinho se formando em seus lábios.

Mais alguns minutos de carro e Jungkook parou em frente a uma sorveteria. Virei em sua direção, franzido o cenho.

- Sorvete? À essa hora?

- O sorvete daqui é ótimo.

- E com esse vento gelado?

- Mas, amor... – falou, manhoso, apertando minha coxa.

- Tá bom – respondi, vencida. – Mas se você ficar doente, não me peça para cuidar de você.

E lá estava aquele biquinho de pirraça outra vez. Mordi um sorriso. Ele ficava adorável assim.

- Vai cuidar sim – se aproximou, colocou a mão na lateral do meu rosto e usou-a para me inclinar um pouco para o lado de modo eu tivesse melhor acesso ao meu pescoço, onde distribuiu alguns beijos demorados.

Tive que me conter para não ronronar.

- Tá bom. Tá bom – deslizei a mão por seu cabelo e o puxei para longe. – Eu cuido. Agora vamos antes que fique ainda mais tarde e ainda mais frio.

- Estraga prazeres – resmungou, abrindo a porta.

Esperei ele dar a volta no carro e me ajudar a sair. Já na sorveteria, Jungkook me levou até uma mesa no canto e me acomodei lá, de frente para o resto da loja.

- Do que você vai querer?

- Chocolate e morango.

- Ok. Já volto – Ele sorriu e foi para o caixa.

Observei Jungkook fazer o nosso pedido e observei também, enquanto ele esperava o atendente entregar o que pedira, uma garota se aproximar. Não pude ver seu rosto, mas ela possuía um longo cabelo preto e usava uma saia minúscula e saltos enormes. Não tenho problema nenhum com minissaias e saltos altos. Eu os adoro, na verdade. Meu problema é quando a garota que os usava começava a passar a mão no MEU homem. Sobre o braço dele, sobre o ombro dele.

Jungkook tentava sutilmente se esquivar, constrangido, mas ela não se dava por vencida. Engoli o gosto amargo em minha boca, controlando aquele sentimento horrível em meu peito porque sabia que a atirada provavelmente era uma fã. Não queria problemas com as fãs deles.

Respirei fundo algumas vezes e já estava me acalmando. Jungkook já estava com nossos potes de sorvete na mão e se despedia da garota. Tudo corria muito bem.

Até que a morena se virou um pouco e pude ver o rosto dela - era bonita – então ela deu um sorrisinho de lado, colocou a mão sobre o ombro dele outra vez e subiu para o cabelo de Jungkook. Senti a bile subir para minha garganta e meu rosto ferver. Senti tanta raiva que meu sangue borbulhava e minha vista embaçou.

Aquele cabelo é meu.

A. PORRA. DAQUELE. CABELO. É. MEU.

Antes que soubesse o que estava acontecendo, me vi de pé, muletas à postos e fumegando na direção dos dois.

Acho que minhas intenções de arrancar o braço da garota fora estavam estampadas no meu rosto porque, assim que me aproximei o suficiente para que Jungkook me visse chegando, a cor sumiu de seu rosto e ele deu um pulo para longe do alcance da oferecida. A garota, contudo, não pareceu entender o claro recado e fez menção de voltar a acariciá-lo. Eu, contudo, agindo mais rápido do que julgaria ser possível tendo em vista as muletas, enfiei-me no meio deles.

O choque no rosto dela foi engraçado o suficiente para quase me fazer rir. Quase.

O fato de ela tentar passar a mão no meu homem tirava toda a graça da situação.

- Com licença? – A garota falou com a voz esganiçada depois de se recuperar do choque.

A resposta mal-educada estava na ponta da língua quando senti a mão dele em meu ombro. Queria me encolher para longe. Estava chateada por ele ter deixado a biscate chegar tão perto, mesmo sabendo que era irracional ter ciúmes das fãs deles.

Engoli em seco e forcei um sorriso, pensando rapidamente em um plano.

- Olá. Você quer que eu tire uma foto de vocês dois? – meu tom era robótico.

Ela imediatamente fechou a cara e tive certeza de que iria ganhar uma negativa rude quando Jungkook resolveu que era hora de intervir:

- Acho uma ótima ideia – Ele passou por mim e se postou ao lado da garota, mas a uma distância segura.

A morena me entregou o celular sem olhar para minha direção, preocupada que estava em babar em cima do Jungkook. Revirei os olhos e tirei uma foto deles, trincando os dentes quando a vi passando o braço pela cintura dele. Jungkook forçou um sorriso. Imediatamente depois, empurrei a droga do celular no peito dela e agarrei a manga da blusa dele.

- Infelizmente temos que ir agora. Tchauzinho.

Antes que ela pudesse reclamar, já estávamos do lado de fora.

- Noona, me espera, amor.

Assim que a perua sumiu de vista, eu larguei de sua blusa e comecei a andar para o carro, deixando-o para trás.

- Vaah!

Ignorei seus chamados e continuei andando até que ele se postou na minha frente.

- Amor!

- Agora não, Jeon.

- Agora sim! – Jungkook falou, firme.

- Sobre o que você quer falar, Jeon? Sobre como a noite está bonita? Sobre os problemas do Yoongi? Sobre o aquecimento global? – olhei para os lados, gesticulando. - Ou talvez sobre o fato daquela oferecida passar a mão em você? – sibilei.

Jungkook arregalou os olhos e seus lábios se contorciam em uma tentativa meia-boca de não rir.

Além de tudo ele tinha a coragem de rir?

Sentindo a raiva borbulhar, dei a volta nele e continuei andando. Não tinha dado dois passos quando outra vez ele estava lá para bloquear meu caminho.

- Noona...

Desviei o olhar para o lado, decidida a ignorá-lo.

- Noona, por favor...

- Amor!

Ok. Aquilo era golpe baixo. Voltei minha atenção para ele.

- Que foi? Veio rir de novo?

Ele teve a decência de tentar disfarçar o divertimento que estava em seu rosto.

- Desculpe, amor. Não estou rindo de você, juro. É só que... você fica ainda mais adorável quando fica com ciúmes – conseguiu segurar os dois potes de sorvete em uma mão para, com a outra, apertar meu nariz.

- Não estou com ciúmes – estapeei sua mão para longe.

- Não? – arqueou a sobrancelha. – Então o que é toda essa hostilidade repentina?

- Respeito aos bons costumes – falei a primeira mentira que apareceu.

- Ok. E como seria isso? – Jungkook fingiu acreditar, dando corda para que eu me enforcasse.

- Não gosto de amostras de afeto tão fogosas assim.

- Tão fogosas? – Agora o sorriso quase ganhava seu rosto.

Eu podia quase ouvir a gargalhada que ele segurava.

Rangi os dentes.

- A garota estava toda em cima de você! Se esfregando em você! – bati o dedo em seu peito. – Uma pouca vergonha!

- Uma pouca vergonha? Amor, ela mal colocou a mão em mim. Só no meu cabelo – como para enfatizar, deslizou os dedos pelo cabelo.

- EXATAMENTE! – exclamei, batendo uma das muletas no chão.

Jungkook arregalou os olhos, surpreso com minha reação.

- Amor... – fez uma pausa, obviamente medindo suas próximas palavras. – Elas são nossas fãs, são a razão de eu poder fazer o que eu amo. Não posso ignorá-las.

- Não seja ridículo, Jungkook – revirei os olhos. – Não tenho problema nenhum com as suas fãs e jamais tentaria afastá-las de vocês. Meu problema é quando começam a mexer com o que é meu. E esse cabelo – apontei – é definitivamente meu – aproximei-me mais para agarrar a sua blusa e puxá-lo para baixo. – Entendeu?

Jungkook tombou a cabeça para o lado, um sorrisinho sapeca.

- Esse cabelo? – Ele passou a mão por seus fios. - É seu?

Puxei-o ainda mais para baixo e para frente ao mesmo tempo em que me inclinava para frente, meu nariz quase encostando no dele.

- É. É sim. É meu – sibilei, muito séria. – Algum problema?

O sorriso dele aumentou até quase não caber em seu rosto e por alguns segundos Jungkook apenas ficou lá, parado e me encarando de maneira meio vesga - já que estávamos tão perto.

- Não. Problema nenhum – Jungkook sussurrou antes de vencer o pouco espaço entre nossos lábios.

Minha mão escorregou da sua blusa para seu ombro e as dele foram para o meu pescoço, os polegares acariciando minhas bochechas enquanto ele me beijava devagar. Podia sentir seu sorriso. Apoiei a muleta contra o corpo e puxei seu cabelo, afastando-o de mim.

Jeon soltou uma risada rouca e breve.

- E quanto ao “respeito aos bons costumes”? – Jungkook ironizou, tentando imitar minha voz.

Franzi o cenho, voltando à realidade. Reprimi, então, o tapa que queria dar em seu ombro, concentrando-me no assunto em questão:

- A próxima biscate que eu vir passando a mão no seu cabelo vai sair machucada, entendeu?

Jungkook mordeu o lábio inchado e assentiu solenemente antes de voltar a abaixar a cabeça em busca de outro beijo. Virei o rosto.

- Nem vem, engraçadinho.

- O quê? Por quê?

- Não sei – bati o dedo no queixo, fingindo pensar. – Talvez porque você deixou outra mulher passar a mão em você ou talvez por ter rido de mim depois. Ou, quem sabe, por causa dessa imitação ridícula que você acabou de fazer. E, por falar nisso, eu não falo daquele jeito agudo.

Em seu favor, Jungkook ao menos tentou não rir da minha resposta patética e dita sem pensar. Claro que ele não conseguiu e em poucos segundos estava gargalhando outra vez. Senti vontade de gritar.

Aquela parecia estar sendo a rotina daquela noite. Ele rindo e eu ficando frustrada.

Dei-lhe as costas e caminhei até o carro. Infelizmente minha saída dramática foi estragada pelo fato de ter que esperar Jungkook destravar a porta do carro, o que ele não fez, justamente para me alcançar mais uma vez.

- Amor, espera – encostou-se contra o carro em um ângulo de 90° enquanto me mantive encarando a janela do automóvel. - Eu estou confuso.

- Claramente – virei a cabeça um pouco para ele, ironia óbvia em meu tom. - Claramente você está confuso se acha que pode deixar outra garota passar a mão em você, e que iria ficar por isso mesmo.

- Eu... hmm... – murmurou. – Isso não é justo – resmungou baixinho depois de um tempo. - Essa é claramente – me olhou de maneira significativa ao dizer essa palavra – uma daquelas ocasiões em que qualquer resposta é errada.

Sim, era uma dessas situações, mas não iria facilitar para ele.

- Talvez seja errada porque você sabe que está errado.

- Mas, Vaah, a culpa não foi minha. Eu tentei me afastar educadamente.

- E não fez um bom trabalho, não é mesmo?

- Eu não sabia que você iria ficar tão brava – falou, olhando para o chão.

- Como não sabia? Por acaso você ficaria feliz se eu deixasse outro cara apertar meu nariz do jeito que você faz?

Sua cabeça se levantou de supetão, os olhos se queimaram sobre os meus.

- Você não deixaria – rosnou.

- Exatamente! Eu não deixaria, mas isso não pareceu impedir você, não é mesmo?

- Não é a mesma coisa! – Jungkook protestou veemente, desencostando-se do carro e chegando até mesmo bater o pé no chão para enfatizar seu ponto.

Revirei os olhos frente seu momento criança mimada.

- Claro que é a mesma coisa. É a nossa coisa. É a minha mania de passar a mão no seu cabelo e é a sua mania de apertar o meu nariz. É a nossa coisa – gesticulei para o espaço entre nós dois. – Então não é justo quando você deixa que a nossa coisa vire a sua coisa e a da... daquela coisinha lá – apontei para a sorveteria.

- Mas eu não fiz de propósito!

Arqueei a sobrancelha e me virei para ficar de frente para ele. Teria cruzado os braços se isso não causasse mais trabalho do que estava disposta a gastar por causa dele agora.

Depois de alguns segundos ele entendeu o recado e finalmente começou a dizer o que deveria ter dito desde o começo:

- Ok, ok. Desculpe. Desculpe, amor. Não vai acontecer de novo.

- Acho bom.

Jungkook soltou o ar pesadamente, mas não respondeu. Abri um sorrisinho de lado e peguei meu potinho de sorvete de sua mão. Já estava meio derretido, mas sorvete é sorvete. Afastei-me um pouco do carro para que ele entendesse a dica para abrir a porta para mim. Ele agiu como o cavalheiro que era, mas parei no meio do caminho entre sentar no banco e ficar em pé do lado de fora ao vê-lo sorrindo. Franzi o cenho.

- Que foi?

- Nós acabamos de ter nossa primeira DR, amor.

Arqueei a sobrancelha e não pude evitar uma risada.

- Essa não foi uma DR, Jungkook.

- Não? Como não?

- Você vai saber quando estivermos tendo uma DR, Jungkook – me acomodei no banco e empurrei as muletas contra o peito dele. - Acredite. Você vai saber.


Notas Finais


É isso People... Espero que tenham gostado, e aguardem, pois irei postar mais em breve...
Até... =^~^=


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