1. Spirit Fanfics >
  2. Long Fic Jungkook - Paper Hearts >
  3. Adeus...

História Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Adeus...


Escrita por: Vaahlerinha

Notas do Autor


Hello People... ><
Cheguei com mais um capitulo pra vocês... ^^

Obrigado a todos os coments e favoritos!!! <3

Não vou falar muito, então boa leitura!

Capítulo 52 - Adeus...


Fanfic / Fanfiction Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Adeus...

Jungkook POV’s

Naquela manhã ao despertar a sonolência em que meu cérebro se encontrava me deixou confuso o suficiente para não entrar pânico logo de cara, mas quando estiquei a mão para o lado e toquei apenas os lençóis vazios, algo em mim me da um aviso, mas não quero pensar nisso.

- Amor? – Chamei me sentando na cama, mas não obtive resposta.

Levantei da cama, pegando a cueca que jazia abandonada no chão perto da cama, e depois vesti uma camiseta. Caminhei até o banheiro, bati na porta e a abri lentamente, mas o vazio me encarou de volta, senti a sensação incomoda tomar conta aos poucos.

E se ela já tiver ido embora? Não, ela não faria isso comigo, não sem se despedir! O pânico começou a me dominar, mas me recusei a surtar até ter certeza. Sai do quarto apressado, indo para a sala, mas ela também não estava ali, disparo até a cozinha, mas também está vazia.

- Noona? – Chamei novamente, esperando receber uma resposta que não veio. A ansiedade tomou conta de mim. Ela não podia fazer isso comigo. Voltei correndo pelo corredor entrando no primeiro quarto que encontrei o de Hoseok e Taehyung.

Acendi a luz do cômodo e Hoseok se levanta apoiado num dos braços, esfregando os olhos confusos e sonolentos. Tae não estava ali, mas Yezi dormia confortavelmente nos braços de Hoseok, da forma como Valéria deveria estar nos meus.

- A noona? Ela passou aqui? – Eu estava ofegante. Yezi e Hoseok se entreolharam confusos, e soube que eles não a tinham visto. Fui correndo pro quarto ao lado, Tae e Namjoon, pularam em suas camas quando a porta bateu na parede devido à força com que a abri.

- Vocês viram a noona? – perguntei.

- Hã? – As vozes roucas soaram em conjunto.

Saio apressado desse quarto, indo em direção ao último cômodo. Jin estava sentado na cama com cara de quem havia acabado de acordar, Yoongi estava todo embolado nas cobertas, assim como Jimin.

- Você vai levá-la? – Jin pergunta com os olhos tristes. O mundo para. Perco o equilíbrio, como se estivesse num precipício. “Merda!” Ela não estava ali. Havia desaparecido, ido sem dizer nada. Desabo no chão, sem conseguir acreditar. – Jungkook?

- Ela se foi... – soltei num fiapo de voz.

Os lábios do Jin perderam a cor, e Jimin e Yoongi pularam nas camas.

- O quê? – As vozes deles soaram somadas as de outras quatro que eu nem notei que haviam me seguido até ali.

Permaneci parado encarando o nada pelo que me pareceu um longo tempo, ouvia as vozes dos meninos falando comigo, mas não entendia o que diziam. Meus pensamentos voavam rápidos demais para que eu pudesse processá-los. Encaro o relógio na parede. 07h42m. Com um sobressalto e uma ponta de esperança inflando lentamente em meu peito, me levanto e me visto as pressas.

- Vou atrás dela!

Valéria POV’s

Assim que entrei no saguão do aeroporto e meus olhos encontraram os de Milena, o som que saiu da minha garganta me assustou. Era um soluço agoniado que antecipava o choro desesperado que viria em seguida. Em poucos instantes ela me alcançou correndo e me envolveu num abraço. Não fez perguntas, nem tentou me consolar, bastou me ver chegando sozinha pra ela entendesse o que estava acontecendo, então ela apenas me abraçou enquanto eu deixava que as lagrimas molhassem o tecido de sua blusa, até que algum tempo depois, vermelhos e inchados meus olhos secaram.

Alguns minutos depois eu já havia me acalmado, estávamos na sala de espera, aguardando em silencio e fiquei grata por isso. Não queria conversar, só queria bloquear tudo o que estava sentindo. Um grupo de alunos colegiais de uma escola qualquer estava próximo de nós, agitados por qualquer que fosse a viagem escolar que iriam fazer.

Por vários minutos fiquei encarando o chão, enroscada na poltrona da sala de espera, minha mente andando em círculos, tentando fugir deste pesadelo. Não conseguia imaginar a reação de Jungkook ao notar o que fiz.

- Atenção senhores passageiros, o voo 7724 da Korean Air Lines, com destino a São Paulo partirá em 15 minutos, embarque no portão 6. – A voz soou nos alto falantes no aeroporto.

 Enquanto eu estava ali me levantando e pegando minhas malas num processo de torpor, umas meninas do grupo escolar levantaram e começaram a gritar, mas gritar com muita força mesmo. Vi Milena e Miguel se olharem e Miih petrificou-se olhando para uma direção, mais meninas pararam o que estavam fazendo pra começar a gritar mais alto e com mais força, todas olhavam para o mesmo lugar. Então olhei naquela direção e vi vários casacos dançantes correndo em nossa direção. Olhei com mais atenção e vi os sete meninos chegando, foi então que a minha ficha caiu, eram eles.

Algumas fãs já começaram a chorar, tremer e todos os sintomas que as Armys apresentam quando veem os meninos. Os seguranças brotaram de algum lugar do qual não prestei atenção e tiveram que controlar a pequena multidão que se formava, mas eu não conseguia ver mais nada além deles correndo na minha direção e Yezi andando um pouco mais atrás.

Assim que eles desceram das escadas rolantes eu pude ver Jungkook mais de perto, ele estava com uma blusa de gola alta, calça jeans clara, all star e um gorro na cabeça. Seu rosto estava cansado e mais pálido do que eu lembrava. Só consegui ver Jungkook na minha frente, de repente ele era tudo o que importava pra mim. Assim que seus olhos encontraram os meus ele saiu em disparada ao meu encontro, foi aí que eu ouvi uma gritaria maior ainda perto de mim e dezenas de fãs gritando em coreano, mas eu não me importei.

Quando os meninos me viram eles sorriram de uma forma tão genuína que meu coração se esquentou, pra mim eles não eram mais os idols que eu amava, eles eram sete pessoas maravilhosas que apareceram na minha vida por alguma coincidência estranha do universo e que eu amava ainda mais que antes. Fui então ao encontro de Jungkook, que me olhava, mas seu olhar não me revelava nada. Sem pensar em mais nada, nem as futuras fofocas, fotos, vídeos e notícias que iriam aparecer, eu simplesmente me joguei em cima de Jungkook. Não raciocinei direito, não pensei, apenas agi.

Mas não me joguei para um abraço, joguei para um beijo. Coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço e puxei seu rosto para o meu, fechei meu olhos com força não pensando nas consequências desse ato e encostei meus lábios nos dele. Senti Jungkook desmoronar quase em cima de mim e ouvi um baque ao meu lado, era minha mala que havia caído no chão, no segundo seguinte seus braços estavam ao redor de minha cintura me apertando de forma firme e juntando mais nossos corpos. Ele capturou meus lábios de forma desesperada, e correspondi com o mesmo ardor, como se minha vida dependesse disso. Apertava-me tanto que era como se tentasse me prender ali apenas com a força de seus braços, e eu queria muito que ele fosse capaz disso.

 Jungkook se afastou segurando meu rosto entre as mãos, olhando em meus olhos. Antes que nós dois pudéssemos falar alguma coisa, um dos seguranças chegou por trás e começou a me puxar com força pelo braço e a falar muito rápido em coreano. Logo os meninos estavam ao meu redor, impedindo que ele me puxasse e Jungkook ficou sério, quase bravo; ele me segurou pela mão e olhou para o segurança. 

Jungkook disse algo pro segurança de forma calma, porém seu tom de voz grave e sério. O segurança perguntou algo dando um olhar duvidoso para Jungkook e para mim. Os meninos replicaram algo em tom irritado, então o segurança largou meu braço, fez uma reverência e foi de encontro com as fãs que olhavam a cena, algumas indignadas e outras sorrindo.

- Você não pode ir sem se despedir de nós! – Jungkook disse, a doçura em sua voz me surpreendeu. Ele não estava zangado?

- Me desculpe... – Olhei pra Jungkook, e depois para os seis a minha volta. – Odeio despedidas, odeio falar tchau, odeio chorar e odeio pensar que isso, a minha partida, vai virar a notícia da semana. – apontei para a pequena multidão a nossa volta, havia vários celulares e câmeras apontados pra nós e com certeza iria ser uma loucura. – Já iria ser complicado demais subir naquele avião sozinha, agora com vocês aqui...

- Nós te entendemos Vaah. – Jin me interrompeu tocando meu ombro afetuoso.

Eu não sei em que momento do meu discurso eu comecei a chorar, mas só quando Jin me interrompeu me dei conta que meu rosto estava molhado e minha garganta arranhando... Eles vieram até mim e me abraçaram, os seis de uma vez, Jungkook ficou com os braços cruzados ao longe, me encarando com pesar e mordendo os lábios com certa urgência, desviando o olhar do meu todo o tempo. Encostei minha cabeça no ombro do Taehyung – que era quem estava me abraçando de frente – e encarei Jungkook. Meu peito doeu mais forte...

- Eu amo você – murmurei para ele, enquanto os meninos ainda me abraçavam e diziam coisas para me tranquilizar.

- Eu também. Não quero que vá! – respondeu em seguida, aproximando-se novamente quando os meninos se afastaram. Tomou minhas mãos nas suas e depositou selares por elas enquanto me olhava nos olhos. Depois se voltou para meu rosto, beijando cada pedaço de pele ali, surrando entre um selar e outro. – Por favor. Desista de ir. Diga que vai ficar. Aqui, comigo.

- Eu vou embora, mas eu vou sentir sua falta!

- Por que você tem que ir? – Jungkook sussurrou com a voz cheia de saudade.

Era doloroso, mas eu precisava continuar. Respirei fundo.

- Eu tenho que seguir em frente, pra minha família, minha faculdade, meu lugar não é aqui. Espero que você entenda.

- Estou tentando entender, mas seu lugar é comigo! – Replicou. E então me beijou novamente. Minha convicção quase foi pro espaço. E eu quase disse a ele que sim, que eu ficaria e que não havia nada que eu quisesse mais.

- Atenção senhores passageiros, ultima chamada para o voo 7724 da Korean Air Lines, com destino a São Paulo, dirijam-se ao portão de embarque Nº 6.

As gotas brilhantes desciam por meu rosto.

- Há tantas coisas que eu poderia dizer, mas eu tenho certeza de que elas sairiam totalmente erradas. Guarde o melhor de mim, que no meu peito eu vou te guardar... Vai ser melhor assim, vai ser melhor pra mim e um dia você vai me perdoar...

Despedi-me deles como se fosse vê-los no dia seguinte, mesmo sabendo que isso não era verdade, estava tentando não demorar demais, não chorar demais e nem dar explicações demais. Foi apenas um ‘adeus’ e um abraço e pronto, porque não ia conseguir dizer mais nada, não havia nada, apenas o vazio dentro de mim engolindo meu peito.

Colei meus lábios aos de Jungkook num ultimo beijo singelo.

- Adeus, Kookie. – Sussurrei, pegando minha mala e me afastando.

- Adeus, noona. – Jungkook sussurrou suavemente, olhei para trás e ele parecia completamente destruído. Cheio de dor da qual eu estava repleta. Minha dor refletida em seu rosto. No rosto de todos eles.

Eu estava partindo, e deixando meu coração ali com eles, e podia sentir a falta pesando em meu peito. Sai dali totalmente às cegas, com Milena me guiando suavemente. O tempo com eles passara muito rápido, e agora que chegava ao fim as lembranças de tudo até ali me dilaceravam.

A contagem do tempo na fazia muito sentido na minha cabeça enquanto eu fazia o Check-In, embarcava no avião e me afivelava ao cinto de segurança na minha poltrona. Felizmente minha poltrona no avião era um pouco distante da de Milena e ela me deixou sozinha. Eu não queria companhia agora. Fiquei encarando a janela por não sei quanto tempo, e recusei o almoço que a simpática aeromoça tentou me trazer. Tentei dormir e me aliviar daquela sensação por algumas horas, mas não consegui, me perdi num caos de pensamentos que me impediam de focar no que eu não queria.

Reclinei a poltrona do avião e encarando o teto com muita determinação. Puxei o celular da mochila e conectei os fones, colocando no modo aleatório. E enquanto Goodbye My Love da Ailee soava em meus ouvidos, mantive o volume baixo e deixei que a melodia preenchesse o vazio na minha alma.

Jungkook POV’s

Ninguém falou nada após o embarque de Vaah no avião, e permaneci um bom tempo encarando o portão de embarque por onde ela havia partido, antes de lentamente tomar o caminho da saída do aeroporto. A dor intensa dentro de mim. Ouço os meninos chamando meu nome, mas suas vozes soam distorcidas em minha cabeça. Em meio ao meu torpor, topei em alguma coisa, a mala de um passageiro qualquer, e teria caído de cara se Namjoon não tivesse me segurado. Até mesmo nossas Armys pareciam ter entendido o que estava acontecendo ali, e permaceram ali sem tumultuar, enquanto nos retirávamos dali. Ela foi embora. Eu sentia suas últimas palavras me alfinetarem e meu coração batia acelerado.

Não pareceu ter passado muito tempo, mas antes que eu notasse já estávamos de volta ao apartamento, os meninos me conduzindo pra fora do carro e depois pra dentro apartamento.

- Acho que vou preparar um chá. – Jin disse se retirando em direção a cozinha.

- Acho uma boa ideia. – Yoongi concordou e o seguiu junto com Jimin.

Sentia vários olhos me avaliando, mas ninguém falava nada.

- Pessoal, venham aqui. – Instantes depois ouvi Jin chamar, mas o ignorei. E permaneci parado no canto onde estava desde que entrei. – Jungkook, acho que vai querer ver isso.

Ele chamou além do abatimento, havia certa urgência em seu tom de voz.

Ao me virar para encará-lo noto que ele segurava dois envelopes nas mãos, um deles endereçado a todos nós, e o segundo com meu nome na frente, senti o chão sumir aos meus pés. Era algo que ela deixou. Aproximo-me deles e com as mãos tremulas pego o envelope destinado a mim, enquanto assistia Namjoon abrir o outro envelope. Ele começou a ler em voz alta.

Meninos...

Eu detesto ir embora sem me despedir, mas é melhor eu seguir em frente! É difícil quando você percebe que independente do quanto você queira algo você não pode mudar algumas coisas. Tenho certeza que vocês me conhecem bem o suficiente para saber que mesmo que eu quisesse e muito, e não conseguiria ficar dependente de vocês, mesmo que isso me fizesse muito feliz, por isso espero que entendam...

Embora eu tenha mantido em segredo, quando cheguei até vocês eu estava triste... Vivemos num mundo muito barulhento e conturbado e as vezes perdemos a direção, mas se tivermos sorte, Deus no envia alguém pra nos guiar, fazer as coisas melhores, pra mim ele enviou sete!

Amar as pessoas é uma tarefa difícil, e as famílias, assim como a de vocês, com todas essas vidas se entrelaçando, bom, isso dá um pouco de medo, mas se dermos as mãos uns aos outros e segurarmos, não há nada mais bonito e vocês tem isso, me fizeram sentir assim.

Vocês são os anjos do meu coração e da minha vida e eu nunca, NUNCA vou esquecer vocês! Saibam que sou extremamente grata por todo o tempo que passei com vocês e por todo o carinho que me deram e me desculpem se em algum momento os incomodei em algo ou atrapalhei suas vidas. Em algumas semanas, vocês me deram mais do que poderei retribuir em toda a minha vida, por isso obrigado! Eu amo vocês! Obrigado por me receberem em suas casas e principalmente em suas vidas, e obrigado por tornarem cada um dos meus dias aí os melhores possíveis!

Um beijo gigantesco carregado de todo o meu amor, Vaah.

PS: Jimin deixei uma panela de brigadeiro pra você na geladeira.

 

Ouvir cada palavra que Namjoon lia com a voz embargando cada vez mais me fazia sentir a dor com mais intensidade, mas eu sabia que Valéria também estava sofrendo, o que também castigava meu coração e me afetava ainda mais.

- Merda. – foi a única coisa que eu disse e sai do apartamento, subindo para o telhado do prédio. Antes de sair pude ver Taehyung tentar vir atrás de mim, mas Namjoon o segurou pelo casaco, balançando a cabeça em negativo. Agradeci por isso, queria ficar sozinho.

Apoiei-me no beiral do telhado e observei o horizonte, sentindo raiva de todos meus momentos idiotas com Vaah desde que ela entrara em minha vida.

Flashes da ultima noite passamos juntos vieram à tona como que para me torturar. Dei socos no beiral e isso só me fez sentir mais dor ainda. Pela primeira vez em muito tempo, me senti perdido; a última vez fora quando eu descobri sobre a partida de Vaah e agora era como se eu tivesse perdido-a pra sempre.

Sem que eu percebesse, lágrimas começaram a escorrer por meu rosto, ao mesmo tempo em que o meu passado voltava como em um filme, meu passado com Vaah. Quando nos conhecemos, ela toda confusa devido ao esbarrão, se assustando pela forma como a segurei para que não gritasse. A fascinação e constrangimento por estar diante do Idol que ela gostava numa situação na qual ela não devia estar. O beijo atrapalhado para fugir das fãs que me seguiam e a confusão no rosto dela no momento seguinte.

 

- Vou te beijar! – Anunciei.

- O quê?! – Ela arregalou os olhos. Levei meu rosto até o  dela mesclando nossas respirações.

- Demonstração de afeto em público, constrangem as pessoas, elas evitam olhar diretamente. – Disse enquanto colava seus corpos, e sentia a garota prender a respiração, admirado com o quanto aquilo estava me agradando. – Desculpa, mas é realmente importante.

Completei a frase e a beijei. Era quente, úmido, deliciosamente prazeroso. Meus lábios se encaixando com perfeição aos dela, movendo-se em sincronia, instigando, provocando timidamente. Queria que ela sentisse que aquilo era importante. Não soube dizer quando ela fechou os olhos e se entregou, só senti suas mãos apertando meus braços com suavidade. Me afastei dela nervoso, temendo sua reação, mas a única coisa que encontrei foi confusão em seus olhos.

 

A lembrança me assolou e senti o chão aos meus pés sumir. Mais cenas tomaram meus pensamentos. Sua reação confusa no reencontro no hospital, o jantar de boas vindas, a situação com os paparazzi e depois a discussão e o ciúmes de Yezi e Hoseok. Nosso primeiro beijo de verdade, um com o outro como casal, eu ainda podia lembrar as sensações, de seu nervosismo aparente, do gosto enjoado que tinha em seu brilho labial, o jeito que ela mexia as mãos em meus cabelos, o jeito que nossas línguas se afastaram ao primeiro toque, o modo como seus lábios se encaixam perfeitamente aos meus, sua língua em sincronia com a minha, seus braços em volta de meu pescoço, sua cintura contornada por meus braços.

 

Mais rápido do que gostariam, eles tiveram que se afastar. Ofegante, Valéria se afastou o pouco necessário para me olhar nos olhos – que faiscavam de maneira satisfeita.

- Uou – Foi o que Valéria conseguiu murmurar. Abri um sorrisinho de lado que eu sabia que ela adorava.

- Mas não sei se estou muito convencida quanto a suas habilidades – Valéria me provocou. Arqueei a sobrancelha sem entender ao que ela se referia. – Sua masculinidade e sua cantada, sabe?

- É mesmo? – Abaixei a cabeça, encostando os lábios no pescoço dela, porém sem beijá-lo, ela se arrepiou.

- M-mesmo. Talvez pre-precise de outra amostra. Para ter certeza, sabe?!

Dei risada contra a pele dela e dessa vez passei a distribuir pequenos beijos ali.

- Adorei sua ideia, noona – Jungkook sussurrou, levantando a cabeça. – Mas precisamos voltar. Devo ter recebido umas vinte mensagens perguntando onde estamos.

 

Eu me lembrava. E agora me torturava. Peguei o envelope e o abri, respirando fundo antes de tomar coragem para ler seu conteúdo.

 

Jungkook...

Eu gostaria realmente que as coisas pudessem ser diferentes pra nós, mas isso não vai acontecer, e é injusto, mas preciso seguir em frente! Não pensei que esse dia chegaria, é difícil pra mim até mesmo respirar, eu gostaria de poder congelar o tempo no momento em que descobri que teria que partir.

Você se lembra de todas as coisas que queríamos?

Agora todas as nossas memórias estão me assombrando... Acho que nós sempre fomos destinados a dizer adeus, acho que mesmo sem essas barreiras que foram levantadas não teria dado certo... Eu nunca quis que fosse assim! Eu nunca vim aqui pra te machucar, mas agora isso inevitável... Alguém irá derramar lagrimas e ser deixado sozinho, mas eu odeio te ver tentando me deixar ir sem cicatrizes e se sentindo pouco a vontade, então eu te deixarei ir...

Olhar pra você dormindo agora tranquilo, sereno, lindo como um anjo enquanto escrevo isso torna tudo mais difícil, mas eu sei que você vai encontrar outra pessoa, alguém que não te faça chorar como eu farei... Um dia? Dois? Um mês? Talvez um longo período de alguns anos? Não sei... Mas algum dia eu não vou estar em suas memórias. Você vai me apagar! E não faz nem ideia do quão doloroso é pra mim imaginar isso. Você sabe que o amo muito! Te amo o suficiente pra deixá-lo ir...

Meu amor, adeus agora, você é único! Mesmo no momento em que nos separamos você é único! Meu coração oprimido desmorona, isso machuca, dói e é tolice, mas adeus, e embora talvez eu nunca o veja novamente, você ainda é único!

Eu quero que você saiba que não importa onde essa estrada irá dar, alguém tem que partir e eu quero que você saiba que não poderia ter me amado melhor. Sabíamos que um dia isso aconteceria e não levamos em conta e você me amou mesmo que fosse trágico, mas eu quero que você siga em frente, por isso já fui embora...

Jungkook guarde essas palavras, pois elas representam a minha verdade:

“Obrigado por me deixar ser eu mesma... Por me deixar voar... Por me dar assas... Por me endireitar... Por me acordar quando eu estava sufocando... Por me acordar de um sonho que era tudo o que eu estava vivendo... Quando eu penso em você o sol aparece e então eu jogo fora a minha tristeza. Obrigado, por sermos nós!”


Com todo meu amor, para sempre sua,
Valéria. Adeus!

 

Agora eu estava sentado no chão, os joelhos dobrados, cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça enterrada nas mãos. As lágrimas caiam sem intervalo e eu soluçava fortemente. Nunca havia chorado tanto em minha vida, nem mesmo quando minha avó morrera. Mas agora eu não perdia alguém muito importante, eu perdia metade da minha vida, metade do meu ser. Quando entrou naquele avião, Valéria levou junto meu coração, mesmo sem saber que o fizera.

Não sei quanto tempo passei ali, mas quando finalmente levantei os olhos, o céu já estava escuro e as estrelas estavam escondidas por pesadas nuvens que anunciavam uma chuva, ou tempestade. O céu parecia estar de acordo com meu humor e eu não via forças para me levantar. Queria que não existisse aquela cobertura de vidro transparente, para que eu tivesse a sorte de ser atingido por um raio, mas isso não aconteceria e um raio só serviria para fazer as pessoas ficarem preocupadas comigo. Mas eu não queria preocupação... Eu só queria Vaah, sua amizade, seu sorriso, sua voz, sua risada, seu abraço... Seu beijo.

- Você a perdeu, assuma logo! – eu disse para mim mesmo.

Continuei sentado ali, observando os raios por entre as nuvens, vendo as primeiras gotas da chuva caindo na cobertura, ouvindo os trovões e imaginando como Valéria estava agora. Imaginando que ela iria desistir de ir, estaria aparecendo pela porta, ela iria correr para meus braços e nós ficaríamos ali, juntos, em silêncio, um absorvendo a companhia do outro. Não precisaríamos de mais nada, já teríamos tudo o que fosse necessário: um ao outro.

Mas ela nunca apareceu e nunca aparecerá. Porque ela não irá fazer isso e eu sabia, ela não podia deixar tudo em seu país para ficar comigo. Jamais iria desistir de sua faculdade e seu sonho, mesmo que me quisesse muito.

As lágrimas voltaram a cair, a chuva começou a se intensificar, os raios ficavam mais visíveis e os trovões mais altos. Tudo isso abafava meu sofrimento, minha dor, minha solidão e me faziam querer ficar ali para sempre. Eu não via mais motivos para viver, de qualquer forma, nunca mais teria a mulher que me importava e nenhuma outra me traria o que ela trouxe, então não via razões para me levantar e continuar vivendo. Sabia que era um pensamento egoísta, e que ela jamais gostaria de me ver pensando assim, mas só conseguia fazer isso.

- Jungkook! – Yezi disse ao me ver, sua expressão demonstrava alívio. – Finalmente te achei. – Então estavam me procurando? Bom saber. – Você está pálido. – ela se aproximou, mas logo voltou para a porta para avisar que havia me achado. – Jungkook, você está congelando, vamos sair daqui.

Eu a olhava, ela estava com uma blusa de frio, cachecol, luvas e gorro, eu não sentia metade do frio que ela sentia. Na verdade, eu não sentia nem um décimo desse frio. Vi Jin e Yoongi surgirem na porta e ela os chamou para ajudá-la. Juntos, os três me levantaram e me fizeram descer as escadas, eu não sentia nada, meus pés se moviam por conta própria, mas para mim nada daquilo importava, porque entre os olhares preocupados eu não vi o mais importante. Eu não vi o olhar dela, porque ela não estava ali para me amparar.


Notas Finais


É isso people... ><

Espero que tenham gostado, e desculpem a demora... ><
Deem suas opiniões, elas são importantes... =3

Vou aproveitar o carnaval pra escrever, então tem mais capítulos em breve! <3
Até mais!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...