História Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Só pra você amor...

Eu sei que o que aconteceu vai sempre ser como uma cicatriz pra gente, mas eu vou ter que aprender a passar por cima de muitas coisas se eu quiser que isso com Jungkook de certo, eu tenho que ser forte e superar. Cansei, não vou deixar mais isso me afetar!

Muitas coisas aconteceram dali para frente. E uma delas foi a minha paixão ficar cada vez mais descontrolada por Jungkook, quase sem freio. As pessoas, as fãs, as fofocas não importavam mais. Eu o queria mais e mais. Conversávamos durante horas e ríamos sempre que tínhamos a oportunidade de nos falar.

Uma das coisas que aprendi é que o tempo passa. Mais rápido do que imaginamos. E aquela semana passou. E o fim de semana se aproximou. E numa fração de segundos, parecia que tudo a minha volta estava confuso novamente. Milena passara a semana toda agindo de maneira estranha, recebendo ligações às quais eu não podia escutar e dando sorrisos estranhos toda vez que me olhava, era claro que estava escondendo alguma coisa de mim. No principio ignorei, pois confio muito na minha amiga, mas conforme os dias foram passando aquilo passou a me incomodar cada vez mais. Toda aquela expectativa estava me deixando nervosa, pensei milhares de coisas, mas nada que me vinha à mente fazia sentido.

No domingo à noite despedi-me de minha família no fim do jantar e fui para o meu quarto.

Pouco depois todas as luzes se apagaram, menos a do no meu quarto no qual eu encarava a tela de meu celular esperando a chamada via Skype completar enquanto viajava nos meus pensamentos.

- Sentindo muito minha falta? – A voz melódica me assustou mais do que deveria. Mas ao ver o sorriso amistoso que Taehyung me enviava não pude fazer mais nada á não ser retribuí-lo. – Olá.

- Olá! – Respondi sorrindo. - Claro que sim Tae, mas aposto que não tanto quanto você!

- E o que te faz pensar isso? – Ele perguntou com o sorriso quadrado brilhando no rosto.

- Deve ser difícil não ter mais a minha ilustre presença, afinal sou um amor de pessoa... – Disse convencida e Taehyung soltou uma gargalhada.

- Eu... – O rapaz começou a dizer, prestes a responder com alguma brincadeira também, porém mudou o rumo de suas palavras. Suspirou vencido e o olhei com atenção dobrada. –– É difícil sim.

- Ah Tae... – Repreendi amigavelmente ao sentir uma notar de pesar em sua voz. – Está difícil pra mim também, mas enfim... Vamos vivendo um dia de cada vez.

- Eu sei.

Foi tudo o que ele disse. E o sorriso luminoso já havia sumido. E me peguei pensando no quanto ele também ficava bonito com aquele olhar perdido e triste de cachorrinho sem dono. O silêncio se fez ouvir por alguns instantes. Eu olhava um ponto qualquer no chão, pensando no que poderia fazer para nos tirar daquele silencio desconfortável. Optei pelo caminho mais fácil. Mudei de assunto.

- Como estão às coisas por aí? Muito trabalho?

Tae e eu passamos um bom tempo conversando, rindo e relembrando dos momentos engraçados que nos arrancaram risadas. Ele estava me contando sobre uma festa que houve na empresa onde todos eles ficaram bêbados, na qual Sejin e PD-Nim ficaram dançando e cantando Cheer Up um para o outro, a tentativa dramática de Suga em matar Namjoon afogado no ponche, Jin inutilmente tentando tirar Jimin de cima da mesa em que ele ameaçou fazer um Streep, ou Yezi que estava bêbada e dizendo que casaria com Hoseok em uma fazendo onde teria 7 “Hoseokinhos” e uma vaca de estimação.

- Mas e você e o Jungkook? Nada de engraçado na festa pra relatar? – Perguntei casualmente e Tae gargalhou, apontando o dedo pra câmera como se o apontasse pra mim.

- Vou fingir que esse não foi só um jeito de perguntar do Jungkook... – Acusou. Gargalhei levemente e dei de ombros. Afinal, não deixava de ser verdade. – Quer ir ver o que ele está fazendo?

Perguntou sugestivo se levantando do sofá onde estava e começando a caminhar pela casa. Apenas ri.

- Tudo bem, então. Vamos ver o que ele está fazendo agora.

Ele avisou e foi pelo corredor, o celular em sua frente de modo que eu pudesse vê-lo enquanto andava. Quando chegou a frente do quarto de Jungkook e Tae inverteu para a câmera traseira para que eu tivesse a mesma visão que ele. A porta estava encostada, e ele resolveu dar uma olhada pela brecha, colocando o aparelho ali e então o vi, fiquei sem fôlego quando me deparei com Jungkook sem camisa, estava de costas, com um peso de três quilos nas mãos, malhava os braços, que contraíam-se exibindo seus músculos. Suas costas se projetavam largas, com uma marca definida da sua espinha funda bem no meio.

Fiquei parada sem perceber, admirando sem fala aquela cena de fazer babar. Eu devia imaginar que ele fazia alguma coisa para continuar com aquela incrível boa forma física.

Quando me dei conta do que estava fazendo chamei a atenção de Tae.

- Você não vai entrar?

Isso chamou a atenção de Jungkook, ele pousou o peso na cama e olhou para o Tae, curvando as costas. Esforcei-me para não parecer totalmente boba com o que via.

- Olha quem eu “trouxe” – fez aspas com os dedos. – pra te ver.

Tae disse e inverteu as câmeras novamente e virou-se de forma que eu pudesse ver tanto ele quanto Jungkook.

- Oi noona. – Jungkook cumprimentou com um sorriso.

Levantou-se relaxado, assisti-o pegar uma camisa no guarda-roupa e depois vesti-la, tentei não suspirar ao ver seus músculos se contraindo pra dentro dela. Ele veio até Tae e tomou o telefone de suas mãos, focando a imagem somente em si.

- Obrigado hyung, tchau. – Jungkook expulsou V do quarto sorrindo pra mim. Gargalhei sem conseguir desviar os olhos de seu sorriso.

- Foi bom falar com você também Vaah... Tchau. – Escutei Tae bufar inconformado enquanto passava por trás de Jungkook e acenava pra mim antes de sair do quarto.

Não soube por quanto tempo ficamos nos encarando e sorrindo, nada precisava ser dito.

- Como foi seu dia? – Perguntou em voz baixa o belo rapaz, enquanto sentava na cama.

- Foi bom... Obrigada. E o seu?

- Acho que não preciso lhe dizer que sinto sua falta, não é?!

Ele mantinha um sorriso terno nos lábios, era realmente bastante acolhedor.

- Eu também sinto sua falta seu bobo... – Sorri pra ele. A saudade realmente era muito grande. – Muita!

- É, eu costumo causar esse efeito nas pessoas...

Jungkook piscou um olho, sorrindo travesso. Eu sorri.

- Só você pra me fazer sorrir em um momento como esse... – Confessei.

- Estou aqui pra isso, amor...

Ele me olhava intensamente nos olhos, aqueles lindos e profundos olhos negros, eu com certeza poderia me perder neles. Nem parecia que havia toda aquela enorme distancia entre nós. Me senti levemente desconsertada.

- Você e esse seu jeito galanteador... - Tentei escapar do olhar intenso que ele me lançava e me recompor da cara de idiota que exibia. Jungkook percebeu isso e usou a mão pra abafar um riso.

- Só você desperta esse meu lado...

Lancei-lhe um olhar pouco crente. Rindo internamente.

- Sei...

- Juro! – Jungkook colocou as mãos sobre o coração. – É só pra você amor...

Era praticamente impossível resistir a todo aquele charme e dedicação que ele estava mostrando. Sorri com sua escolha de palavras.

- Mas me conte muitos compromissos essa semana? – Perguntei sabendo que lá era aproximadamente meio dia já.

- Alguns. Se não me engano, tenho que sair daqui a pouco na verdade. – ele disse com a voz cheia de preguiça, eu ri.

- Melhor você ir então... – falei e o vi passando a mão por seus cabelos, abrindo e fechando os dedos. Lembrei-me daquela sensação maravilhosa e sorri encarando seu rosto. Ele deve ser a pessoa mais linda que eu já vi na vida. – E eu também preciso ir dormir.

- Fica mais um pouquinho? – Ele disse manhoso fazendo bico de olhos fechados.

- Não dá! Você tem que trabalhar e eu tenho que dormir. Essa semana eu preciso me preparar pra uma feira e uma palestra da faculdade – respondi e vi Jungkook abrir os olhos. Havia um brilho de reconhecimento ali, mas decidi ignorar. Sorri. – Você parece um bebê.

- Exato, eu preciso de cuidados constantes e regulares – ele disse ainda manhoso e todo sorridente, eu comecei a rir. – Não vou conseguir falar com você por mais tempo, vou?

- Hum, hum... – Murmurei em negação, balançando a cabeça. – Se quiser pedir pra alguma fã cuidar de você, tá liberado.

Disse em tom zombeteiro, Jungkook fez uma careta, mas depois sorriu.

- Pra passar o tempo? – Ele disse brincalhão. – Eu dispenso, obrigado!

- Ok. Ok. – respondi. – Me deixa ir, Jungkook. Nos falamos depois.

- Lembra a pergunta que eu não respondi no dia da entrevista? – Ele perguntou antes que eu fosse capaz de encerrar a chamada. – Sobre estarmos namorando?

- O que têm? – Acertei a posição da câmera para olhá-lo melhor.

- Eu apenas fiquei em silencio na hora, mas na verdade queria dizer que sim...  – Jungkook riu levemente fixando seu olhar em mim. – Mas pensei que seria estranho pra você e deixei quieto. – ele riu. – Mas todos consideram como uma resposta afirmativa pra pergunta.

Ele mordia os lábios, nervoso.

- Não sei o que nos espera pela frente, mas de um jeito ou de outro vamos dar o nosso jeito. – ele sorriu e eu também. – Estou trabalhando pra isso funcionar.

Jungkook disse com um sorriso misterioso. Um sorriso de quem estava tramando algo.

- Eu sei, eu também. – respondi num sussurro, sorrindo e contendo um bocejo. – Melhor desligar.

- Se cuida, amor – Jungkook falou com a voz doce, lançando um beijo em direção à câmera e finalizando a chamada.

O resto da semana sucedeu assim, eu, meus amigos e família conversando e rindo, por vários momentos pensei ter esquecido a saudade de Jungkook, mas era impossível, meu coração não permitia. Sentia falta dele, às vezes o ar me faltava nos pulmões devido ao aperto no peito que a saudade trazia, mas o melhor que eu fazia pra mim mesma era aceitar o fato que o amava demais, que ele era tudo pra mim, que ele me dava vários motivos para seguir em frente todos os dias, não ia me lamentar pela distancia, sabia que ele pertencia completamente a mim, não lamentava tanto que estivéssemos separados, é claro que não era o ideal, mas sentia-me feliz por pelo menos poder amá-lo e ser correspondida.

Tudo o que permitia agora e que era relacionado a ele era sonhar... Sonhar com a casa na Coréia na qual passei meu tempo com eles, no pedido de namoro com a aprovação de todas as Armys, e que nunca aconteceu, com o reencontro, que não existira, e com os planos que não se realizaram.

Sonhar me dava esperança, a esperança da volta, do nosso reencontro e de quem sabe um dia por fim, viver feliz para sempre ao lado daquele homem.

E este dia estava mais perto do que eu imaginava.