Narrador POV’s
Quando Jungkook acordou naquela manhã, calmos raios de sol já eram percebidos pelas frestas das enormes janelas do quarto de hotel, a brisa de uma manhã ensolarada invadia o recinto, mas nada era mais perfeito do que aquele corpo nu ao seu lado. Dormia pesadamente depois da longa e voluptuosa noite de amor.
Nunca nenhuma outra mulher havia lhe feito perder os sentidos, somente ela...
Valéria por sua vez mexeu-se vagarosamente na cama, os lençóis lhe cobriam parte do corpo e ela podia sentir a brisa do alvorecer lhe tocar a pele. Cenas da noite anterior refletiam em sua mente, sem duvida a melhor noite de toda sua vida...
Por um instante sentiu vergonha, nunca havia sido tão ousada antes. Tudo por causa dele. Jungkook mexia com sua feminilidade de tal forma que se não se entregasse a ele não se sentia completa, por fim percebeu que não tinha motivos para ter vergonha, amava e era amada, e isso era o que realmente importava.
Mexeu-se novamente e sentiu uma sensação sobre seu corpo, sabia muito bem o que era, conhecia melhor que ninguém aquele sentimento, era ele... O garoto com seus olhos cor de ônix intensos a encarando, a observando.
Um grande alivio surgiu em seu peito, talvez por um instante chegou a pensar que eles tivessem que se separar pela manhã assim como na primeira vez em que se amaram. Mas não, ele estava lá com ela, zelando seu sono como fizera tantas vezes.
Era bom demais pra ser verdade.
- Você precisa parar com isso...
Ele sorriu, sabia que estava acordada antes, mas decidiu esperar até que ela se pronunciasse,
- Isso o que?
Ele correu os dedos pelos cabelos castanhos que estavam levemente despenteados.
Valéria abriu os olhos.
- Ficar me olhando desse jeito...
- É um dos poucos prazeres que eu tenho na vida...
Ela sorriu.
-Pois eu conheço outro...
E se levantou manhosamente tocando de relance os lábios frios do moreno.
- Hum... Você está insaciável.
- Você me deixa insaciável.
Ele segurou o rosto da jovem delicadamente e a beijou, em seguida separou seus lábios e a olhou minuciosamente mais uma vez.
- Eu não me canso de olhar pra você.
Valéria deu um sorriso travesso.
- Estou começando a notar...
Ele ainda segurava seu rosto firmemente, passou a olha-lá nos olhos. Aquela hora da manhã foi um ato estranhamente perturbador.
- Noona... – Ele começou a dizer. – Ontem, eu não pude dizer nada enquanto você falava, eu só escutei enquanto suspirava por dentro. – Ele suspirou. – Eu sou tão falho e estúpido, eu passei mais tempo me distraindo com outras coisas por que essa situação não havia me afogado ainda...
Ele encostou a testa na dela, conectando ainda mais seus olhares.
- As suas mensagens que eu ignorei, eu passei a esperar por elas todos os dias, mas eu sabia que não podia te pedir pra voltar por causa da forma que você aparentava estar por culpa minha. Mas não...
Ele fez uma pausa e respirou fundo buscando ar para continuar falando, era difícil. Valéria estava imóvel prestando atenção nas palavras do moreno.
- Era por causa de mim mesmo, por causa da situação que eu estava e que te deixou assim. Tentei manter os olhos fechados e ouvidos tampados, como se você nunca tivesse estado lá, e como um louco eu tentei te afastar, mas as coisas que dissemos, os dias que passamos juntos me picam como uma agulha e sem você eu não tenho linha.
Valéria fechou os olhos.
- Eu sei que é duro e difícil voltar para mim depois do que aconteceu. Eu sei que você tem medo e não quer mais se magoar, mesmo no dia que você me deixou, foi cruel pra nós dois nos separarmos. E eu me arrependo de virar as costas pra você, por isso me desculpe. Talvez seja mais fácil morrer do que ser perdoado por você, e não sei se minhas reais intenções alcançarão você.
Ela apertou os olhos, ele levou a mão até a bochecha dela.
- Dizer “Espero que você esteja feliz sem mim”, não consigo nem falar essa mentira, por que só rezo para que você volte pra mim e me desculpe. "Agora acabou, é a última vez", não consigo acreditar nesse tipo de sentimento. Não posso te deixar ir!
A jovem mordeu os lábios, seu coração batia forte e ela sabia o porquê. Era raiva, paixão, magoa... Era amor.
- Como você é para mim, e como eu sou para você, não haverá novamente outro amor assim e nós sabemos. Se esse tempo ruim passar e nós pudermos esquecer tudo, e manter apenas as memórias felizes. – Jungkook suspirou mais uma vez e fechou os olhos. – Mas se não for possível, na próxima vida também, vou te encontrar para amar você de novo. Não sei o que fez comigo Valéria pra que eu só conseguisse me sentir completo estando com você, mas seja lá o que for... É o que me mantém vivendo a cada dia.
Seguiu-se um momento de silêncio, a espera por uma resposta da parte da garota era demasiadamente incomoda, até que por fim pode ouvir o suspiro saindo dos lábios dela, abriu os olhos e se afastou para poder olhar o rosto da garota e saber qual seria sua reação.
Lá estava ela, a visão que teve fez com que seu corpo reagisse... Os cabelos bagunçados caindo levemente por seu rosto realçando os traços, a respiração levemente alterada fazendo seu peito subir e descer sob o tecido do lençol que o cobria, os olhos nublados cheios de emoção, o amor que transmitia era tanto que fez Jungkook sorrir, passou alguns segundos admirando-a, tirou uma mecha de cabelo que escorria por seu rosto. Linda.
- Seja lá o que eu fiz com você Jungkook, deu certo, pois você acabou por também fazer comigo.
Valéria disse e levantou o lençol, pronta para receber o abraço carinhoso do amado o fechando em seguida e podendo sentir o calor do peito desnudo do moreno ser dividido com o seu.
[...]
Se amaram mais uma vez saboreando o corpo um do outro, sentindo, tocando... As mãos da garota passavam calmamente pelo corpo bem feito do rapaz, cada ponto, cada marca, cada traço que ganhara ao longo da vida. Saber que outras mulheres estiveram com ele já não a afetava mais, ao menos não tanto quanto antes, pois sabia que de todas, ela era a única que tinha penetrado a onde nenhuma outra conseguiu, o coração de Jungkook, a sua alma.
O ciúme podia ter um gosto amargo... Mas a vitória tinha um gosto extremamente doce.
- Está pensando em que? - Perguntou o moreno absorto nos carinhos da garota enquanto mexia nos cabelos castanhos.
- Na vida... – ela disse pousando o queixo sobre o peito dele.
- Hum, espero que nas partes boas dela.
Ela sorriu
- Nas melhores.
Ele a segurou e a puxou para mais um beijo, era incrível como não se cansava de saborear aqueles lábios. Se mantendo em cima dele ela correspondia o carinho com vontade, já presumindo onde tudo aquilo iria parar... Mais uma vez.
Dito e feito, as mãos do moreno já se encontravam nas nádegas de Valéria, sendo apertadas e acariciadas pra depois subi-las passando por suas costas.
Ele a virou e a ajeitou na cama ficando por cima. Sua boca estava novamente em contato com o pescoço alheio, logo descendo para o colo. Ele mordiscou o seio, descendo os beijos e mordidas pela barriga, até chegar ao baixo ventre onde depositou um beijo delicado. Ele voltou a beijá-la, e Valéria podia sentir sua excitação. Mordiscou a orelha de Jungkook e ele mordeu o pescoço dela, e então a penetrou lentamente.
A garota gemeu arrastado. Espasmos de adrenalina corriam por suas veias, a deixando extasiada. Ele investia forte em meio a suspiros, e ela gemia, arranhava suas costas e puxava seu cabelo com força. Jungkook continuou investindo de maneira lenta, cada vez mais prazerosa. Sem mais aguentar ele segurou seu quadril, afastando mais as pernas dela e a penetrando com força.
Eles nada diziam somente gemiam e se olhavam... Deixavam os suores se misturarem, a essência do amor entre os dois se espalhar pelo quarto.
Quando sentiu o prazer máximo chegar, Jungkook se deitou sobre a garota tocando seu peito no dela e lhe tomando os lábios com lascívia. Em uma estocada profunda se derramou por inteiro dentro dela que diante do movimento intenso chegou ao ápice cravando as unhas nas costas brancas do rapaz.
Ainda mantiveram os corpos unidos, arfavam, mas ainda assim se desejavam.
Jungkook continuou por beijar Valéria e sentia o desejo voltar a crescer no meio das pernas, já estava disposto a iniciar um terceiro round quando ouviu um barulho vindo de um ponto do cômodo.
- É o meu celular. – Disse ela baixinho ainda ofegante.
- Deixe tocar... – disse e voltou a tomar os lábios dela para si.
Notando a insistência da pessoa em falar com a moça, Jungkook saiu de cima dela levemente irritado.
Valéria achou graça da reação do rapaz, parecia uma criança emburrada que acabara de ouvir que não poderia brincar com o brinquedo favorito.
Antes que pudesse atender ao telefone ele parou de tocar e eles ouviram batidas insistentes na porta.
- Vocês estão aí? Noona, nós também estamos com saudade de você! Vamos sair pra comer...
Era a voz de Taehyung.
- Já estamos indo Tae.
Valéria se levantou rapidamente e passou a se ajeitar enquanto procurava suas roupas pelo chão.
Pode ver Jungkook sorrindo.
- Do que está rindo? – Perguntou enquanto recolhia a peça intima do chão já a vestindo.
- Da situação.
- Só estamos nela porque você é um tarado. – Valéria agora já completamente vestida.
- Não vi você reclamar.
E se sentou na cama a puxando para mais um beijo. Ambos sem fôlego mantinham os corpos unidos.
Saíram do estado em que estavam após ouvir o bipe de uma mensagem chegar.
- Estão precisando de mim. – Ela disse e se afastou do moreno.
- Eu também preciso de você. – Percorreu as mãos pelo corpo da garota.
- Mais tarde... – Ela disse com a voz embargada.
- Vou estar esperando. – E a beijou mais uma vez.
Por fim Valéria conseguiu se soltar do amado, não que desejasse, mas não tinha escolha, pois também queria aproveitar seu tempo para ver os outros meninos.
[...] Quebra de Tempo [...]
Valéria POV’s
Minutos mais tarde nós dois saímos do quarto para se encontrar com os outros. Descemos para o lobby do hotel e os encontramos Tae e Jin sentados num no sofá assistindo uma série de TV.
- Chegamos. – Disse assim que nos aproximamos deles. Sentei no braço do sofá ao lado de Tae e disse em tom de brincadeira. – Não precisa mais chorar.
Eles riram e ele respondeu zombando:
- Chorei um rio.
Eu e os meninos soltamos uma gargalhada alta.
- Imagino.
Jungkook jogou-se no sofá ao meu lado, se enfiando entre eu e Taehyung, este gemeu cansado.
- O fuso está acabando comigo.
- Aham.
Assenti, prestando atenção na TV.
- Noona... – Ele chamou. Eu olhei pra ele indagando o que queria com o olhar. Ele mordeu o lábio e encarou Jungkook de forma travessa, como se adorasse isso. – Não quer dar uma massagem nas minhas costas...?
- Não seja ridículo.
Neguei, quase rindo.
- Por quê? Amigos também dão massagens nas costas.
- Não essa amiga. – Jungkook disse o encarando, referindo-se a mim.
- Eu mereço. Te ajudei a vir até aqui, sabia que não foi nem um pouco fácil?
Ri da chantagem.
- Acho melhor eu te dever essa.
- Tudo bem, posso arrumar outra pessoa para me fazer massagem nas costas.
Falou muito convencido disso.
- VAAAAAH!
Antes que pudesse responder ao rapaz, J-Hope entrou no Lobby chamando a atenção de todos nós.
- Hope... – Eu sorri ao ver meu animado amigo.
Atrás dele vinham Namjoon, Jimin e Yoongi.
- Como estão hoje? – Yoongi perguntou se aproximando. – O clima pesou ontem...
Encarei Jungkook e trocamos um sorriso.
- Estamos bem. – Respondi. – Obrigada.
- Hum... E o que vamos comer hoje? – Jimin perguntou.
- Podíamos começar perguntando a opinião da futura psicóloga sobre como alguém com um apetite tão grande quanto você não engorda nada, por que isso só pode ser anormal. – Suga apontou.
Jimin ficou vermelho da cabeça aos pés, ficou furioso com aquele comentário.
- TA ME CHAMANDO DE ANORMAL?
Eu ria junto com os outros, apenas Jin se mantinha neutro, mas acho que era por que ele era da mesma forma que Jimin quando se tratava de comida.
- Jimin! – Namjoon repreendeu. - Isto é um hotel, tente não fazer tanto escândalo.
- Mas foi ele quem começou... – O mesmo disse cruzando os braços e fazendo beicinho.
- Não importa. Se comporte. – O líder continuou.
- Não podemos causar nenhum tumulto! – Jin lembrou.
- A propósito, o que será que seus pais acharam do nosso maknae?
Tae lembrou-se. Olhei pra ele interessada. Tinha me esquecido que eles deviam ter dado uma bronca em Vinicius depois que eu sai de lá.
- Hum? Vinicius deve ter lembrado uma bronca, mas acho que estava bem com isso... No geral eles pareceram gostar dele, e de todos vocês alias... Será que devo perguntar?
Eu quis saber.
- Não, eu já fiz isso. – Tae disse como se não se importasse.
Parei. Tae tinha falado sobre isso com meus pais? Eu e Jungkook, assim como os outros meninos voltamos nossos olhares pra ele.
- Você?
- Foi, pouco antes de sairmos, eu conversei sobre isso e sobre outras coisas.
Ele falou com um sorriso escondido. Ignorei, tinha que prestar atenção no que houve, meus pais não iam me deixar me envolver novamente com Jungkook se achassem que ele não estava cuidando de mim, eu sabia disso. Além de quê, eu não sabia o que eles iam pensar sobre eles estarem aqui agora, eles até ali, ignoravam que eu podia reencontrá-los um dia e também tinha Taehyung fazendo perguntas a eles. O que ele poderia querer saber que não pudesse me perguntar diretamente.
- E o que mais vocês conversaram?
Eu perguntei, ainda nervosa com a resposta, ele torceu o lábio meio subjetivo.
- Eles pareceram gostar de nós, contei que era como seu novo irmão mais velho, eles gostaram e disseram que eu posso ser mais uma pessoa pra ficar de olho em você.
Não fiquei nenhum pouco aliviada quando ele respondeu. Não entendi como eles gostaram disso.
- Você deve ter estado muito vulnerável pra eles dizerem isso.
Ele concluiu. Eu soltei uma baforada, incrédula. Não era nem um pouco vulnerável, isso eu tinha certeza. Eu era uma garota, independente, responsável e cheia de convicção, não precisava de tanta gente para me observar, por isso vivia tão bem lá na Coréia.
- Do que está falando? – Me virei para o outro lado do sofá, lhe dando as costas. – Eu sou muito independente.
Protestei. Ele soltou uma arfada descrente. E os meninos riram.
- Talvez, mas o fato é que eles estão felizes por você, segundo eles, estar mais alegre desde que chegamos.
- São meus pais, certo? Querem que eu esteja feliz. – Disse em tom que finalizava o assunto. Peguei uma almofada e arremessei contra a ele. Ele ignorou e riu. – Então o que querem comer?
Antes que pudessem me responder um barulho nos atordoou, vi meu celular tocar ao meu lado. Olhei o visor. Mãe.
- Oi mãe?
Atendi.
- Oi filha, quando você vem pra casa? Nós já estamos indo embora.
- Ah sim, eu vou pra casa então...
- Eu sei que você quer passar seu tempo com eles, mas nós marcamos de ir pra casa da minha sogra esse fim de semana.
- Você tinha me dito, eu esqueci.
- Tudo bem então, será que você pode voltar pra casa agora? O André quer ir logo pra evitar transito.
Eu olhei em volta, nada impedia. Quando vi os meninos, pensei duas vezes, mas achei que não seria grande incômodo pra eles ficarem algumas horas sozinhos.
- Tudo bem, já estou indo.
Concordei, vi que os meninos me olhavam curiosos.
- Ok, até mais.
Desligou. Na mesma hora, Jungkook indagou me interrogando:
- Quem era?
- Minha mãe.
Respondi simplória, pondo o celular no bolso e me levantando.
- Ah sim.
Ele parecia aliviado, não me contive em querer saber por quê.
- Por que? Quem achou que fosse?
- Nada, só que depois do tal Felipe não custa ficar atento.
Franzi o cenho subjetiva. Notar seu ciúme de mim me fez dar um risinho escondido.
- Meus pais têm que ir, estão me esperando, vou me despedir, não demoro.
Eu me despedi rapidamente dos meninos, e fui buscar em direção ao quarto buscar a bolsa que havia trazido. Continuei caminhando pelo corredor com Jungkook e conversando, por um momento vi que nem sabíamos pra onde estávamos indo, só estávamos andando pelo fato de caminhar. Ele falava comigo baixinho no meu ouvido enquanto em caminhava:
- Não sei se eu vou aguentar ficar longe de você, noona.
Ele escorregou os lábios levemente nas minhas bochechas, fez meu corpo soltar um arrepio. Começou a falar no meu ouvido, enquanto envolvia meu ombro. – Não estou aguentando ficar longe de você esse tempo todo, eu quero te beijar.
Eu me controlei pra não cair no chão. Organizei meus pensamentos e disse:
- É por pouco tempo. Só algumas horas...
Ele parou de andar, de repente se aproximou tanto que para me afastar dele, bati contra a parede do corredor, ele ficou cara a cara comigo, olhou nos meus olhos, senti que era difícil respirar, isso sempre acontecia quando ele estava perto. Ele encostou o nariz no meu, minha cabeça encostou-se na parede e nossa respiração passou a ser a mesma, com os lábios a centímetros de distância ele sussurrou:
- Quero muito. - Sibilou deliciosamente. Pude perceber que todos os olhares de quem passava tinham se virado pra nós. Eu tentei fazer com que meu coração ligasse pra isso, mas na verdade, eu queria muito ficar ali. – Agora mesmo.
Não posso negar de como fiquei tentada, mas todos os olhares do corredor voltados pra nós, em meio de cochichos entre as pessoas, fez eu me lembrar de que não podia fazer tudo assim ao léu.
- Aqui não. Vem...
Ele cedeu num suspiro e voltamos a caminhar em direção ao quarto. Jungkook veio atrás de mim,. Quando chegamos foi quase um alívio.
Eu me assustei com a rapidez com que ele me jogou contra a parede assim que passamos pela porta. Beijou meus lábios intensamente, passei as mãos nos seus cabelos, em êxtase. Começava a sentir calor, percebia que ele também. Até que ele se afastou para tirar o casaco e depois não demorar para me beijar de novo.
Não existia muito espaço entre a parede, eu e ele. Mas ainda sim não parecia o suficiente quando ele pegou minhas pernas e as envolveu em sua cintura, fiquei grudada nele.
- Mais perto...
Ele falou enquanto pressionava ainda mais seu corpo no meu, senti um arrepio delicioso correr em meu corpo. Já não sabia mais como fugir. Pensei que fosse enlouquecer, quando ouvi o telefone tocar. Ele se afastou lentamente, tirei minhas pernas de sua cintura, pisei no chão, ainda estava bamba, minha cabeça girava com tudo aquilo.
Jungkook pegou seu casaco no chão. Eu ia andar em direção a bolsa sobre o aparador, quando ele me disse:
- Vamos sair hoje.
Eu parei para fitar seus olhos negros, pareciam ainda mais mágicos agora.
- Para onde?
Perguntei-lhe num meio sorriso. Ele encostou um braço na parede, me recostei nela.
- Não sei. – Deu de ombros. – Vamos jantar em algum lugar, eu tenho algo pra te dizer.
- Ah... – Mordi o lábio. – Devo me preocupar?
Soltei aquela pergunta sugestiva, não queria que ele viesse com qualquer assunto polemico agora, agora que tínhamos começado esse relacionamento/namoro, não sei, queria aproveitar. Ele sorriu de lado e se aproximou, me deu um beijo breve depois respondeu:
- Não se preocupe, nada preocupante.
- Tudo bem. Se diz isso eu posso confiar.
Cedi, sua abordagem me convenceu. Ele pegou habilidosamente minha bolsa e pôs no ombro, logo depois puxou a minha mão e nos conduziu de volta ao lobby, me dizendo que mandaria uma mensagem com a hora do nosso encontro e o endereço do restaurante.
[...] Quebra de Tempo [...]
Narrador POV’s
Jungkook chegou no restaurante primeiro e conseguiu uma mesa atrás de um grupo barulhento de casais de adolescentes. Estava perto o suficiente para deduzir que não eram dali, mas de alguma cidade vizinha. Imaginou que haviam assistido a algum filme ou outro evento, e agora completavam o passeio com um lanche tarde da noite.
Então ele a viu. Jungkook parou por uma fração de segundo antes de acenar, só para poder observá-la um pouco. Haviam se conhecido por um acaso do universo, e ele se apaixonara intensa e rapidamente. A beleza dela ainda o fazia tremer: os cabelos escuros emoldurando o rosto de sorriso ligeiro e os enormes olhos castanhos. Bastava vê-la e não se conseguia desviar o olhar. Aqueles olhos eram como lagos profundos e frios — onde ele queria mergulhar.
Levantou-se de um salto ao encontro dela, absorvendo instantaneamente seu perfume. Começava nos cabelos, com um aroma de raios de sol e lavanda que poderiam ter vindo de um xampu, mas que em contato com a pele dela produzia um outro perfume, inteiramente novo. Parecia ficar mais intenso a uns dois ou três centímetros logo abaixo da orelha. Ele tinha apenas que se aproximar daquele ponto para sentir-se inundado por ela.
Depois era a boca que o atraía. Valéria tinha lábios cheios na medida certa; pôde sentir como eram carnudos ao beijá-los. Sem aviso, separaram-se, apenas o suficiente para que a língua dela roçasse seus lábios à procura da dele. Tão silenciosamente que ninguém além dele ouviu, ela deu um minúsculo gemido, um ruído de prazer que o excitou no mesmo instante, provocando-lhe uma ereção. Ela sentiu, e logo soltou outro gemido, desta vez de surpresa e aprovação.
- Está feliz mesmo em me ver. – Valéria disse e sentou-se diante dele, deslizando o casaco pelos ombros com uma sugestiva remexida. Percebeu Jungkook observá-la. – Está me inspecionando?
- Pode-se dizer que sim.
Ela sorriu radiante.
- O que vamos comer? Massa? Carne? Estrogonofe é uma boa pedida...
Jungkook continuava fitando a garota, vendo o jeito como o corpete que ela usava se esticava sobre os seios dela. Perguntava a si mesmo se não deviam abandonar o restaurante e voltar direto para a grande e quente cama no hotel.
Os dois fizeram o pedido e permaneceram se encarando, enquanto conversavam sobre banalidades, Jungkook sorria, mas o rosto tão bem trabalhado do moreno estava serio, parecia que ele estava refletindo. Depois que o que eles haviam pedido chegou à mesa, eles comeram em silencio, não estavam trocando muitas palavras, Valéria sabia que alguma coisa estava incomodando Jungkook, ele parecia nervoso e olhava constantemente para o relógio em seu pulso, mas ela também sabia que devia dar espaço a ele pra dizer o que precisava dizer.
- É a primeira vez que viemos sozinhos num restaurante pra jantar. – Ele a encarava com um belo sorriso no canto dos lábios, enquanto esperava o garçom trazer a conta.
- Às vezes é bom sair pra relaxar um pouco... – Ela mexia o resto de seu vinho balançando a taça enquanto olhava atentamente para aquele homem sentado a sua frente.
- Sim, mas acho que agora é hora de partir pro que interessa, não?
- Ora, ora senhor Jeon, está querendo dizer o que com isso? – Valéria pousou sua taça sobre a mesa sorrindo.
O rapaz segurou a mão da garota antes que ela soltasse a taça.
- Você vai descobrir... – ele deu um sorriso misterioso, e soltou a mão dela ao passo que o garçom chegou à mesa com a conta.
- E então, acho que é hora da verdade. – Jungkook a olhava com seu sorriso de canto. Levantou da mesa e se encaminhou para a saída.
[...]
Valéria POV’s
Era muito estranho andar com Jungkook pelas ruas da minha cidade, ele chamava atenção... E como chamava, onde quer que passássemos as mulheres viravam os rostos para admirar a beleza exótica do belo moreno de olhinhos puxados, e pra mim o olhar era de surpresa. “Como ela conseguiu a atenção daquele ser tão bonitamente perfeito?!”
Mas eu não me importava, afinal com o passar dos anos eu aprendi a ignorar muitas coisas na vida, e esse tipo de situação estava no topo.
Não caminhavam como namorados, mas também não como estranhos, nos mantínhamos lado a lado, próximos.
O clima estava estranho, eu fingia prestar atenção na rua, mas meus pensamentos estavam se questionando sobre o que afinal de contas ele queria dizer. O moreno que me acompanhava nada dizia. Apenas seguia seu caminho, me guiando pra onde, não sabia dizer.
Fomos andando em silencio, sem pressa, sentindo a brisa da noite... em minha cabeça varias perguntas. Quando dei por mim, viu que estávamos na área de lazer da minha cidade. Haviam vários bancos, arvores, um pequeno lago no centro, era um lugar agradável.
Jungkook caminhou calmante pelo local, diretamente até uma das árvores. Quando nos aproximamos o suficiente da árvore pude notar que na arvore haviam varias fotos nossas e corações de papel colorido (*N.A.: olha aí os Paper Hearts mais uma vez <3*) pendurados nos galhos mais baixos. O céu estava inacreditavelmente estrelado aquela noite, parecia dar um show particular pra nós, somente para nós dois.
- Eis a razão pela qual estamos aqui! – Jungkook apontou para os corações.
Eu estava surpresa com aquela afirmação, mas decidi não me importar. Quando ele fez aquilo?
- O que isso significa? – Senti minha voz tremula.
Jungkook prendia seu olhar no meu, sua mão começava a afagar meu rosto docemente. Ele segurava meu rosto, se aproximou, me virou de frente para a arvore para que eu olhasse o que ele tinha feito, me abraçou por trás e disse suavemente com os lábios encostados no meu ouvido.
- Procure algo... – Instruiu ele, senti um arrepio correr minha espinha.
Olhei em volta sem saber o que devia procurar. Parecia tudo normal. As fotos, os corações coloridos, brancos, rosas, vermelhos... Nada parecia ser relevante, mas então vi os corações prateados, havia algo escrito neles, mas eram... Números?
Me aproximei mais da arvore e os puxei, havia três deles, com os números 17, 1 e 3. Minha testa franziu e pisquei os olhos varias vezes na tentativa de entender o que aquilo significava.
- O que é isso?
- São 17 letras... 1 frase... 3 palavras... – Jungkook continuava sussurrando em meu ouvido. Enquanto apontava os corações com seus respectivos números. – Olhe atrás... – Fiz o que ele pediu e uma frase piscou diante de mim. Meu coração se transformou numa britadeira, de tão rápido que batia. – Quer namorar comigo?
- Jungkook... – Sussurrei.
- Eu te amo noona... Será que você entende que é única pra mim? – Jungkook saiu de trás de mim e me virou de frente a ele para encará-lo, tirou do bolso a caixinha de veludo e a abriu, exibindo duas alianças prateadas. Segurou minha mão tremula e me olhou nos olhos. – Não sei o que nos espera daqui pra frente e sei que teremos que superar muita coisa juntos. Não sei se nossa vida juntos será perfeita, mas sei que vou me esforçar cada dia da minha vida para fazê-los perfeitos pra você. Então... Quer namorar comigo?
Eu sorri, senti meus olhos arderem, mas não era uma boa ideia chorar quando se estava maquiada.
- Eu aceito Jungkook, você já torna tudo perfeito... – Jungkook sorriu, aquele sorriso que fazia minha mente revirar, retirou o pequeno objeto reluzente da caixinha e delicadamente o deslizou pelo meu dedo anelar. Depois fez o mesmo em si próprio e se pôs a admirar o que havia feito.
Seu rosto se iluminou, e o brilho que eu tanto havia sentido falta nos últimos meses apareceu em seus olhos quando ele sorriu. A felicidade estampada em seu rosto se espalhou e encheu meu coração até que senti que ele podia explodir. Num impulso tomei os lábios dele, as mãos de Jungkook caminharam até minha cintura puxando-me para estreitar ainda mais o encontro de nossos corpos, após sentir o corpo dele colado ao meu, levei minhas mãos até a nuca dele e aprofundei o encontro de nossas bocas num beijo quente e prazeroso.
Quebrei o beijo com um selar.
- Sabe a confusão em que está se metendo, não sabe? – Perguntei arqueando a sobrancelha.
Jungkook sorriu, tirando a franja do meu rosto.
- Noona, eu já me meti na maior confusão da minha vida no momento em que esbarrei com uma garota num corredor estreito e sai arrastando ela. – Devo ter feito uma careta, por que Jungkook riu. – E eu vou agradecer pelo resto da minha vida por ter feito isso...
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